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terça-feira, 28 de abril de 2015

A Era de Ouro do Flamengo- A Taça de Ouro de 1981, Primeira Fase


Taça de Ouro de 1981

Primeira Fase

O grupo rubro negro na fase inicial era composto por Nacional de Manaus, Paysandu, Sampaio Correia, Itabaiana, Fortaleza, Cruzeiro, CRB, Santa Cruz e o adversário da estréia, o Santos.
Flamengo 0x0 Santos

Bria mandou a campo o seguinte time: Raul, Leandro, Rondinelli, Marinho e Carlos Alberto, Andrade, Carpegianni e Adílio, Fumanchu, Nunes e Júlio César.

Sob forte calor, a partida começou de maneira equilibrada. João Paulo travava ótimo duelo com Leandro. E foi o ponta santista quem teve a primeira chance de gol. Aos seis, ele cobrou falta da direita e mandou a bola no travessão de Raul. Aos oito, Júlio César tentou driblar no campo de defesa e acabou desarmado por Nelson, que avançou, passou como quis por Marinho e bateu de perna esquerda. O tiro saiu rente a trave direita.

O jogo era bom. O Flamengo reagiu criando duas boas chances. Aos onze, Leandro foi a linha de fundo e centrou. Nunes fez o corta luz e Adílio finalizou de primeira. Para azar do neguinho bom de bola, o remate saiu por muito pouco. Quatro minutos depois, Júlio César cobrou falta da intermediária com extrema violência. A bomba saiu rasteira e explodiu no poste esquerdo de Marolla. Nunes ainda teve duas oportunidades de abrir o placar, mas desperdiçou ambas.

Depois de um início intenso, a partida caiu muito, a partir dos 25 minutos. Só aos 43 aconteceu nova jogada perigosa. Júlio César bateu escanteio da direita na segunda trave. Adílio emendou de primeira, sem que a bola caísse. Marolla foi ao cantinho esquerdo e fez grande defesa. Chegava assim ao fim um primeiro tempo em que o Flamengo teve três chances claras, contra duas do peixe.

O rubro negro voltou do intervalo com uma alteração tática importante. Carlos Alberto foi para a lateral direita, marcar João Paulo e Leandro foi para a esquerda. Sem ter a quem marcar, pelo menos na teoria, ele estaria livre para apoiar o ataque o tempo todo.

Apesar da mudança, a primeira chance santista aconteceu justamente em cima de Leandro. Claudinho recebeu na meia esquerda e tocou nas costas do lateral para a penetração de Nelson. O lateral do peixe soltou uma bomba, que bateu na trave esquerda de Raul e saiu pela linha de fundo.

Bria logo percebeu que a mudança não surtiria efeito. Com 18 minutos, Leandro retornava para a direita e Carlos Alberto para a esquerda. Aos 21, a primeira alteração no Flamengo. Andrade deixou o campo, sendo substituído por Vítor. Um volante por outro. Dois minutos mais tarde, foi a vez de Ronaldo entrar no lugar de Julio César. Taticamente, o mengo ficou no 4-2-1-3. Vítor e Carpegianni marcavam e saiam pro jogo. Adílio fazia o papel que caberia normalmente a Zico. Fumnachu era o ponta direita. Ronaldo atuava mais centralizado e Nunes era quem ocupava a ponta esquerda. Confuso, o time nada mais criou.

Aos 25, Zé Carlos arriscou de fora da área e a bola quase foi no ângulo esquerdo de Raul. Na transmissão da TV Globo, Luciano do Valle já profetizava: “vai ser difícil alguém tirar esse zero do placar”.

E ele estava certo. A busca pelo bicampeonato nacional começava com vaias da torcida e um empate em zero a zero. Questionados sobre as razões para a má atuação, os jogadores do Flamengo foram quase que unânimes em apontar o calor como principal fator para o jogo ruim. Já pensando em mudanças, Bria disse que não havia gostado do rendimento do time na estréia e que Vítor deveria ganhar a vaga de Adílio.

O problema é que não haveria tempo hábil para treinar, já que na quarta feira a equipe tinha que estar em Manaus. Diante do Nacional, mais uma atuação pífia do Flamengo, que foi inteiramente dominado pelo adversário. Por sorte, Nunes achou um gol e deu o primeiro triunfo ao clube da Gávea.

Modesto Bria mostrava-se perdido. Novamente barrou Vítor e voltou com Adílio. De nada adiantou. Em Belém, derrota acachapante por três a zero para o Paysandú. A crise estava instalada. Começaram a pipocar nomes de possíveis novos treinadores. Sem alternativas e extremamente pressionado, o técnico mudou novamente a equipe. Barrou Andrade e lançou Peu. No coletivo, funcionou. Goleada de quatro a um para os titulares. Marcaram o próprio Peu (2), Adílio e Nunes. Anselmo descontou.

O próximo compromisso era em casa, diante do Sampaio Correia. Uma derrota e Bria perderia seu cargo. Mesmo sem jogar bem, o Flamengo venceu. Dois a zero, dois gols de Fumanchu.

Perseguido pela torcida, o ponta esquerda Júlio César é negociado com o Talleres, da Argentina. Em seu lugar, é confirmado Édson. Leandro, com dores na coxa, também é vetado. Vítor é improvisado na lateral direita. Em busca de maior entrosamento, um coletivo foi marcado para a véspera da viagem para o Sergipe. Nunes, Peu e Fumanchu marcaram para os titulares. Édson descontou para os suplentes.

Diante do Itabaiana, o mengo consegue novo triunfo de dois a zero (gols de Peu e Nunes). Porém, o péssimo futebol persiste e as críticas não param.

Na sexta rodada, uma goleada no Maracanã. Oito a zero em cima do Fortaleza. A noite foi de Nunes, que marcou cinco vezes e se isolou na artilharia da competição. Peu (2) e Vítor completaram o massacre. Pela primeira vez, a equipe recebia elogios.

Bria elogiou o time, mas os problemas continuavam a aparecer. Para a partida diante do Cruzeiro, no Mineirão, Rondinelli foi vetado e Nunes, que se casa na véspera do confronto foi liberado pela Comissão Técnica. Na zaga, entra Luís Pereira. No comando do ataque, Ronaldo.
Com tantos desfalques, o Flamengo voltou a jogar mal e empatou com a raposa em zero a zero.

Preocupados com as condições físicas de Leandro, a diretoria passa a buscar a contratação de um lateral direito. Mauro, do Guarani, fecha por 800 mil cruzeiros, ficando emprestado até o fim da temporada e com passe fixado em oito milhões.

No coletivo, cinco a um para os titulares, gols de Carlos Alberto (2), Nunes, Luís Pereira e Édson. Carlos Henrique descontou.

Em seu penúltimo compromisso nessa fase, a equipe viajou até Maceió, e bateu o CRB por três a dois. Nunes, duas vezes e Peu foram os autores dos tentos. Aliás, o alagoano Peu foi o grande destaque do jogo.

Já classificado, o Flamengo precisava derrotar o Santa Cruz no Maracanã e torcer para que o Santos fosse derrotado pelo Fortaleza na capital cearense se quisesse ficar com o primeiro lugar da chave. Com Édson e Fumanchu contundidos, Bria escalou Carlos Henrique e Lino como seus substitutos.

Nos bastidores, Adílio recebe proposta de 21 milhões de cruzeiros do Dallas Tornados. Mais uma vez, o meia recusa a proposta e segue no rubro negro.

No coletivo apronto, nova vitória dos titulares sobre os reservas, dessa vez por quatro (Nunes , duas vezes, Peu e Lino) a dois (dois de Ronaldo).

Flamengo 2x2 Santa Cruz

A grande atração do tricolor era a presença de Dario, o Dadá maravilha. Como de costume, ele prometeu marcar um gol, que chamou de “gol Márcio Braga”.

Como jogava em casa, o rubro negro tomou a iniciativa do jogo. Taticamente, a equipe se postava no 4-1-3-2 com a bola e no 4-2-3-1 sem a pelota. Leandro, Luís Pereira, Marinho e Carlos Alberto formavam a primeira linha. Andrade era o cabeça da área, Lino, um falso ponta direita. Adílio e Peu eram os meias, sendo que Adílio era quem mais ajudava na marcação, recuando para ajudar a organizar a saída de bola. Na frente, Nunes e Carlos Henrique, que sem a bola voltava para recompor a marcação.

Aos 14, Dario recebeu entre os zagueiros e bateu forte. Raul deu rebote e Baiano acabou finalizando para fora. Nesse lance, Luís Pereira estava visivelmente fora de posição.

O Flamengo finalizava mais, porém sem levar perigo ao gol do Santa. Na transmissão da TV Educativa, o comentarista Sergio Noronha resumia a partida. “O Flamengo toca a bola, toca bola e nada de concreto acontece. Nunes fica muito isolado lá na frente”.

Somente aos 25, o mengo teve a primeira chance de abrir o marcador. Nunes, deslocado pela direita, cruzou na segunda trave. Adílio, da pequena área, sozinho, cabeceou de nariz e tornou a defesa de Wendell tranqüila.

Aos 32, Luís Pereira cortou uma investida do ponta Joãozinho. A sobre ficou com Peu, que lançou Nunes pela meia direita. O atacante avançou e bateu firme. Wendell fez boa defesa e salvou o tricolor.

Um minuto depois, não teve jeito. Andrade roubou a bola, que ficou para Peu. O alagoano tocou para Adílio, que lançou Nunes no mesmo buraco da jogada anterior, entre o lateral esquerdo e o quarto zagueiro do Santa, na meia direita. O artilheiro do campeonato levou a bola e chutou forte. Desta vez, Wendell nada pode fazer. Flamengo um a zero!

Na saída das equipes para o intervalo, o repórter José Luiz Furtado foi entrevistar o jogador Isidoro e uma coisa muito curiosa aconteceu. No lance do gol, esse jogador ficou no chão, pedindo falta de Andrade. Ao ser perguntado se havia achado que sofrera falta no lance do gol, ele respondeu surpreso. “Que gol? Sério que saiu gol naquele lance? Eu estava caído e não vi”. Simplesmente antológico!

Curiosidades a parte, o Santa Cruz voltou para a etapa final melhor. Logo aos quatro minutos, Baiano fez excelente lançamento para Joãozinho, nas costas de Leandro. O ponteiro avançou e na saída de Raul deu uma cavadinha por sobre o arqueiro, empatando a peleja. Um a um.

Não deu nem tempo do tricolor comemorar. Aos seis, Andrade passou por três marcadores e tocou para Carlos Henrique, que de primeira, abriu na esquerda para Carlos Alberto. O improvisado lateral foi à linha de fundo e centrou. Nunes pegou de prima, de virada e marcou o segundo gol. Flamengo dois a um.

Aos 12, Carlos Henrique foi lançado por Peu, ganhou a dividida do lateral Celso e ficou cara a cara com Wendell. Infelizmente, o remate não saiu como ele queria e o arqueiro conseguiu desviar para escanteio.

Aos 22, o Flamengo adiantou sua marcação e Andrade roubou a bola no campo de ataque e tocou para Nunes. O artilheiro abriu para Peu, que invadiu a área e bateu na rede pelo lado de fora. No minuto seguinte foi a vez de Nunes arriscar de longe e assustar o goleiro Wendell. Sergio Noronha profetizou “o Flamengo vive um bom momento e voltou a dominar o jogo. Agora, precisa ter mais calma nas finalizações para marcar logo o terceiro gol e ter tranqüilidade. Afinal, no futebol, quem não faz, leva”.

Ele estava certo. O auto falante do Maracanã anunciou o fim do jogo em Fortaleza. O Santos vencera por dois a um e mesmo que o Flamengo conquistasse os dois pontos terminaria em segundo lugar do grupo. A equipe parece que sentiu isso e baixou a intensidade. Aos 31, Joãozinho chutou na trave de Raul. O rebote ficou vivo na área rubro negra. Baiano tentou nova finalização. A bola bateu na zaga e continuou por lá. Adílio chegou desesperado, tentando cortar o perigo. Só que ao invés de dar um chutão, o neguinho bom de bola tentou tirar com o lado do pé. Caprichosamente, a pelota entrou mansa, no canto esquerdo de Raul. Dois a dois.

Se o Santa Cruz vencesse a partida, tomaria o segundo lugar do Flamengo. Em termos de classificação, nada mudaria, pois os seis primeiros estavam qualificados para a próxima fase. Mas seria razão suficiente para a crise voltar a rondar a Gávea.

Tentando dar um pouco mais de poder de fogo ao time, Bria colocou Anselmo em campo, no lugar de Peu. Na prática, o treinador mexeu demais no time. Lino passou para o meio. Adílio foi avançado para a meia. Anselmo, que é atacante, entrou na ponta direita. Uma tremenda confusão! Não foi surpresa que nada mais de bom tenha acontecido. A única coisa que se viu, ou melhor, ouviu, foram as vaias da torcida, inconformada com o desempenho do time.

No próximo texto: As fases decisivas da Taça de Ouro de 1981. Até lá!


segunda-feira, 13 de abril de 2015

A Era de Ouro do Flamengo- O fim de 1980 e o começo de 1981


Os últimos jogos de 80, as Férias e a Pré Temporada de 81

Desde já, a prioridade na Gávea será a conquista da Libertadores e depois do Mundial. Para isso, o elenco irá passar por reformulações. Coutinho e Rondinelli podem ser os primeiros a sair.

Enquanto tudo está sendo planejado, a equipe viaja até Porto Alegre e empata em zero a zero com o Grêmio, no jogo que serviu de entrega das faixas de campeão brasileiro para o clube carioca e de bicampeão gaúcho, para o tricolor.

Visivelmente desgastado, Coutinho entra de férias e diz que só resolve se fica ou sai depois do descanso. As especulações começam e dão conta que todos os jogadores emprestados serão devolvidos e que Fumanchu e Nunes serão vendidos.

Com o ótimo trabalho desenvolvido, Coutinho recebe várias propostas. Seleção do Paraguai, Grêmio e Inter são apenas algumas delas.

Na Gávea, uma bomba explode. Enquanto o treinador estava de féria em Angra dos Reis, um dirigente divulga uma lista de jogadores negociáveis. Segundo o cartola, a permanência de Coutinho estava diretamente ligada a negociação de Cantarele, Carlos Alberto, Júlio césar, Adílio, Nunes, Carpegianni, Lico, Rondinelli, Fumanchu, Gilson Paulino e Anselmo.

O técnico se defende dizendo que aqueles jogadores tinham vindo conversar com ele e que pediram para ser vendidos, se houvesse uma boa proposta. O episódio que serviu para desgastar ainda mais o comandante ficou conhecido como “a lista negra”.

Apesar da saída ainda não ter sido confirmada, os nomes dos possíveis substitutos começavam a pipocar na Gávea. Evaristo de Macedo e Rubens Minelli lideravam as apostas.

Nas eleições Presidenciais, Dunshee de Abranches vence e irá suceder Marcio Braga.

Em um treinamento visando a participação no Mundialito com a Seleção, Zico sofre nova distensão muscular e não jogará a competição.
Finalmente, Coutinho diz que não permanecerá no clube. Ele alega desgaste e falta de motivação para continuar o trabalho, mas na verdade, todos sabem que o vazamento da lista para a imprensa foi o que deixou a situação insustentável.

Para o seu lugar, o Flamengo apela para uma solução caseira. Modesto Bria é confirmado como novo treinador da equipe. O contrato vai até o fim da Taça de Ouro e tem a duração de quatro meses.

No recomeço dos trabalhos, Bria diz que não quer reforços. Ele alega que precisa conhecer melhor o elenco primeiro. Mesmo assim, Rondinelli recebe proposta do Palmeiras e fica com um pé no verdão.

No primeiro coletivo do ano, vitória de três a um dos titulares. Nunes, Adílio e Júlio César marcaram. Anselmo descontou para os suplentes.

Convocados para a Seleção Brasileira que ia disputar contra Bolívia e Venezuela as eliminatórias para a Copa de 82, Zico, Júnior e Tita estavam fora da primeira fase da Taça de Ouro. Para o lugar do galinho, chegou Peu, do CSA, por empréstimo até o fim do ano e com passe fixado em oito milhões de cruzeiros. Para fechar o negócio, o fla cedeu Luís Paulo, Antunes e Vilmário, além de pagar um milhão.

No segundo coletivo da temporada, goleada de quatro (Fumanchu, Nunes, Júlio César e Nelson, contra) a zero frente os reservas.

Bria tem um amistoso apenas antes da estréia no Campeonato Brasileiro. Segundo o técnico, Carlos Alberto jogará improvisado na lateral esquerda, no lugar de Júnior. Adílio substituirá Zico e Fumanchu jogará no lugar de Tita. Com essas mudanças, Leandro é mantido na lateral direita.

O clube recebe mais duas propostas para vender Adílio ao Los Angeles Aztecs e Júlio César, ao Talleres, da Argentina. O neguinho bom de bola recusa a proposta e permanece no Rio. Já o ponteiro não iria agora, mas depois seguiria para a terra de nossos hermanos.

Diante do São Paulo, no Morumbi, vitória de dois a zero, gols de Adílio e Nunes. A boa atuação no amistoso deixou o elenco confiante para uma boa estréia na Taça de Ouro, diante do Santos, no Maracanã.

No próximo texto: A Taça de Ouro de 1981. Até lá!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

A Era de Ouro do Flamengo- Carioca de 80, Segundo Turno


Carioca 80- Segundo Turno

Com o fracasso no turno inicial, Coutinho tratou de mexer no time. Luis Pereira, que estava jogando como quarto zagueiro, passou a zaga central. Vitor foi efetivado na cabeça da área e Júlio César recuperou seu lugar na ponta esquerda.

Mas a maré de azar continuava. Nunes sofreu distensão na coxa e não sabe quando poderá retornar a equipe. Além disso, os Dirigentes reclamaram muito da tabela do segundo turno. O Flamengo teria as três primeiras partidas disputadas fora de casa. Coutinho diz “que estão tentando prejudicar o Flamengo”.

Para a vaga de Nunes, o treinador confirma a escalação de Ronaldo. E contra as retrancas, o “capitão” acreditava em Júlio César. “Os dribles e arrancadas dele serão nossa principal arma contra esses times que nos enfrentam fechados na defesa, pensando apenas no empate”.

Antes da estréia, surge na imprensa uma notícia bombástica. A Diretoria está negociando e espera a contra proposta de Cruyiff, craque holandês que estava jogando nos Eua. A negociação contudo, não foi adiante já que o jogador pediu quatro milhões por mês de salários.

No acanhado estádio de Ítalo Del Cima, vitória rubro-negra por três a um sobre o Campo Grande. Zico, Ronaldo e Anselmo marcaram.
Em busca do acerto do time, Coutinho comandou mais um coletivo, mesmo sem Zico, Tita e Júnior, que estavam servindo a Seleção. Os titulares vencem, por dois (Luis Pereira e Ronaldo) a um (Fumanchu).

No amistoso da Equipe Nacional, Zico (2) e Tita marcam na goleada por seis a zero sobre os paraguaios. Enquanto isso, na Gávea, uma pequena crise se fazia presente. Barrado do time titular, Rondinelli se recusa a ficar no banco.

Sem poder contar com os atletas que estavam na Seleção, o clube consegue adiar o jogo com o Volta Redonda, pela segunda rodada. Nos treinamentos, Coutinho barra Carlos Alberto e confirma Leandro como novo titular da lateral direita.

Contra o Fluminense, empate em dois a dois. Gols de Tita e Carpegianni. O novo titular Leandro foi eleito o melhor jogador em campo.

Insatisfeito com o desempenho do ataque, Coutinho ameaça barrar Nunes e Júlio César e colocar os ex juvenis Ronaldo e Édson. Os “veteranos”terão diante do Bangu a derradeira chance.

No coletivo, atuação ruim da equipe e empate de um a um com os reservas, gols de Zico e Rondinelli.

No Maracanã, o time conseguiu bater o Bangu por dois a um. Júnior e Nunes fizeram os tentos. Mais uma vez, Luis Pereira joga mal e Coutinho anuncia que ele está barrado. Marinho e Rondinelli formam a nova zaga da equipe.

Paralelamente, Tita renova seu vínculo com o clube por mais 15 meses. Ele passará a receber 350.000 cruzeiros por mês.

Na quinta rodada, mais uma oportunidade desperdiçada. Um a um com o América. Gol de Zico. Não importa quantas e quais alterações Coutinho fizesse. A equipe parecia que não se encontrava de maneira alguma.

O próprio treinador parecia perdido. Depois dessa partida, mais três mudanças foram anunciadas. Nunes, Carpegianni e Júlio César foram barrados. Adílio, Anselmo e Édson estavam escalados.

Surpreendentemente, dessa vez as mudanças parecem que foram acertadas. No coletivo, goleada dos titulares por quatro a zero (Tita, Zico, Anselmo e Édson).

Em Campos, diante do Americano, mais uma excelente vitória. Quatro a um, gols de Zico, Adílio, Tita e Anselmo. A equipe parecia retomar o fôlego e a confiança.

O compromisso seguinte era decisivo. O clássico com o Vasco. E a vitória de dois a zero (Júnior e Adílio) não só recolocou o mengo na liderança do turno (ao lado do próprio Vasco) com 10 pontos, como deixou a torcida em êxtase, acreditando cada vez mais no tetra. Faltavam três vitórias para a vaga na final.

Novamente confiantes os jogadores e os Dirigentes convocam a nação a invadir Petrópolis, para o jogo contra o Serrano. No dia da peleja, entretanto, choveu muito na cidade. O campo já era acanhado e ruim. Com a chuva, tornou-se enlameado. A serração junto com a iluminação fraca também era um problema. O Presidente Márcio Braga foi até os vestiários e perguntou se o time queria jogar mesmo naquelas condições. Segundo ele, a partida poderia ser adiada para o dia seguinte a tarde, quando a chuva deveria ter cessado e a iluminação seria melhor. Talvez confiante demais no bom momento de seus comandados, Coutinho mandou a equipe a campo.

Sem poder tocar a bola, o Flamengo se perdeu no início. Melhor adaptado a cancha e jogando fechadinho na defesa e explorando os contra ataques, o Serrano saiu na frente, com um gol de Anapolina. Depois disso, o rubro-negro passou a tentar os chuveirinhos para a área. Até conseguiu algumas finalizações, mas a noite era do goleiro Acácio, mais tarde contratado pelo Vasco. No fim das contas, derrota por um a zero e o sonho do tetra acabou ficando mais distante.

Para piorar ainda mais as coisas, Zico sofreu nova distensão e não joga mais em 80, podendo até mesmo desfalcar a Seleção Brasileira no Mundialito do Uruguai.

Para a vaga do galinho, Coutinho fica em dúvida se escala Lico ou Tita, passando Fumanchu para a ponta direita neste último caso. Depois dos treinamentos, o técnico resolve escalar Rondinelli na zaga e Fumanchu na direita.

As esperanças do Flamengo voltaram a ficar vivas depois da boa vitória de três a um sobre o Botafogo. Tita, Júnior, de pênalti e Nunes foram os autores dos tentos. No dia seguinte, os rubro-negros secaram o Vasco, que só empatou com o Fluminense. O resultado não era suficiente. A liderança seguia sendo do time de São Januário, com 13 pontos. O Flamengo vinha atrás, com 12. Agora, o fla precisava derrotar o Volta Redonda, fora de casa e torcer por um tropeço do Vasco, em casa, diante do Americano.

Em São Januário, o Americano segurou o um a um com o Vasco até o fim da partida. Aos 44, no entanto, os cruzmaltinos marcaram o segundo gol e garantiram a conquista do segundo turno e a vaga na decisão do campeonato contra o Fluminense.

Com o sonho do tetracampeonato tendo ido por água abaixo, restava acabar com dignidade a competição. Sem Zico e Tita, o Flamengo foi a Volta Redonda e venceu o time da casa por quatro a três, com gols de Nunes (2), Júnior e Leandro.

Na grande final, o Fluminense bateu o Vasco, por um a zero, gol de Edinho e conquistou o Campeonato Carioca encerrando o domínio rubro-negro no Rio de Janeiro.

No próximo texto: Os últimos jogosde 80, as férias e a pré temporada de 81. Até lá!



sexta-feira, 3 de abril de 2015

Era de Ouro do Flamengo- Taça Guanabra de 80


A Taça Guanabara de 1980

Apesar dos desfalques e de um churrasco realizado em Jacarepaguá para comemorar o título brasileiro, o Flamengo estreou com vitória na Taça Guanabara, competição que não valia pelo Campeonato Carioca, sendo um certame a parte, com apenas seis clubes. Os quatro grandes mais Americano e América, adversário inicial. Um solitário gol de Zico deu os dois primeiros pontos ao time na busca pelo Tricampeonato.

A lista de desfalques só aumentava. Marinho, com verminose estava fora do fla x flu. Carpegianni, com lesão na coxa, também. Buscando reforçar o elenco, a diretoria mandou para o Vitória o zagueiro Manguito e o meia Jorge Luís, trazendo o ponta esquerda Sivaldo e o goleiro Gélson. Com tantos problemas, Coutinho foi obrigado a lançar a prata da casa. Mozer e Vitor seriam os próximos. No coletivo, atuação ruim e empate de zero a zero com os reservas.

No clássico, com Mozer ao lado de Rondinelli na zaga, nova vitória. Dois a zero, gols de Adílio e Tita. Mozer, aliás foi eleito o melhor jogador em campo. Com o tropeço dos concorrentes, o mengo já abre dois pontos de vantagem.

O próximo compromisso seria em Campos, diante do Americano. Os cartolas passaram a temer por algum tipo de confusão no acanhado Estádio Godofredo Cruz. Carpegianni fará um teste no vestiário, para saber se reúne condições de jogo.

A semana foi agitada também nos bastidores. Primeiro, a Diretoria recusou uma proposta da Roma de 90 milhões de cruzeiros por Zico. Insatisfeito, o galinho disse que exigiria um salário de nível internacional para renovar o seu vínculo.

Depois, o passe do ponta Reinaldo foi vendido para o Universidad de Guadalajara, por 10,6 milhões. Por empréstimo até o fim do ano, chega o lateral Gilson Paulino, do Vasco.

Como já estava virando tradição, o último coletivo foi ruim. Derrota de dois a zero para os reservas, com dois gols do recém contratado Sivaldo.
Em Campos, nem o campo ruim foi capaz de parar o rubro-negro. O dois a zero, com gols de Zico e Adílio só não foi mais comemorado porque Nunes foi expulso e Rondinelli e o galinho deixaram o campo contundidos. No julgamento, o atacante acabou suspenso por duas partidas e ficou de fora do restante da competição.

Para evitar acomodações, Coutinho usou o programa Globo Repórter, exibido pela TV Globo e que falava sobre a derrota brasileira na Copa de 50. Os atletas entenderam o recado. Tanto que no coletivo, já contando novamente com Zico e Rondinelli, os titulares golearam por quatro a zero (Zico, duas vezes, Júnior e Júlio César).

Uma vitória frente ao Botafogo já seria suficiente para garantir o título com uma rodada de antecipação. Luisinho das Arábias abriu o placar, mas o alvinegro conseguiu chegar a igualdade e adiou a volta olímpica.

A situação ainda era muito cômoda. O Flamengo tinha sete pontos e enfrentaria o Vasco. O Americano, tinha cinco e receberia o América. Mesmo que o fla fosse derrotado e a equipe de Campos vencesse, ainda haveria um jogo extra, no Maracanã.

A fim de tumultuar o ambiente, o Vasco apresenta uma proposta de 120 milhões de cruzeiros por Zico. Márcio Braga rechaça com a habitual ironia. Enquanto isso, mais um reforço se aproxima da Gávea. O Flamengo consegue a prioridade para contratar o jovem meia Peu, destaque do CSA de Alagoas.

No último coletivo antes do clássico dos milhões, vitória dos titulares por dois a um. Luisinho e Tita marcaram para a formação inicial e Vitor descontou.

Na véspera do jogo, uma notícia ruim. Zico, com lesão na coxa estava fora da decisão. O craque teria que passar por exames na segunda feira para avaliar o grau da contusão e se ele poderia ir com os companheiros para a nova excursão a Europa.

Flamengo 0x0 Vasco

De camisa branca, o Flamengo jogou com Cantarele, Carlos Alberto, Rondinelli, Mozer e Júnior, Andrade, Carpegianni e Adílio. Tita, Luisinho e Júlio César. Jogando pelo empate e sem sua maior estrela, o rubro-negro começou sem forçar muito o ataque, tocando apenas a bola. E se no Maracanã nada acontecia de bom, em Campos o Americano fazia um a zero no América.

A partir dos 30 minutos, vendo que o Flamengo não sairia para o jogo, o Vasco passou a atacar mais. Roberto cobrou uma falta para boa defesa de Cantarele. Aos 37, Guina deu bom toque para Catinha, nas costas de Júnior. O ponteiro bateu rasteiro, forte. O goleiro rubro-negro fez a defesa com os pés.

O fato é que o primeiro tempo foi muito chato, com pouquíssimos momentos que se salvaram.

Na volta do vestiário, Coutinho disse ao repórter Raul Quadros, da TV Globo que o time precisava se agrupar mais em campo e tomar mais cuidado com a marcação a Catinha, explicitando o problema do lado esquerdo de sua defesa.

Aos dois minutos, houve falha do lado direito a defesa rubro-negra. Marco Antonio cobrou uma falta lateral na área. Adílio errou a cabeçada e a sobra ficou com Zandonaide que chutou para boa defesa de Cantarele.

A torcida, presente em número muito superior a do adversário, bem que tentava ajudar gritando “mengo, mengo”. Mas o time não correspondia em campo e o domínio vascaíno era cada vez maior. Tanto que Coutinho mexeu cedo, logo aos nove minutos, colocando Anselmo na vaga de Luisinho.
Aos 12, Catinha passou como quis por Júnior e cruzou. Rondinelli afastou e Andrade tinha a bola dominada, mas escorregou e perdeu-a para Guina, que entrou na área e finalizou. Canterele espalmou. Mozer cortou para o alto. Porém, a pelota ganhou altura e não distância. Quando caiu, Guina cabeceou no travessão. Finalmente, Mozer afastou o perigo, jogando a redonda para escanteio. Enquanto isso, em Campos, o Americano marcava seu segundo gol e colocava mais pressão ainda sobre o clube da Gávea.

Com mais gente no meio de campo, o Flamengo conseguiu equilibrar a partida. Anselmo não ficava parado entre os zagueiros. Ele revezava com Tita na função de comandante de ataque. Aos 25 minutos, a primeira chance do fla em todo o jogo. Júlio César soltou uma bomba cruzada, de fora da área. Mazaropi teve que se esticar todo para fazer a defesa. Dois minutos depois, foi a vez de Tita arriscar de longe e o goleiro agarrar em dois tempos. O caminho parecia ser esse. Aos 29, foi a vez de Carpegianni bater de longe e assustar o arqueiro cruzmaltino.

Aos 41, nova e derradeira chance do Vasco. Orlando cobrou escanteio de três dedos. Guina desviou e Wilsinho cabeceou como manda o figurino. Para baixo, forte. Cantarele foi junto a trave direita e fez excepcional defesa para garantir o título.

Com o empate, mesmo jogando mal, o Flamengo conquistou o Tricampeonato da Taça Guanabara. O triunfo só não foi mais celebrado porque não dava vaga na final do Estadual. E como veremos a seguir, isso faria falta ao rubro-negro.





A Era de Ouro do Flamengo- Carioca de 80, Primeiro Turno


Carioca 80- Primeiro Turno

A estréia no primeiro turno foi diante do Bonsucesso, no Maracanã. A equipe jogou em ritmo de treino, sentindo o desgaste da viagem a Europa. O dois a zero, gols de Nunes e Júlio César ocorreu em ritmo de treino.

Na Gávea, a semana foi agitada. Primeiro Fumanchu se apresentou para aumentar o poderio ofensivo do time e reeditar com Nunes a parceria que tanto sucesso fez no Santa Cruz e no Fluminense. Coutinho comemorou a chegada dele e de Luis Pereira, dizendo que tinha em mãos “um senhor elenco”. O treinador foi além, para ele, “Com a chegada de Pereira, caminhamos a passos largos para tomar o lugar do Santos no futebol brasileiro e mundial”.

Sem Carpegianni, vetado pelo Departamento Médico, o Flamengo voltou ao Maracanã para enfrentar o Niterói. Como era esperado, veio uma avalanche de gols. Sete a um. Zico marcou quatro vezes. Tita, outras duas. Nunes completou o massacre. O detalhe dessa partida foi a presença de Luis Pereira. O defensor assistiu ao jogo de uma cabine de rádio e estava radiante com a boa fase do time. Sua estréia ia acontecer na terceira rodada, no clássico frente o Fluminense.

Para entrosar a nova dupla de zaga, Rondinelli e Luis Pereira, Coutinho marcou um coletivo. A vitória foi dos reservas por três (dois de Anselmo e Lico) a dois (Zico e Adílio). Pior, o novo defensor esteve mal. Lento, sem ritmo de jogo e foi batido constantemente. O técnico tratou logo de minimizar a má atuação, exaltando sua experiência e liderança.

No domingo, um Maracanã repleto de rubro-negros esperava ver o novo zagueiro parar Cláudio Adão. Não foi o que aconteceu. O empate de um a um, gol de Júlio César acabou sendo um prêmio para o Flamengo, que foi dominado pelo tricolor. Pereira esteve discreto e não comprometeu. Nunes acabou expulso e Tita contundido. A equipe perdia o seu primeiro ponto na competição.

Graças a tabela elaborada pelos cartolas, o mengo jogaria novamente no Maracanã, desta vez diante do Americano. O time de Campos já havia provado na Taça Guanabara que não deveria ser menosprezado. Sem Nunes, Tita e Carpegianni, o time não se encontrou em campo e o empate, em dois a dois (Adílio e Zico) acabou sendo justo. Coutinho teve que mexer muito na estrutura da equipe e escalou Lico no meio, Adílio na ponta direita e Anselmo no comando do ataque. Com tantas alterações, o tropeço foi considerado normal.

Julgado pelo Tribunal, Nunes pegou dois jogos de gancho. Com isso o juvenil Ronaldo deve jogar como centroavante e formar o ataque junto com Adílio e Anselmo, já que Fumanchu foi regularizado, mas vetado por estar com dores na virilha.

Na quinta rodada, a primeira viagem. O fla foi a Campos, pegar o Goytacaz. Uma magra vitória de um a zero, com gol de Ronaldo e com Raul garantindo o resultado lá atrás. Foi o suficiente para que uma chuva de críticas começasse a cair sobre o time.

E o panorama ainda ficaria pior, para o compromisso com o Volta Redonda, no Raulino de Oliveira, Coutinho não poderia contar com Zico e Júnior (servindo a Seleção). Em compensação, Nunes estaria de volta e Fumanchu estava liberado para fazer a sua estréia.

Novamente a equipe foi muito mal. Dominado pelo adversário durante todo o jogo, o rubro-negro se garantiu nas defesas milagrosas de Raul e no solitário gol de Luis Pereira para garantir mais dois pontos.

Havia uma grande expectativa para a volta de Carpegianni no clássico com o América. No teste para saber se jogaria ou não o gaúcho acabou vetado. Vitor entrou em seu lugar e deu outra cara ao meio de campo da equipe. A vitória de dois a zero, gols de Nunes e Fumanchu ficou em segundo plano. Só se falava na grande atuação do cabeça de área que deve ser mantido no onze titular.

A sorte parecia voltar a sorrir para o Flamengo. Na oitava rodada, vitória em cima do Olaria, fora de casa, por dois a zero (Adílio e Zico). Melhor ainda, no Maracanã o Vasco tropeçou diante do Volta Redonda (0x0) e agora divide a liderança do turno com o grande rival.

O compromisso seguinte foi diante do Bangu, em Moça Bonita. E aí, veio o tropeço fatal. Derrota de um a zero. No clássico da rodada, o Fluminense bateu o Vasco, por dois a um e assumiu a liderança, um ponto a frente de Flamengo e Vasco. Para sonhar com o título, o rubro-negro precisava vencer os quatro jogos restantes e torcer por um resultado ruim do tricolor. A situação estava complicada.

Na rodada seguinte, vitória contra o Serrano, em casa, por quatro a dois. Zico (2), Rondinelli e Adílio marcaram. Mas apesar de voltar à liderança provisória, com um jogo a mais que o Flu, o que chamou mesmo a atenção foi a quantidade de erros defensivos, diante de um adversário fraco.

Tita, recuperado de lesão diz que só entra em campo se renovar contrato. Sem ele, o Flamengo empata com o Botafogo em um a um, gol de Zico. O galinho, aliás acabou expulso numa jogada com Perivaldo e não pega o Campo Grande.

Os demais resultados da rodada foram América 1x0 Fluminense e Americano 1x2 Vasco. Com isso, o Vasco lidera com 18 pontos. Flamengo e Botafogo (com um jogo a mais) vem a seguir, com 17. O Bangu vem em quarto, com dezesseis e o Fluminense em quinto, com 15. Faltavam apenas duas rodadas para o fim do turno.

Pensando em contar com Zico, o clube planeja adiar o julgamento do galinho. Se o camisa 10 não puder mesmo jogar, Coutinho quer escalar Tita, colocando Fumanchu na ponta. Mas pra isso, depende de um acerto da Diretoria com o meia. Luis Pereira segue sendo massacrado por suas atuações ruins.

Na décima segunda rodada, mesmo jogando no Maracanã, o rubro-negro não passa de um zero a zero com o Campo Grande, resultado que praticamente o deixa fora da disputa pelo título do primeiro turno. Perguntado sobre a queda de rendimento da equipe, Coutinho diz não saber o que está havendo, mas que confia na volta por cima no returno.

Para completar, no dia seguinte o Vasco vence o Bangu por um a zero e elimina o Flamengo.

Zico, julgado pelo Tribunal, pega apenas um jogo de suspensão e está liberado para enfrentar o Vaso, na última rodada.

O zero a zero no clássico dos milhões mostra bem o momento ruim vivido pelo time da Gávea. Como o Fluminense venceu o Americano em Campos (1x0), Vasco e Fluminense vão se enfrentar em um jogo extra pelo título do primeiro turno. Pela primeira vez, desde 78 e sete turnos, mais a Taça Guanabara de 80, não seria o Flamengo a dar a volta olímpica.

A partida extra terminou empatada em um a um, após 120 minutos de futebol. Nos pênaltis, deu Fluminense.

No próximo texto: O Segundo turno Do Carioca de 80. Até lá!



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