Acervo

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A primeira vez do Internacional- Campeonato Paulista de 1907


Dois novos times foram admitidos para o Campeonato de 1907. O Americano, fundado em Santos(mas que se trensfirira para São Paulo, onde morava a maioria dos seus sócios) e Clube Atlético Internacional, de Santos, que passou para a história como o primeiro clube de fora da capital a disputar a competição.
Contando com dois excepcionais artilheiros, Léo e Ormundo, o outro Inter, o SC Internacional, conquistou seu primeiro título, e de maneira invicta.
Artilheiros
Léo, do SC Internacional, com 8 gols
Ormundo, do SC Internacional, com 6 gols
Andrade e Aquino, ambos do Americano, com 5 gols
Curiosidades
-Rubens Sales, que se tornaria um dos maiores nomesdo futebol Paulista, estreou em 1907, na equipe principal do Paulistano, jogando como "half" esquerdo.
-A partida entre São Paulo Athletic e CA Internacional, válida pela última rodada da competição, acabou não sendo realizada.

Colocação Final
1-SC Internacional- 17pg-10j-7v-3e-0d-24gp-7gc- +17sg
2- Americano- 11pg-10j-4v-3e-3d-20gp-17gc- +3sg
3-Paulistano- 11pg-10j-5v-1e-4d-14gp-15gc- -1sg
4- Germania- 9pg-10j-4v-1e-5d-18gp-17gc- +1sg
5- São Paulo Athletic- 6pg-9j-2v-2e-5d-11gp-16gc- -5sg
6- CA Internacional- 4pg-9j-1v-2e-6d-7gp-22gc- -15sg
O jogo do Título
SC Internacional 3x3 Germania
Data 20-10-1907 Local Velódromo Árbitro Macedo Soares
Gols Arnold e Gerhardt no primeiro tempo. Friese, Ormundo, Léo e Dinorá(penalti) no segundo tempo.
SC Internacional. Mário, Gutta e Nicolau, J.Prado, M.Prado e J.Carvalho, Einfuhrer, Léo, Leite, Ormundo e Quartim
Germania. Willis, Tommy e J.Vaz Porto, Marques, Thiele e Muus, Kirschner, Fuller, Gerhardt, Arnold e Friese
Obs. O SC Internacional só garantiu o título no dia 01-11-1907, com a vitória do Germania, por 3x1, sobre o Americano, em partida realizada no Velódromo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Campeonato Carioca de 1906- O Fluminense é o primeiro campeão



O Resumo do Campeonato
A primeira partida ocorreu no dia 3 de Maio. No campo do Fluminense, localizado na Rua Guanabara, o Tricolor e o Paysandu se enfrentaram. Mais experiente, o flu goleou por 7x1.
Vale destacar as presenças de autoridades e da aristocracia nas partidas durante a competição. Uma das presenças mais ilustres foi a do Barão do Rio Branco, no jogo entre Fluminense e Rio Cricket.
Disputaram o campeonato 6 equipes. Fluminense, Paysandu, Rio Cricket, Botafogo, Bangu e Football e Athletic. Todos jogavam contra todos em turno e returno. O Campeão seria quem somasse o maior número de pontos.
Seriam dados aos vencedores as Taças Municipal e Colombo. O Fluminense, que contava com um time basicamente formado por jogadores Ingleses, não teve dificuldades para conquistar o título.
Um fato curioso foi que não registrou-se nenhum empate nas 30 partidas da primeira divisão.
O América, um dos fundadores da Liga Metropolitana de Futebol, não tinha muito prestígio junto a entidade, consequencia de suas instalações precárias e time fraco. com isso, foi obrigado a disputar a segunda divisão, junto com Riachuelo e Colégio Latino-Americano.
Na decisão, o Riachuelo goleou o América por 5x1 e ganhou o direito de disputar a primeira divisão em 1907.
Tabelão do Campeonato
03-05- Fluminense 7x1 Paisandu
Local Laranjeiras Árbitro F.C Morton Gols Horácio (3), Emile Etchegaray (2), Edwin Cox, W. Murray (contra) e Caywood Heargreaves
Fluminense Walter, Victor Etchegaray e Salmond, Buchan, Naegely e Gulden, Duque Estrada, Horácio, Edwin Cox, Emile Etchegaray e Frias
Paisandu J.Freeland, Jack Robinson e W.Murray, Edgard Pullen, H.Freeland e Wood, Caywood Robinson, C.Hargreaves, Cruckshank, G.H Pullen e J.Hampshire

06-05- Rio Cricket 7x0 Football e Athletic
13-05- Fluminense 8x0 Botafogo
Local Laranjeiras Árbitro F.C Morton Gols Horácio (3), Buchan, Gulden, Duque Estrada, Edwin Cox e Frias
Fluminense Walter, Victor Etchegaray e Salmond, Buchan, Gulden e Clyto Portella, Duque Estrada, Horácio, Edwin Cox, Emile Etchegaray e Frias
Botafogo Álvaro, Otávio Werneck e João Leal, Raul, Antonio Rodrigues e Adhemaro delamare, Norman Hime, Flávio Ramos, Ataliba Sampaio, Gilbert Hime e Rolando

20-05- Bangu 3x1 Football e Athletic
27-05- Botafogo 1x0 Bangu
03-06- Botafogo 1x5 Paisandu
10-06- Bangu 0x4 Fluminense
Local Rua Ferrer Árbitro L.C Cruckshank Gols Horácio(2), Edwin Cox e Frias
Bangu Ernest Coggin, William Hellowell e James Hartley, Segundo Maffeu, John Farrington e Tom Harrison, César Bochialini, Alexander Leigh, Charles Hill, Robert Cross e Fred Jaques
Fluminense Walter, Victor Etchegaray e Salmond, Buchan, Gulden e Clyto Portella, Nestor Sampaio, Horácio, Edwin Cox, Emile Etchegaray e Frias

17-06- Rio Cricket W.O x Paysandu
24-06- Football e Athletic 0x7 Bangu
01-07- Botafogo 3x1 Rio Cricket
08-07- Bangu 0x3 Paysandu
08-07- Botafogo 5x0 Football e Athletic
14-07- Fluminense 7x0 Football e Athletic
Local Laranjeiras Árbitro Macedo Soares Gols Horácio (2), Edwin Cox (2), Frias(2)e Gulden
Fluminense Walter, Victor Etchegaray e Salmond, Buchan, Gulden e Clyto Portella, Nestor Sampaio, Horácio, Edwin Cox, Emile Etchegaray e Frias
Football e Athletic j.Maragliano, Luiz Maia e Herbert Ellis, Heitor Paranhos, César Paranhos e Gastão Leite de Andrade, Ademar Faria, John Walmsley, Júlio Carner, Arnaldo Cerqueira e Carlos Rodrigues

15-07- Bangu 3x2 Botafogo
22-07- Football e Athletic 0x6 Paisandu
22-07- Rio Cricket 1x0 Bangu
05-08- Fluminense 1x3 Paisandu
Local Laranjeiras Árbitro F.Malta Gols Horácio, Wood (2) e Caywood Robinson
Fluminense Walter, Victor Etchegaray e Salmond, Buchan, Gulden e Clyto Portella, Jorge Portella, Horácio, Edwin Cox, Emile Etchegaray e Frias
Paisandu L.C Cruckshank, Jack Robinson e W.Murray, Edgard Pullen, Tom Robinson e H.Freeland, Caywood Robinson, Yeats, Wood, G.H. Pullen e J.Hampshire

12-08- Fluminense 2x1 Rio Cricket
Local Laranjeiras Árbitro Frank Robinson Gols Frias, Edwin Cox e Vero
Fluminense Walterman, Victor Etchegaray e Salmond, Buchan, Gulden e Oscar Cox, Osvaldo Gomes, Horácio, Edwin Cox, Emile Etchegaray e Frias
Rio Cricket A.Stutfield, E.Gothal e Riether, F.C.Morton, James Calvert e Brooking, Millar, Stanischofski, Mutzembecker, Vero e Garton

19-08- Paysandu 4x1 Botafogo
02-09- Paisandu 0x2 Rio Cricket
09-09- Fluminense 11x0 Football e Athletic
Local Laranjeiras Árbitro A.Krischub Gols Horácio (4), Edwin Cox (3),Buchan (2) e Emile Etchegaray (2)
Fluminense Walterman, Victor Etchegaray e Salmond, Buchan, Gulden e Álvaro Macedo, Carlos Macedo, Horácio, Edwin Cox, Emile Etchegaray e Frias
Football e Athletic Luiz Maia, Hildebando Paranhos e Herbert Ellis, César Paranhos, Luiz Steel e Ademar Faria, Átila Aché, M.Paranhos, Rocha Gomes, Arnaldo Cerqueira e Edgard Figueira

16-09- Paisandu W.O x Bangu
23-09- Football e Athletic 1x5 Botafogo
23-09- Bangu 0x4 Rio Cricket
30-09- Botafogo 0x6 Fluminense
Local Laranjeiras Árbitro Rocha Gomes Gols Edwin Cox (3), Emile Etchegaray, Frias e Otávio Werneck (Contra)
Botafogo Álvaro, Otávio Werneck e A.Soares, Raul, Macedo Soares e Bernaud, Norman Hime, Flávio Ramos, Ataliba Sampaio, Gilbert Hime e Lulu
Fluminense Walterman, Vitor Etchegaray e Salmond, Gulden, Buchan e Nestor Macedo, Oscar Cox, Horácio, Edwin Cox, Emile Etchegaray e Frias

07-10- Rio Cricket 6x0 Botafogo
12-10- Paisandu 2x0 Football e Athletic
14-10- Rio Cricket 1x4 Fluminense
Local Icaraí Árbitro John Robinson Gols Horácio (2), Edwin Cox (2) e Horácio (contra)
Fluminense Walterman, Victor Etchegaray e Salmond, Buchan, Gulden e Araújo, Osvaldo Gomes, Horácio, Edwin Cox, Emile Etchegaray e Frias
Rio Cricket A.Stutfield, E.Gothal e Riether, Garton, F.C.Morton e James Calvert, Milar, Stanischofski, Mutzembecker, MacEwen e Tate

21-10- Fluminense 2x0 Bangu
Local Laranjeiras Árbitro Jack Robinson Gols Horácio e Edwin Cox
Fluminense Walterman, Victor Etchegaray e Salmond, Buchan, Gulden e Araújo, Osvaldo Gomes, Horácio, Edwin Cox, Emile Etchegaray e Frias
Bangu Manoel Maia, William Hellowell e James Hartley, Ernest Coggin, John Farrington e Tom Harrison, William Hall, Jonh McPhail, Robert Cross e Dante Delochi

28-10- Football e Athetic W.O x Rio Cricket

Artilheiro
Horácio, do Fluminense, com 18 gols
Colocação Final
1- Fluminense 18 pg- 10 j- 9 v- 0 e- 1 d- 52 gp- 6 gc- +46 sg
2- Paisandu- 14 pg- 10 j- 7 v- 0 e- 3 d- 26 gp- 12 gc- +14 sg
3- Rio Cricket- 12 pg- 10 j- 6 v- 0 e- 4 d- 23 gp- 9gc- +14 sg
4- Botafogo- 8 pg- 10 j- 4 v- 0 e- 6 d- 18 gp- 34 gc- -16 sg
5- Bangu- 6 pg- 10 j- 3 v- 0 e- 7 d- 13 gp- 18 gc- -5 sg
6- Football e Athletic- 2 pg- 10 j- 1 v- 0 e- 9 d- 2 gp- 55 gc- -53 sg

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Paulista de 1906- Germania é campeão em torneio esvaziado por abandonos


O Campeonato de 1906 foi um dos mais curtos da história. O Mackenzie teve que retirar seu time no meio da competição por ordem da matriz do Colégio, nos EUA. O outra hora todo poderoso São Paulo Athletic, abandonou, envergonhado com sua pífia campanha. Já o AA das Palmeiras foi eliminado do campeonato, por ter, supostamente cobrado ingressos em suas partidas.
Com tantos percalços, o Germania foi o mais regularo dos que seguiram na competição e conseguiu abocanhar seu primeiro título. Essa conquista vei coroar a carreira de Friese, imigrante alemão, que foi um dos melhores jogadores da década no Brasil.

Artilheiro
Fuller (Germania) com 4 gols

Curiosidades
Em 09-04-06, a Liga Paulista de Foot-Ball, em assembléia extraordinária, definiu seus estatutos. Antes tarde do que nunca!
Em 10-07-06, ex-sócios Brasileiros do Germania fundaram o Clube Atlético e Recreativo Ipiranga. Os fundadores do novo clube acusavam o Germania de fazer política exclusivsita, preferindo os Alemães aos Brasileiros.

Classificação Final
1- Germania- 10pg-6j-5v-0e-1d-14gp-5gc- +0sg
2- Internacional- 8pg-6j-4v-0e-2d-11gp-8gc- +3sg
3- Mackenzie- 3pg-6j-1v-1e-4d-8gp-11gc- -3sg
4- Paulistano- 3pg-6j-1v-1e-4d-4gp-13gc- -9sg

O jogo do título
Germania 2x0 Paulistano
Data 29-07-06 Local Velódromo Árbitro Aquino Gols Fuller e Thiele
Germania. Hautschick, Tommy e A.Vaz Porto, Kirschner, Bugner e Arnold, Einfuhrer, Thiele, Friese, Fuller e F.Vaz Porto
Paulistano. Brito, Cajado e Benjamin, Fábio, Tutu e Maneco, Álvaro Rocha, Cássio, Vevé, Luiz e Passos

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Paulista de 1905- Enfim, o Paulistano é campeão


Finalmente, depois de 3 vice-campeonatos seguidos, o Paulistano conseguiu conquistar o título de Campeão Paulista em 1905. Porém, parecia que eles não estavam preparados para tal glória.
Em Outubro, com o título já garantido, o centro-médio Jorge Mesquita tentou ser eleito capitão da equipe, para receber o novo troféu. Como não foi eleito, Mesquita deixou o clube, junto com outros companheiros, transferindo-se para o Palmeiras.
No dia 01-11, o Paulistano foi enfrentar o Mackenzie sem oito titulares. O time foi formado com jogadores de divisões de base e até veteranos que já não mais jogavam. O time preferiu não tirar nenhum jogador do segundo quadro, que, no mesmo dia, decidia o título de sua divisão contra o Mackenzie. Vale ressaltar, que mesmo com todos os desfalques, o Paulistano venceu por 2x0, com dois gols de Vevé.

Artilheiros
Friese (Germania) com 14 gols
Fuller (Germania), Ruffin (Mackenzie) e Vevé (Paulistano) com 7 gols

Curiosidade
O uniforme do Mackenzie era composto por camisas vermelhas, shorts brancos e ...gravatas brancas!

Colocação Final
1- Paulistano- 16pg-9j-7v-2e-0d-20gp-3gc- +17sg
2- Germania- 13pg-10j-5v-3e-2d-30gp-16gc- +14sg
3- Internacional- 11pg-10j-4v-3e-3d-15gp-19gc- -4sg
4- São Paulo Athletic- 8pg-10j-4v-0e-6d-16gp-26gc- -10sg
5- Mackenzie- 7pg-10j-3v-1e-6d-27gp-27gc- 0sg
6- AA das Palmeiras- 3pg-9j-1v-1e-7d-10gp-27gc- -17sg

Jogo do Título
Paulistano 2x0 Internacional
Data 22-10-05 Local Velódromo Gols Vevé (2)
Paulistano. Pederneiras, Urbano e Guilherme Rubião, Sálvio, Mesquita e Raúl, Plínio, Vevé, José Rubião, Ibanez e Mário Egídio
Internacional. Osório, Mário e Gutta, Juvenal Prado, Argemiro e J.Carvalho, Ormundo, Tross, Armando, Leonidas e Cross

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Campeonato Paulista de 1904- A sina do jogo extra continua

1904, foi o ano do primeiro Tricampeão Paulista da hisstória. O São Paulo Athletic venceu mais uma vez a competição e conquistou em definitivo a Taça Casemiro da Costa.
Novamente, São Paulo e Paulistano terminaram a competição empatados no primeiro lugar. Ambos tiveram oito vitórias e empataram as duas partidas que disputaram. Lembrando que o Campeonato deste ano foi disputado por 6 equipes, as 5 que já vinham desde 1902 disputando a competição e o estreante AA das Palmeiras, que acabou na lanterna.Os confrontos entre os dois líderes aconteceram no dia 19-06-04 1x1 no Velódromo e no dia 24-07-04 0x0, também no Velódromo.
No jogo desempate, realizado em 30-10-04, no Velódromo, o São Paulo venceu por 1x0 com gol de Duff. A sina de vencer todos os jogos desempate sobre o adversário era mantida.

Artilheiros
Charles Miller (São Paulo Athletic) e Boyes (São Paulo Athetic) com 9 gols

Curiosidade
Reprodução de uma nota publicada em um jornal da Capital Paulista. "As casas Clark e Fuchs ofereceram, cada qual, uma bola para o jogo decisivo. Naturalmente, ambas serão usadas, sendo empregada uma em cada half-time."

Colocação Final(Após o jogo desempate)
1- São Paulo Athletic 20pg-11j-9v-2e-0d-29gp-4gc- +25sg
2- Paulistano- 18pg-11j-8v-2e-1d-20gp-6gc- -14sg
3- Internacional- 12pg-10j-6v-0e-4d-22gp-17gc- +5sg
4- Mackenzie- 6pg-10j-3v-0e-7d-11gp-21gc- -10sg
5- Germania- 4pg-10j-2v-0e-8d-10gp-18gc- -8sg
6- AA das Palmeiras- 2pg-1v-0e-9d-7gp-33gc- -26sg

O Jogo Decisivo
São Paulo Athletic 1x0 Paulistano
Data 30-10-04 Local Velódromo Árbitro Friese Gol Duff, no primeiro tempo
São Paulo Athletic. W.Holland, Jeffery e Hodgkiss, MacEwan, Robinson e Wright, Robottom, Boyes, Duff, Sadler e Charles Miller
Paulistano. Tutu, José Rubião e Guilherme Rubião, Áureo, Mesquita e Raul, Plínio, Álvaro Rocha, Ibanez, Sampaio e Joaquim.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Campeonato Paulista de 1903- A primeira polemica


O Campeonato de 1903 foi disputado pelos mesmos clubes do ano anterior. Novamente, São Paulo Athletic e Paulistano terminaram a competição empatados, o que provocou um jogo-extra para se decidir o Campeão.
Nesta partida, a arbitragem de Egídio de Souza Aranha gerou protestos da equipe do Paulistano. Ele teria deixado de dar um penalti claro a favor do Clube da Rua da Consolação e, pior, encerrou a partida aos 28 minutos do segundo tempo(o regulamento previa dois tempos de 35 minutos).
Revoltados, os dirigentes do Paulistano apelaram a Liga Paulista, que reconheceu o erro do árbitro mas manteve o resultado e o título do São Paulo Athletic, que se tornava assim o primeiro Bicampeão Paulista da historia.
Curiosidades
Uma das partidas entre Paulistano e São Paulo Athletic teve seu início atrasado em mais de 30 minutos. Um dos jogadores do São Paulo se dirigia ao Estádio, já devidamente uniformizado, quando foi parado por um Policial. Sem conseguir explicar sua situação, pois pouco falava Portugues(ele era Ingles), o atleta acabou sendo detido por "circular em trajes carnavalescos, fora de época, ofensivos ao pudor por deixarem a mostra as pernas em público, no centro da cidade." Preocupados com a demora do jogador, os dirigentes ligaram para hospitais e para a polícia,localizando-o na Delegacia Central. Explicaram o mal-entendio e, ele pode se dirigir ao campo de jogo.
A primeira equipe a marcar 5 gols em uma partida foi o Paulistano,ao golear o Internacional, por 5x0, no dia 28-06-03
Artilheiros
Álvaro Rocha(Paulistano) e Boyes(São Paulo Athletic)com 4 gols
Colocação Final(Após o jogo extra)
1-São Paulo Athletic- 15pg-9j-7v-1e-1d-23gp-6gc- +17sg
2- Paulistano- 13pg-9j-6v-1e-2d-15gpc-6gc- +9sg
3- Mackenzie- 7pg-8j-3v-1e4d-10gp-8gc- +2sg
4- Internacional- 4pg-8j-2v-0e-6d-8gp-27gc- -19sg
5- Germania- 3pg-8j-1v-1e-6d-8gp-17gc- -9sg
O Jogo do Título
São Paulo Athletic 2x1 Paulistano
Data 25-10-03 Local Rua da Consolação Árbitro Egídio de Souza Aranha
Gols Poole e Thiers(contra), Álvaro Rocha
São Paulo Athletic. W.Holland, Jeffery e Hodgkiss, Biddel, Robinsone Duff, Montandon, Boyes, Charles Miller, King e Poole
Paulistano Pederneiras, Geraldo e Thiers, Renato, Olavo e Tutu, Ibanez, Álvaro Rocha, Mesquita, Sampaio e João.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Campeonato Paulista de 1902


Caros leitores, depois de algum tempo sem atualizações por falta de tempo deste que vos escreve, estamos de volta. E logo com a historia completa dos dois maiores Campeonatos Estaduais do país. O Paulista e o Carioca. Espero que gostem dessa nova série e, em breve, estaremos de volta com os jogos historicos e outras postagens.

O início
Em 1899, o Mackenzie criou sua equipe de futebol. Um ano depois, recebeu um convite para um amistoso do Internacional(de São Paulo mesmo, não confundir com o Gaúcho ou com o de Limeira). A partida ocorreu no dia 16-03-00, na Chácara Dulley, no Bom Retiro. A parte curiosa fica por conta do uso de barbantes como travessões. O que importa é a vitória de 2x1 do Internacional.
Em 1901, o Paulistano(Clube que havia sido criado apenas para o Ciclismo) cria um Departamento de Futebol. Começa-se a cogitar a criação de uma Liga.
Em 19-12-01, São Paulo Athletic, Paulistano, Germania(atual Pinheiros), Mackenzie e Internacional fundam a Liga Paulista de Futebol.E, com ela, combina-se para o ano seguinte o primeiro campeonato Paulista.
O Campeonato
Foi disputado de Maio a Outubro, para que se fugisse dos meses de maior calor. Haviam 3 campos para a comeptição. Um no Parque Antártica(não na mesma localização do atual), outro na Chácara Dulley e um terceiro na Rua da Consolação.
O regulamento era bem simples e previa que todos jogassem contra todos em ida e volta. Quem somasse o maior número de pontos seria o campeão. São Paulo Athletic e Paulistano acabarm empatados, com 12 pontos ganhos, o que forçou a realização de um jogo extra para se definir quem levaria a Taça Casemiro da Costa.
Aproveitando-se da maior experiencia dos jogadores Britanicos, o São Paulo Athletic venceu por 2x1 e sagrou-se o primeiro Campeão Paulista da historia.
Curiosidades
Eppinghaus, do Mackenzie, foi o uator do primeiro gol da histria do Paulistão. Ele marcou na partida de abertura da comeptição, ocorrida em 03-05-02, no Parque Antártica, na vitória do seu time sobre o Germania, por 2x1.
O primeiro 0x0 ocorreu no jogo de núemero 11, no dia 24-08-02, entre São Paulo Athletic e Internacional, na Chácara Dulley.
No Estádio da Rua da Consolação, que pertencia ao Paulistano, havia uma placa que dizia "É expressamente proibido vaiar."
Artilheiro
Charles Miller (São Paulo Athletic), com 10 gols
Colocação Final(Após o jogo extra)
1- São Paulo Athletic- 14 pg-9j-6v-2e-1d-23gp-6gc- +17sg
2- Paulistano- 12 pg-9j-5v-2e-1d-15gp-10gc- +5sg
3- Mackenzie- 9pg- 8j-3v-3e-2d-13gp-15gc- -2sg
4- Germania- 4pg-8j-1v-2e-5d-5gp-15gc- -10sg
5- Internacional- 3pg-8j-ov-3e-5d-4gp-14gc- -10sg
O Jogo Decisivo
São Paulo Athletic 2x1 Paulistano
Data. 26-10-02 Local. Rua da Consolação Árbitro Egídio De Souza Aranha
Gols Charles Miller (2) e Álvaro Rocha
São Paulo Athletic. W. Jeffery, George Kenworthy e Albert Kenworthy, Biddel, Wucherer e Heyecok, Brough, Charles Miller, Boyes, Montandon e Blacklock.
Paulistano. Tutu, Thiers e Guilherme Rubião, E.Barros, Olavo de Barros e Renato, B.Cerqueira, J.Marques, Álvaro Rocha, Ibanez e O.Marques

Entrevista no Ortodoxo e Moderno

Ola vc que é apaixonado por história do futebol!

Daniel Leite do blog Ortodoxo e Moderno, me convidou para responder umas perguntas sobre o Futebol Ingles.
Obrigado pelo convite.
Para ler clique aqui http://is.gd/fku4o

domingo, 25 de abril de 2010

Os jogos do meu acervo-1957

Olá leitores. Estamos de volta com a série Os jogos do meu acervo. Desrav vez, vamos falar do ano de 1957(já que infelizmente, não tenho nenhuma partida de 1956).
Este ano de véspera de Copa do Mundo também não é dos mais recheados. Possuo apenas uma partida de 57.
Trata-se da final da FA Cup. O jogo reuniu Aston Villa e Mancehester United. A partida em si, foi bem pobre. Os dois times ainda atuavam no 3-2-2-3 ou seja, o famoso WM. O Manchester já contava com o craque Bobby Charlton. Mas quem levou a melhor na decisão foi o Villa.
O placar final, e justo diga-se de passagem, foi 2x0 para o Aston Villa.
Em breve retornaremos com o ano de 1958 e, principalmente, com o capítulo sobre a Copa do Mundo de 1958, na Suécia.
Abraços a todos e espero que tenham gostado de mais esse post.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Os jogos do meu acervo-1955

Mais uma vez vamos falar sobre os jogos do meu acervo. Desta vez o assunto é o ano de 1955. São duas partidas, ambas comentadas abaixo.
Final da FA Cup entre o Tradicional Newcastle e o Manchester City. Não foi uma boa partida. O City foi prejudicado logo no início do jogo, quando um jogador seu se lesionou. Como não eram permitidas substituições, o time foi obrigado a jogar, por quase toda a partida, com 10 homens.
Problemas a parte, o Newcastle foi superior e mereceu vencer. O placar final foi de 3x1, mas poderia ter sido maior.

A outra partida que possuo desse ano, é um grande amistoso entre duas potencias do futebol Europeu. A atual campeã do mundo, Alemanha Ocidental recebeu a bi-camepeã Itália. A Azzurra fez 1x0. Os Alemães empataram. Mas a Itália esteve sempre melhor na partida e, ainda no primeiro tempo, fez 2x1.
Nos 45 minutos finais, a Seleção Italiana seguiu melhor, porém o resultado não se alterou. Resultado final, Alemanha Ocidental 1x2 Itália. Estava carimbada a faixa de campeã mundial Alemã...

Em breve, retornaremos com os jogos do meu acervo de 1957(não tenho nenhuma partida de 1956, infelizmente). Abraços a todos e espero que tenham gostado.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

História das Copas do Mundo-1954 Suiça


Pré-Copa
Desde o Congresso de Luxemburgo, realizado em 1946, ficou decidido que o Brasil seria a sede da Copa de 50 e a Suiça da de 54. As inscrições para as Elimnatórias ocorreram até 31 de Janeiro de 1953. Foram 45 países inscritos, um recorde até então, aliás apenas um dos recordes que essa Copa quebraria...
Porém , apenas 38 inscrições foram aceitas. Paraguai, Costa Rica, Índia, Vietnã, Bolívia, Cuba e Islãndia não conseguiram cumprir o prazo.O Paraguai conseguiu provar que o problema não havia sido desleixo e sim de estrutura dos Correios do país e foi aceito. Peru, Polonia e China acabaram desistindo de disputar as Eliminatórias. A grande ausencia, foi mais uma vez a Argentina que boicotou o Mundial.
As Eliminatórias
Grupo 1. Integrantes. Noruega, Samoa e Alemanha Ocidental. Classificada Alemanha Ocidental
Grupo 2. Integrantes. Finlandia, Bélgica e Suécia. Classificada Bélgica
Grupo 3. Integrantes. Irlanda do Norte, Escócia, País de Gales e Inglaterra. Classificadas Inglaterra e Escócia
Grupo 4. Integrantes. Irlanda, França e Luxemburgo. Classificada França
Grupo 5. Integrantes. Áustria e Portugal. Classificado Áustria
Grupo 6. Integrantes Espanha e Turquia. Classificada Turquia. Aqui vale a pena perder algumas linhas para uma história curiosa. As duas seleções se enfrentaram primeiro na Espanha(4x1 para a Fúria) e depois na Turquia(1x0 para os donos da casa). Como não havia o critério do saldo de gols para definir o classificado, eles foram obrigados a jogar uma partida desempate, marcada para Roma. Nesta partida, empate por 2x2. A vaga não foi disputada nos penaltis ou em novo jogo. Um garoto, de nome Franco Gemma foi convidado ao meio do campo, onde ele sorteou o bolinha que continha o nome da Turquia. A Espanha estava fora da Copa, perdendo no sorteio a vaga. E, Franco, foi convidado pelos turcos para ser o mascote oficial da Delegação na Suiça...
Grupo 7. Integrantes Hungria e Polonia. Com a desistencia Polonesa a Hungria classificou-se automaticamente
Grupo 8. Integrantes Tchecoslváquia, Romenia e Bulgária. Classificada Tchecoslováquia
Grupo 9. Integrantes Itália e Egito. Classificado Itália
Grupo 10. Integrantes Israel, Iuguslávia e Grécia. Classificada Iuguslávia
Grupo 11. Integrantes México, Haiti e Eua. Classificado México
Grupo 12. Integrantes Brasil, Paraguai e Chile. Classificado Brasil
Grupo 13. Integrantes Japão e Coréia do Sul. Classificada Coréia do Sul.
O Brasil nas Eliminatórias
O Grupo 12 tinha além do Brasil, o Chile e o Paraguai(que havia vencido o Brasil no Sul-Americano de 53, alguns meses antes das Elimnatórias.
E os Paraguaios trataram logo de mostra sua força. Na primeira partida do Grupo, venceram o Chile, por 4x0, em Assunção. Na segunda rodada, foram a Santiago e novamente bateram os chilenos, desta vez por 3x1. Já somavam 4 pontos em 2 partidas e botavam pressão sobre o Brasil.
A Seleção estreava o uniforme amarelo e azul, logo apelidado de "Canarinho". Viajamos para Santiago, para enfrentar um Chile desesperado, pois uma derrota os eliminava. Eles atacaram com tudo, mas o Brasil, bem postado em campo e paciente. Aos 37 do primeiro tempo. Baltazar fez o gol. E, o mesmo Baltazar compeltaria o marcador, aos 18 minutos do segundo tempo, de cabeça, aproveitando escanteio cobrado por Julinho. Começavamos bem.
O jogo seguinte seria contra o Paraguai em Assunção. O clima era de confiança entre os Paraguaios. E realmente, eles partiram com tudo para cima, mas mais uma vez a defesa brasileira estava muito bem postada. Sem conseguir se impor na bola, eles logo passaram a apelar para a violencia. Romerito acertou Julinho. Parodi pegou Baltazar. Nada disso adiantou, aos 7 minutos do segundo tempo, Baltazar recebeu grande passe de Humberto e faz o gol da vitória. A classificação estava próxima.
A partida contra o Chile seria a primeira da Seleção em território nacional desde a final da Copa de 50. E foi, um massacre. Foram 5 bolas chutadas nas traves do goleiro Livingstone. Ele, só foi vencido uma vez, novamente por Baltazar, aos 34 minutos do primeiro tempo. Bastava um empate contra os Paraguaios em casa para carimbarmos o passaporte rumo a Suiça.
195.514 pagantes estavam no Maracanã para assistir a partida decisiva. O jogo era amarrado, tenso. A primeira etapa terminou 0x0. Aos 14 minutos do segundo tempo, Julinho abriu o marcador. 3 minutos depois, foi a vez de Baltazar marcar. Aos 30, Martínez diminuiu para os Paraguaios. Porém, Julinho e Maurinho completaram a goleada e colocaram o Brasil na Copa.
A preparação do Brasil
Mais uma vez, a seleção foi prejudicada por dirigentes amadores e equívocos no planjeamento. Esposas, secretárias, políticos, chefes de estado, todos faziam parte do grupo que embarcou para a Europa. Nos discursos pré-embarque, chegaram a lembrar aos jogadores os mortos em Pisóia, durante a Guerra...Continuava faltando estrutura e organização...
O sorteio e o regulamento confuso
A FIFA inovou de vez e criou um regulamento absurdo e que não seria mais repetido eom Copa alguma. As 16 seleções classificadas seriam divididas em quatro grupos. Seriam designados dois cabeças de chave por grupo, e, eles não se enfratariam. Além disso, toda partida que terminasse empatada, teria uma prorrogação. Um regulamento de fazer inveja a qualquer cartola brasileiro.
Os grupos ficaram assim dividos
Grupo 1. Cabeças de chave Brasil e França. Completavam o grupo México e Iuguslávia
Grupo 2. Cabeças de chave Hungria e Turquia. Completavam o grupo Alemanha Ocidental e Coréia do Sul
Grupo 3. Cabeças de chave Áustria e Uruguai. Completavam o grupo Escócia e Tchecoslováquia
Grupo 4. Cabeças de chave Inglaterra e Itália. Completavam o grupo Suiça e Bélgica
Estava tudo pronto para a bola rolar...
A Copa
Grupo A
A primeira rodada foi disputada no dia 16 de Junho. Em Laussane, A Iuguslávia jogou muito melhor do que a França e a vitória por apenas 1x0 acabou ficando até de bom tamanho para os Bleus. O gol da vitória foi marcado aos 15 minutos do primeiro tempo, por Milutinovic(irmão de Bora, que mais tarde seria treinador de várias seleções em Copas), em brilhante assistencia do craque Mitic.
No mesmo dia, em Genebra, estreava a Seleção Brasileira, contra o México. Aos 22 minutos, Baltazar recebeu passe de Pinga e chutou no angulo, 1x0. Aos 29, Didi, de falta, marcou o segundo. Aos 38, Pinga fez o terceiro. Aos 42, novamente Pinga recebeu passe de Didi e fez o quarto. Na segunda etapa, o Brasil tirou o pé do acelerador, mas mesmo assim, aos 23 minutos, Julinho fez uma obra-prima. Ele recebeu a bola de Didi e parou-a sob a chuteira. O zagueiro tentou tirá-la e foi driblado. Veio outro e mais um drible, a cobertura tentou, mas também foi batida. O chute de trivela foi perfeito. Golaço. Placar final, Brasil 5x0 México.
A segunda rodada foi disputada dia 19. Em Genebra, com os dois times precisando da vitória para tentar a classificação. França e México fizeram uma partida movimentada e confusa. Os Franceses abriram 2x0 com gols de Vincent e Cárdenas(contra). Quando o jogo parecia resolvido, os Mexicanos reagiram e empataram a partida, com gols de Lamadrid e Balcazar. Aos 43 minutos do segundo tempo, o árbitro Espanhol Manuel Asensi, deu penalti a favor da França, em lance muito polemico. O magistral Kopa bateu bem e deu números finais a partida. A França ainda tinha esperanças de classificar-se.
Em Laussane, desde o início da partida notava-se o time Iuguslavo, conhecedor do regulamento, tentava explicar aos jogadores do Brasil que o empate classificaria as duas equipes. Os Brasileiros, porém, desconhecendo as regras da Copa, não entenderam o recado e jogavam para valer.
Só que logo aos 10 minutos de jogo, Rodrigues recebeu uma forte pancada no calcanhar e ficou apenas fazendo número na ponta esquerda. O primeiro tempo terminou 0x0. Logo no recomeço da partida, aos 4 minutos, Mitic deu grande passe para Zebec, que abriu o marcador. O Brasil passou a atacar com valentia e contar com as defesas milagrosas de Castilho, em contra-ataques Iuguslavos. Aos 16, Didi empatou o jogo. A partir daí, era nítido o desespero dos jogadores do Brasil, acreditando que com o resultado, estariam eliminados.
Na prorrogação, por mais que os Iuguslavos tentassem avisar que o empate era bom para ambos, os Brasileiros seguiam atacando desesperadamente. E, cansados de não serem entendidos, a Iuguslávia passou a atacar também. Castilho salvou o Brasil em pelo menos 3 oportunidades. Final de jogo, enquanto os Brasileiros choravam a "eliminação", os Iuguslavos comemoravam. E, o pior de tudo, é que nçao havia sequer um dirigente que conhecesse o regulamento da Copa. Trapalhadas a parte, estavamos classificados para as Quartas de Final do Mundial.
Grupo B
A primeira rodada foi disputada no dia 17 de Junho. Em Berna, Suat abriu o marcador para os Turcos, logo aos dois minutos de jogo. Aos 14, Schafer igualou para os Alemães. Na segunda etapa, prevaleceu o melhor preparo físico dos Germanicos. Klodt, Otmar Walter e Morlock completaram a virada.
Em Zurique, o grande favorito da Copa estreava. O Time de Ouro da Hungria, dos craques Puskas, Bozsik, Hidegkuti e Czibor. Da revolução tática do 4-2-4, do centroavante recuado(Hidegkuti)abrindo espaços para os meias(Puskas e Boszik). E foi um massacre, pobres Sul-Coreanos, nem viram a cor da bola...
Mesmo com os reservas Szojka e Palotas nos lugares dos titulares Zakarias e Hidegkuti o primeiro tempo terminou 4x0, com gols de Lantos, de falta e 3 de Kocsis. O massacre continou na segunda etapa, com mais 5 gols(outro de Kocsis, Czibor, Puskas e dois de Palotas). Placar final, 9x0.
Abrindo a segunda rodada, em Genebra, a Turquia, com gols de Suat(2), Lefter, Erol e Burhan(3), goleava os frágeis Sul-Coreanos por 7x0.
Enquanto isso, em Zurique, o treinador Alemão Sepp Herberger, perdia a noite pensando como parar o fabuloso time Húngaro. Chegou a conclusão que seria melhor descansar o time, estudar seu adversário, que jogaria completo e, principalmente, "caçar" Puskas.
Logo aos dois minutos, Kocsis abriu o marcador. A Alemanha jogava com apenas 6 titulares. Aos 16, Puskas, de pé direito, fez o segundo. Aos 20, novamente Kocsis fez 3x0. Aos 24, Pfaff diminuiu para os Germanicos, aproveitando uma das falhas da desprotegida zaga Hungara.
No segundo tempo, logo aos 4 minutos, Hidegkuti aproveitou belo passe de Kocsis e fez o quarto. Aos 9, Hidegkuti marcou mais uma vez. Aos 13, um lance crucial, não só na partida, mas na Copa. O zagueiro Alemão Liebrich entrou forte, por trás, no tornozelo esquerdo de Puskas. O local inchou imediatamente, e, ele nem voltou a campo.
Mesmo com 10 jogadores, os gols continuavam a acontecer. Aos 21, Kocsis. Aos 27, Toth, sem angulo fez 7x1. Aos 32 o ótimo ponta-direita Alemão Rahn diminiu o vexame. Um minuto depois, novamente Kocsis fez mais um. E, aos 37, Herrmann marcou e finalizou o placar. Hungria 8x3. O mais curioso, é que, ao fim da partida, os dois treinadores saíram satisfeitos do gramado. Sebes, por ter mais uma vez goleado um adversário e Herrbeger, por ter achado um meio de conseguir o que para muitos parecia impossível...
No dia 23, em Zurique, Alemanha e Turquia voltavam a se enfrentar, em uma partida desempate, para saber quem iria avançar para as quartas de final da Copa. Os Alemães estavam de novo com seu time titular.
Otmar Walter abriu o marcador aos 7. Schaefer ampliou aos 12. Erton descontou aos 21, mas Morlock fez 3x1 ainda aos 30. No segundo tempo, Morlock aos 15, Fritz Walter aos 17, de novo Morlock aos 32, Schaefer aos 34 e Lefter aos 37 marcaram. A Alemanha vencia por 7x2 e estava classificada para a próxima fase.
Grupo C
Abrindo a primeira rodada, no dia 16, em Zurique, debaixo de forte chuva, a Áustria derrotava a Escócia, por 1x0, com gol de Probst, aos 33 minutos do primeiro tempo.]
Ao mesmo tempo, em Berna, os atuais campeões estreavam bem na Copa. Com gols de Miguez e do fantástico Schiaffino, o Uruguai vençeu a Tchecoslováquia, por 2x0.
Na segunda rodada, no dia 19, em Zurique, a Áustria garantia a classificação com uma goleada por 5x0, sobre a Tchecoslováquia. Os gols foram marcados por Probst(3) e Stojaspal(2).
Melhor fizeram os Uruguaios. Simplesmente arrasaram a Escócia, por sonoros 7x0. Os gols foram de Miguez(2), Abadie(2) e Borges(3). A vergonha foi tamanha, que o treinador Escoces, Andy Beattie, pediu demissão lá mesmo na Suíça(fato inédito), ele alegou falta de condições de trabalho, pois só pode levar 13 jogadores para a Copa, por razões de economia e superstição...
Grupo D
A primeira rodada do grupo foi disputada dia 17. Na Basiléia, jogaram Inglaterra e Bélgica. E foi um show do velinho Stanley Mathews. A partida terminou empatada em 4x4com Broadis(2) e Lofthouse(2) marcando para o English Team e Anoul(2), Coppens e Dickinson(contra) para os Belgas.
Em Laussane, a Suiça derrotou a Itália, por 2x1, com gols de Ballaman e Hugi para os donos da casa e Boniperti descontando para a Azzurra. O fato curioso desta partida foi a terrível atuação do árbitro Brasileiro Mário Vianna. Ele expulsou ou Italiano Lorenz, mas sofreu forte pressão do astro da Itália, Boniperti. Acabou voltando atrás e permitiu que Lorenzi continuasse na partida. Depois disso, os Italianos mandaram na partida, mas mesmo assim, foram derrotados. Vianna não apitou mais na Copa...
Na segunda rodada, dia 20, em Lugano, a Itália, com gols de Pandolfini, de penalti, Galli, Frignani e Lorenzi goleou a Bélgica por 4x1(Anoul descontou) e manteve vivas as chances de passar para a próxima fase.
Ao mesmo tempo, em Berna, a Inglaterra jogou bem e bateu os Suiços, por 2x0, com os tentos sendo marcados por Mullen e Wilshaw. Os Ingleses estavam classificados.
A disputa da outra vaga, em uma partida desempate, foi marcada para a Basiléia, no dia 23. A Itália, confiante de que derrotaria a Suiça, resolveu poupar jogadores. Ledo engano...
Hugi abriu o placar para os Suiços, aos 14 minutos do primeiro tempo. Logo aos 3 do segundo tempo, Ballaman fez 2x0. A Azzurra foi para o tudo ou nada e diminuiu com Nesti, aos 22. Mas justamente quando a pressão Italiana era mais forte, a Suiça aproveitou dois contra-ataques e matou a partida. Hugi aos 40 e Fatton aos 45, deram números finais a partida. Pela segunda Copa consecutiva, a Itália era eliminada logo na primeira fase...
As Quartas de Finais
Os confrontos desta fase foram decididos em um sorteio. Áustria x Suiça, Uruguai x Inglaterra, Alemanha Ocidental x Iuguslávia e Hungria x Brasil(para desespero de todos os Brasileiros, que não queriam enfrentar os Hungaros)
No dia 26, duas partidas abriram as Quartas de Finais. Em Laussane, uma chuva de gols(até hoje, os 12 gols marcados nesta partida continuam sendo o recorde absoluto de tentos em uma só partida). Os donos da casa abriram 3x0. A Áustria reagiu e fez 5x3. Os Suiços descontaram para 5x4. E o placar do primeiro tempo sõ não foi maior porque os Austríacos desperdiçaram um penalti. Na segunda etapa, mais dois gols da Áustria contra um dos Suiços e o incrível placar de 7x5....
Na Basiléia, um jogaço. Borges abriu o marcador para os atuais campeões. Lofthouse empatou aos 16. O grande capitão Obdulio Varela fez 2x1, aos 39. Logo no primeiro minuto da segunda etapa, Schiaffino fez 3x1. Finney diminuiu e encheu de esperança os Ingleses. Mas, aos 33, Ambrosis decretou o placar final. Uruguai 4x2 Inglaterra.
Mais duas partidas ocorreram no dia 27. Em Genebra, a Alemanha Ocidental passou com tranquilidade pela favorita Iuguslávia, por 2x0, com gols de Horvath contra e Rahn.
E, em Berna, jogavam Hungria e Brasil. Os Hungaros desfalcados de Puskas, ainda sentindo a entrada de Liebrich. Com isso, Czibor jogou como meia pela esquerda. Os irmãos Toth atuavam nas pontas. Como Zezé Moreira sabia que o treinador Hungaro conhecia o time Brasileiro, resolveu mudar o time. Mas exagerou. Humberto Tozzi entrava em lugar de Pinga. Índio substituiu Baltazar, que havia marcado 6 gols em 6 jogos. E Maurinho substituiu o lesionado Rodrigues.
Nos vestiários, enquanto a Hungria fazia o aquecimento, os jogadores do Brasil ouviam inflamados discursos de dirigentes, pedindo a vitória a qualquer custo para honrar os mortos na segunda Guerra. Chegaram a ter que beijar a bandeira.
Com este clima, não foi surpresa que logo aos 3 minutos, Pinheiro, em dia infeliz, tentar sair driblando dentro da área. Perdeu a bola. Czibor e Kocsis chutaram, Castilho fez o que pode, mas Hidegkuti abriu o marcador. Aos 6, Toth cruzou, a zaga parou para pedir impedimento e, Kocsis, subiu livre, as costas de Djalma Santos e fazer o segundo. Aos 17, Buzansky cometeu penalti em Índio. Djalma Santos bateu bem e diminuiu(até hoje Djalma reclama que não era ele quem deveria cobrar a penalidade, mas Didi e Julinho não quiseram bater).
Depois do gol, o Brasil melhorou muito. O jogo ficou mais equilibrado. M.Toth passou a recuar, para ajudar Lantos na marcação ao endiabrado Julinho. E assim, terminou o primeiro tempo.
O panorama da partida não se alterou até que, aos 14, Pinheiro colocou a mão na bola depois de escorregar dentro da área. Penalti que Lantos converteu. Aos 19, Julinho marcou outro golaço. O Brasil crescia. Mas, aos 26, Boszik e Nílton Santos foram expulsos após trocarem agressões. Depois disso, Didi teve uma chance. Humberto mandou uma bola na trave de Grocsis. Julinho reclama até hoje de um penalti não marcado sobre ele...
O fato é que , num contra-ataque, aos 43, Czibor cruzou e Kocsis fez 4x2. Humberto ainda acertou um chute, mas em Lorant, e foi expulso. Jogo terminado, começou a briga nos vestiários que valeram o apelido a partida da "Batalha de Berna". Só não brigaram Castilho, Hidegkuti e Kocsis. Até Puskas deu uma garrafada em Pinheiro. E a FIFA não puniu ninguém. Mais uma vez, o Brasil seguia sem vencer a Copa...
As Semifinais
As duas partidas que decidiram os finalistas da Copa foram jogadas no dia 30. Na Basiléia, a Áustria só equilibrou a partida até sofrer o primeiro gol, aos 31 minutos(Morlock). Depois disso, só deu Alemanha. Morlock marcou mais dois, Fritz Walter(2) e Otmar Walter marcaram para os Alemães. Probst descontou para a Áustria. Final 6x1 para os Germanicos, igualando a maior margem da história das Copas, em uma semifinal(as dus semifinais de 1930, também terminaram em 6x1).
Em Laussane, uma semifinasl épica, digna de entrar na história. Pelo lado Hungaro, Budai voltava a ponta direita, em lugar do lesionado J.Toth. Palotas foi ser o centroavante recuado, para que Hidegkuti pudesse jogar como meia, no lugar do ainda machucado Puskas. No lado Uruguaio, um dia a mais de descanso, um jogo anterior menos complicado, mas uma ausencia seria sentida, o capitão Obdulio Varela estava fora da partida.
Chuvia muito e o campo estava pesado. Aos 13 minutos, Czibor, de voleio fez 1x0 para a Hungria. Não houveram mais jogadas perigosas no primeiro tempo. As duas equipes se respeitavam demais.
Logo no primeiro minuto do segundo tempo, Budai foi a linha de fundo e cruzou para o peixinho de Hidegkuti. 2x0. A fatura parecia liquidada. Mas do outro lado havia a tão famosa garra Uruguaia. Aos 29, Schiaffino descobriu Hohberg livre. 1x2. Aos 41, de novo Hohberg decretou o empate. A partida iria para a prorrogação.
Logo no primeiro lance do tempo extra, Schiaffino bateu cruzado, mas a bola explodiu na trave de Grosics. No rebote, Miguez chutou para fora. Aos 3 minutos do segundo tempo, Kocsis, de cabeça, fez 3x2. Aos 10, Budai cruzou e novamente Kocsis, marcou o quarto. Apesar da raça, o Uruguai sofria sua primeira derrota na história dos Mundiais. E a Hungria se qualificava para a grande decisão.
A Disputa do Terceiro Lugar
No dia 3 de Julho, em Zurique, Stojaspal abriu o marcador aos 16 minutos. Hohberg empatou aos 22. Mas no segundo tempo, acabou o gás da Celeste. Aos 14, Cruz fez contra e recolocou a Áustria na frente. Aos 34, Ocwirk fez 3x1. E o Uruguai amargava o quarto lugar, enquanto os Austríacos celebravam o terceiro...
A Final
Para a grande decisão, Puskas estava de volta. Mesmo sem estar 100%, o treinador queria "homenagear" o jogador e deixa-lo participar. Chovia e a cancha estava pesada. A Alemanha tinha o time mais inteiro.
Mas, para variar, foram os Hungaros que começaram voando. Logo aos 6 minutos, Puskas abriu o placar. Dois minutos depois, Czibor fez o segundo(dentre as inúmeras inovações que a Hungria touxe ao futebol, destaca-se o aquecimento, que no mínimo, fazia a equipe entrar mais "ligada" na partida, o que pode explicar a quantidade de gols marcados no começo).Aos 11, Rahn chutou uma bola vadia, Zackarias errou o carrinho e Morlock, em outro carrinho diminuiu.
A Hungria, pela primeira vez, parecia sentir o golpe. Aos 17, depois da cobrança de um escanteio, Schaffer subiu com Grosics(em lance claro de falta) e a bola sobrou para Rahn empatar a partida. Logo em seguida, Hidegkuti acertou a trava de Turek. A Hungria voltava a ter o controle da partida. Até o fim do primeiro tempo foram pelo menos 5 grandes chances perdidas.
A chuva apertou na segunda etapa, assim como o time Hungaro. Em uma mesma jogada, a bola bateu na trave, nas pernas do zagueiro e foi chutada para fora, já sem goleiro... Rahn teve duas chances para os Alemães, mas Czibor perdeu gol feito, salvo por Turek. Hidegkuti e Kocsis ainda mandaram bolas nas traves. A Alemanha continuava resistindo...
Aos 38, uma bola mal afastada pela zaga Hungara caiu nos pés de Rahn. Ele cortou Lorant e chutou entre Lantos e Zackarias. Grosics deslizou mas não conseguiu evitar o gol da virada. O improvável acontecia..
Aos 42, Puskas ainda fez um gol(que pelas imagens parece ter sido legal), mas o árbitor anulou, alegando impedimento. Czibor obrigou Turek a grande defesa, aos 44. E a zebra se confirmou, pela segunda Copa seguida o favorito era derrotado na grande decisão. Mesmo depois de 36 partidas invictas, 25 finalizações na final contra apenas 8 dos Alemães. O "Time de Ouro" perdeu justamente quando não podia...

sábado, 3 de abril de 2010

Os jogos do meu acervo- 1954

1954, ano da Copa do Mundo da Suiça(falaremos mais sobre ela em breve). Justamente por isso, a maioria dos jogos que tenho deste ano, são desta competição.
Tenho compactos das seguintes partidas. Brasil 1x1 Iuguslávia,Hungria 8x3 Alemanha Ocidental, Inglaterra 2x0 Suiça, Áustria 7x5 Suiça, Hungria 4x2 Brasil(A batalha de Berna), Hungria 4x2 Uruguai e Alemanha Ocidental 3x2 Hungria. A única coisa que tenho a lamentar é que o maior compacto que possuo é de "apenas" 40 minutos...
Também estou recebendo em breve a final da FA Cup de 54, e, depois atualizo este post, escrevendo um pouco sobre ela...
Voltarei em breve com a História das Copas do Mundo, falando justamente da Copa da Suiça. Abraços a todos.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Os jogos de meu acervo- Ano de 1953

Continuando a Série os jogos do meu acervo, hoje vamos falar sobre as partidas que possuo do ano de 1953(infelizmente, não tenho nada de 51 e 52).
E foram dois jogos senscionais, que todos que amam o futebol e principalmente, a evolução tática precisam ver.
Começo falando da final da FA Cup, disputada entre Blackpool e Bolton. Foi um jogaço, a partida terminou empatada em 4x4 e deu gosto ver o veterano ponta-direita do Blackpool, Stanley Mathews, jogando e correndo como um garoto. O detalhe tático da partida fica por conta de ser muit fácil a visualização de que ambas as equipes atuavam no famoso WM(ou 3-2-2-3), criado em 1923, pelo técnico do Arsenal, Herbert Chapman, no ano de 1925.
A outra partida que tenho é simplesmente considerada "The Match of the Century" ou o jogo do século. De um lado a Inglaterra, criadora do futebol, do outro a Hungria(na única partida inteira daquele supertime disponível) e seus craques e intensa movimentação.
Vale muito a pena ver o centroavante recuado Hidegkuti, abrindo espaços para a penetração dos meias Puskas e Kocsis. O que dizer então do incansável centro-médio Boszik, que fazia de tudo um pouco para sua maravilhosa seleção. Também já ficavam claros os buracos e as falhas na defesa húngara, que iriam acabar com o sonho de vencerem a Copa do Mundo da Suiça, no ano posterior.
E o que falar então do golaço marcado por Puskas, quendo com um drible de futsal, ele deixa sentado ninguém mais ninguém menos do que o capitão ingles Billy Wright. Os ingleses também mostraram bom futebol com as bolas nos pés, mas aquela seleção da Hungria parecia imbátivel.
Enfim, um jogaço que amante de bom futebol precisa ver para poder saber ou tentar entender o que foi a genese do futebol total da Holanda de 74. Imperdível.
Espero que tenham gostado de mais esse post, voltarei em breve com a história da Copa do Mundo da Suiça, em 1954. E depois, retomarei essa série, com o ano de 1955, quando comentarei mais jogos do meu acervo. Abraços a todos!

Os jogos do meu acervo- Ano de 1950

Caros amigos, inauguro hoje uma nova série nesse blog que se preocupa em contar e guardar a história do futebol brasileiro e mundial. Depois dos jogos históricos, da história das Copas do Mundo e das grandes conquistas de clubes e seleções, resolvi dar uma passada pelos jogos que tenho em meu acervo, para que o leitor possa saber quais são as raridades que possuo.
E o primeiro ano, é o de 1950. Ano de Copa do Mundo disputada no Brasil. Ano do famoso e trágico Maracanazzo.
Para quem se interessa em saber os detalhes da competição jogada em nosso país, por favor acesse o post sobre ela, aqui mesmo nesse blog.
Em meu acervo(que o comentarista e amigo Mauro Beting costuma chamar do verdadeiro museu do futebol) tenho o áudio de Brasil 6x1 Espanha(são 60 minutos da partida). Nele, inclusive, consegue-se ouvir a torcida presente ao Maracanã cantando Touradas de Madrid.
Já a partida decisiva, entre Brasil e Uruguai, está completa, com narração original de época pela Rádio Nacional. Uma excelente oportunidade para que o leitor possa escutar a partida e, tirar suas próprias conclusões a respeito, desvendando assim mitos e inverdades que possam ter sido passados de geração para geração...
E, para quem gosta de gols, possuo o documentário entitulado Olé Espanha. Realizado pela tv espanhola, tem cerca de 95% dos gols da Copa de 50, além de vários outros lances. Vale a pena para quem(como eu) ama a história do futebol e, especialmente das Copas do Mundo. É um documento imperdível dos tempos romanticos do futebol.
Em breve voltaremos com mais um ano em meu acervo. Abraços a todos!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Campeonato Pan-Americano de 1952- A primeira conquista do Brasil em terras estrangeiras!


O trauma de perder a Copa de 1950 foi tamanho, que somente dois anos depois, a seleção brasileira se reuniu de novo. Desta vez, disputaríamos o Campeonato Pan-Americano, no Chile.
O novo técnico, seria Zezé Moreira, treinador que adotara no Fluminense a marcação por zona. Seu time venceu o Campeonato Carioca de 1951, e ficou conhecido como "timinho", pois levava e fazia poucos gols.
Os convocados pelo treinador para a disputa do certame foram. Castilho(Fluminense), Osvaldo(Botafogo), Cabeção(Corinthians), Arati(Botafogo), Djalma Santos(Portuguesa), Pinheiro(Fluminense), Gérson(Botafogo), Nílton Santos(Botafogo), Bigode(Fluminense), Bauer(São Paulo),Eli(Vasco), Brandãozinho(Portuguesa), Ruarinho(Botafogo), Julinho(Portuguesa), Friaça(Vasco), Didi(Botafogo), Rubens(Flamengo), Baltazar(Corinthians), Ipojucan(Vasco), Ademir Menezes(Vasco), Pinga(Portuguesa), Rodrigues(Palmeiras) e Nívio(Bangu).
Zezé, como se ve, não convocou Zizinho e Jair. Sua justificativa era que precisava de jogadores mais disciplinados taticamente, e não "individualistas" como eram os dois craques.
A estréia da Seleção foi contra o México. Uma partida burocrática. Mas prevaleceu a maior categoria dos brasileiros. Baltazar aos 10 e e aos 26 minutos do segundo tempo, marcou os gols.
Na segunda rodada, o Brasil apenas empatou com o Peru, em 0x0. Foram feitas duras críticas ao time de Zezé.
A goleada sobre a fraca equipe do Panamá, serviu para aliviar um pouco a pressão sobre a seleção. Os gols foram marcados por Baltazar, Rodrigues e Julinho no primeiro tempo. E, Rodrigues e Pinga na segunda etapa. Novamente, o grande destaque do time foi Brandãozinho.
A quarta rodada marcava o reencontro de Brasil e Uruguai. Era a primeira partida entre eles desde a decisão da Copa de 50. A torcida era toda para os Uruguaios, pois uma vitória da Celeste daria o título ao Chile. Julinho seria desfalque da Seleção. E, os uruguaios Abaddie e Durán, expulsos contra o Chile, tiveram suas suspensões revogadas e, puderam atuar contra o Brasil.
Didi e Rodrigues fizeram 2x0 para a Seleção, ainda no primeiro tempo. Nílton Santos anulava completamente Gigghia e Brandãozinho acabava com Abbadie. No começo da segunda etapa, Loureiro diminuiu o placar. Mas Baltazar e Pinga fizeram o Brasil alcançar a goleada. Nos acréscimos, Cancela de penalti, dimnuiu a frustação uruguaia.
Inconformados, os jogadores da Celeste passaram a apelar. Míguez acertou Eli, que revidou. Começou uma briga generalizada, na qual, as testemunhas dizem que a Seleção Brasileira levou a melhor. Estavamos vingados(mesmo que apenas parcialmente) na bola e na briga da derrtota de 50.
Na última rodada, bastava ao Chile um empate para conquistar o Pan-Americano. Para a Seleção Brasileira, somente a vitória interevssava. O time da casa começou melhor, obrigando Castilho a fazer duas grandes defesas. Mas, aos 10 minutos, Ademir marcou o primeiro gol. A partir daí, só deu Brasil. Aos 19, novemente Ademir fez o segundo. Com a vitória praticamente assegurada, a Seleção passou a tocar a bola e fazer o tempo passar. Aos 40 minutos da segunda etapa, Pinga, fez o terceiro e deu números finais a partida.
Essa foi a primeira conquista da Seleção Brasileira fora dos seus domínios. E serviu para que jogadores como Didi, Djalma Santos e Nílton Santos ganhassem a condição de titulares. Era o embrião da equipe que seria campeã do mundo, seis anos depois...
Espero que tenham gostado de mais esse passeio pela história do futebol. Em breve, retornaremos com outros posts. Abraços a todos

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Jogos Históricos- Guarani 1x0 Palmeiras- final jogo 2 Campeonato Braseileiro 1978


Porque é histórico
Simplesmente foi o primeiro e único título brasileiro, conquistado por um clube do interior de qualquer estado. Além disso, a equipe bugrina tinha grandes jogadores em seu elenco, como Zenon, Careca,Renato e o veterano Zé Carlos.
As Campanhas até então O Guarani chegava a decisão com 30 jogos, 18 vitórias, 8 empates e 4 derrotas, somando assim 50 pontos ganhos, havia marcado 55 gols e sofrido 22, com saldo positivo de 33.
Já o Palmeiras, havia disputado 30 jogos, com 13 vitórias, 13 empates e 4 derrotas, somando 44 pontos. Seu ataque havia marcado 42 vezes e a sua defesa sofrido 17, com saldo positivo de 25.
O primeiro jogo da final Foi jogado no dia 10 de Agosto, no Morumbi tomado por mais de 95.000 pessoas, em sua maioria Palmeirenses. Leão acabou dando uma cotovelelada no jovem Careca. O árbitro Arnaldo César Coelho, marcou o penalti e expulsou o goleiro. Como o verdão já havia feito suas duas substituições, Escurinho foi para o gol. Zenon cobrou e deu uma vantagem ainda maior para o Guarani, na partida de volta.
A ficha do jogo
Guarani 1x0 Palmeiras
Data 13-08-78 Local Brinco de Ouro Público 27.766 Renda CR$ 1.706,280,00
Árbitro José Roberto Wright Cartões Amarelos Toninho Vanusa, Ivo, Bozó, Mauro e Alfredo Mostarda. Gol Careca 36 do 1 tempo
Guarani Neneca, Mauro, Édson, Gomes e Miranda, Zé Carlos, Manguinha e Renato, Capitão, Careca e Bozó Técnico Carlos Alberto Silva
Palmeiras Gilmar, Rosemiro, Beto Fuscão(Jair Gonçalves), Alfredo Mostarda e Pedrinho, Ivo, Toninho Vanusa e Jorge Mendonça, Sílvio, Nei e Escruinho Técnico Jorge Vieira
A partida, Lance a Lance
-Começa a partida. A saída foi dada pelo Palmeiras, que ataca para a esquerda das cabines de rádio.
-1 minuto. Toninho Vanusa cobra falta de longe, a bola quica na frente de Neneca, que, quase engole um frango ao tentar encaixa-lá, mas a bola se perde em escanteio.
-1 minuto. Na cobrança do escanteio, Jorge Mendonça desvia a bola que iria sobrar limpa para Nei, mas Escurinho se antecipa ao próprio companheiro e perde boa chance. O verdão começava a partida em cima..
-10 minutos. Manguinha dá grande passe para Renato, que tenta deviar de Gilmar, mas o goleiro do Verdão consegue grabde defesa com os pés.
-Duas descidas perigosas do Bugre pelo lado esquerdo do ataque, aproveitando os espaços deixados pelo lateral Rosemiro e a má cobertura de Beto Fuscão.
-29 minutos. Melhor chance do Palmeiras. Rosemiro faz grande jogada, vai a linha de fundo e cruza rasteiro, para trás, Jorge Mendonça ainda tem tempo de ajeitar o corpo antes de bater de primeira, de perna esquerda. A bola sai rente ao gol de Neneca.
-Apesar do Palmeiras ter criado as melhores chances, o Bugre se mostrava mais sólido, mais organizado.
-36 minutos. GOL! Neneca dá um chutão pra frente, a bola sobra para Beto Fuscão que bobeia e Careca toma lhe a bola entreando a Bozó. O ponteiro chuta, Gilmar salva com os pés e na sobra Careca bate firme, rasteiro, para abrir o placar. 1x0 Guarani.
-40 minutos. Jorge Mendonça recebe a bola na intermediária, avança, limpa a jogada e bate de perna esquerda para boa defesa de Neneca.
-41 minutos. Após o escanteio, Escurinho desvia a bola que bate no peito de Alfredo Mostarda e encobre a meta bugrina. A pressão era palmeirense...
-45 minutos. fim do primeiro tempo.
Análise do primeiro tempo Apesar de estar mais bem postado dentro de campo, a equipe do Guarani, acabou jogando de forma muito retraída, o que acabou proporcionando as melhores oportunidades para um Palmeiras desesperado, que necessitava vencer por pelo menos dois gols de diferença. Grande atuação de Zé Carlos deu o equilíbrio necessário ao time campineiro. Enquanto o time da capital se ressentia de uma participação mais ativa de Jorge Mendonça. Portanto, apesar de cinco oportunidades de gol para o Palmeiras, contra apenas duas do Guarani, não há como afirmar que o resultado seria injusto...
Segundo Tempo
-Começa o segundo tempo, com a saída sendo dada pela equipe do Guarani. O Palmeiras volta com Jair Gonçalves no lugar do contundido Beto Fuscão.
-O Verdão tenta apertar, mas o Bugre é mais perigoso nos contra-ataques. Em um deles, Capitão faz grande jogada e Alfredo Mostarda corta o cruzamento, antes que a bola chegasse a Careca.
-15 minutos. Grande passe de Zé Carlos para Careca, que entra sozinho na área, dribla o goleiro Gilmar, mas perde o controle da bola, que acaba ficando atrás dele. O jovem centroavante não se faz de rogado e tenta o gol de calcanhar. Rosemiro salva a bola em cima da linha e coloca a escanteio.
-Todo ataque bugrino é um desespero para a zaga palmeirense. Alfredo Mostarda derruba Careca a centímetros da área, mesmo sendo o último homem, não é expulso(eram outros tempos....). Na cobrançda da falta, Zé Carlos obriga Gilmar a voar no seu canto direito alto para espalmar a bola a córner e fazer grande defesa.
-30 minutos. A torcida do Guarani começa a cantar "está chegando a hora".
-32 minutos. Mauro bate falta de muito longe e Gilmar faz outra grande defesa, salvando o Palmeiras de novo.
-46 minutos. Fim de jogo! Guarani Campeão Brasileiro de 1978!!!!
Análise do segundo tempo
Acho que não é preciso dizer muito a respeito do domínio do Guarani na segunda etapa. Basta ver que foram 4 chances para o time campineiro contra nenhuma do Verdão. Ao final do jogo, foram 6 chances contra 5, a favor do Guarani. Vitória e título mais do que justos.

-Em breve voltaremos com a partida Flamengo 5x1 Atlético-mg, amistoso de 1979, quando Pelé vestiu a camisa 10 do Rubro-Negro. Abraços a todos e até lá...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

História das Copas do Mundo- 1950- Brasil


Pré-Copa
Assim que a Segunda Guerra Mundial acabou, os dirigentes da FIFA trataram logo de marcar um congresso para retomar a disputa da Copa do Mundo. Em 1946, em Luxemburgo, o Brasil apresentou-se como candidato único, e foi escolhido para sediar a Copa.
A princípio, o mundial estava marcado para 1949. Porém, com as dificuldades num mundo pós-guerra, acabou-se chegando a um acordo de deisputá-lo um ano depois, em 1950.
Neste mesmo congresso, a Taça passa a se chamar Jules Rimet. E fica estabelecido, que a primeira seleção que conseguisse conquistá-la por 3 vezes, teria sua posse definitiva.
Os países britanicos voltaram a integrar a FIFA, assim como a URSS, que teve sua filiação aceita(mas como o projeto dos soviéticos era a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1952, eles não se inscreveram nas eliminatórias).
Em 1948,em novo Congresso, dessa vez realizado em Londres, o Brasil consegue alterar oregulamento de disuta da Copa. Pela primeira e única vez, o campeão seria apontado depois de um quadrangular, onde todos jogariam contra todos.
O Brasil prometeu a cosntrução do maior estádio do mundo. O Maracanã. E prometia também, uma seleção muito forte.
Apesar de tudo, teríamos ausencias importantes. A Alemanha Ocidental(os alemães também estavam suspensos pela FIFA, mas foram anistiados e se recusaram a jogar), por razões óbvias, não poderia jogar o Mundial. Assim como Áustria e Tchecoslováquia. Bélgica, Bulgária, Romenia e Hungria também não. O Japão estava suspenso pela FIFA. E foi assim, com várias desistencias teriam início as eliminatórias. Peru e Equador também desistem. Colombia, com a sua liga pirata, não tem uma seleção e pior, ao contratar os craques argentinos, faz com que os hermanos desistam de participar.
As Eliminatórias
Grupo 1. Este foi o grupo do torneio britanico. Inglaterra e Escócia ficaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente, e se classificaram, eliminando País de Gales e Irlanda.
Grupo 2. A Turquia goleou a Síria, por 7x0 e se qualificou.
Grupo 3. Iuguslávia venceu Israel e França e se classificou.
Grupo 4. Suiça derrota Luxemburgo e vem ao Brasil.
Grupo 5. Suécia se garante, ao vencer Irlanda do Norte e Finlandia
Grupo 6. Espanha vence Portugal e se garante no Mundial.
Grupo 7. Com a desistencia da Argentina, Chile e Bolívia estão na Copa
Grupo 8. Uruguai e Paraguai vem ao Brasil, depois da desistencia de Peru e Equador.
Grupo 9. México e Eua eliminam Cuba e carimbam o passaporte.
Grupo 10. Índia se classifica com a suspensão do Japão e as desistencias de Filipinas e Birmania.
Preparativos Finais
Mesmo depois de definidos os 16 classificados, as desistencias continuavam. A Índia, não quis comparecer, pois sua equipe joagava descalça e a FIFA obrigava a jogar o Mundial calçados. A Escócia alegou que não tinha chance e também não veio. A Turquia seguiu o mesmo caminho.
Começava a faltar times. A FIFA convidou Portugal, que agradeceu mas não veio. A França até se propos a vir, mas quando ficou sabendo que jogaria um jogo em Porto Alegre e outro em Recife desistiu, esquecendo-se do quanto fizera o Brasil viajar 12 anos antes.
Somente 13 seleções viriam ao Brasil. E até entre elas havia problemas. A Itália, atual bicampeã, sofreu com um acidente aéreo que matou todo o fantástico time do Torino, base da seleção. Veio enfraquecida.
Os organizadores brasileiros também deram sua pitada para "avacalhar" a Copa. Ao invés de, como na Copa de 30, que também só tinha 13 seleções, sortear-se um grupo com 4 equipes, e 3 com 3, eles preferiram manter o sorteio original, com dois grupos de 4, um de 3 e, incrível, um com apenas 2 equipes.
Enquanto isso, o Brasil ia se concentrando e treinando. O time ficou reunido por quatro meses, a maior parte desse tempo em Araxá, Minas Gerais. O técnico Flávio Costa usou como base o time do Vasco, que era conhecido como "Expresso da Vitória". E sofria duras críticas por isso(a imprensa o achava carioca demais). Os paulistas, reclamavam a ausencia do ponta do Corinthians, Cláudio, que foi substituído pelo vascaíno Alfredo II.
Flávio também gostava de zagueiros duros, que não fossem ao ataque e jogassem sério. Por isso, Nílton Santos, então já o melhor zagueiro pela esquerda do Brasil, ficou no banco de reservas, cedendo seu lugar a Bigode.
Apesar de todos os problemas, a seleção era forte. Tinha Zizinho, Jair, Ademir, Friaça, Barbosa. E tinha o gigante do Maracanã, inaugurado pouco antes da Copa, tinha tudo para intimidar os adversários da seleção. A festa enfim, ia começar.
A Copa
Finalmente, no dia 24 de Junho, começava a quarta Copa do Mundo. Em um Maracanã ainda em obras, o Brasil passeou diante do México, que estreava em seu gol o lendário Carbajal. 4x0 foi pouco. Ademir fez dois, Jair e Baltazar completaram a goleada. A seleção começava bem.
No dia seguinte, o complemento da rodada. Pelo Grupo 1, em Belo Horizonte, a Iuguslávia passou tranquilamente pela Suiça. O primeiro gol, porém, só surgiu aos 15 minutos do segundo tempo. Toamsevic bateu forte, rasteiro, de pé esquerdo. Aos 25, Tomasevic fez um gol que mais paraceia o replay do primeiro. E, aos 30, Mitic(o melhor jogador Iuguslavo) deu brilhante passe para Ognjanov tocar na saída de Stuber.
Pelo Grupo 2, em Curitiba, logo no começo do jogo entre Espanha e Eua, um lance polemico. Basora foi a linha de fundo e cruzou para trás. Igoa chutou, a bola passou no meio das pernas do arqueiro Borghi e entrou. Mas o árbitro brasileiro Mário Vianna não deu o gol. A zebra deu o ar da sua graça aos 17 minutos do primeiro tempo. Aproveitando falha de Inaki, Souza abre o placar para os norte-americanos. Apesar de toda a pressão, a Espanha só consegue chegar ao empate aos 30 minutos da segunda etapa, através de Basora. O goleiro Borghi vai fazendo milagres, mas aos 33, em cruzamento no segundo poste, Basora pega de primeira, sem deixara bola cair e marca. Aos 40, após lançamento longo, Zarra faz o terceiro. A dificuldade encontrada pela Espanha, porém era o prenúncio de que os EUA poderiam aprontar na Copa..
Completando o Grupo, no Maracanã, os ingleses finalmente estreavam em mundiais. Mas quem ataca primeiro é o Chile. Robredo perde duas chances claras de gol. Na base do chuveirinho, Mullen cruza e Mortensen de cabeça, faz 1x0, aos 27 da primeira etapa.No segundo tempo,Mortensen dribla dois e rola para Mannion chutar rasteiro, no canto direito do goleiro. Placar final Inglaterra 2x0 Chile.
Completando os jogos do dia, no Pacaembu, jogaram Suécia e Itália. Svensson já tinha feito grande defesa em finalização de Capello, quando, aos 7, Cappelese abre o placar. Ainda no primeiro tempo, porém a virada sueca. Jepsson entra sozinho pela esquerda e bate cruzado para empatar. Depois, em bola mal rebatida pela defesa italiana, Andersson vira.
Aos 23 do segundo tempo, após bela jogada de Skoglund, novamente Jepsson faz 3x1. A Azzurra ainda desconta com Muccinelli, mas fica nisso, 3x2 Suécia.
No dia 28, o início da segunda rodada. No Pacaembu, jogavam Brasil e Suiça. Para esta partida, Flávio Costa fez quatro alterações. Entraram Bauer, Rui, Noronha e Alfredo. Os tres primeiros jogavam no São Paulo e foram escalados como forma de apaziguar um pouco as críticas de que a seleção era "extremamente carioca".
O fato é que o Brasil jogou muito mal. Logo aos 3 minutos, Friaça dribla o zagueiro e vai a linha de fundo, mas a bola saí. Mesmo assim ,ele cruza, Ademir fura e Alfredo completa para abrir o marcador. Todos no estádio viram que a bola havia saído. Menos o árbitro espanhol Azon. Aos 17, Bickel cruza a bola, Barbosa e Rui ficam assistindo ela passear pela área e Fatton empata. Ainda no primeiro tempo, aos 32, Baltazar faz de cabeça, Brasil 2x1.
No segundo tempo, a seleção joga um futebol sem a menor inspiração e é castigada quando aos 43, Bickel lança Fatton nas costas de Bauer, ele chuta cruzado e empata o jogo. O Brasil deixa o campo sob vaias.
No dia 29, em Porto Alegre, a Iguslávia goleou o México, por 4x1 com gols de Bobek, Cajkovski(2) e Tomasevic contra um de penalti, marcado por Ortiz. Com este resultado, a Iuguslávia jogaria pelo empate, na última rodada, contra o Brasil. O medo de uma eliminação logo na primeira fase, fez com que a seleção fosse ainda mais criticada.
No Maracanã, a Espanha derrota o Chile por 2x0, gols de Basora e Zarra. Mas a partida não foi tão fácil quanto parece. O grande nome do jogo foi o goleiro espanhol Ramallets, que travou e venceu o duelo particular contra o atacante Robledo.
Em Belo Horizonte, no estádio Independencia, acontecia o que é considerado até hoje a maior zabra da história das Copas. O English Team pressionou com seu tradicional chuveirinho, perdeu gols, chutou bolas na trave, enfim, tudo fez menos o gol. Gol esse que a equipe amadora dos EUA conseguiu fazer aos 38 minutos do primeiro tempo, com o descendente de Haitianos Gaetjens, de cabeça. O goleiro Borghi continuou segurando tudo na segunda etapa. E, os presunçosos inventores do futebol caíam de seu cavalo. Perdiam por 1x0.
Dois fatos curiosos marcaram os "bastidores" desta zebra. O autor do gol, lavava pratos nos EUA, e dois anos depois da Copa resolveu voltar ao Haiti. Como ele era fugitivo crminoso, foi assassinado pelo ditador Papa Doc. E o outro, foi que os jornais britanicos, ao receberem a notícia do resultado do jogo, acreditaram ser um erro. E, divulgaram para todo mundo que o placar havia sido Inglaterra 10x 0 EUA e não 1x0 para os norte-americanos. Depois tiveram que consertar a notícia...
Completando a segunda rodada, os atuais campeões olimpícos, os suecos, se classificaram no Grupo 3, ao empatar em 2x2 com o Paraguai, com gols de Sundquist e Palmer contra dois de López.
No dia 1 de Julho, havia apreensão no ar. Um simples empate eliminava o Brasil da Copa. E o adversário era forte. A Iuguslávia era vice-campeã olimpíca. Zizinho, mesmo ainda com dores no joelho, estava de volta. E comandou uma belíssima apresentação da seleção.
Logo aos 4 minutos, Maneco acha Ademir que fuzila o goleiro Mrkusic e abre o placar. Vale ressaltar que o time iuguslavo jogou, por praticamente 20 minutos, com 10 jogadores, pois o craque do time, Mitic, abriu a cabeça ao bater numa lampada a caminho do campo. Ainda no primeiro tempo, Zizinho tem um gol mal anulado pelo árbitro gales, Griffiths.
Aos 24 mintuos da segunda etapa, Zizinho bate cruzado e garantiu a classificação brasileira. O alívio era geral. a seleção havia jogado bem.
No dia 2, apenas para cumprir tabela, a Suiça venceu o México por 2x1, com gols de Bader, Tamini e Casarin descontando.
Em Recife, o Chile goleava os EUA, por 5x2. Robledo e Riera fizeram 2x0, mas Wallace descontou ainda no primeiro tempo. Maca empatou o jogo, logo aos 3 minutos da etapa derradeira, mas depois só deu a equipe sul-americana. Prieto e Cremaschi(2) completaram o marcador.
Enquanto isso, no Maracanã, a Fúria Espanhola despachava de vez a Inglaterra, com um gol marcado por Zarra. Os inventores do futebol estavam eliminados e humilhados...
No Pacaembu, a Itália se despediu honrosamente ao derrotar o Paraguai, por 2x0. Com gols de Capellese e Pandoltini.
E, finalmente, entrava em campo, o Grupo 4. Formado por apenas duas seleções. Teve apenas essa partida. Na verdade, não houve jogo, foi um massacre. O Uruguai detonou a Bolívia por sonoros 8x0. O primeiro tempo acabou 4x0, com gols de Miguez(2), Vidal e Schiaffino. Há um ditado que diz que se qutro vira, oito termina. E foi assim mesmo que aconteceu. De novo Schiaffino, Perez, Gigghia e mais um de Miguez deram números finais ao massacre.
A Fase Final
Pela primeira e única vez na história dos Mundiais, os quatro classificados disputariam um turno final, com todos jogando contra todos.
A primeira rodada aconteceu dia 9 de Junho. No Pacaembu, Gigghia abriu o placar para a Celeste Olimpíca, diante da Espanha. Mas Basora, marcou duas vezes e virou o placar ainda no primeiro tempo. Apenas a 15 minutos do fim da partida, Obdúlio Varela conseguiu o tento de empate.
No Maracanã, diante de mais de 150.000 pessoas, o Brasil deu um show. Após intensa pressão, aos 17 minutos, Jair serve Ademir, que chuta e faz 1x0. Aos 36, novamente Ademir toca na saída do goleiro 2x0. Aos 39, Chico dá um corte seco no zagueiro e faz 3x0
O show continuou depois do intervalo. Logo aos 7, Ademir bateu forte e fez 4x0. Aos 13, O mesmo Ademir passou pelos zagueiros e fez 5x0. Andersson , de penalti, desconta para uma atonita Suécia, aos 22. Aos 40, Maneca aproveita cruzamento na segunda trave e marca o sexto. E, para terminar o chocolate, Chico faz mais um, aos 43. Final, Brasil 7x1 Suécia. A confiança na seleção era total...
No dia 13 de Julho, a segunda rodada foi disputada. No Pacaembu, a zaga uruguaia falha e Palmer domina para chutar alto, sem defesa para Máspoli, logo aos 5 minutos. Jepsson acerta o travessão da Celeste. Os suecos era melhores na partida. Aos 39, porém, um golaço. Gigghia corta para o meio e acerta uma bomba no angulo de Svensson. 1x1. Os uruguaios não tiveram nem tempo para comemorar. Na saída de bola, nova falha da zaga e Sudqvist faz 2x1.
Na segunda etapa, o Uruguai vem com tudo para cima. Svensson vai salvando o bombardeio até onde pode. Mas, aos 32, Miguez empata a partida. Aos 40, Svensson sai mal num cruzamento, a bola para Júlio Perez que cruza para Miguez marcar o gol da vitória. 3x2.
No Maracanã, mais um show brasileiro. Logo aos 2 minutos, Chico perde boa oportunidade. A Espanha responde com Zarra, que sozinho, chuta para fora. Aos 15, Ademir deriva da esquerda para o meio e chuta, a bola bate em Parra e entra. Aos 21, Jair começa a jogada no meio de campo e vai carregando a bola, sem ser importunado. Na entrada da área, ele bate e faz o segundo. Aos 31, Chico passa por dois marcadores e chuta prensado. A bola sobra para Ademir, que também é travado na hora da finalização. A pelota, entretanto, volta a se oferecer a Chico que marca 3x0. Na comemoração, Chico é atingido por um foguete lançado pela torcida brasileira e fica fora de campo, sendo atendido por quase 10minutos.
No segundo tempo, mais do mesmo. Aos 10, Ademir ganha do zagueiro e só rola para Chico fazer 4x0. Dois minutos depois, Ademir marca o quinto gol. Então, as mais de 160.000 pessoas no estádio começam a acenar para os espanhóis com lenços brancos, entoando a famosa marchinha "Touradas de Madrid". Um espetáculo arrepiante, que se ouve ao fundo da narração da Rádio Nacional. Aos 22, Zizinho aproveita bola mal rebatida pela zaga e marca o sexto. Aos 25, Bigode escorrega e Basora quase marca. Seria um prenúncio do que estava por vir...Aos 26, bela jogada de Basora pela direita e, Igoa, em impedimento(o offisde fica claro ao se ver as imagens do especial Espana en Brasil) faz lindo de gol de voleio.
No restante da partida, o Brasil apenas tocou a bola. Foi uma atuação soberba e que credenciava a seleção a jogar apenas pelo empate contra o Uruguai, para se sagrar campeão Mundial de futebol.
A terceira rodada foi disputada no dia 16 de Junho, no Pacaembu, a Suécia venceu a Espanha, por 3x1. Com gols de Sundqvist, Melberg e Palmer com Telmo descontando e termina a Copa na terceira colocação.
Brasil x Uruguai-Antes do Jogo
Para atender aos mais diversos interesses políticos(afinal era ano de eleição e todos queriam se beneficiar da conquista da seleção), foi decidido que a equipe deixaria a tranquilidade da concentração na Estrada do Joá(calma e praticamente inacessível para pessoas de fora)para São Januário. A justificativa era ficar mais perto do calor do jogo.
Só que ao invés de ficarem concentrados na partida, os jogadores tinham que assistir inúmeros discursos de políticos. Com isso, seus horários de refeição, descanso a até mesmo de treino foram alterados e o foco não ficou na partida decisiva. Vale lembrar que um mes antes da Copa, o Brasil havia enfrentado o Uruguai, pela Copa Rio Branco, e haviam sido duas partidas duríssimas, vencidas pelos brasileiros por 3x2(Ademir, Juán González contra e Chico, com Vilamide e Nílton Santos contra descontando) e 1x0(Ademir). Portanto, todos sabiam que a partida seria difícil.
Além dos políticos, a torcida e a imprensa já faziam o clima de oba-oba total. Para eles, o Brasil já era o campeão do mundo, sendo a partida contra os uruguaios, uma mera formalidade.
Pelo lado da Celeste, na manhã da partida, seu capitão, Obdúlio Varela, foi andar por Copacabana quando se deparou com um jornal que colocava como manchete da primeira página a foto dos jogadores brasileiros com os seguintes dizeres "Estes são os novos campeões do Mundo de futebol".
Varela comprou todos os exemplares das bancas pelas quais passou. Voltou ao hotel, espalhou o jornal pelo chão do banheiro(naquela época o banheiro era coletivo, um por andar e não individual), chamou seus companheiros e, aos berros, bradou,-"Para eles, já estamos derrotados. Vamos mostra que não estamos mortos. Agora mijem neles!". Foi com esse espírito que eles chegaram ao Maracanã.
Brasil x Uruguai- A partida
A partida começa equielibrada. As mais de 200.000 pessoas presentes ao Maracanã esperam uma nova goleada e show brasileiro. Mas não é isso que acontece.
O Brasil parece nervoso. Erra mais passes do que o habitual. O Uruguai consegue travar a seleção e leva perigo, quase sempre pela direita, onde Gigghia leva vantagem sobre Bigode e a falta de cobertura de Juvenal.
Ademir chuta duas vezes para defesas de Máspoli. Aos 16, Gigghia toca para Schaiffino que perde boa oportunidade. Aos 21, novamente Ademir, desta vez de cabeça, obriga o goleiro uruguaio a mais uma defesa. Aos 35, Miguez chuta de longe e a bola explode na trave de Barbosa. Aos 42, Ademir perde mais uma chance. O primeiro tempo chega ao fim, equilibrado.
Logo no recomeço da partida, Friaça abre o marcador para o Brasil. Obdúlio Varela reclama com o árbitro(nem ele sabia o que estava reclamando, confessou depois, o que ele realmente queria era esfriar o time e a torcida). O Uruguai cresce. Chico e Gambeta se desentendem. Aos 12, Schiaffino perde boa chance. A torcida começa a se calar. A goleada e o show, não vem.
Aos 20, Júlio Perez lança Gigghia que ganha de Bigode e cruza para Schiaffino empatar a partida. A torcida se cala de vez. Ouvem-se então os gritos cada vez mais altos de Obdúlio Varela. E consegue-se "ouvir" o silencio dos assustados jogadores brasileiros.
Aos 34, novamente a jogada se repete, Júlio Perez lança Gigghia, que vence Bigode na corrida. Juvenal não chega para a cobertura e o ponta-direita vai avançando. Barbosa pensa que ele irá repetir a jogada do primeiro gol e dá um passo a frente, para cortar o cruzamento. Ledo engano, Gigghia bate rasteiro, forte, entre a trave e o arqueiro brasileiro. Era o gol da virada uruguaia.
A partir daí, o Brasil se lança ao ataque, mas cede mais espaços para o contra-ataque da Celeste. Aos 41, Ademir perde um gol da marca do penalti.
O jogo chega ao fim. O Uruguai era bicampeão mundial de futebol. Os jogadores brasileiros choram e, até erram o vestiário pelo qual deveriam descer. Jules Rimet, que abandonara as tribunas de honra ainda com a partida empatada, chega ao gramado, certo que iria entregar a Taça para o capitão brasileiro. Leva um susto, e até sente-se constrangido em entregá-la para Obdúlio Varela, que, a esta altura, já não berra mais. Já estava sem voz, exausto, mas satiseito por ter liderado seu time a um triunfo que parecia impossível.
Para a seleção brasileira, ficaria mais uma lição, que só seria aprendida de verdade, oito anos depois. Foi esta também, a última partida do Brasil com a camisa branca, aposentada depois do Maracanazzo, sobre alegação que dava azar. A camisa amarela, a "canarinho" seria a nova vestimenta de uma seleção marcada pela infeliz derrota, na tarde de 16 de Junho de 1950...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Exercício de imaginação- Hungria 54 x Holanda 74

Caros amigos, hoje começa uma nova série, inspirada em sugestão de André Rocha(http://blogs.abril.com.br/futebolearte) e vou, em um ato da mais puro devaneio, imaginar como seriam partidas que não aconteceram, em Copas do Mundo, Campeonatos de clubes ou até mesmo, como é o caso de hoje, entre equipes de épocas distintas.

Eis que a máquina do tempo, inventada por Doc Brown, na trilogia De Volta para o futuro, cai nas mãos de um fanático por futebol, como este que vos escreve. Penso, qual seria uma partida que adoraria ver, mas nunca aconteceu.
Flamengo de 81 contra o Santos de Pelé(esta fica pra depois), Brasil de 82 contra o Brasil de 70, enfim, as opções eram tantas que quase acabei desistindo da idéia. Mas aí, ao ler o novo livro de Mauro Beting, As melhores seleções estrangeiras de todos os tempos, tive a vontade de assistir in loco, a Hungria de 1954 enfrentar a Holanda de 1974.
Entrei no DeLorean e fui para a Alemanha Ocidental, em 1974. Chego 2 dias antes da final, e me encaminho para o hotel onde os holandeses estvam concentrados. Encontro Cruyiff, fumando seu cigarro e exponho a ele minha idéia. Amante do bom futebol, ele me pede 10 minutos para reunir o time. Embarcamos todos de volta a 1954, um pouco antes da Copa.

Convencer o time húngaro não foi difícil. Bastou mostrar a eles o que os "laranjas" sabiam fazer com a bola. E a partida foi marcada para o dia seguinte, em Wembley, numa nova versão do "jogo do Século".

Os times perfilados. Puskas e Cruyiff se olhavam com admiração. Os times estavam completos. A Hungria com Grocsis, Buzansky, Lorant, Zakarias, Lantos, Boszik, Puskas, Budai, Kocsis, Hidegkuti e Czibor.

Os holandeses vinham de Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol, Jansen, Nesekens e Van Hanegem, Rep, Cruiyff e Resembrink.

A partida começa e, como de hábito os húngaros saem para o ataque. Boszik manda no meio de campo e Puskas está endiabrado. É dele o passe para Budai passar por Van Hanegen(que estava na Lateral esquerda) e cruzar. Kocsis, ao seu estilo, de cabeça faz 1x0, logo aos 7 minutos.

A partida é maravilhosamente disputada. Neskens e Cruiyff trocam de posição e lançam Rep, o ponta(ou seria centroavante) perde boa oportunidade, pois Grocsis deixou a grande área para cortar o lance.

Mesmo sofrendo marcação individual de Jansen, Puskas joga demais. Aos 20 minutos, Hidegkuti vai armar como meia e dá lindo passe para Puskas, que passa por seu marcador e pelo goleiro Jongbloed e faz 2x0.

Rinus Michels está atonito. Ele grita para seus jogadores. -"Não vim do futuro perder, vamos jogar bola". A bronca parece que dá resultado. Cruiyff(sempre ele) sai com a bola dominada do seu campo de defesa e lança Rep na ponta esquerda, se aproveitando da subida de Lantos. Rep avança e é derrubado na área. Penalti que Nesekens cobra e diminui.

Porém, logo na saída de bola, uma linda trama como só a Hungria sabia fazer. Bola de pé em pé até que Hidegkuti desse o toque final.

Final do primeiro tempo, Hungria 3x1 Holanda. Uma cena porém chama a minha atenção. A tranquilidade demonstrada por Michels. O mago holandes deve ter algum trunfo para a segunda etapa.

A partida recomeça e logo na saída de bola, Boszik é cercado por seis holandeses. É o pressing do futebol total que ainda não havia sido utilizado e que deixou todos de boca aberta. A bola foi retomada e, ao melhor estilo carrossel, quem fez o gol foi o zagueiro Haan. 3x2.

A Hungria está atordoada. O melhor preparo físico da laranja começa a falar mais alto. Michels ri no banco de reservas quando Resembrink empata a partida. Sua tática estava dando certo.

Porém, a Holanda atacou com quase todo mundo, e Jansen perdeu a bola. Boszik imediatamente lançou Hidegkuti, este passou para Puskas usar sua canhota e fazer 4x3. Eram 38 minutos do segundo tempo.

Acontece que futebol romantico é isso aí. Agora, quem parte para o ataque sem se preocupar em garantir o resultado, é a Hungria. Michels grita algo, mas não é ouvido. Cruiyff, porém, craque como sempre, entende seu treinador. É hora de um último pressing.

Novamente os holandeses recuperam a bola e lançam para Rep. Este aproveita o corredor a sua frente e atraí o goleiro Grocsis, que abandonara a meta. Inteligente, Rep apenas rola para o lado, onde o número 14 acompanhava a jogada. Gol da Holanda. Gol de Cruiyff! 4x4! Uma partida como estas não merecia mesmo ter um perdedor. E, como disse Mauro Beting, se houvesse uma prorrogação, a Alemanha(que venceu as duas na vida real)venceria a partida....

O árbitro ingles Mr. Ellis aponta o final da partida. Puskas e Cruiyff se cumprimentam e trocam de camisa. Então volto com so holandeses para o ano de 74. Até hoje, me pergunto se eles me culpam por terem cansado, ao jogar esta "partida dos sonhos" antes da final. Não sei a resposta, mas, com certeza, eu faria tudo de novo.

Espero que tenham gostado deste exercício de imaginação. Em breve voltaremos com mais jogos incríveis e improváveis

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Jogos históricos- Flamengo 1x0 Vasco- Jogo decisivo do Campeonato Carioca de 1978


-Hoje vamos falar do jogo que decidiu o segundo turno do campeonato carioca de 1978, entre Flamengo x Vasco.
Porque é histórico Simplesmente porque marcou o início da série avassaladora de títulos conquistados pelo Flamengo, entre os anos de 78-83, que até hoje é conhecido como "A Era Zico". Situação da partida O Flamengo já havia sido campeão do primeiro turno, a Taça Guanabara, o que já lhe garantia um lugar na final do campeonato, contra o eventual vencedor do segundo turno. No segundo turno, por uma coincidencia da tabela, Flamengo e Vasco se enfrentaram na última rodada, o que acabou conferindo a partida o ar de decisão do segundo turno. O clube de São Januário liderava a competição com 20 pontos, 10 jogos e incríveis 10 vitórias, com 33 gols a favor e 5 contra. Já o rubro-negro, somava 19 pontos, com nove vitórias e um empate(2x2 Contra o Madureira. Havia marcado 30 gols e sorfido 5. Como se ve, o Vasco jogava pelo empate para ser campeão do segundo turno e decidir o campeonato contra o próprio Flamengo, que, por sua vez, necessitava da vitória para vecer também o turno, e, sagrar-se campeão carioca direto, sem necessidade da final.
Ficha da Partida Flamengo 1x0 Vasco Local Maracanã Data 3-12-1978 Árbitro José Roberto Wright Público 120.433 Gol Rondinelli 42 do segundo tempo. Cartão vermelhos Guina e Zico Flamengo Cantarelli, Toninho, Manguito, Rondinelli e Júnior, Carpeggiani, Adílio e Zico, Marcinho, Cléber(Eli Carlos) e Tita(Alberto). Técnico Cláudio Coutinho Vasco Leão, Orlando, Abel, Gaúcho e Marco Antonio, Helinho, Guina e Paulo Roberto, Wilsinho(Paulo César), Roberto e Ramon(Paulinho). Técnico Orlando Fantoni
O jogo, Lance a lance
Primeiro Tempo
-Começa a partida, o Vasco dá a saída e ataca para a esquerda das cabines de rádio.
-2 minutos. Escanteio cobrado por Marcinho para firme cabeçada de Zico. Leão faz boa defesa e não dá rebote.
-9 minutos. Tita pega Helinho por trás. O que hoje seria cartão vermelho, não foi nem amarelo...
-14 minutos. Zico recebe passe na intermediária e, mesmo escorregando, ganha a jogada de Gaúcho. Depois passa por mais dois e, da entrada da área, bate de perna esquerda, para mais uma boa defesa de Leão.
-24 minutos. Tita tenta dar o drible da vaca em Marco Antonio, mas este se antecipa e toma a bola. Só que o lateral do Vasco bobeia e Tita recupera a bola e cruza forte a meia altura, Gaúcho tenta cortar, pega na "orelha" da bola e ela vai para trás, obrigando Leão a fazer uma grande defesa, espalmando a córner.
-29 minutos. Bandeirinha dá um impedimento equivocado de Cléber, que sairia na cara do gol.
-46 minutos. Primeira chance do Vasco. Roberto passa fácil por Manguito, se livra de Rondinelli, mas chuta fraco de esquerda e Cantarelli pega sem problemas.
-47 minutos. José Roberto Wright apita o final do primeiro tempo.
Análise do primeiro tempo Foi um primeiro tempo que não correspondeu as expectativas da partida. O Vasco entrou recuado, pois o empate já lhe servia. Já o Flamengo, jogando em um 4-2-2-2 com Carpeggiani e Adílio vindos de trás, Zico e Tita como meias e Marcinho e Cléber(devido a ausencia de Cláudio Adão) mais a frente, se resentiu muito de jogadas pelas pontas, embolou demais o jogo pelo meio e não atacou como quem necessitava da vitória para se sagrar campeão. Ao final da primeira etapa, foram apenas 3 chances de gol para o rubr-negro, contra uma, já nos acréscimos para o time de São Januário.

Segundo Tempo
-Fla dá a saída e começa a segunda etapa. Vasco volta com Paulinho em lugar de Ramon.
-3 minutos. Wilsinho avança pela ponta direita e cruza. Paulinhi se antecipa a Rondinelli e finaliza para fora.
-14 minutos. O mesmo Bandeirinha que havia assinalado impedimento inexistente no primeiro tempo, volta a errar, desta vez prejudicando o Vasco. Paulinho coloca a bola na frente, onde estava Roberto(este sim em posição irregualar),mas o centroavante não participa da jogada e Paulinho segue sozinho na jogada, ficando cara a cara com Cantarelli. Inexplicavelmente, o auxiliar assinala o impedimento inesistente.
-Algumas alterações táticas do segundo tempo no time rubro-negro. Zico foi jogar de centroavante. Tita passou a ponta esquerda e Marcinho abriu na direita.
-21 minutos. Vendo que Zico estava isolado na frente, Coutinho tira Cléber e coloca Eli Carlos, para fazer comapania ao galinho.
-25 minutos. Zico toca a Adílio que devolve a Carpegianni, este toca de primeira para Zico, que domina e chuta a queima roupa. Leão faz outra brilhante defesa e evita o gol rubro-negro.
29 minutos. Toninho lança Marcinho que ajeita de cabeça para Zico. O Galinho chuta prensado e a bola sobra para Marcinho chutar de primeira, Orlando desvia a bola e salva o gol, pois Leão já estava batido.
-31 minutos. Fantoni sente a melhora do Flamengo e tira o ponteiro Wilsinho para colocar o volante Paulo César. Tenta com isso fechar o meio de campo e garantir o empate.
-38 minutos. Guina lança Roberto que passa por Rondinelli(que no segundo tempo era quem marcava individualmente o avante vascaíno) e cruza. Paulinho,frente a frente com Cantarelli, chuta de tornozelo e manda para fora a melhor chance do Vasco vencer o segundo turno.
-41 minutos. GOL! Júnior tenta o cruzamento e Marco Antonio, sozinho coloca a bola para escanteio. Zico cobra o córner alto, Rondinelli, o "Deus da Raça" vem correndo desde a entrada área e cabeçeia nas costas de Abel, sem dar a menor oportunidade de defesa a Leão. Flamengo 1x0 Vasco.
-44 minutos. Alberto entra em lugar de Tita. Substituição apenas para ganhar tempo.
-46 minutos. Zico faz uma falta em Helinho e Guina o agride. O camisa 10 do Mengo revida e e os dois são expulsos porJosé Roberto Wright. A partida fica parada por mais de cinco minutos.
-54 minutos. Fim de jogo. Flamengo vence o Vasco e se sagra campeão carioca de 78. Análise do Segundo Tempo
A segunda etapa foi bem mais qquilibrada que a primeira. O Vasco saiu um pouco mais para o jogo e equilibrou a partida. Foram 3 chances de gol para o Mengo contra duas para o Vasco. No final, a vitória acabou sendo merecida, pois o time que mais buscou o ataque, venceu.
-Total de chances nos dois tempos. 6 para o Flamengo, 3 para o Vasco.
Notas dos Jogadores
Flamengo
Cantarelli. Quase não foi exigido, pois o Vascom pouco atacou, e, quando o fez, chutava para fora... Nota 6,0
Toninho. Não apoiou como costume mas esteve bem. Nota 7,0
Rondinelli. O herói da partida e do título. Alguém vai se lembrar que ele teve dificuldades no combate direto aos atacantes...Nota 9,0
Manguito. Razoável. Apesar da pouca técnica, não comprometeu. Nota 6,0
Júnior. Outro que não apoiou como de costume. Nota 6,0
Carpegianni. Todas as jogadas passavam pelos seus pés. Nota 7,0
Adílio. Jogando mais recuado do que de costume, não rendeu tanto. Nota 6,0
Zico. Sacrificado pela ausencia de Cláudio Adão, teve que jogar mais a frente, e não foi o jogador que conhecemos. Mesmo assim foi o mais perigoso do time. Expulso após trocar agressoes com Guina. Nota 7,5
Marcinho. Não ajudou o ataque. Nota 5,0
Cléber. Outro que ficou perdido, sem saber o que fazer. Nota 5.5
Tita. Não levou vantagem sobre seus marcadores. Jogou na Ponta direita no primeiro tempo e na esquerda no segundo. Atuação apagada. Nota 5,5
Alberto. Entrou no fim e nada fez. Sem nota
Eli Carlos. Pelo menos se aproximou mais de Zico. Bom toque de bola. Nota 6,0
Cláudio Coutinho. O time não foi brilhante, mas venceu. Nota 6,0
Vasco
Leão. Fez pelo menos 3 defesas sensacionais. Se não fosse por ele, o placar teria sido maior. Nota 8,0
Orlando. Ficou mais preso a defesa e não acertou nem seus chutes de longe. Nota 6,0 Abel. Vinha bem até falhar no gol do Flamengo. Nota 6,0
Gaúcho. Abaixo do companheiro de zaga. Falhou muito durante o jogo e quase marcou um golaço contra. Nota 5,0
Marco Antonio. Como todo o time, jogou recuado demais. Cedeu o escanteio que originou o gol, de forma desnecessária. Nota 5,5
Helinho. Apenas marcou, não jogou. Bateu demais. Nota 6,0
Guina. Muito abaixo do seu potencial, não organizou o time. Foi expulso após agredir Zico. Nota 5,0
Paulo Roberto. Apagado. Não conseguiu jogar. Nota 5,0
Wilsinho. Com os laterais do Flamengo jogando mais recuados, não teve espaço e não conseguiu levar vantagem.Nota 6,0
Roberto. O mais perigoso do Vasco. Buscou sempre o jogo. Só pecou nas finalizaçõs. Nota 6,5
Ramon. Outro que nada fez. Nota 5,0
Paulo César. Entrou para fechar o meio, mas como todo o time, pouco fez. Nota 5,5 Paulinho. Até se movimentou bem. Mas perdeu um gol feito, que poderia ter decidido a partida. Nota 6,0
Orlando Fantoni. Pecou por fazer o time jogar atrás, tentando segurar o empate. Acabou sendo castigado. Nota 6,0

-Bom é isso por hoje, espero que tenham gostado e já aproveito para avisar que a próxima partida histórica será a final do Campeonato Brasileiro de 1978, Guarani 1x0 Palmeiras. Até lá.

Rádio Futbolleiros