Acervo

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Amistoso 68- Alemanha 2x1 Brasil, Aimoré se mostra ultrapassado


Pré-Jogo

A conquista da Taça Rio Branco não amenizou as críticas as más atuações da seleção brasileira. Armando Nogueira, em sua coluna no Jornal do Brasil, advertia que enfrentar o Uruguai, com "o ultrapassado futebol sulamericano era uma coisa. Enfrentar as seleções européias era outra. Não que Alemanha, Tchecoslváquia, Portugal e Iugoslávia fossem brilhantes. Mas como qualquer equipe do velho continente, todas tem na sua disciplina tática, a grande força".

Realmente. O Brasil embarcava para uma excursão a Europa sem saber o que iria encontrar pela frente. Pior, o selecionado nacional estava remodelado, sem Pelé. A curiosidade da imprensa internacional era imensa, para saber como estariam jogando os ex campeões do mundo, depois do fracasso na Copa da Inglaterra.

A fratura de Piazza, obrigou o treinador Aimoré Moreira a convocar Carlos Roberto, jogador do Botafogo. Além de perder seu homem de confiança na meia cancha, Aimoré teria pouquíssomo tempo para que os atletas se adaptassem ao fuso horário. A seleção embarcou no dia 14 e, já no dia 16, estaria em campo, enfrentando a Alemanha.

Nosso primeiro adversário também não atravessava boa fase. Depois do vice campeonato na Copa de 66, os alemães não chegaram nem mesmo as quartas de finais da Eurocopa, vencida pela Itália. Helmut Schoen fazia uma renovação na equipe. Dos titulares da Copa, permaneciam apenas Beckembauer, Overath e o veterano Seeler. Entretanto, em seu último amistoso, a Alemanha deu mostras de sua força, ao derrotar a Inglaterra, em Wembley, por 1 a 0.

Para resguardar o seu meio de campo, Aimoré Moreira cogitava, já na Europa, barrar Rivellino e escalar Denílson em seu lugar. A ideia do treinador era dar um suporte defensivo maior a equipe, já que, atuando no 4-2-4 (como vocês irão conferir no Tactical Pad), com Riva e Gérson compondo o setor, o time ficaria muito aberto.

A Partida

-Aimoré madou a campo o seguinte time: Cláudio, Carlos Alberto, Jurandir, Joel e Sadi, Denílson e Gérson, Paulo Borges, Jairzinho, Tostão e Edu. A equipe se postava num 4-2-4 que variava para o 4-3-3, com o recuo (não muito frquente) de Tostão para a meia cancha. Nesse momento, Jairzinho ocupava o comando do ataque.

-Já a Alemanha atuava com Wolter, Vogts, Lorenz, Muller e Fitchel, Weber, Beckembauer e Overath, Held e Neuberger. O posicionamento tático alemão variava do 4-4-2, o 4-3-3, com Held indo se juntar ao ataque e Beckembauer armando as tramas ofensivas.

-GOL! De qualquer modo, os bávaros já tinham o domínio do jogo e do meio de campo, quando, aos oito minutos, Neuberger cruzou da direita, Jurandir falhou ao tentar matar a bola no peito e permitiu a conclusão e o gol de Held. Alemanha 1x0.

-A suerioridade germânica era muito grande. Com mais homens no meio de campo, eles tinham facilidade em tocar a bola e aparecer a todo momento na área brasileira. O escrete canarinho só conseguiu sua primeira jogada aos 15 minutos. Denílson tabelou com Gérson, progrediu, invadiu a área, driblou Lorenz e bateu forte, rastero, de pé esquerdo. O goleiro Wolter foi obrigado a desviar para escanteio.

-Aos 20, Jairzinho tentou cavar um pênalti, atirando-se ao chão. O árbitro nada marcou e a Alemanha partiu no contra-ataque. Weber deu ótimo passe para Dorfel, que veio de trás e estava em posição legal. O meio-campista recebeu e tentou tocar por cima de Cláudio. Para sua infelicidade, a bola passou a poucos centímetros da meta brasileira.

-Cinco minutos depois, nova trama de ataque alemã. Desta vez, Beckembauer arriscou de longe e obrigou Cláudio a fazer uma difícil defesa, espalmando a bola para córner.

-Aos 28, jogada pelo lado esquerdo de ataque alemão. Neubereger foi a linha de fundo e cruzou na cabeça de Beckembauer que, sozinho fez o que se espera. Cabeceou de cima pra baixo, no canto. Cláudio, que a essa altura já era o melhor jogador do Brasil, conseguiu praticar uma extraordinária defesa. Na sequência do lance, o goleiro falhou, ao não encaixar uma bola fácil e Overath tocou para o gol. Jurandir salvou sob a linha.

-A diferença entre as seleções era notória. Enquanto o Brasil seguia atuando com toque de bola lento e excessivo, a Alemanha usava e abusava da forte marcação e da velocidade em suas transições ofensivas. Pior, nem no um contra um, que sempre favoreceu a técnica do do nosso jogador, o escrete canarinho conseguia levar vantagem.

-Faltando três minutos para o intervalo, nova chance germânica. Overath recebeu a bola na ponta direita, derivou para o meio, sem ser incomodado por ninguém do Brasil e arriscou de fora da área. A bola saiu tirando tinta da meta de Cláudio.

Segundo Tempo

-O panorama não se alterou na etapa final. Enquanto o Brasil tocava a bola sem conseguir penetração, a Alemanha impunha seu jogo de velocidade. Aos 8 minutos, Vogts tabelou com Beckembauer, que avançou e, de pé esquerdo, mandou uma bomba que passou a centímetros da trave direita.

-GOL! O massacre continuava. No minuto seguinte, Held recebeu a bola pela esquerda, nas costas de Carlos Alberto, avançou e centrou rasteiro. Overath deu um leve desvio na pelota, que sobrou limpa para Dorfel bater sem chances para Cláudio. 2 a 0.

-GOL! Mal a saída foi dada, em um dos raros ataques brasileiros, a seleção conseguiu diminuir o prejuízo. Edu avançou pela esquerda e cruzou na cabeça de Tostão. Alemanha 2 a 1.

-Mesmo melhorando um pouco, depois de ter feito o gol, o Brasil não mostrava força ofensiva. Os germânicos, ao contrário, chegavam com facilidade ao campo de ataque, justamente pela superioridade numérica no meio de campo. Aos 24, Overath bateu de fora da área e mais uma vez colocou Cláudio para trabalhar.

-A partir dos 25 minutos, os alemães diminuiram um pouco o ritmo. Mesmo assim, aos 33, Beckembauer tocou para Overath que mais uma vez soltou a bomba, de canhota. Cláudio teve que se esticar todo para mandar a bola a escanteio.

-No fim das contas, apesar de um segundo tempo morno, a Alemanha mereceu vencer e o 2 a 1 foi até pouco. No total, foram criadas, além dos gols, sete oportunidades bávaras contra apenas duas brasileiras.

Flagrante tático




Pós Jogo

A maior crítica da imprensa, após a derrota era pelo não aproveitamento de Rivellino, que atuara bem diante do Uruguai, na vaga de Denílson. Alguns poucos, como João Saldanha, alertavam para o esquema tático compeltamete ultrapassado que a seleção usara. Para ele, não só os alemães eram mais fortes fisicamente, como também tinham a vantagem de um ou dois homens na meia cancha.

De qualquer forma, a exursão continuou. No dia 20, escalado em um 4-3-3, o Brasil deu show diante da Polônia, vencendo por 6 a 3. Três dias depois, o goleiro Félix engoliu um frangaço e a seleção deixou o campo derrotada pela Tchecoslváquia (futura adversária na Copa), por 3 a 2. No dia 25, diante da sensação européia, a Iugoslávia, o Brasil volta a jogar bem e, com gols de Carlos Alberto, de pênalti e Tostão, vence a partida. No dia 30, dando adeus a Europa, novo triunfo, dessa vez em cima dos envelhecidos portugueses, por 3 a 0.

Antes de retornar ao Brasil, a seleção fez dois amistosos no México e dois em Lima. No primeiro, venceu o time olimpíco mexicando, por 2 a 0. No segundo, enfrentando o time principal, um tropeço, por 2 a 1. Já no Peru, que se preparava para as eliminatórias sulamericanas, duas vitórias, por 4 a 3 e 4 a 0.

Link para o Compacto do jogo
http://www.youtube.com/watch?v=Pov-EAD6RNA

sábado, 1 de dezembro de 2012

Taça Rio Branco 68- Brasil x Uruguai





Pré-jogo

Depois do fracasso na Copa da Inglaterra, Aimoré Moreira foi encarregado de comandar a seleção canarinha, que buscaria sua redenção, em 70, no México. O novo treinador teve um 1967 relativamente tranquilo. Terminou o ano invicto, com três empates, diante do Uruguai, todos válidos e todos disputados no Estádio Centenário, pela Taça Rio Branco.

No primeiro, um 0x0 inosso. Na segunda partida, um 2x2 injusto. O Brasil atuou muito melhor, desperdiçou inúmeras chances e acabou castigado com o empate. Os gols da partida foram assinalados por Paulo Borges e Pedro Rocha. No terceiro e decisivo jogo,terminou em nova igualdade, por 1x1 , com Dirceu Lopes e Pedro Rocha marcando. Com o resultado, o Brasil manteve o título da Taça Rio Branco.

Ainda haveira uma outra partida, em 1967. Mas, desta vez, o técnico não seria Aimoré Moreira. A CBD resolveu mandar uma seleção carioca, para enfrentar o Chile, em Santiago. Zagallo, recém aposentado como jogador, foi o treinador escolhido. Uma magra vitória, por 1x0, com gol de Roberto, fechou o ano da seleção.

Em contrapartida, o ano de 1968 foi um dos mais movimentados da história da seleção. Os dois primeiros compromissos, novamente sob o comando de Aimoré Moreira, seria novamente pela Taça Rio Branco, diante dos Uruguaios. Dessa vez, as partidas seriam realizadas no Brasil.

Aimoré convocou os seguintes jogadores, para os jogos frente a celeste e a posterior excursão a Europa, que marcava o início da preparação brasileira para a Copa de 70: Goleiros: Picasso (São Paulo) e Lula (Corinthians)

Laterais: Djalma Santos (Palmeiras), Carlos Alberto Torres (Santos), Zé Maria (Portuguesa),Rildo (Santos) e Sadi (Inter)

Zagueiros: Jurandir (São Paulo), Brito (Vasco), Dias (São Paulo) e Joel (Santos)

Meio-Campistas: Piazza (Cruzeiro), Denílson (Fluminense), Rivellino (Corinthians)e Gérson (Botafogo)

Atacantes:Paulo Borges (Corinthians), Natal (Cruzeiro), Jairzinho (Botafogo), César (Flamengo), Tostão (Cruzeiro), Roberto (Botafogo), Edu (Santos) e Eduardo (Corinthians)

Para variar, problemas aconteceram aos montes. Primeiro, na apresentação dos jogadores, no dia 3, Picasso e Dias, lesionados, acabaram cortados. Foram substituídos por Félix (Fluminense), Cláudio (Santos) e Marinho (Portuguesa). Segundo, os atletas cariocas só iriam se apresentar para a segunda partida, já que Botafogo e Vasco ainda disputavam o título. Pensa que acabou? Nada disso. Edu, teve dificuldades para deixar o quartel militar e só chegou em cima da primeira partida e César, liberado pelo Flamengo, que já nada aspirava no campeonato estadual, também demorou a apresentar-se.

A imprensa estranhou a convocação de três laterais direitos. Aimoré respondeu que Djalma Santos jogaria apenas parte dos jogos contra o Uruguai, para, desta forma, chegar a 100 partidas pela seleção. Outro questionamento por parte da mídia, foi a ausência de Pelé da lista. Oficialmente, a razão era que Pelé não precisava ser testado e que alternativas tinham que ser encontradas. O que se sabe, entretanto, é que o Rei foi liberado, para que o Santos pudesse ganhar uns trocados a mais em sua excursão ao continente europeu.

No dia 5, a seleção fez o seu primeiro coletivo. Vitória por 3 a 1, diante do Juventus. No primeiro tempo, o time foi a campo com: Cláudio, Djalma Santos, Jurandri, Joel e Sadi, Piazza e Rivellino, Natal, Tostão, Paulo Borges e Eduardo. Com esses 11, o time pouco produziu. Os laterais não apoiavam o ataque (Djalma, por já não possuir condições físicas e Sadi, por suas próprias características). Além disso, com apenas 2 jogadores na meia cancha, o Brasil levava nítida desvantagem no setor. Mesmo assim, Tostão recebeu de Paulo Borges e fez 1 a 0.

Para a etapa final, Aimoré fez modificações: Colocou Carlos Alberto, Marinho e Rildo, nos lugares de Djalma Santos, Joel e Sadi. O time melhorou. Os laterais passaram a apoiar mais o ataque e as jogadas começaram a fluir com mais naturalidade. Rivellino e Paulo Borges, marcaram os gols da seleção, enquanto Adílson diminuiu para o time paulista. A atuação apenas regular do time fez a imprensa questionar se haveriam mudanças para o jogo contra o Uruguai.

No dia 7, novo coletivo, desta vez contra o SAAD. Aimoré mandou a campo, Cláudio, Djalma Santos, Jurandir, Joel e Sadi, Piazza e Rivellino, Paulo Borges, Tostão, César e Edu. O ponta esquerda do Santos, que tinha acabado de se apresentar a seleção, foi o grande destaque desse primeiro tempo. Dos seus pés, sairam as jogadas dos gols de Rivellino e Paulo Borges.

Para a segunda parte do treino, o treinador fez cinco alterações. Carlos Alberto, Marinho, Rildo, Natal e Eduardo substituiram Djalma Santos, Joel, Sadi, Paulo Borges e Edu. O desmpenho do time não foi o mesmo. Mesmo com Carlos Alberto e Rildo voando nas laterais, mais uma vez o meio campo da seleção, contando com apenas 2 homens, tinha dificuldades para conter os avanços do adversário. Dessa forma, apenas um gol foi marcado nesse período, através de César. Placar final, 3 a 0.

A primeira partida

No dia 9, o Pacaembu recebeu a primeira partida da Taça Rio Branco. 42.000 pessoas esperavam que o árbitro fosse Aurelio Bossolino. Entretanto, a CBD esqueceu de pegá-lo no hotel. Quando ele chegou ao estádio, de táxi e esbaforido, Romualdo Arppi Filho já havia autorizado o início do jogo. O Uruguai, veio desfalcado de Forlán e seus jogadores paraceiam não dar muita importância a disputa.

Logo aos oito minutos, Rivellino fez boa jogada, passou por Dalmao e cruzou para Tostão encobrir o goleiro Mazurkiewicz. Aos 15, Djalma Santos deixou o campo, cedendo lugar para Carlos Alberto. O restante do primeiro tempo foi morno.

O panorama não se modificou na etapa final. Aos 14, Sadi foi ao ataque, tabelou com Edu e arriscou o tiro. Mazurkiewicz falhou e acabou tomando um frango. Com dois gols de vantagem, a seleção dimnuiu o ritmo e apenas administrou o resultado, diante de uma inoperante celeste.

Brasil 2x0 Uruguai
Data:09-06-1968 Local: Pacaembu Público: 42.000 Árbitro: Romualdo Arppi Filho
Gols: Tostão, aos 8 do 1 tempo. Sadi, aos 14 do 2 tempo;
Brasil: Cláudio, Djalma Santos (Carlos Alberto), Jurandir, Joel e Sadi, Piazza e Rivellino, Paulo Borges (Natal), César, Totão e Edu.
Uruguai: Mazurkiewicz, Dalmao, Montero Castillo, Mendez e Gonçalvez, Mujica, Virgili e Pedro Rocha, Del Rio (Zubía), Ibánez (Espárrago) e Morales

A segunda partitda

Como o segundo jogo aconteceria três dias depois, não houve tempo para realizar treinamentos. A boa notícia ficou por conta da apresenatação dos jogadores dos clubes cariocas, já que o estadual havia terminado, com o Botafogo sagrando-se campeão.

Aimoré aproveitou e escalou alguns dos cariocas como titulares. Gérson, entrou na vaga de Rivellino. Jairizinho substituiu César. E Carlos Alberto começou como titular, na vaga de Djalma Santos.

Diante de um adversário desinterssado, o Brasil mandou no jogo. Aos oito, Jairzinho lançou Paulo Borges, que entrou na corrida e só tocou na saída do goleiro. Aos 37, Piazza quebrou a perna, em uma dividida com Ibánez. A contusão o deixaria praticamente um ano afastado dos gramados. Eme seu lugar, entrou Rivellino. Com isso, dois canhotos formaram o meio de campo do Brasil. Gérson atuou mais recuado e Riva, mais a frente.

Na etapa final, a goleada foi consumada. Logo aos quatro minutos, Rivellino cobrou uma falta, Bazzano não conseguiu segurar e Tostão aproveitou o rebote. Aos 36, uma jogada toda botafoguense. Gérson tabelou com Jairzinho e deslocou o goleiro. Finalmente, aos 43, a dupla campeã carioca funcionou novamente. O canhotinha de ouro cobrou uma falta da direita e Jairzinho desviou para o gol e fechou a goelada. 4 a 0.

Brasil 4x0 Uruguai
Data:12-06-1968 Local: Maracanã Público: 49.107 Árbitro: Aurelio Bossolino (Arg)
Gols: Paulo Borges, aos 8 do 1 tempo. Tostão, aos 4. Gérson, aos 36 e Jairzinho, aos 42 do 2 tempo.
Brasil: Cláudio, Carlos Alberto, Jurandir, Joel e Sadi (Rildo), Piazza (Rivellino) e Gérson, Paulo Borges, Jairzinho, Tostão e Edu.
Uruguai: Bazzano, Dalmao, Montero Castillo, Mendez e Fontes, Mujica (Brunel), Virgili e Pedro Rocha, Del Rio, Ibánez (Espárrago) e Morales.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Amistoso 68- México Olímpico 2x2 Uruguai


Explicação

A partir de hoje, o blog começa uma série diferente. Farei um misto de trabalho histórico com análises de partodas do meu acervo. Como tenhpo acesso ao acervo do Jornal do Brasil e da Revista Placar (esta a partir de 1970), resolvi unir o útil ao agradável.

Minhe ideia é pegar os jogos do meu acervo, analisá-los no Tactical Pad, fazer o resumo do jogo, quase um lance a lance dos que de melhor aconteceu na partida e, também, usar o Jb e a Placar, para ter um panorama do que a mídia escrevia a respeito na época. e, obviamente, também pretendo presentear os leitores com um compacto da partida em questão.

Iniciarei os trabalhos pelo ano de 1968, com amistosos e alguns jogos da Eurocopa. Obviamente que em 68 e 69, me utilizarei apenas do JB. A partir de 1970, ´citações da Placar estarão presentes por aqui.

A razão de começar pelos preparativos para o Mundial do México é simples e egoísta. Muita gente afirma que foi a melhor de todos os tempos. Portanto, com a ajuda do meu acervo, da Placar e do JB, iremos colocar isso a prova. Quem se habilita a vir comigo nessa viagem pelo tempo?

Pré- jogo

Este amistoso, de 1968, colocava frente a frente os anfitriões da próxima Copa e que portanto já estavam garantidos na competição e a celeste, que preparava-se para as eliminatórias sulamericanas. Além disso, os uruguaios vinham de uma boa campanha na Copa de 66. Será que os times que atuaram naquele dia seriam os mesmos que estariam em campo dois anos mais tarde? Vamos descobrir juntos, a partr de agora.

Jogo

-Ambas as seleções eram bem diferentes das que entrariam em campo na Copa. Os donos da casa tinham apenas Perez e Hernandez. Havia uma explicação para isso. era o time olimpíco que estava em campo. Na época, não havia limite de idade, contudo, se o jogador já tivesse participado de uma Copa do Mundo, ficava impossiblitado de atuar em uma Olmpíada.

-O México chegou a semifinal dos Jogos Olímpicos, mas acabou perdendo para a Bulgária, por 3 a 2. Na disputa do bronze, novo revés mexicano, por 2 a 0, para o Japão.

- A celeste tinha Mazurkiewicz, Montero Castillo, Mujica e Pedro Rocha, dos que seriam titulares e Morales, que fazia parte do grupo.

-O Uruguai apresentou-se taticamente, num 4-3-3, que variava para um 4-2-4, com a bola. Sua linha de trás formada por Mendez, Dalmao, Montero Castillo e Gonzalez. Mujica e Virgilio, eram os meio campistas. Pedro Rocha era quem flutuava entre o ataque e o meio de campo. E o ataque era formado por Ibanez, Silvia e Morales. Não vou me ater muito ao time mexicano, pois não possuo nada no acervo do time olímpico e esta não era a base da equipe que jogaria na Copa.

-Quem começou atacando mais foi o México. Forçando quase sempre as jogadas pelo flanco direito. Entretanto, não conseguiu criar perigo.

-A primeira grande oportunidade foi do time mexicano. Novamente atacando pelo lado direito, Regueiro cruzou, Montero Castillo falhou na interceptação e a bola sobrou para Estrada. O atacante apenas ajeitou para Bustos, que soltou a bomba. O tiro expoldiu no travessão, nas costas d Mazurkiewicz, e não entrou.

-GOL!Aos 17 minutos, saiu o gol do Uruguai. Mostrando toda sua ingenuidade, a zaga do México afastou mal uma bola alta e Virgilio aproveitou a sobra para, de cabeça, abrir o marcador.

- GOL!Nove minutos mais tarde, o México chegou ao empate. Estrada, aberto pela ponta esquerda, cruzou rasteiro para a área. Noavamente, a zaga celeste falhou feio e Bustos teve apenas o trabalho de desviar para as redes.

-A partida era muito concentrada no meio de campo. O entusiasmo da jovem equipe mexicana esbarrava na pouca qualidade. Já o Uruguai, não parecia interessado em correr e se desgastar na altitude da Cidade do México. Esperamos que a segunda etapa seja bem melhor do que a primeira.

-Taticamente, o que mais chamou a atenção nos primeiros 45 minutos foram as inversões dos ponteiros uruguaios. Ibanez, por muitas vezes apareceu pela esquerda, eqnuanto Morales tentava as jogadas no flanco direito. Outro ponto importante, eram as constantes trocas entre Pedro Rocha e Silvia. Sempre um ficava mais adiantado, como atacante de referência e o outro buscava atuar como um meia.



Segundo Tempo

-Em 15 minutos, nada mudou. Ou melhor, a violência passou a fazer parte do jogo. De lado a lado, pegadas mais fortes começaram a acontecer. Mujica e Montero Castillo comandaram a carnificina, pelo lado da celeste.

-O primeiro lance de perigo aconteceu apenas aos 17 minutos. Depois de um tiro de meta cobrado por Mazurkiewicz, Morales ganhou na corrida de Alejandrez e desferiu um forte tiro de canhota, que assustou o goleiro Rodriguez.

-Aos 20, o Uruguai fez sua primeira alteração. Saiu o sumido Pedro Rocha e entrou outro nome que estaria presente na Copa do Mundo, Esparrago.

-Seis minutos mais tarde, Montero Castillo tentou uma bicicleta para afastar a bola da área, mas acabou acertando o mexicano Estrada. Resultado, o atacante do time da casa abriu o supercíclio e teve que ser atendido fora das quatro linhas. Aproveitando a paralisação, nova mexida na celeste. Saiu Silvia e entrou Suvia.

-GOL! Aos 34, Subvia sofreu falta na intermediária ofensiva do Uruguai. Mendez, soltou uma bomba que foi de encontro ao ângulo superior esquerdo de Rodriguez, que nada pode fazer. Golaço! 2 a 1 celeste.

-GOL! Três minutos mais tarde, o México chegou ao empate. Estrada recebeu na meia esquerda, derivou para o meio e deu belo passe para Hernandez que chutou. O tiro saiu cruzado e Bustos apareceu na segunda trave, aparentemente em posição ilegal, para empurrar para as redes. 2 a 2.

-Nervosos com a não marcação do impedimento, os uruguaios perderam a cabeça. Morales foi expulso, aos 40 minutos, por ter agredido o lateral Alejandrez. Na confusão, a partida ficou parada por mais de cinco minutos. Depois disso, quase não houve mais futebol. O Uruguai catimbou o quanto pode, enquanto o México tentou atacar de forma desordenada.

-E assim chegou ao fim uma partida de futebol nada brilhante. Disputada com muita disposição, mas com pouca técnica. O time da casa deve ter ficado feliz com seu desempenho, afinal, era apenas a sua equipe olímpica (não é a toa que acabou em quarto lugar). Já o Uruguai, mesmo bem desfalcado tinha razões de sobra para se preocupar, nem tanto com as eliminatórias para a Copa, já que estava num grupo relativamente tranquilo, junto com Chile e Equador, mas sim com o Mundial propriamente dito.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Campeonato Paulista de 1904- São Paulo é tri! Parte 2


Fichas dos Jogos

Inter 4x0 Mackenzie
Data: 03-05-1904 Local: Velódromo Árbitro: Mário Mendes
Gols: Vevé, aos 4, Leônidas, aos 17 e Murray, aos 31 do 1 tempo. Vasconcellos, aos 37 do 2 tempo
Inter: Thomson, Walter e Mário; Rubião, Aguiar e Juvenal; Leônidas, Murray, Cox, Vevé e
Vasconcellos.
Mackenzie: Mário Mendes, Belfort Duarte e Benedicto; Henrique, Manoel e Werneck; Fábio,
Armando, Mazzine, Pedro Bicudo e Ruffim.

Germânia 0x1 São Paulo
Data: 12-05-1904 Local: Parque Antárctica Árbitro: Jorge Mesquita
Gol: Charles Miller
Germânia: Hantschick, Riether e J.Vaz Porto; Pudney, Munhoz e Boock; Cross, Klausner, Hermann Friese, Fuller e F. Vaz Porto.
São Paulo: Willy Holland, Jeffery e Hodgekiss; Duff, Robinson e Biddell; Wright, Montandon, Charles Miller, Roboton c Boyes

Paulistano 2x0 Inter
Data: 13-05-1904 Local: Velódromo Árbitro: Charles Miller
Gols: Sampaio, aos 36 do 1 tempo e aos 25 do 2 tempo
Paulistano: Tutu, Geraldo e G. Rubião; Fábio Prado, Mesquita e Renato Miranda; Ibanez Salles, M.Passos, Álvaro, Sampaio e Cassio de Barros.
Internacianal: Thomson, Walter e Mário Prado; J. Rubião, A.Prado e Juvenal; Leônidas, Murray, Cox, Vevé e Vasconcellos.

Germânia 0x3 Palmeiras
Data: 29-05-1904 Local: Parque Antárctica Árbitro: R.Sampaio
Gols: Macedo, Aquino e Azevedo
Germânia: Leopoldo, Riether e Nobiling; Pudney, Boock e Muss; Heinke, Linz, Friese, Fuller e Kirschner.
Palmeiras: Hugo, Neves e Lefevre; Braga, Manoel e Melchert; Macedo, Canto, Corbert, Aquino e Azevedo.

Inter 3x0 Mackenzie
Data: 02-06-1904 Local: Parque Antárctica Árbitro: Charles Miller
Gols: Vasconcellos (2) e Cox
Inter: Juvenal, Walter e Mário; Rubião, Armando e Aguiar; Leônidas, Argemiro, Cox, Vevé e Vasconcellos.
Mackenzie: Slade, Belfort Duarte e Benedicto; Maneco, Werneck e Pinto; A.Guerra, Ruffim, Mazzine, Pedro Bicudo e Mário Mendes.

Paulistano 5x1 Palmeiras
Data: 05-06-1904 Local: Velódromo Árbitro: Mário Mendes
Gols: Ibanez Salles (2), Sampaio, Álvaro (2) e Azevedo
Paulistano: Tutu, José Rubião e Guilherme Rubião; Fábio Prado, Mesquira e Áureo; M.Passos, Sampaio, Alvaro, Ibanez Salles e Cassio.
Palmeiras: Hugo, Neves e Lefevre; Braga, Manoel e Melchert; Macedo, Canto, Corbett, Aquino e Azevedo.

Germânia 0x1 Inter
Data: 19-06-1904 Local: Parque Antárctica Árbitro: Benedicto Montenegro
Gol: Armando Prado
Germânia: Leopoldo, Riether e Pudney; Knobe, Friese e Muss; Kirschner, Boock, Nobiling, Fuller e Rowlands.
Internacional: Thomson, Walter e Mário; Rubião, Armando e Juvenal; Leônidas, Argemiro, Cox, Vevé e Vasconcellos.

Paulistano 1x1 São Paulo
Data: 23-06-1904 Local: Velódromo Árbitro: Tom Campbell
Gols: Cassio e Charles Miller
Paulistano: Tutu, Geraldo e Guilherme Rubião; Fábio Prado, Mesquita e Renato Miranda; Cassio, Sampaio, Álvaro, Ibanez Salles e Joaquim.
São Paulo: Willy Holland, Hodgekiss e Mac Ewan; Duff, Robinson e Biddell; Holland, Corbert, Charles Miller, Montandon e Boyes.

Germânia 0x3 Paulistano
Data:26-06-1904 Local: Parque Antárctica Árbitro: Willy Holland
Gols: Riether (contra), Álvaro e Sampaio
Germânia: Leopoldo, Riether e Nobiling; Moraes, Friese e Pudney; Kawall, Boock, Fuller, Kirschner e Rowlands.
Paulistano: Tutu, Geraldo e José Rubião; Áureo, Mesquita e Renato Miranda; M.Passos, Sampaio, Álvaro , Ibanez Salles e Joaquim.

São Paulo 5x0 Palmeiras
Data: 29-06-1904 Local: Velódromo Árbitro: Mário Mendes
Gols: Boyes (4) e Charles Miller
São Paulo: Willy Holland, Ford e Hodgekiss; Duff, Robinson e Biddell; C. Holland, Montandon, Charles Miller, Roboton e Boyes.
Palmeiras: Hugo, Lefevre e Collet; Neves, Macedo e Melchert; Manoel, Corbett, Aquino, Canto e Azevedo.

São Paulo 3x2 Germânia
Data: 10-07-1904 Local: Velódromo Árbitro: Armando Prado
Gols: Montandon, Boock, Friese, Charles Miller e Boyes
São Paulo: Willy Holland, Jefferv e Hodgekiss; Duff, Robinson e Biddell; Wright, Montandon, Charles Miller, Roboton e Boyes.
Germânia: Leopoldo, Riether e Nobiling; Boock, Reise e Muss; Heinke, Kirschner, Friese,
Pudney e Linz.

Paulistano 2x1 Mackenzie
Data: 14-07-1904 Local: Velódromo Árbitro: Charles Miller
Gols: Sampaio, Álvaro e Armando Paixão
Paulistano: Tutu, G. Rubião e J. Rubião; Áureo, Mesquita e Guimarães; M. Passos, Álvaro, Ibanez Salles, Sampaio e ]oaquim.
Mackenzie: Mário Mendes, Belfort Duarte e Benedicto; Maneco, Pyles e Pinto; Ruffim, Armando Paixão, Mazzine, Fábio e Edmundo.

Germânia 0x4 Inter
Data: 17-07-1904 Local: Parque Antárctica Árbitro: F.Robinson
Gols: Argemiro, Cox, Vevé e Vasconcellos
Germânia: Leopoldo, Riether e Pudney; Boock, Friese e Muss; Kirschner, Linz, Fuller, Nobiling e Cross.
Internacional: Thomson, Walter e Mário; Rubião, Armando e Juvenal; Leônidas, Argemiro, Cox, Vevé e Vasconcellos.

Mackenzie 4x0 Palmeiras
Data: 23-07-1904 Local: Consolação Árbitro: Ibanez Salles
Gols: Belfort Duarte, Mazzine, Armando Paixão e Ruffim
Mackenzie: Mário Mendes, Belfort Duarte e Benedicto; Fábio Prado, Manoel e H. Ruffim; Ruffim, Pinto, Armando Paixão, Mazzine e Edmundo.
Palmeiras: Hugo, Eugênio e Thomaz; Melchert, Macedo e Augusto; Manoel, Braga, Aquino, Agenor e Azevedo

Paulistano 0x0 São Paulo
Data: 24-07-1904 Local: Velódromo Árbitro: Hermann Friese
Paulistano: Tutu, José Rubião e Guilherme Rubião; Áureo, Mesquita e Renato Miranda; M.Passos, Sampaio, Álvaro, Ibanez Salles e Joaquim.
São Paulo: Willy Holland,Jeffery e Hodgekiss; Duff, Robinson e Biddell; Wright, Montandon, Charles Miller, Roboton e Boyes.

São Paulo 3x0 Palmeiras
Data: 31-07-1904 Local:Consolação Árbitro: Armando Prado
Gols: Boyes (2) e Roboton
São Paulo: Willy Holland, Jeffery e Hodgekiss; Duff, Robinson e Biddell; Wright, Montandon, Charles Miller, Roboton e Boyes.
Palmeiras: Dagoberto, Thomaz e Eugênio; Melchert, Macedo e Augusto; Manoel, Braga,
Aquino, Agenor e Azevedo

Paulistano 1x0 Germânia
Data: 03-08-1904 Local: Velódromo Árbitro: A.Werneck
Gol: Ibanez Salles
Paulistano: Tutu, José Rubião e Guilherme Rubião; Áureo, Mesquita e Guimarães; Ibanez Salles,M.Passos, Firmo, Sampaio e Joaquim.
Germânia: Hantschick, Riether e Pudney; Boock, Friese e Muss; Cross,
Nobiling, Fuller, Linz e Klaussner.

São Paulo 5x0 Inter
Data: 07-08-1904 Local: Velódromo Árbitro: R.Vanorden
Gols: Duff, Wright, Robinson, Charles Miller e Boyes
São Paulo: Willy Holland, Jeffery e Hodgekiss; Duff, Robinson e Biddell; Roboton, C. Holland, Charles Miller, Wright e Boyes.
Internacional: Thomson, Walter e Mário; J. Rubião, Armando e Juvenal; Leônidas, Otavio,
Cox, Vevé e Vasconcellos.

Paulistano 1x0 Palmeiras
Data: 11-08-1904 Local: Velódromo Árbitro: Charles Milles
Gol: Telles
Paulistano: Tutu, J. Rubião e G. Rubião; Áureo, Mesquita e F. Prado; Ibanez Salles, M.Passos, Alvaro, Sampaio e Telles.
Internacional: Hugo, Braga e Lefevre; Neves, Aquino e Collet; Macedo, Faria, Agenor,
Corbett e Manoel.

São Paulo 1x0 Mackenzie
Data:15-08-1904 Local: Velódromo Árbitro: E.Lefevre
Gol: Charles Miller
São Paulo: Willy Holland, Jeffery e Hodgekiss; Duff, Robinson e Biddell; C. Holland, Montandon, Charles Miller, Roboton e Ford.
Mackenzie: Mário Mendes, Belfort Duarte e Benedicto; Fabáio Prado, Pinto e Werneck; H.Ruffim, Manoel, Mazzine, A. Ruffim e Edmundo.

Inter 5x1 Palmeiras
Data: 21-08-1904 Local: Velódromo Árbitro: F.Robinson
Gols: Vevé (3), Armando, Hime e Corbett
Inter: Thomson, Walter e Mário; Armando, Aguiar e Juvenal; Leônidas, Cox, Costinha, Vevé e Hime.
Palmeiras: Hugo, Braga e Eugênio; Melchert, Aquino e Augusto; Macedo, Bill, Agenor, Faria e Corbett.

Paulistano 5x2 Inter
Data: 28-08-1904 Local: Velódromo Árbitro: A.Werneck
Gols: Cox (contra), Ibanez Salles (2), Álvaro, Hime, Mesquita e Cox
Paulistano: Tutu, José Rubião e Guilherme Rubião; Raul, Mesquita e Áureo; M. Passos, Sampaio, Álvaro, Ibanez Salles e Joaquim.
Internacional: Osório, Gutta e Mário; J. Rubião, Armando e Juvenal; Duarte,
Hime, Cox, Costinha e Vevé

Germânia 2x3 Mackenzie
Data: 29-08-1904 Local: Parque Antárctica Árbitro: R.Sampaio
Gols: M.Paixão (2), Friese (2) e H.Ruffim
Germânia: Hantischick, Riether e J. Vaz Porto; Pudney, Munhoz e Boock; Klaussner, Fuller, Friese, F. Vaz Porto e Cross.
Mackenzie: Mário Mendes, Belfort Duarte e Benedicto; Fábio Prado, Pinto e Werneck; H.Ruffim, Manoel Paixão, Mazzine, A. Ruffim e Edmundo.

Palmeiras 0x5 Germânia
Data: 15-09-1904 Local: Consolação Árbitro: R.Mazzine
Gols: Fuller (2), Boock (2) e Friese
Palmeiras: Hugo, Eugênio e Thomaz; Melchert, Aquino e Augusto; Macedo, Bille, Marvel, Faria e Agenor.
Germânia: Hantischick, Riether e J. Vaz Porto; Boock, Munhoz e Pudney; Klaussner, Fuller, Friese, F. Vaz Porto e Cross.

Inter 1x4 São Paulo
Data: 18-09-1904 Local: Velódromo Árbitro: Hans Nobling
Gols: Leônidas, Boyes, Charles Miller, Duff e Robinson
Inter: Osório, Gutta e Mário; Armando, J. Prado e Rubião; Leônidas, Hime, Cox, Carlinhos e Vevé.
São Paulo: Willy Holland, Jeffery e Hodgekiss; Duff, Robinson e Biddell; Wright, Mac Ewan, Charles Miller, Roboron e Boyes.

Inter 2x0 Palmeiras
Data: 25-09-1904 Local: Velódromo Árbitro: R.Vanorden
Gols: Cox e Vevé
Inter: Osório, Gutta e Mário; Rubião, Armando e Juvenal; Duarte, Hime, Cox, Leônidas e Vevé.
Palmeiras: Julio Gonçalves, Collet e Eugênio; Augusto, R. Braga e Melchert; Agenor, Bille, Aquino, Marvel e Macedo.

Mackenzie 0x5 São Paulo
Data: 28-09-1904 Local: Velódromo Árbitro: R.Vanorden
Gols: Robinson, Charles Miller, Duff, Montandon e Roboton
Mackenzie: Slade, Pinto e Benedicto; Maneco, Werneck e Fábio Prado; H. Ruffim, Pyles, Mazzine, A. Ruffim e Edmundo.
São Paulo: Willy Holland, Jeffery e Hodgekiss; Ford, Robinson e Biddell; Duff, Montandon, Charles Miller, Roboton e Boyes

Mackenzie 3x1 Palmeiras
Data: 14-10-1904 Local: Velódromo Árbitro: Charles Miller
Gols: Bill, aos 7, A.Ruffim, aos 11 e M.Paixão, aos 36 do 1 tempo. Mazzine, aos 18 do 2 tempo
Mackenzie: Slade, Pinto e Benedicto; Maneco, Werneck e Fábio Prado; M. Paixão, H. Ruffim, Mazzine, A. Ruffim e Edmundo.
Palmeiras: Melchert, Eugênio e Collet; Braga, Aquino e Augusto; Manoel, Bill, Macedo,
Faria e Agenor.

Germânia 1x0 Mackenzie
Data: 21-10-1904 Local: Parque Antárctica Árbitro: E.Lefevre
Gol: Klaussner
Germânia: Hantischick, Riether e J. Vaz Porto; Boock, Munhoz e Pudney; Klaussner, F. Vaz Porto, Fuller, Friese e Cross.
Mackenzie: Slade, Pinto e Benedicto; Maneco, Werneck e Fábio Prado; H. Ruffim, Pyles,
Mazzine, A. Ruffim e Edmundo

Jogo Extra
São Paulo 1x0 Paulistano
Data: 30-10-1904 Local: Velódromo Árbitro: E.Lefevre
Gol: Charles Miller
São Paulo: Willy Holland,Jeffery e Hodgekiss; Duff, Robinson e Mac Ewan;Wright, Sadler,Charles Miller, Roboton e Boyes.
Paulistano: Tutu,José Rubião e Guilherme Rubião;Áureo, Mesquita e Raul; Plínio, Sampaio, Álvaro,Ibanez Salles e Joaquim

Artilheiros

Charles Miller e Boyes, do São Paulo Athletic, com 9 gols

Colocação Final

Clube V E D Gp Gc Pg Sg
1-São Paulo (Tricampeão) 9 2 0 29 04 20 +25
2-Paulistano 8 2 1 21 06 18 +15
3-Internacional 6 4 0 22 17 12 +5
4-Mackenzie 3 0 7 11 20 6 -9
5-Germânia 2 0 8 10 19 4 -9
6-Palmeiras 1 0 9 6 33 2 -27

Estatísticas

Jogos realizados: 31
Gols assinalados: 99
Ataque mais positivo: Sao Paulo, com 29 gols
Ataque menos positivo: Palmeiras, com 6 gols
Defesa mais vazada: Palmeiras, com 33 gols sofridos
Defesa menos vazada: São Paulo, com 4 gols sofridos
Marcaram contra: Cox e Mário (Internacional), Paixão
(Mackenzie)e Riether (Germânia) uma vez cada


Campeonato Paulista de 1904- São Paulo é tri! Parte 1



O Campeonato

Este foi o ano de consagração do primeiro grande ídolo do futebol paulista, o alemão Friese. O gringo, que atuava pelo Germânia, transformou seu time de saco de pancadas a atração por onde atuasse. Uma revista da época, chegou a dedicar-lhe os seguintes versos.

"Este e o mestre cá da terra/que os inimigos aterra/com seus 'shoots'
colossais ... /não teme vento, nem so1/ quando joga o futebo1/ e não teme
temporais.
Ao jogo que se dedica/ em trinta se multiplica/ pelo campo se reparte/
não descansa um só momento/ e se acha sempre violento/ com Deus, por
toda a parte.
É mestre na cabeçada/ e quando vai de escapada/ é perigoso de vez/ tal
carreira, a violência/ tal dos 'shoots', a inclemência/ tal a sua intrepidez.
Nos embrulhados perigos/ desnorteia os inimigos/ embasbaca o
espectador/ como juiz, e correto/ mas podia ser, decerto,/ um bocadinho
melhor.
É nos 'matchs' do Germânia/ quando se bate em campanha/ verdadeiro
soberano/ nos seus não tern confiança/ e por isso nao descansa/ no seu
joguinho do engano.
Alto, de estatura altiva,/ magro, porém elegante,/ aos que o conhecem,
cativa/ com o seu olhar 'frizante".

O certame de 1904 contou com um novo participante. O AA das Palmeiras venceu por 1 a 0, uma disputa eliminatória contra o Internacional, de Santos e garantiu a sua vaga. São Paulo Ahletic e Paulistano, para variar, terminaram novamente empatados na primeira colocação. Ambos venceram as oito partidas contra seus demais concorrentes e acabaram empatando seus confrontos.

Dessa forma, um novo jogo extra decidiu o campeonato. E a sina do Paulistano permaneceu. Novamente, deu o time de Charles Miller, pelo marcador mínimo. Com o tricampeonato, os ingleses conquistaram em definitivo a Taça Casemiro de Abreu.

No campo político, aconteceu a primeira troca de presidente da Liga Paulista de Football. Saiu Casemiro da Costa e entrou Armando Prado. O futebol continuava a crescer.

Curiosidade

Uma nota de um jornal da capital paulista dava conta que duas empresas haviam oferecido bolas para que se jogasse o jogo extra. Naturalmente, como ato de cavalherismo, cada pelota seria utulizada em um tempo da partida decisiva.


Obs: Ainda hoje, publico a segunda parte desse post, com as fichas técnicas das 31 partidas, colocação final, artilheiro e as estatísticas da competição. Aguardem!


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Campeonato Argentino de 1904- Belgrano aprende a ser grande



O Campeonato

A rivalidade já era grande. Mas foi somente no campeonato de 1904 que o Belgrano Athletic aprendeu como ser grande, conquistando assim o título e desbancando o Alumni. A campanha foi impressionante. Em 10 partidas, o time conseguiu 9 vitórias e 1 empate, terminando a competição de maneira invicta. De quebra, ainda teve 6 pontos de vantagem sobre o vice-campeão, justamente os ingleses do Alumni. Uma conquista irretocável!

Tabelão do Campeonato

09-05-1904 Estudiantes 0x2 Quilmes
12-05-1904 Alumni 4x1 Barracas Athletic, Lomas Athletic 2x1 Estudiantes e Belgrano Athletic 2x1 Quilmes
15-05-1904 Lomas Athletic 2x3 Belgrano Athletic
22-05-1904 Barracas Athletic 1x2 Belgrano Athletic
24-05-1904 Barracas Athletic 1x0 Lomas Athletic
29-05-1904 Belgrano Athletic 3x0 Barracas Athletic
02-06-1904 Quilmes 1x5 Barracas Athletic e Belgrano Athletic 6x2 Estudiantes
05-06-1904 Estudiantes 0x2 Barracas Athletic
12-06-1904 Estudiantes 1x0 Lomas Athletic e Belgrano Athletic 3x1 Alumni
19-06-1904 Estudiantes 0x3 Alumni e Lomas Athletic 3x2 Quilmes
24-06-1904 Barracas Athletic 3x1 Estudiantes, Quilmes 0x1 Alumni e Belgrano Athletic 2x0 Lomas Athletic
17-07-1904 Lomas Athletic 1x0 Alumni
31-07-1904 Estudiantes 1x4 Belgrano Athletic
07-08-1904 Barracas Athletic 0x5 Alumni e Quilmes 0x4 Belgrano Athletic
21-08-1904 Alumni 1x1 Belgrano Athletic e Quilmes 0x1 Lomas Athletic
28-08-1904 Alumni W.O x Quilmes e Lomas Athletic W.O x Barracas Athletic
30-08-1904 Alumini 0x0 Lomas Athletic
11-09-1904 Alumni 3x3 Estudiantes
18-09-1904 Quilmes 2x3 Estudiantes
24-09-1904 Barracas Athletic W.O x Quilmes

Colocação Final

1- Belgrano Athletic (Campeão) 19pg-10j- 9v- 1e- 0d- 30gp- 9gc- +21sg
2- Alumni- 13pg- 10j- 5v- 3e- 2d- 18gp- 9gc- +9sg
3- Lomas Athletic- 11pg- 10j- 5v- 1e- 4d- 9gp- 10gc- -1sg
4- Barracas Athletic- 10pg- 10j- 5v- 0e- 5d- 13gp- 16gc- -3sg
5- Estudiantes- 5pg- 10j- 2v- 1e- 7d- 12gp- 27gc- 15sg
6- Quilmes- 2pg- 10j- 1v- 0e- 9d- 8gp- 19gc- -11sg

O Jogo Do Título

Quilmes 0x4 Belgrano Athletic
Data: 07-08-1904 Local: Quilmes Árbitro: W.Willians
Gols: Rioboó, aos 5, N.Forrester, aos 9 e Ratcliff, aos 32 do 1 tempo. N.Forrester, aos 40 do 2 tempo
Quilmes: Cordner, Leslie e Boutell, Morgan, Lister e E.Cunninghan, Torre, H.Cunninghan, Hooton, Muir e Wilson
Belgrano Athletic: Howard, Dickinson e Reeves, C.E.Dickinson, Ratcliff e Fraser, Ruggeroni, N.Forrester, Knight, Rioboó e Frilling

Os Jogadores do Campeão

Goleiros: Howard, Goodfellow, Dorning e Brookhouse
Defensores: Dickinson e Reeves
Meio-Campistas: C.E.Dickinson, Stead, Ross, Ratcliff, Molina Penco, Duggan, Frers e Fraser
Atacantes: Khilberg, Thompson, Wood, A.Forrester, Ruggeroni, N.Forrester, Knight, Rioboó, Paunero, Holmberg, Harvey, P.Frers e Frilling

Tie Cup 1904- De novo, Rosario Athletic



O Campeonato

Na competição de 1904, o Rosario Athletic chegou a sua quarta final seguida da Tie Cup. E como em 1902, levantou a Taça Jewell. Para conquistar o campeonato, o time precisou derrotar o seu grande rival da cidade, o Rosario Central. Na semifinal, passou pelo Barracas Athletic, por 5 a 3. Na grande decisão, a equipe venceu o C.U.R.C.C, ou Central Uruguaia Railway Cricket Club, que mais tarde tornaria-se o famoso Penarol, por 3 a 2. O triunfo só veio depois de jogada a prorrogação. A festa era mais uma vez do Rosario Athletic!

Os Resultados do Campeão

17-07-1904 Rosario Athletic 2x0 Rosario Central
31-07-1904 Rosario Athletic 5x3 Barracas Athletic
14-08-1904 Rosario Athletic 3x2 C.U.R.C.C

O Jogo do Título

Rosario Athletic 3x2 C.U.R.C.C
Data: 14-08-1904 Local: Flores Árbitro: Willian Leslie
Gols: A.Le Bas, aos 10 do 1 tempo. Pena, de pênalti, aos 25 do 2 tempo. A.E.Wells, aos 5 do 1 tempo da prorrogação. A.Le Bas, aos 10 e A.Camacho, aos 13 do 2 tempo da prorrogação
Rosario Athletic: Dorning, O.Le Bas e M.O.Wells, Parr, Jewell e Talbot,Le Bas, A.Le Bas, A.E.Wells, G.Parr e Topping
C.U.R.C.C: Villalba, A.Camacho e Davies, J.Camacho, Mazucco e C.Camacho, Pena, Manana, Matheson, E.H.Acevedo e E.A.Acevedo

Os Jogadores do Campeão

Goleiros: Warner e Dorning
Defensores: O.Le Bas e M.O.Wells
Meio-Campistas: Parr, Jewell e Talbot
Atacantes: Newell, Le Bas, A.Le Bas, A.E.Wells, G.Parr e Topping

domingo, 28 de outubro de 2012

Paulista de 1903- Com polêmica, São Paulo leva o bi Parte 2


Curiosidades

Pelo segundo ano seguido, São Paulo Athletic e Paulistano tiveram que decidir o título em um jogo extra, depois de terminarem empatados o campeonato. E novamente, deu São Paulo.

Foi neste ano que ocorreram as primeiras partidas interestaduais que se tem notícia. Dirigentes do Internacional, São Paulo e Paulistano convidaram o Fluminense, para uma série de amistosos. No dia 6 de setembro, o time carioca empatou, em 0 a 0, com o Internacional. No dia 7, venceu o Paulistano, por 2 a 1. Finalmente, no dia 8, novo triunfo, por 3 a 0, diante dos "ingleses" do São Paulo Athletic. Era o embrião do Torneio Rio/São Paulo.

Fichas dos Jogos

São Paulo 2x0 Mackenzie
Data: 21-05-1903 Local: Velódromo Árbitro: Willy Holland
Gols: Trail e Charles Miller
São Paulo: Marsland, Jeffery e Jeans; Robinson, Wucherer e Ford; Poole, Montandon, Charles Miller, Trail e Boyes.
Mackenzie: Mario Mendes, Belfort Duarte e Fábio; Manuel, Vicente e Henrique; Benedicto, Guerra, Alício de Carvalho, Pedro Bicudo e Humberto.

Mackenzie 1x2 São Paulo
Data: 11-06-1903 Local: Parque Antárctica Árbitro: Hermann Friese
Gols: Fábio, Ford e Boyes
Mackenzie: Mário Mendes, Belfort Duarte e Fábio; Manuel, Vicente e Henrique; Benedicto, Guerra, Alício de Carvalho, Pedro Bicudo e Humberto.
São Paulo: Willy Jeffery, Thiers e Biddell; Robinson, Wucherer e Trail; Pool, Nothmann, Charles Miller,Ford e Boyes.

Germânia 3x1 Internacional
Data: 21-06-1903 Local: Parque Antárctica Árbitro: F.Robinson
Gols: Linz, Heinke, Duarte e Brasche
Germânia: Corbett, Riether e Nobiling; Knobe, Friese e Muss; Russo, Linz, Brasche, Kirschner e Heinke.
Internacional: Thomson, Walter e Mário; J.Rubião, Cox e Armando; Juvenal, Murray, Costinha, Carlos e Duarte.

Paulistano 2x0 São Paulo
Data: 24-06-1903 Local: Velódromo Árbitro: Hermann Friese
Gols: Álvaro e Oscar
Paulustano: Turu, Rubião e Geraldo; Mesquita, Olavo e Renato Miranda; Oscar,João, Álvaro, Ibanez Salles e Vevé.
São Paulo: W.Holland, Jeffery e Hodgkiss; Robinson, Wucherer e Biddell; Pool, Montandon, Charles Miller, Normanton e Boyes

Paulistano 5x0 Internacional
Data: 28-06-1903 Local: Velódromo Árbitro: Hermann Friese
Gols: Vevé, João Marques e Álvaro, no 1 tempo. João Marques e Álvaro, no 2 tempo
Paulistano: Turu, Rubião e Geraldo; Mesquta, Olavo de Barros e Renato Miranda; Oscar,João Marques, Álvaro, Ibanez Salles e Vevé.
Internacional: Thomson, Walter e Mário; J. Rubião, Carlos e Armando; Juvenal, Murray, Vasconcellos, Mário Prado e Queiroz.

Internacional 0x5 São Paulo
Data: 05-07-1903 Local: Parque Antártica Árbitro: Hans Nobiling
Gols: Pool e Montandon, no 1 tempo. Hodgkiss, Pool e Montandon, no 2 tempo
Internacional: Thomson, Walter e Mário; J.Rubião,Carlos e Armando;Juvenal, Cox,Costinha, Carlos e Duarte.
São Paulo:W.Holland, Jeffery· e Hodgkiss; Robinson, Wucherer e Biddell; Pool, Montandon, Cbarles Miller, Normanton e Boyes

Germânia 0x1 Paulistano
Data: 07-07-1903 Local: Parque Antárctica Árbitro: F.Robinson
Gol: Vevé
Germânia: Corbett, Riether e Nobiling; Knobe, Friese e Muss; Russo, Linz, Brasche, Kirschner e Heinke.
Paulistano: Tutu, Thiers e Rubião; Mesquita, Olavo de Barros, Renato Miranda; Oscar da Costa Marques, João Marques, Álvaro, Ibanez Salles e Vevé.

Paulistano 0x0 Mackenzie
Data:14-07-1903 Local: Velódromo Árbitro: Hermann Friese
Paulistano: Tutu, Geraldo e Rubião; Mesquita, Olavo de Barros e Renato Miranda; João Marques, Sampaio, Álvaro, Ibanez Salles e Vevé.
Mackenzie: Mário, Belfort Duarte e Benedito; Maneco, Vicente e Humberto; Fábio, Mazzini, Aíicio de Carvalbo, Edgar e Guerra

Germânia 1x4 São Paulo
Data: 19-07-1903 Local: Parque Antárctica Árbitro: Jorge Mesquita
Gols: Boyes, no 1 tempo. Pool, Charles Miller, Boyes e Linz, no 2 tempo
Germânia: Corbett, Riether e Nobiling; Knobe, Friese e Muss; Russo, Linz, Brasche, Kirschner e Heinke.
São Paulo: W.Holland, Jeffery e Hodgkiss; Heyecock, Wucherer e Biddell; Pool, Montandon, Charles Miller, Normantan e Boyes

Internacional 0x3 Paulistano
Data: 26-07-1903 Local: Velódromo Árbitro: Willy Holland
Gols: Ibanez Salles (2) e Sampaio
Internacional: Antony de S.Queiroz, J.Rubião e Mário Prado; Aristídes, Carlos e Armando; Juvenal, Otto, Murray,Vasconcellos e Duarte.
Paulistano: Tutu, Geraldo e Rubião; Fábio, Olavo de Barros e Renato Miranda; M.Passos, João da Costa Marques, Sampaio, Ãlvaro e Ibanez Salles

São Paulo 4x0 Paulistano
Data: 02-08-1903 Local: Parque Antárctica Árbitro: Hermann Friese
Gols: Montandon e Trail, no 1 tempo. Trail e Montandon, no 2 tempo
São Paulo: W.Holland, Jeffery e Jeans; Robinson, Wucherer e Biddell; Trail, Hodgkiss, Charles Miller, Montandon e Boyes.
Paulistano: Tutu, Rubião e Geraldo; Jorge Mesquita, Olavo de Barros e Renato Miranda; João da Costa Marques, Oscar da Costa Marques, Alvaro, Ibanez Salles e M. Passos,

São Paulo 1x1 Germânia
Data: 09-08-1903 Local: Velódromo Árbitro: Olavo de Barros
Gols: Kirschner, aos 36 do 1 tempo. Charles Miller, aos 29 do 2 tempo
São Paulo: W.Holland, Jeffery e Jeans; Duff, Robinson e Biddell; Pool, Hodgkiss, Charles Miller, Tomkins e Boyes.
Germânia: Corbett, Riether e Nobiling; Knobe, Friese e Muss; Kirschner, Linz, Brasche, Witte e Heinke

Germânia 0x1 Mackenzie
Data: 15-08-1903 Local: Parque Antárctica Árbitro: Olavo de Barros
Gol: Nobiling (contra), aos 38 do 1 tempo
Germânia: Corbert, Riether e Nobiling; Knobe, Friese e Muss; Heinke, Witte, Brasche, Kirschner e Linz,
Mackenzie: Henrique Worme, Belfort Duarte e Benedicto; Maneco, Vicente e Ernesto; Fábio, Guerra, Alício de Carvalho, Pedro Bicudo e Ruffim

Paulistano 2x0 Germânia
Data: 23-08-1903 Local: Velódromo Árbitro: F.Robinson
Gols: Jorge Mesquita, no 1 tempo. Rubião, no 2 tempo
Paulistano: Armando Pederneiras, Geraldo e Rubião; Prado, Olavo de Barros e Ibanez SaIles;João, Sampaio, Jorge Mesquita, Passos e Álvaro
Germânia: Corbett, Riether e Nobiling; Knobe, Friese e Muss; Heinke, Witee, Brasche, Gordo e Kirschner

Paulistano 1x0 Mackenzie
Data: 29-08-1903 Local: Velódromo Árbitro: Willy Holland
Gol: Ibanez Salles, no 1 tempo
Paulistano: Tutu, Geraldo e Rubião; Fábio, Olavo e Renato Miranda; João, Sampaio, Jorge Mesquita, Álvaro eIbanez Salles.
Mackenzie: Mário Mendes, Belfort Duarte e Benedicto; M. Paixão,Vicente e Ernesto;
Ruffim, Fábio, Mazzine, Alício e Pedro.

Internacional 4x3 Germânia
Data: 30-08-1903 Local: Velódromo Árbitro: Álvaro Rocha
Gols: Friese, Murray e Linz, no 1 tempo. Friese, Vasconcellos, Duarte e Juvenal, no 2 tempo
Internacional: Antony, Queiroz e Rubião; Mário Prado, Armando e Juvenal; Walter Cox, Murray, Calisto, Duarte e Vasconcellos.
Germânia: Corbett, Riether e Nobiling; Knobe, Friese e Muss; Heinke, Linz, Engehardrt, Brasche e Kirschner.

Germânia 0x3 Mackenzie
Data: 07-09-1903 Local: Parque Antárctica Árbitro: Charles Miller
Gols: Alício de Carvalho (2) e Pedro Bicudo
Germânia: Corbett, Riether e Nobiling; Knobe, Friese e Muss; Heinke, Witte, Engehardt, Brasche e Kirschner.
Mackenzie: Mário Mendes, Belfort Duarte e Benedicto; M.Paixão, Vicente e Ernesto, Ruffim; Fábio, Mazzine, Alício de Carvalho e Pedro Bicudo.

Internacional 0x5 Mackenzie
Data: 17-09-1903 Local: Velódromo Árbitro: Álvaro Rocha
Gols: Guerra (3), Humberto e Vicente
Internacional: Thomson, Walter e Mário; Rubião, Cox e Armando; Juvenal, Schloembach, Murray, Carlos e Duarte.
Mackenzie: Mário Mendes, Belfort Duarte e Benedicto; M.Paixão, Vicente e Ernesto; Guerra, Alício de Carvalho, Pedro Bicudo, Mazzine e Humberto.

São Paulo 3x0 Internacional
Data: 27-09-1903 Local: Velódromo Árbitro: Hernann Friese
Gols: H.Boyes (2)e Mário (contra)
São Paulo: W.Holland, Jeffery e Jeans; Duff, Robinson e Biddell; Pool, Hodgekiss, Charles Miller, Boyes e H.Boyes.
Internacional: Thomson, Walter e Mário; J.Rubião, Cox e Armando; Juvenal, Schloembach, Murray, Carlos e Duarte.

Internacional 3x0 Mackenzie
Data: 12-10-1903 Local: Velódromo Árbitro: Charles Miller
Gols: Cox, aos 5 e 33 do 1 tempo e aos 27 do 2 tempo
Internacional: Thomson, Walter e Mário; J. Rubião, Armando e Juvenal; Carlos, Murray, Cox, Costinha e Duarte.
Mackenzie: Mário Mendes, Belfort Duarte e Benedicto; Henrique, Alício de Carvalho e Manoel; Ruffim, Guerra, Mazzine, Pedro Bicudo e Fábio

Jogo Extra
São Paulo 2x1 Paulistano
Data: 25-10-1903 Local: Parque Antárctica Árbitro: Egídio de Sousa Aranha
Gols: Álvaro, no 1 tempo. Thiers (contra) e Pool, no 2 tempo
São Paulo: W.Holland, Jeffery e Hodgkiss; Biddell, Montandon e Duff; Pool, King, Charles Miller, Boyes e Robinson.
Paulistano:Pederneiras, Geraldo e Thiers; Renato Miranda,, Olavo e Tutu; Ibanez Salles, Álvaro,Jorge Mesquita, Sampaio e João.

Colocação Final

Clubes V E D GP GC PG
Sao Paulo (Bicampeão) 07 01 01 23 06 15
Paulistano 06 01 02 15 06 13
Mackenzie 03 01 04 10 08 07
Internacional 02 00 06 08 27 04
Germânia 01 01 06 08 17 03

Artilheiro

Boyes (São Paulo), com 5 gols

Estatísticas

Jogos realizados: 21
Gols assinalados: 64
Ataque mais positivo: São Paulo, com 23 gols
Ataque menos positivo: Germânia e Internacional, com 08 gols
Defesa mais vazada: Internacional, com 27 gols sofridos
Defesa menos vazada: São Paulo e Paulistano, com 06 gols sofridos
Marcaram contra: Nobiling (Germania), Mário (Internaciona!) e Thiers (Paulistano), 1 vez
Pênaltis assinalados (e convertidos) 02



sábado, 27 de outubro de 2012

Paulista de 1903- Com polêmica, São Paulo leva o bi


O Campeonato

Logo na segunda edição, o campeonato paulista enfrentou ameaças de abandono. O Paulistano, queria garantir aos seus associados, o direito de acompanharem suas partidas de forma gratuita. A Liga havia aprovado que poderia haver cobrança de ingressos. Esse embate atrasou o início da competição em oito dias. O Paulitano acabou cedendo e aceitando o regulamento imposto pelos dirigentes.

Enquanto a rivalidade entre os "ingleses" do São Paulo Athletic e do Paulistano começava a ser formada, novas jogadas surgiam, mostrando, desde cedo, o talento e o improviso do jogador brasileiro. Charles Miller começou com a chaleira. Belfort Duarte, afastava as bolas de sua defesa com uma espécie de bicicleta.Outra novidade era o surgimento dos quadros infantis das equipes, preocupadas em garimpar talentos e formar a melhor equipe possível.

Um fato curioso, era a maneira como se dava a escolha do capitão de cada equipe. Havia uma reunião e, nela, decidia-se quem teria a honra. Reproduzo aqui, nota da Provincía de São Paulo, do dia quatro de abril de 1903 a esse respeito.

"S.c. Germânia. Em reuniao de sócios desta simpática sociedade, realizada ontem, foi eleito 'captain' por maioria de votos o sr. Otto Schoelembach. Na mesma reunião, também
houve eleição para o segundo 'captain', sendo nomeado o sr. Aristídes da Costa Andrade. O sr. Oto Schoelembach, após sua eleição,ofereceu um copo de cerveja aos presentes."

Outra curiosidade foi o fato de rendas inteiras de algumas partidas terem sido destinadas a construção do Instituto Pasteur, velho sonho paulistano.

Tomando carona no sucesso do campeonato anterior, novos clubes foram surgindo em outras cidades. Em Santos, surgia o Club Athletic Internacional, que realizou seus primeiros treinamentos com traves improvisadas. Logo surgiria também o Americano, formado por dissidentes do Internacional. Entretanto, nenhum deles disputaria o campeonato em 1903.

Preocupado com a falta de literatura a respeito do esporte, especialmente sobre as regras do jogo, Charles Miller oferece a Mário Cardim a edição inglesa sobre futebol. Cardim as traduziu e publicou quatro livros, o mais importante deles o que abordava instruções específicas para a regra do impedimento.

Ao mesmo tempo, AA das Palmeiras começava a ganhar sua vaga na "primeira divisão" de 1904, ao terminar na segunda colocação o campeonato para segundos quadros de 1903.

A Primeira Polêmica

O campeonato foi novamente marcado pelo equilíbrio entre São Paulo Athletic e Paulistano. Após 10 rodadas, ambos haviam conquistado 18 pontos, o que forçava a realização de um jogo extra, assim como ocorrera no ano anterior. Foi quando aconteceu a primeira polêmica envolvendo arbitragem. O juiz, Egídio de Souza Aranha provocou a ira dos jogadores e torcedores do Paulistano ao não assinalar um pênalti claro e ao encerrar a partida sete minutos antes do tempo regulamentar, justamente quando a equipe atacava para buscar o empate.

Em uma reunião, postrior ao término da competição, a Liga reconheceu os erros do árbitro, mas confirmou o resultado da partida e o bicampeoanto do São Paulo Athletic.

OBS: Como o post ficou muito grande, optei por dividir em duas partes. Em breve, postarei curiosidades, estatísticas, fichas dos jogos, colocação final e artilheiros do certame.





terça-feira, 23 de outubro de 2012

Campeonato argentino de 1903- Alumni conquista o tetra



O Campeonato

Já estava ficando sem graça. O campeonato argentino de 1903 teve o mesmo campeão, ou no caso, tetracampeão, o Alumni. E a conquista veio de forma irrepreensível. Em 10 jogos, foram nove vitórias e apenas uma derrota. 40 gols a favor e 4 contra. O caneco foi garantido com duas rodadas de antecipação, em uma goleada diante do Flores Athletic, na casa do adversário, por 10 a 0. Um verdadeiro passeio dos ingleses.

A única derrota da equipe no certame veio na última rodada, quando o título já estava garantido. Em casa, o time foi derrotado pelo seu grande rival, o Belgrano Athletic, por 1 a 0. Pergunte se alguém ligou para isso?

Os Resultados do Campeão

26-04-1903 Alumni 3x0 Lomas Athletic
03-05-1903 Alumni 6x0 Flores Athletic
10-05-1903 Alumni 4x0 Quilmes
24-05-1903 Alumni 4x1 Barracas Athletic
31-05-1903 Belgrano Athletic 0x4 Alumni
11-06-1903 Quilmes 0x3 Alumni
29-06-1903 Lomas Athletic 2x4 Alumni
05-07-1903 Flores Athletic 0x10 Alumni
19-07-1903 Barracas Athletic 0x2 Alumni
26-07-1903 Alumni 0x1 Belgrano Athletic

Colocação Final

1- Alumni (Tetracampeão)- 18pg- 10j- 9v- 0e- 1d- 40gp- 4gc- +36sg
2- Belgrano Athletic- 15pg- 10j- 7v- 1e- 2d- 21gp- 11gc- +10sg
3- Barracas Athletic- 11pg- 10j- 5v- 1e- 4d- 22gp- 13gc- +9sg
4- Quilmes- 8pg- 10j- 3v- 2e- 5d- 14gp- 22gc- -8sg
5- Lomas Athletic- 8pg- 10j- 2v- 4e- 4d- 17gp- 27 gc- -10sg
6- Flores Athletic- 0pg- 10j- 0v- 0e- 10d- 2gp- 49gc- -47sg

Os Jogadores do Campeão
Goleiro: Mc Kechnie
Defensores: Brown, Lea e Buchanan
Meio-Campistas: Mack, J.Buchanan, Simmons e E.A.Brown
Atacantes: Dillon, Moore, Leonard, E.Moore, A.C.Brown, J.G.Brown, Curran, Jordan e A.Jordan

O Jogo do Título

Flores Athletic 0x10 Alumni
Data: 05-07-1903 Local: Flores Árbitro: S.R.Wilson
Gols: J.G.Brown (4),Leonard (4) e Dillon (2)
Flores Athletic: A.O.Jones, H.Doods e Browne, J.Dodds, Logan e Johnston, Bell, Logan, Elliot, O'Curry e Carlisle
Alumni: Mc Kechnie, Lea e Buchanan, Simmons, Mack e E.A.Brown, Jordan, Curran, J.G.Brown, Leonard e Dillon

Tie Cup 1903- Alumni recupera a coroa



O Campeonato

A busca por revanche do Alumni demorou pouco. Já em 1903, os ingleses se vingariam dos seus algozes do ano anterior, o Rosario Athletic. Para chegar ao título, o time de Buenos Aires goleou o seu grande rival, o Belgrano Athletic, por 6 a 1. Na semifinal, a equipe teve que viajar até Montivideo, para defrontar-se com o Nacional, no Parque Central. A partida foi duríssima e o triunfo veio com um solitário tento, anotado por Dillon, já no segundo tempo.

Finalmente, no dia 16 de agosto, a tão aguardada revanche. E quem achou que a decisão seria tranquila para o Alumni, se enganou redondamente. O tempo regulamentar terminou empatado, em 2 a 2. Depois de uma segunda prorrogação, o artilheiro J.G.Brown garantiu a conquista e a festa dos ingleses.

Os Resultados do Campeão

21-06-1903 Alumni 6x1 Belgrano Athletic
02-08-1903 Nacional 0x1 Alumni
16-08-1903 Alumni 3x2 Rosario Athletic

Os Jogadores do Campeão

Goleiro: Mc Kechnie
Defensores: Brown e Buchanan
Meio-Campistas: Mack, J.Buchanan e E.A.Brown
Atacantes: Dillon, Moore, Leonard, E.Moore, Jordan e J.G.Brown

O Jogo do Título

Alumni 3x2 Rosario Athletic
Data:16-08-1903 Local: Sociedade Hípica Argentina Árbitro: Roberto Whall Rudd Público: 5.000
Gols: Middleton, aos 12 e E.Moore, aos 16 do 1 tempo. E.Moore, aos 15 e J.Parr, aos 40 do 2 tempo. J.G.Brown, aos 2 do 1 tempo da segunda prorrogação
Alumni: Mc Kechnie, Brown e Buchanan, Mack, J.Buchanan e E.A.Brown, Dillon, Leoanrd, J.G.Brown, Moore e E.Moore
Rosario Athletic: Boardman, O.Le Bas e Middleton, Warner, Jewell e C.H.Parr, A.Le Bas, A.O.Le Bas, Wells, J.Parr e Topping

sábado, 20 de outubro de 2012

Campeonato Paulista de 1902- Charles Miller comanda a festa parte 2


Curiosidades

O Paulistano foi a primeira equipe a marcar cinco gols, em uma só partida. na goleada por 5 a 0 diante do Internacional, em 28 de junho.

O começo da partida entre Paulistano e São Paulo Athletic atrasou em cerca de meia hora. Tudo por causa do jogador King, que já se dirigia ao local do jogo devidamente uniformizado. Contudo, um policial o parou e lhe perguntou onde ele ia. Sem falar bem o português, King parou na delegacia, por "circular em trajes carnavalescos, fora de época, ofensivos ao pudor, por deixarem as mostras as pernas, em pleno centro da cidade." Preocupados com a demora do jogador, dois dirigentes foram a sua procura e o localizaram na delegacia. Lá, explicaram o mal entendido e King foi prontamente liberado.

Fichas dos Jogos

Mackenzie 2x1 Germânia
Data: 03-05-1902 Local: Parque Antárctica Árbitro: Antonio Casemiro da Costa
Gols: Eppingaus, aos 21 e Kirchner, aos 37 do 1 tempo. Alício de Carvalho, aos 38 do 2 tempo
Mackenzie: Redher, Belford Duarte e Warner, Sampaio, Alício de Carvalho e Lourenço, Yerld, Eppingaus, Pedro Bicudo, Armando Paixão e Lopes
Germânia: Brasche, Riether e Nobling, Kawaal, Baumann e Muss, Linz, Russo, Kirchner, Nicolau Gordo e Enghehardt

São Paulo Athletic 4x0 Paulistano
Data: 08-05-1902 Local: Parque Antárctica Árbitro: Antonio Casemiro da Costa
Gols: Boyes (2), Jeffery e Chrales Miller
São Paulo: Andrews, A.Kenworthy e G.Kenworthy, Heycock, Wucherer e Biddell, H.S.Boyes, Brough, Charles Miller, Montandon e W.Jeferey
Paulistano: Jorge de Miranda Filho, Thiers e Rubião, E.Barros, Olavo e Renato Miranda, B.Cerqueira, J.Marques, Álvaro, Ibanez Salles e O.Marques

Germânia 2x0 Internacional
Data: 11-05-1902 Local: Parque Antárctica Árbitro: Charles Milles
Gols: Kirchner (2)
Germânia: Brasche, Riether e Nobiling, Kawall, Baumann e Muss, Linz, Russo, Kirchner, Nicolau Gordo e Enghehardt
Internacional: Ozório, Guto e Maio, Armando, Vevé e Rubião, Duarte, Hime, Cox, Casemiro da Costa e Carlinhos

São Paulo 3x0 Mackenzie
Data: 13-05-1902 Local: Velódromo Árbitro: Antonio Casemiro da Costa
Gols: Brough (2) e Charles Milles
São Paulo: Andrews, Jeffery e Unwin, Heyecock, Wuchererer e Biddel, Blackcock, Brough, Charles Miller, Sparkes e Boyes
Mackenzie: Duarte de Azevedo, Belfort Duarte e Paula Neto, José Sobral, Alício de Carvalho e Sampaio, Lourenço, Eppingaus, Armando Paixão, Pedro Bicudo e Lopes

Internacional 1x1 Mackenzie
Data: 29-05-1902 Local: Velódromo Árbitro: O.Nobling
Gols: Casemiro da Costa, aos 27 do 1 tempo e Alício de Carvalho, aos 39 do 2 tempo
Internacional: Ozório, Guto e Maio, Armando, Vevé e Rubião, Duarte, Hime, Cox, Casemiro da Costa e Carlinhos
Mackenzie: Duarte de Azevedo, Belfort Duarte e Paula Neto, José Sobral, Sampaio e Alício de Carvalho, Yerld, Eppingaus, Armando Paixão, Pedro Bicudo e Lopes

Paulistano 2x2 Mackenzie
Data: 07-06-1902 Local: Velódromo Árbitro: Jorge Mesquita
Gols: Alício de Carvalho e Renato Mirando, no 1 tempo e Ibanez Salles e Eppingaus, no 2 tempo
Paulistano: Jorge de Miranda Filho, Thiers e Rubião,E.Barros, Olavo e Renato Miranda, B.Cerqueira, J.Marques, Álvaro, Ibanez Salles e O.Marques
Mackenzie: Redher, Belfort Duarte e Paula Neto, José Sobral, Lourenço e Alício de Carvalho, Sampaio, Eppingaus, Pedro Bicudo, Armando Paixão e Lopes

São Paulo 3x0 Internacional
Data: 08-06-1902 Local: Rua da Consolação Árbitro: Laurent
Gols: Corbet (contra) e Charles Miller, no 1 tempo. Corbet (contra), no 2 tempo
São Paulo: Andrews, Jeffery e Unwin, Heyecock, Wucherer e Biddell, Blackçock, Brough, Charles Miller, Sparkes e H.S.Boyes
Internacional: Ozório, Guto e Corbet, Armando, Vevé e Rubião, Duarte, Hime, Cox, Prado e Carlinhos

Paulistano 3x1 Internacional
Data: 15-06-1902 Local: Velódromo Árbitro: W.Jeffery
Gols: Álvaro (2), no 1 tempo. Holland (pênalti) e João da Costa Marques, no 2 tempo
Paulistano: Geraldo, Pacheco Jordão e Olavo, E.Barros, G.Rubião e Renato Miranda, B.Cerqueira, João da Costa Marques, Álvaro, Ibanez Salles e O.Marques
Interncional: Ozório, Antony e S.Queiroz, A.carvalho, Guto e Mário, Alberto Meira, Duarte, Rubião, J.Prado e Holland

São Paulo 0x1 Paulistano
Data: 29-06-1902 Local: Rua da Consolação Árbitro: Jorge Mesquita
Gol: Álvaro
São Paulo: Anrews, Jeffery e UnwinHeyecock, Wuchererer e Biddell, Blackcock, Guerra, Charles Miller, Montandon e Boyes
Paulistano: Jorge de Miranda Filho, Thiers e G.Rubião, Renato Miranda, Ibanez Salles e O.Barros, Jordão, Oscar, Álvaro, E.Barros e João da Costa Marques

Mackenzie 2x0 Germânia
Data: 14-07-1902 Local: Parque Antárctica Árbitro: Charles Miller
Gols: Alício de Carvalho e Pedro Bicudo
Mackenzie: Duarte de Azevedo, Belfort Duarte e Paula Neto, José Sobral, Lourenço e Alício de Carvalho, Sampaio, Eppingaus, Pedro Bicudo, Armando Paixão e Edmundo Lopes
Germânia: Brasche, Riether e Nobiling, Kawall, Baumann e Muss, Russo, Linz, Kirchner, Nicolau Gordo e Enghehardt

Germânia 0x4 São Paulo
Data: 20-07-1902 Local: Parque Antárctica Árbitro: W.Holland
Gols: Charles Miller (2) e Jeffery (2)
Germânia: Handschick, Vaz Porto e Nobiling, Kawall, Baumann e Riether, Russo, Linz, Kirchner, Nicolau Gordo e Munoz
São Paulo: Andrews, Guerra e Unwin,Heyecock, Wucherer e Biddell, Tomkins, Jeffery, Charles Miller, Sparkes e Boyes

Germânia 0x2 Paulistano
Data: 27-07-1902 Local: Parque Antárctica Árbitro: Antonio Casemiro da Costa
Gols: Oscar da Costa Marques, no 1 tempo e Edgard de Barros, no 2 tempo
Germânia: Brasche, Riether e Nobiling, Kawall, Baumann e Muss, Russo, Linz, Kirchner, Nicolau Gordo e Enghehardt
Paulistano: Jorge de Miranda Filho, Thiers e G.Rubião, Renato Miranda, Ibanez Salles e O.Barros, Jordão, Oscar da Costa Marques, Álvaro, Edgard de Barros e João da Costa Marques

São Paulo 3x0 Germânia
Data: 03-08-1902 Local: Velódromo Árbitro: Antonio Casemiro da Costa
Gols: Biddell, Brough e Charles Miller
São Paulo: Andrews, Jeffery e Unwin,Heyecocck, Wucherer e Biddell, Blackcock, Brough, Charles Miller, Montandon e H.S.Boyes
Germânia: Brasche, Riether e Nobiling, Kawall, Baumann e Muss, Russo, Linz, Kirchner, Nicolau Gordo e Munhoz

Germânia 1x1 Internacional
Data: 10-08-1902 Local: Rua da Consolação Árbitro: Charles Miller
Gols: Nicolau Gordo, no 1 tempo e Duarte de Azevedo, no 2 tempo
Germânia: Brasche, Riether e Nobiling, Kawall, Baumann e Muss, Linz, Russo, Kirchner, Nicolau Gordo e Enghehardt
Internacional: Ozório, Antony e Queiroz, Carvalho, Guto e Mário, Duarte de Azevedo, Normanton, Casemiro da Costa, Cox e Charles Holland

Paulistano 1x1 Germânia
Data: 17-08-1902 Local: Velódromo Árbitro: Antonio Casemiro da Costa
Gols: Oscar da Costa Marques, aos 36 do 1 tempo e Nicolau Gordo, aos 27 do 2 tempo
Paulistano: Jorge de Miranda Filho, Thiers Marques e G. Rubiao; Renata Miranda, O. Barros e Ibanez Salles; Jordao, Oscar da Costa Marques, Alvaro Rocha e Edgar
de Barros.
Germania: Brasche, Riether e Nobiling; Kawall, Baumann e Muss; Linz, Russo, Kjrschner,
Nicolau Gordo e Enghehardt.

São Paulo 0x0 Interncional
Data: 24-08-1902 Local: Rua da Consolação Árbitro: Nobiling
São Paulo: Andrews, Jeffery e Unwin; Heyecock, Wucherer e Biddell; Blackock, Brough,Charles Miller,Ribeiro e Boyes.
Internacional: W.Holland, Geraldo e Queiroz; Álvaro de Carvalho, Guto e Mário Carrum; Duarte de Azevedo, Jorge Mesquita, Casimiro da Costa, Normanton e Charles Holland

Paulistano 2x0 Internacional
Data: 14-09-1902 Local: Velódromo Árbitro: Mário Mendes
Gols: Edgard de Barros (olimpíco), no 1 tempo e Álvaro, no 2 tempo
Paulistano: Jorge de Miranda Filho, Thiers e G. Rubiao; Renato Miranda, Olavo de Barros e Ibanez Salles;B.Cerqueira,Jordao, Álvaro, Oscar da Costa Marques e Edgard de Barros.
Internacional: W.Holland, A.Carvalho e Mário Cardim; Geraldo Toledo, Guto e Queiroz; Duarte de Azevedo, Normanton, Casimiro da Costa, Nicolau Gordo e Charles Holland.

São Paulo 4x4 Mackenzie
Data: 20-09-1902 Local: Rua da Consolação Árbitro: Nobiling
Gols: Brough, Charles Miller e Pedro Bicudo, no 1 tempo. Boyes, Charles Miller, Pedro Bicudo, Alício de Carvalho e Edmundo Lopes, no 2 tempo
São Paulo: Andrews, Jeffery e Unwin; Heyecock, Wucherer e Biddell; Blackock, Brough, Charles Miller, Momandon e H.S. Boyes.
Mackenzie: Amonio Telles, Belfort Duarte e Paula Neta;Jose Sobral, Lourenço e Aíicio de
Carvalho; Sampaio, Eppingaus, Pedro Bicudo, Armando Paixão e Edmundo Lopes.

Mackenzie 0x3 Paulistano
Data: 04-10-1902 Local: Velódromo Árbitro: Rócio Egydio de Sousa
Gols: João da Costa Marques, Álvaro e B.Cerqueira
Mackenzie: Duarte de Azevedo, Belfort Duarte e Paula Neto;José Sobra!,Lourenço e Alício de Carvalho; Sampaio, Eppingaus, Pedro Bicudo, Armando Paixão e
Edmundo Lopes.
Paulistano: Jorge de MirandaFilho, Thiers e G.Rubiao; Renato Miranda, Olavo de Barros e
Ibanez Salles;B.Cerqueira,João da Costa Marques, Álvaro, Oscar da Costa Marques e Edgard de Barros

Mackenzie 2x1 Internacional
Data: 25-10-1902 Local: Velódromo Árbitro: Rócio Egydio de Sousa
Gols: Alício de Carvalho, Antonio Telles Júnior e Antonio Casemiro da Costa
Mackenzie: Duarte de Azevedo, Belfort Duarte e Paula Neto;José Sobral, Lourenço e Alício de Carvalho; Antonio Telles Júnior, Eppingaus, Pedro Bicudo, Armando Paixão e Edmundo Lopes.
Internacional: Holland, Geraldo e Queiroz; Álvaro de Carvalho, Guto
e Mário Cardim; Duarte de Azevedo, Jorge Mesquita, Antonio Casimiro da Costa, Normanton e Charles Holland.

Jogo Extra
São Paulo 2x1 Paulistano
Data: 26-10-1902 Local: Velódromo Árbitro: Rócio Egydio de Sousa
Gols: Charles Miller, ao 11 e aos 36 do 1 tempo. Álvaro, aos 29 do 2 tempo
São Paulo: Jeffery, G. Kenworthy e A. Kenworthy; Wucherer, robinson e N. Biddell; Blackock, Brough, Charles Miller, Montandon e H.s. Boyes.
Paulistano: Jorge de Mliranda Filho, Thiers e G. Rubiao; E. Barros, Olavo de Barros e Renato Miranda;B.Cerqueira, João da Costa Marques, Álvaro, Ibanez Salles e Oscar da
Costa Marques.

Colocação Final
Clube V E D GP GC PG
Sao Paulo 06 02 01 23 06 14
Paulistano 05 02 02 15 10 12
Mackenzie 03 03 02 13 15 09
Germania 01 02 05 05 15 04
Internacional 00 03 05 04 14 03

Artilheiro

Charles Miller (São Paulo Athletic), com 10 gols

Estatísticas

Jogos realizados 21
Gols assinalados 60
Ataque mais positivo, São Paulo 23
Ataque menos positivo, Internacional 04
Defesa mais vazada, Germânia e Mackenzie 15
Defesa menos vazada, Sao Paulo 06
Marcou contra, Corbert (Internacional) 02
Penalti assinalado (e convertido) 01





Campeonato Paulista de 1902- Charles Miller comanda a festa Parte 1


O Campeonato

Charles Miller foi quem trouxe o futebol ao Brasil, em 1894. Cinco anos mais tarde, Hans Nobling, foi o pioneiro em confrontos interclubes. Em 1900, mais precisamente no dia 16 de março, o Mackenzie realizou um amistoso, na chácara Dulley, casa do São Paulo Athletic, e, mesmo com barbantes servindo de travessões, derrotou o Internacional, por 2 a 1. Um ano depois, surgia o Departamento de futebol do Paulistano.

Com cinco clubes ativos, Antonio Casemiro da Costa apresenta a proposta para a fundação da Liga Paulista de Football. A consequência disso é que, em 1902, São Paulo Athletic (de uniforme azul e branco), Paulistano (branco e vermelho), Germânia (azul e preto), Mackenzie (vermelho e branco) e Internacional (vermelho e preto) iriam disputar o primeiro campeonato de futebol do Brasil. Haveriam três praças, onde as partidas poderiam ser realizadas. O campo da Rua da Consolação, do São Paulo, o Parque da Antarctica Paulista, do Germânia e o melhor de todos, Velódromo, do Paulistano.

Casemiro encomendou a Taça, denominada Antonio Casemiro da Costa a um artista francês. Ficou acertado que ela seria de posse transitória, até que algum clube conquistasse o tricampeonato. A competição seria disputada entre os meses de maio a outubro, para fugir das altas temperaturas. O regulamento era simples. Todos jogariam contra todos, em turno e returno. O vencedor seria quem somasse o maior número de pontos. Se dois ou mais clubes terminassem empatados, haveriam jogos-extras.

Assim, no dia três de maio (um sábado) de 1902, no Parque da Antarctica Paulista, Mackenzie e Germânia (2 a 1) abriram a competição. Coube a Mario Eppingaus, do Mackenzie, marcar o primeiro gol da competição. O jornal A Província de São Paulo (atual Estadão), assim noticiou a partida inaugural.

"Foot-ball. Match. Campeonato de 1902. As 3 horas da
tarde de ontem) no campo do Parque da Antarctica Paulista)
realizou-se) com grande numero de familias) 0 pnmeiro match
organizado pela Liga Paulista de Foot-ball entre 0 S. C.
Germania e AA. do Mackenzie College.No primeiro half-time)
0 sr. Mario Eppingaus fez um gol para 0 Mackenzie.
Verdade e que o team do Mackenzie tem muito mais velocidade
que o seu concorrentee devido a isto de começo ao fim a bola
manteve-se mais favorcivel ao Mackenzie. Poucos minutos antes
do half-time 0 sr. Kirschne" centerfoward do Germania
conseguiu fazer um scap e dali marcar o primeiro gol do S. C.
Germania. Infelizmente 0 Club Germania perdeu no primeiro
half-time um dos seus melhores jogadores 0 sr. Muss que se
feriu bastante numa queda; porem este jogador foi substituido
por outro."

Ao longo da competição, foram surgindo os primeiros destaques individuais. Nomes como Belfort Duarte, Hans Nobiling, Álvaro e claro, Charles Miller. O interesse do público foi crescendo no decorrer do certame. O jogo extra entre São Paulo Athletic e Paulistano teve mais de 4000 pessoas o assistindo.

Aproveitando-se da maior experiência de seus jogadores, a maioria de descedencia inglesa, o São Paulo Athletic sagrou-se campeão, ao derrotar o Paulistano, em um jogo extra, após terem terminado a competição empatados com 13 pontos. Na partida decisiva, o São Paulo fez 2 a 1 e sagrou-se o primeiro campeão paulista da história. Sobre esta partida, o jornal a A Província de São Paulo toruxe a seguinte reportagem, na sua seção "sport".

"Foot-ball - Campeonato de 1902. Vencedor: Sao Paulo
Athletic Club. Ontem, as 4 horas da tarde, realizou-se no ex-
Ve1ódromo Paulista, hoje campo do Club Atletico Paulistano,
o ultimo match de foot-ball, instituido pela Liga Paulista de
Foot-ball, para a disputa do campeonato deste ano, do qual
saiu vencedor o Sao Paulo Athletic Club, com dois a um.

A concorrencia, como previamos, foi extraordinaria,
podendo-se calcular em 4 mil pessoas que entusiasticamente
nao se cansaram de aplaudir os temiveis jogadores. As gentis
senhoritas, que davam a festa o maximo encanto, mostraram se
visivelmente comovidas quando a bola se aproximava de
qualquer goal, comoção que se traduzia em estrondosos
aplausos ao ver a bola bem rebatida. As elegantes arquibancadas
tremiam sob o barulho que faziam os inumeros espectadores.
o jogo foi desde o começo, muito vigoroso e pesado, de ambos
os lados. Infelizmente este match nao terminou como desejava
pois, logo no começo do jogo o sr. Joao da Costa Marques,
forward do Paulistano, levou um tombo e um dos adversarios
pisou-Ihe involuntariamente no braço,resultando destroncá-
lo, pelo que foi impedido de continuar o jogo. Se nao fosse
este incidente, tudo teria corrido na melhor harmonia possivel.
Terminado o jogo, foi entregue ao Sr. Charles Miller, digno
captain do team vencedor, pelo Sr. Antonio Casimiro da Costa,
presidente da Liga Paulista de Foot-ball, a taça, destinada ao
campeao de Foot-ball. 0 sr. Charles Miller encheu-a de
champanhe, que ofereceu ao sr. Antonio C.Costa que, bebendo
a saude do club vencedor, entregou novamente ao sr. Charles
Miller que, por sua vez, a entregou ao sr. Olavo de Barros,
digno captain do Paulistano. Este, após ter bebido a saude do
seu adversario, a entregou ao sr. Charles Miller que, depois de
saudar o team adversario, banhou com o resto da champanhe
a bola que serviu durante o jogo. Após esta cerimônia, foram
entregues aos jogadores de ambos os teams mimosos
ramalhetes de flores naturais. Um grupo de admiradores
ofereceu ao sr. Olavo de Barros, captain do Paulistano, uma
coroa de louros. Descrever o jogo é impossivel, pois foi um
dos mais movimentados e emocionantes a que temos assistido.
o sr. Rócio Egydio de Souza Aranha, depois de ter alinhado
os teams, deu o sinal de começar e entregou a bola conquistada
pelos forwards do Sao Paulo Athletic Club, que a levaram ate
a linha de 11 yards, donde conseguiu fazer um magistral "passi"
ao seu companheiro Charles .Miller,o qual, com um magnifico
shoot, conseguiu marcar o primeiro goal para seu clube. Após
este goal, os rapazes do Sao Paulo Athletic Club desenvolveram
urn ataque vigoroso, porem, a defesa do Paulistano nada deixou
a desejar. Era indescritivel a luta que, entao, se travava, durante
o pouco tempo que a bola permanecia no centro do campo.
Ora era o Paulistano que a conquistava, ora o Sao Paulo. Sendo
a bola atirada fora do campo por um dos Paulistanos, pela
linha de lado do campo, coube, portanto, ao team do Athletic
atira-la para dentro. Foi o sr. Biddell quem a atirou, o que fez
com bastante perícia, pois a entregou ao seu companheiro sr.
Blaclock que com ela avançou alguns metros e, em ocasião
propícia, a passou ao sr. Montandon, que por sua vez a passou
ao sr. Charles Miller, o qual marcou com um belíssimo shoot
rasteiro, o segundo goal do Sao Paulo Athletic. Minutos após
este goal foi ouvido o sinal de half-time. 0 numeroso público
que enchia as elegantes arquibancadas rompeu numa
estrondosa salva de palmas e vivas a ambos os teams.

O intervalo durou somente dez minutos, findos os quais
entraram novamente no campo estes dois gloriosos e temíveis
teams. Neste tempo, apesar de estarem já mais machucados, os
srs. A. Rocha e B. Cerqueira, forwards do Paulistano, que
entraram doentes para o campo de combate, o seu team desenvolveu um ataque magistral, conseguindo por várias vezes levar a bola até a linha de full-backs adversária, donde dava brilhantes shoots que, porém, foram infrutíferos, visto o goalkeeper
do Sao Paulo Athletic, sr. W Jeffery, recebe-Ios com
galhardia, atirando a bola para seus forwards. Estes, uma vez de
posse da bola, avançavam com bastante energia, levando-a até
perto do goal adversario, donde davam shoots que por inúmeras
vezes foram brilhantemente rebatidos pelo goal-keeper, sr. Jorge
de Miranda. Após uma renhida luta, foi a bola adquirida pelos
forwards do Paulistano, que a levaram com belo jogo de passes
até a linha de 11 yards e dali passada para o sr. Alvaro Rocha,
forward do Paulistano que, num magistral e imponente shoot,
conseguiu vazar o goal do Sao Paulo Athletic, marcando assim
o primeiro goal para o Paulistano. O entusiasmo dos
espectadores, após este goal, tocou a raia do delírio. As elegantes
arquibancadas tremiam, parecendo vir tudo abaixo. As distintas
famílias acenavam com as mãos e davam vivas aos jogadores do
Paulistano. Restabelecida a ordem, tornaram todos os
espectadores a prestar atenção para o campo de combate, pois a
luta que nele se desenvolvia era verdadeiramente emocionante.
Estavam, portanto, a dois goals contra um quando pelo referee
foi dado o sinal de findo o tempo de jogo.

Após ter sido entregue a taça ao sr. Charles Miller, foram
convidados por este senhor o team do Paulistano e alguns
rapazes de outras associações para irem ao campo do Sao Paulo
Athletic, onde foi oferecido, na taça do campeonato,
champanhe aos seus convidados. Foram feitos diversos
discursos e levantados inúmeros vivas. Ao team do Sao Paulo
Athletic Club, na pessoa do seu digno captain, damos os nossos
parabens pela vitória e ao Paulistano, pela galhardia com que se houveram."

Segue também, matéria, feita após a conquista do campeonato.

"0 'referee' (arbitro)) ST. Egydio de Sousa Aranha) da sinal
para o início da luta. Joao da Costa Marques) forward'
(atacante) do Paulistano) e logo vítima de um desastre)
destroncando o braço. Coube ao Paulistano dar 12 "kicks"
(chute),porém, com tal infelicidade que resultou num corner.
Apos conquistada a bola pelos ingleses)que a conduzem até a
linha de 11 'jardas" (jardas, medida inglesa), e dai "shootada"
(chutada)Por Rubião. Boyes, do Athletic consegue leva-la além
da linha de 11 'jardas" donde passa-a a Charles Miller que,
com belo "shoot' marca o primeiro "goal" para o Athletic.
Após o primeiro "goal': a bola é atirada fora de campo por um
jogador do Paulistano, cabendo a Biddell atira-Ia para dentro e
com grande perícia a entrega a Montandon que por sua vez
passa-a a Charles Miller que com extraordinário "shoot"
rasteiro marca o segundo "goal" para o seu clube. Logo após
momentos é dado o sinal de "halftime" (meio tempo).

Depois de pequeno descansoda-se o início do segundo "half
time" com ataque mais desenvolvido e forte do Paulistano. A
bola volta para perto do "goal" do Paulistano donde é muitas
vezes "shootada" pelos ingleses e rebatida por Jorge Miranda Filho. Os 'forwards" do Paulistano com belos passes levam-na ate a linha de 11 jardas donde é passada para Alvaro Rocha que com magistral "shoot'marca o primeiro "goal" de seu clube.

Logo em seguida, o "referee" dá sinal de terminado o jogo
com a vitória do São Paulo Athletic, cabendo-Ihe a taça de
1902. Apos o jogo foi esta solenemente entregue aos vencedores.
Em brinde aos jogadores e servido champanhe na taça onde
todos beberam e a bola que serviu durante o "match" (jogo)foi
banhada também de champanhe.

Do "team" (time) inglês) que em geral jogou magistralmente
bem salientamos Jeffery, Charles Miller, os irmãos Alberto e
George Kenworty, Heyecock, Wucherer e Boyes. Os rapazes
do Paulistano jogaram otimamente e destacamos Olavo de Barros,
Alvaro Rocha, Ibanez Salles, Renato, G. Rubiao, Thiers e
Jorge Miranda Filho.

Coroaram-se os jogadores do São Paulo Athletic vencedores
do primeiro campeonato paulista e, como tal, receberam das
mãos de Antonio Casemiro da Costa, naquela tarde, a primeira
taça de prata do nosso futebol que foi entregue ao sr. Miller,
capitão do quadro do SPAC, enquanto Olavo de Barros, capitão
do Paulistano, recebeu a bola do jogo. Foram trocadas fitas azul
e vermelha representando as cores dos clubes e, conforme a
cerimônia internacional nosso primeiros futebolistas beberam
ali mesmo à maneira da Europa champanhe na primeira taça. "

OBS: Como o post acabou ficando grande demais, irei publicár-lo em duas partes. A primeira, com a história do campeonato e a segunda com os jogos, artilheiros, curiosidades e a colocação final do certame. Espero que gostem deste formato.



Tie Cup 1902- Rosario Athletic, após mais de 6 horas


A Competição

A conquista da Tie Cup pelo rosario Athletic, foi, no mínimo, heróica. A equipe começou sua campanha vencendo o Belgrano Athletic, por 2 a 0. Na decisão, o confronto seria contra o grande bicho papão de títulos e atual tricampeão argentino, o Aumni. A primeira partida terminou empatada em 1 a 1, mesmo depois que a prorrogação fosse jogada. Incrivelmente, a segunda partida também contou com o tempo extra e, mais uma vez os times não definiram o campeonato, novamente empatando em 1 a 1. Finalmente, no dia 28 de setembro,o Rosario conseguiu a vitória, por 2 a 1, não sem antes enfrentar nova prorrogação. Para chegar ao título, foram necessárias seis horas e 32 minutos de futebol. Um recorde até hoje!

Os Resultados do Campeão

17-08-1902 Rosario Athletic 2x0 Belgrano Athletic
24-08-1902 Alumni 1x1 Rosario Athletic
14-09-1902 Alumni 1x1 Rosario Athletic
28-09-1902 Alumni 1x2 Rosario Athletic

Os Jogadores do Campeão

Goleiros: Boardman
Defensores: Le Bas e Middleton
Meio-Campiatas: Warner, Jeweel, Parr e Clarke
Atacantes: A.Le Bas, H.Middleton, A.O.Le Bas, G.Parr, Topping, Green e Usher

O Jogo Do Título

Alumni 1x2 Rosario Athletic
Data: 28-09-1902 Local: Sociedade Hípica Argentina Árbitro: W.Leslie
Gols: Dillon aos 15 e Parr, aos 16 do 2 tempo. Parr, aos 4 do 1 tempo da 2 prorrogação
Alumni: Mc Kechnie, Brown e Buchanan, Mack, J.Buchanan e E.A.Brown, Dillon, Leonard, J.G.Brown, Moore e E.Moore
Rosario Athletic: Boardman, Le Bas e Middleton, Warner, Jewell e Parr, A.Le Bas, H.Middleton, A.O.Le Bas, G.Parr e Topping

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