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sábado, 1 de dezembro de 2012

Taça Rio Branco 68- Brasil x Uruguai





Pré-jogo

Depois do fracasso na Copa da Inglaterra, Aimoré Moreira foi encarregado de comandar a seleção canarinha, que buscaria sua redenção, em 70, no México. O novo treinador teve um 1967 relativamente tranquilo. Terminou o ano invicto, com três empates, diante do Uruguai, todos válidos e todos disputados no Estádio Centenário, pela Taça Rio Branco.

No primeiro, um 0x0 inosso. Na segunda partida, um 2x2 injusto. O Brasil atuou muito melhor, desperdiçou inúmeras chances e acabou castigado com o empate. Os gols da partida foram assinalados por Paulo Borges e Pedro Rocha. No terceiro e decisivo jogo,terminou em nova igualdade, por 1x1 , com Dirceu Lopes e Pedro Rocha marcando. Com o resultado, o Brasil manteve o título da Taça Rio Branco.

Ainda haveira uma outra partida, em 1967. Mas, desta vez, o técnico não seria Aimoré Moreira. A CBD resolveu mandar uma seleção carioca, para enfrentar o Chile, em Santiago. Zagallo, recém aposentado como jogador, foi o treinador escolhido. Uma magra vitória, por 1x0, com gol de Roberto, fechou o ano da seleção.

Em contrapartida, o ano de 1968 foi um dos mais movimentados da história da seleção. Os dois primeiros compromissos, novamente sob o comando de Aimoré Moreira, seria novamente pela Taça Rio Branco, diante dos Uruguaios. Dessa vez, as partidas seriam realizadas no Brasil.

Aimoré convocou os seguintes jogadores, para os jogos frente a celeste e a posterior excursão a Europa, que marcava o início da preparação brasileira para a Copa de 70: Goleiros: Picasso (São Paulo) e Lula (Corinthians)

Laterais: Djalma Santos (Palmeiras), Carlos Alberto Torres (Santos), Zé Maria (Portuguesa),Rildo (Santos) e Sadi (Inter)

Zagueiros: Jurandir (São Paulo), Brito (Vasco), Dias (São Paulo) e Joel (Santos)

Meio-Campistas: Piazza (Cruzeiro), Denílson (Fluminense), Rivellino (Corinthians)e Gérson (Botafogo)

Atacantes:Paulo Borges (Corinthians), Natal (Cruzeiro), Jairzinho (Botafogo), César (Flamengo), Tostão (Cruzeiro), Roberto (Botafogo), Edu (Santos) e Eduardo (Corinthians)

Para variar, problemas aconteceram aos montes. Primeiro, na apresentação dos jogadores, no dia 3, Picasso e Dias, lesionados, acabaram cortados. Foram substituídos por Félix (Fluminense), Cláudio (Santos) e Marinho (Portuguesa). Segundo, os atletas cariocas só iriam se apresentar para a segunda partida, já que Botafogo e Vasco ainda disputavam o título. Pensa que acabou? Nada disso. Edu, teve dificuldades para deixar o quartel militar e só chegou em cima da primeira partida e César, liberado pelo Flamengo, que já nada aspirava no campeonato estadual, também demorou a apresentar-se.

A imprensa estranhou a convocação de três laterais direitos. Aimoré respondeu que Djalma Santos jogaria apenas parte dos jogos contra o Uruguai, para, desta forma, chegar a 100 partidas pela seleção. Outro questionamento por parte da mídia, foi a ausência de Pelé da lista. Oficialmente, a razão era que Pelé não precisava ser testado e que alternativas tinham que ser encontradas. O que se sabe, entretanto, é que o Rei foi liberado, para que o Santos pudesse ganhar uns trocados a mais em sua excursão ao continente europeu.

No dia 5, a seleção fez o seu primeiro coletivo. Vitória por 3 a 1, diante do Juventus. No primeiro tempo, o time foi a campo com: Cláudio, Djalma Santos, Jurandri, Joel e Sadi, Piazza e Rivellino, Natal, Tostão, Paulo Borges e Eduardo. Com esses 11, o time pouco produziu. Os laterais não apoiavam o ataque (Djalma, por já não possuir condições físicas e Sadi, por suas próprias características). Além disso, com apenas 2 jogadores na meia cancha, o Brasil levava nítida desvantagem no setor. Mesmo assim, Tostão recebeu de Paulo Borges e fez 1 a 0.

Para a etapa final, Aimoré fez modificações: Colocou Carlos Alberto, Marinho e Rildo, nos lugares de Djalma Santos, Joel e Sadi. O time melhorou. Os laterais passaram a apoiar mais o ataque e as jogadas começaram a fluir com mais naturalidade. Rivellino e Paulo Borges, marcaram os gols da seleção, enquanto Adílson diminuiu para o time paulista. A atuação apenas regular do time fez a imprensa questionar se haveriam mudanças para o jogo contra o Uruguai.

No dia 7, novo coletivo, desta vez contra o SAAD. Aimoré mandou a campo, Cláudio, Djalma Santos, Jurandir, Joel e Sadi, Piazza e Rivellino, Paulo Borges, Tostão, César e Edu. O ponta esquerda do Santos, que tinha acabado de se apresentar a seleção, foi o grande destaque desse primeiro tempo. Dos seus pés, sairam as jogadas dos gols de Rivellino e Paulo Borges.

Para a segunda parte do treino, o treinador fez cinco alterações. Carlos Alberto, Marinho, Rildo, Natal e Eduardo substituiram Djalma Santos, Joel, Sadi, Paulo Borges e Edu. O desmpenho do time não foi o mesmo. Mesmo com Carlos Alberto e Rildo voando nas laterais, mais uma vez o meio campo da seleção, contando com apenas 2 homens, tinha dificuldades para conter os avanços do adversário. Dessa forma, apenas um gol foi marcado nesse período, através de César. Placar final, 3 a 0.

A primeira partida

No dia 9, o Pacaembu recebeu a primeira partida da Taça Rio Branco. 42.000 pessoas esperavam que o árbitro fosse Aurelio Bossolino. Entretanto, a CBD esqueceu de pegá-lo no hotel. Quando ele chegou ao estádio, de táxi e esbaforido, Romualdo Arppi Filho já havia autorizado o início do jogo. O Uruguai, veio desfalcado de Forlán e seus jogadores paraceiam não dar muita importância a disputa.

Logo aos oito minutos, Rivellino fez boa jogada, passou por Dalmao e cruzou para Tostão encobrir o goleiro Mazurkiewicz. Aos 15, Djalma Santos deixou o campo, cedendo lugar para Carlos Alberto. O restante do primeiro tempo foi morno.

O panorama não se modificou na etapa final. Aos 14, Sadi foi ao ataque, tabelou com Edu e arriscou o tiro. Mazurkiewicz falhou e acabou tomando um frango. Com dois gols de vantagem, a seleção dimnuiu o ritmo e apenas administrou o resultado, diante de uma inoperante celeste.

Brasil 2x0 Uruguai
Data:09-06-1968 Local: Pacaembu Público: 42.000 Árbitro: Romualdo Arppi Filho
Gols: Tostão, aos 8 do 1 tempo. Sadi, aos 14 do 2 tempo;
Brasil: Cláudio, Djalma Santos (Carlos Alberto), Jurandir, Joel e Sadi, Piazza e Rivellino, Paulo Borges (Natal), César, Totão e Edu.
Uruguai: Mazurkiewicz, Dalmao, Montero Castillo, Mendez e Gonçalvez, Mujica, Virgili e Pedro Rocha, Del Rio (Zubía), Ibánez (Espárrago) e Morales

A segunda partitda

Como o segundo jogo aconteceria três dias depois, não houve tempo para realizar treinamentos. A boa notícia ficou por conta da apresenatação dos jogadores dos clubes cariocas, já que o estadual havia terminado, com o Botafogo sagrando-se campeão.

Aimoré aproveitou e escalou alguns dos cariocas como titulares. Gérson, entrou na vaga de Rivellino. Jairizinho substituiu César. E Carlos Alberto começou como titular, na vaga de Djalma Santos.

Diante de um adversário desinterssado, o Brasil mandou no jogo. Aos oito, Jairzinho lançou Paulo Borges, que entrou na corrida e só tocou na saída do goleiro. Aos 37, Piazza quebrou a perna, em uma dividida com Ibánez. A contusão o deixaria praticamente um ano afastado dos gramados. Eme seu lugar, entrou Rivellino. Com isso, dois canhotos formaram o meio de campo do Brasil. Gérson atuou mais recuado e Riva, mais a frente.

Na etapa final, a goleada foi consumada. Logo aos quatro minutos, Rivellino cobrou uma falta, Bazzano não conseguiu segurar e Tostão aproveitou o rebote. Aos 36, uma jogada toda botafoguense. Gérson tabelou com Jairzinho e deslocou o goleiro. Finalmente, aos 43, a dupla campeã carioca funcionou novamente. O canhotinha de ouro cobrou uma falta da direita e Jairzinho desviou para o gol e fechou a goelada. 4 a 0.

Brasil 4x0 Uruguai
Data:12-06-1968 Local: Maracanã Público: 49.107 Árbitro: Aurelio Bossolino (Arg)
Gols: Paulo Borges, aos 8 do 1 tempo. Tostão, aos 4. Gérson, aos 36 e Jairzinho, aos 42 do 2 tempo.
Brasil: Cláudio, Carlos Alberto, Jurandir, Joel e Sadi (Rildo), Piazza (Rivellino) e Gérson, Paulo Borges, Jairzinho, Tostão e Edu.
Uruguai: Bazzano, Dalmao, Montero Castillo, Mendez e Fontes, Mujica (Brunel), Virgili e Pedro Rocha, Del Rio, Ibánez (Espárrago) e Morales.

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