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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Os Arquivos da Copa do Mundo-1970-Jogo 6- Itália 1x0 Suécia



A sexta partida do mundial de 70 seria um clássico europeu. Itália e Suécia iriam duelar em Toluca. A Azurra, que havia feito vexame em 1966, ao ser eliminada na primeira fase (perdendo para a Coreia do Norte), tinha dado a volta por cima, conquistando a Eurocopa de 68, ao vencer a Iugoslávia na decisão (2 a 0). Para chegar ao México, a equipe passou por País de Gales, em Cardiff (1 a 0), empatou com a Alemanha Oriental, em Berlin (2 a 2), goleou Gales, em Roma (4 a 1) e passou bem pelos alemães orientais, em Nápoles (3 a 0). Tudo isso, comandados pelo talento de Gianni Rivera.

Ausentes desde vice campeonato de 58, quando jogou em casa, a Suécia estreou nas eliminatórias goleando a Noruega, em Estocolmo, po 5 a 0. Na sequência, viajou até Oslo, onde mais uma vez derrotou os noruegueses, dessa vez, por 5 a 2. Beneficiados pelo tropeço da França, que em Estrasburgo perdeu para a Noruega (1 a 0), os suecos precisavam de apenas uma vitória nos dois confrontos contra o bleus. Em Estocolmo, no dia 15 de outubro de 1969, a vaga foi assegurada com um convincente triunfo, por 2 a 0. Pouco importou a derrota de 3 a 0, que aconteceria em Paris. Depois de 12 anos, a Suécia voltava a Copa do Mundo.

Como a partida inaugural do grupo já havia sido realizada (Uruguai 2x0 Israel), ambas as equipes sabiam da importância de conseguir os dois pontos. Os escandinavos contavam com o futebol do meia Grahn e do atacante Kindvall, os dois em grande fase. Porém, o forte calor do México preocupava a seleção. Já os italianos vinham cheios de moral, depois do título europeu. Para variar, o ponto forte do time era a defesa. Na frente, as esperanças eram Luigi Riva e Gianni Rivera, este último barrado do time, pelo treinador Ferrrucio Valcareggi, por motivos disciplinares (na verdade, essa foi a razão alegada por Valcareggi. As publicações da época, dizem que ele não queria escalar Mazzola e Rivera, seus mais talentosos jogadores, juntos, o que poderia comprometer seu sistema defensivo). O craque do Milan chegou a ameaçar abandonar a delegação e voltar para seu país.

De qualquer forma, a Azurra começou o jogo de maneira alucinante. Com trinta segundos, Domenghini já finalizava com perigo. Espertamente, a campeã europeia recuava e atraia os suecos até seu campo. Depois, usavam o que tinham de melhor. Roubavam a bola com sua sólida marcação e saíam em rápidos contra ataques. Aos sete, Mazzola passou por três marcadores e cruzou. Bosnisegna ajeitou de cabeça e Riva, mesmo marcado por dois zagueiros, conseguiu mandar a bola na trave esquerda de Hellstrom. Aos 10, saiu o gol italiano. Fachetti recebeu um escanteio cobrado curto e tocou na meia esquerda para Domenghini, que cortou para o meio e bateu. O chute saiu rasteiro, mas fraco. Hellstrom pulou atrasado e deixou que a pelota passasse por debaixo do seu corpo. Era o primeiro gol da partida e também o primeiro frango do mundial.

Taticamente, a então bicampeã do mundo jogava em um 1-4-3-2, com Burgnich atuando como líbero, enquanto a Suécia atuava no 4-3-3. Aos 15, Riva fez grande jogada, passando como quis por três marcadores, antes de ter sua finalização prensada por Grip. A partida diminuiu de intensidade. A Itália só voltou a ameaçar aos 26, quando Riva aproveitou bom centro de Bertini e, de cabeça, obrigou Hellstrom a praticar boa defesa. Faltando oito minutos para o fim do primeiro tempo, Niccolai sentiu uma lesão e foi substituído por Rosato. Aos 43, De Sisti deixou Riva sozinho, em condições de aumentar a vantagem italiana. Infelizmente, o chute do ponta esquerda foi forte, mas também muito alto. No minuto seguinte, Bonisegna deu bom passe para Riva. O craque ganhou duas dividas, antes de finalizar com perigo, a direita de Hellstrom.

Esperava-se uma Suécia muito mais ofensiva na etapa final. Entretanto, um misto de abalo pelo gol sofrido, pouco costume de jogar debaixo de um calor tão grande e a boa marcação italiana dificultaram as coisas para os escandinavos. Aos 10, Cronqvist deu uma entrada forte em Domenghini e recebeu do árbitro inglês, John Taylor, o cartão amarelo. No minuto seguinte, o técnico Orvar Bergark fez a sua primeira alteração. Saiu Ericksson e entrou Ejderstedt. A realidade é que a partida estava chata. A Itália se fechava atrás e só saia em bolas longas para Riva. E os suecos nada conseguiam criar. Aos 23, Kindvall reclamou de ter sido empurrado dentro da área por Rosato. Penalidade ignorada por John Taylor. Na sequência do lance, Mazzola recebeu na intermediária ofensiva, carregou e soltou uma bomba que Hellstrom teve dificuldades para encaixar. Aos 29, Domenghini arriscou de longe e levou perigo a meta sueca

Faltando 12 minutos para o fim da partida, a Suécia fez sua última substituição. Nicklasson entrou, na vaga de Bo Larsson. Aos 38, Kidvall driblou o goleiro Albertosi e empatou a partida. Para seu desespero, o tento foi invalidado, pois ele estava impedido. Incrivelmente, valendo ou não, essa foi a primeira e única oportunidade da Suécia, em toda a partida. Aos 42, Mazzola deu ótimo passe para Riva, nas costas da defesa. Riva avançou e bateu forte. O remate saiu a direita de Hellstrm. No computo geral, a vitória acabou sendo mais do que justa para a azurra. Até Alemanha Ocidental 2x1 Marrocos!

Ficha técnica do jogo

Itália 1x0 Suécia

Data: 03/06/1970 Local: Estádio Luis Dosal, em Toluca Público: 13.433 Árbitro: John Taylor (Inglaterra)

Gol: Domenghini, aos 10 do 1 tempo.

Itália: Albertosi, Burgnich, Cera, Niccolai (Rosato, 37 do 1) e Fachetti. Bertini, De Sisti e Mazzola, Domenghini, Bonisegna e Riva. Técnico: Ferrugio Valcareggi

Suécia: Hellstrom, Nordqvist, Grip, Svensson e Axelsson, Bo Larsson (Nicklasson, 33 do 2), Grahn e Eriksson (Ejderstedt, 11 do 2), Kindvall, Cronqvist e Olsson. Técnico: Orvar Bergmark




terça-feira, 28 de maio de 2013

Os arquivos das Copas do Mundo- 1970-Jogo 5-Bélgica 3x0 El Salvador



O quinto jogo da Copa de 70, foi o primeiro realizado no dia 3 de Junho. Bélgica e El Salvador completaram a rodada do Grupo A. Par chegar ao México, os belgas tiveram que realizar seis partidas. Estrearam derrotando a Finlândia, em Helsinque, por 2 a 1. Em seguida, receberam os finlandeses e os golearam (6 a 1). Em seguida, um grande resultado. Três a zero, em cima da Iugoslávia. O quarto compromisso aconteceu em Madrid. Empate com a Espanha, em um a um. Depois, foi a vez de receber a fúria, em casa. E os anfitriões não foram nada educados. Bateram os espanhóis (2 a 1) e carimbaram , por antecipação, a vaga para a Copa do Mundo. No último jogo, veio a única derrota dos diabos vermelhos, já relaxados e em clima de festa, eles foram batidos pela Iugoslávia, por quatro a zero.

Os salvadorenhos estrearam na primeira fase goleando Suriname(6 a 0). Em seguida, venceram as Antilhas Holandesas, pelo placar mínimo. No terceiro jogo, nova vitória sobre as Antilhas Holandesas (2 a 1). A última partida da fase inicial, aconteceu no Suriname. E os donos da casa prevaleceram, por 4 a 1. Em um mata-mata emocionante, a equipe perdeu para Honduras, fora de casa, por 1 a 0. Na volta, o troco. Três a zero sobre os hondurenhos. Entretanto, não havia saldo de gols, houve uma partida extra, disputada em campo neutro, na Cidade do México. Lá, El Salvador conseguiu o triunfo, por 3 a 2, garantindo vaga na fase final. No dia seguinte à essa vitória, os dois países acabaram entrando em guerra. Na decisão da vaga, novamente foram necessários três partidas. No Haiti, os salvadorenhos levaram a melhor (1 a 0). Em casa, a surpresa. Quando tudo indicava que carimbariam o passaporte, uma derrota, por 3 a 0. No jogo extra, realizado em Kingston, Jamaica, El Salvador derrotou o Haiti, no tempo normal, por um a zero. Por um capricho do regulamento, a equipe ainda teria que segurar o empate, na prorrogação, para assegurar a vaga. Foi o que aconteceu. Depois de mais trinta minutos de futebol e nenhum gol marcado, finalmente, El Salvador jogaria seu primeiro mundial.

Como a partida aconteceu três dias depois da abertura da Copa e do grupo (México 0x0 Urss, pra quem não se recorda) , houve muita provocação de lado a lado. Os centro-americanos diziam que estavam mais acostumados ao calor e que, por isso, levariam vantagem. Os europeus respondiam, afirmando que possuíam uma seleção mais qualificada e que não se preocupavam com o forte calor, pois estavam muito bem preparados fisicamente. Além disso, os belgas, se não contavam com um craque, podiam confiar muito no entrosamento da seleção, já que a equipe era basicamente uma mistura dos dois principais clubes do país, o Anderletcht e o Standard Liége.

De fato, desde o começo, a Bélgica mostrou-se bem superior ao adversário. Taticamente montada em um 4-3-3, com a bola e num 4-2-3-1, sem a pelota (os dois ponteiros recuavam), eles fora logo criando a primeira chance de gol. Aos sete minutos, a zaga salvadorenha rebateu um cruzamento para a entrada da área e Puis bateu forte, assustando o goleiro Magana. Pouco depois, Van Himst, desperdiçou ótima oportunidade, ao furar o cruzamento feito por Lambert. Aos 12, a pressão deu resultado. Van Moer arriscu de longe e contou com a falha de Magana para abrir o marcador.

Apesar de não conseguir passar do meio de campo, El Salvador era abusada taticamente. Quando atacava, formava no 4-3-3. Quando defendia também mantinha esse esquema, algo impensável nos dias de hoje, para uma equipe notoriamente inferior. Aos 20, Van Himst escapou pela direita e tocou para Puis finalizar. Desta vez, Magana agarrou com segurança. Um detalhe chamava atenção. Apesar do intenso calor da Cidade do México, alguns jogadores belgas atuaram com camisas de manga comprida.

A partida estava tão tranquila que a primeira finalização de El Salvador só ocorreu aos 40 minutos. Talvez por isso, os diabos vermelhos tenham se poupado e, apesar de sua superioridade, não ameaçaram mais o gol de Magana na etapa inicial.

Depois de descansar nos vestiários, os europeus voltaram com força total para o segundo tempo. Logo na primeira volta do ponteiro, Van Himst recebeu um escanteio curto, na esquerda, avançou e mandou a bomba. Magana fez boa defesa e espalmou para córner. Aos quatro, o goleiro salvadorenho teve que fazer milagre pra evitar mais um gol belga. Mostrando toda sua ingenuidade, a zaga de El Salvador afastou um cruzamento para a entrada da grande área. Van Moer apanhou a sobra e mandou um petardo. A bola ia no ângulo direito de Magana, que se esticou todo para conseguir a defesa. Contudo, aos oito, ele nada pode fazer. Puis fez boa jogada pela direita, foi a linha de fundo e cruzou. Van Himst fechou na primeira trave. Magana saiu mal do gol e nenhum deles tocou na bola, que passou por ambos e se ofereceu praticamente sobre a linha para Van Moer, que só teve o trabalho de empurrá-la pras redes. Era o segundo gol do até ali, artilheiro da Copa.

Sem conseguir fazer nada, o técnico da seleção centro-americana, Hernán Carrasco, resolveu mudar o seu lateral esquerdo, aos 19 minutos. Manzano deixou o gramado e Cortés entrou em seu lugar. Parece que de nada adiantou, pois foi por ali que os belgas perderam um gol incrível, digno de Inacreditável Futebol Clube. Van Himst cruzou da direita e o centroavante Devrindt, sozinho, na pequena área, bateu de tornozelo na bola, que saiu rente a trave esquerda. A resposta de El Salvador veio no minuto seguinte. Depois de chutão de Magana, Heylens e Thissen se enrolaram e Aparício apareceu cara a cara com Piot. Infelizmente, a finalização do salvadorenho saiu em cima do goleiro, que fez segura defesa. O jogo pegou fogo. o 25, grande jogada da Bélgica. Lambert centrou rasteiro. Devrindt dominou e ajeitou de calcanhar para Puis bater para fora, a direita de Magana.

Aos 33, Rivas derrubou Puis dentro da área. Pênlti, bem assinalado pelo árbitro romeno, Andrei Radulescu. Dois minutos depois, Lambert cobrou com força, rasteiro, no canto direito de Magana, que foi na bola, mas nada pode fazer. Sem muito esforço, Bélgica três a zero. Ao mesmo tempo, Polenius entrava, para substituir Semmeling. Para não ficar atrás, El Salvador também mexeu na equipe. Entrou Sermeno e saiu Rodriguez.

Faltando cinco minutos para o fim da partida, Van Moer tabelou com Van Himst e tocou para Polenius que chutou com violência, mas em cima do goleiro. O resultado acabou sendo bom para ambos, já que os belgas assumiam a liderança do grupo e os salvadorenhos se salvaram de tomar uma goleada histórica.

Ficha Técnica do jogo

Bélgica 3x0 El Salvador

Data: 03/06/1970 Local Estádio Azteca, na Cidade do México Público: 92.205 Árbitro: Andrei Radulescu (Romênia)

Gols: Van Moer, aos 12 do 1 tempo. Van Moer, aos oito e Lambert, de pênalti, aos 35 do 2 tempo.

Bélgica: Piot, Heylens, Thissen, Dewalque e Dockx, Semmeling (Polenius,34 do 2), Van Moer e Van Himst, Puis, Devrindt e Lambert. Técnico: Raymond Goethals

El Salvador: Magana, Rivas, Mariana, Osorio e Manzano (Cortés, 19 do 2), Quintanilla, Vásquez e Cabezas, Rodríguez (Sermeno, 35 do 2), Martinez e Aparício. Técnico: Hernán Carrasco













sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os Arquivos da Copa do Mundo-1970- Jogo 4-Inglaterra 1x0 Romênia



A quarta e última partida do dia 3 de junho aconteceu em Guadalajara e reunia a atual campeã e grande favorita a conquista da Copa (pelo menos para a imprensa especializada), a Inglaterra e uma das possíveis surpresas do mundial, a Romênia. Como detentores da taça, o English Team teve quatro anos para se preparar. Realizou vários amistosos e o técnico, Alf Ramsey manteve a base da Copa anterior. A única competição oficial da equipe foi a Eurocopa de 6, quando a equipe acabou sendo eliminada na semifinal, pela Iugoslávia. Seus grandes destaques continuavam sendo o goleiro Gordon Banks, o craque Bobby Charlton e o habilidoso meia Alan Ball.

Os Romenos tiveram que jogar as Eliminatórias. Estrearam perdendo para Portugal, em Lisboa, por 3 a 0. Recuperaram-se, vencendo a Suíça, em casa (2 a 0). Depois, empataram com a Grécia, em Atenas, por 2 a 2. Na sequência, foram a Lausanne e bateram os suíços (1 a 0). Conseguiram bater Portugal, em casa, por 1 a 0, com grande atuação de Dumitrache. Na última rodada, bastou um empate, por 1 a 1, com a Grécia, em Bucareste, para a Romênia voltar a disputar uma Copa do Mundo. Dumitrache, seu grande artilheiro era o destaque de uma seleção operária.

A partida começou de forma bastante lenta. Nenhuma das equipes parecia adaptada ao calor intenso de Guadalajara. Se o jogo estava morno, a torcida estava quente. E, devido a uma grande antipatia contra os ingleses (por uma série de motivos)os mexicanos já haviam escolhido: torceriam contra quem quer que fosse o adversário dos atuais campeões mundiais. Dessa forma, cada desarme, ataque ou até mesmo falta mais dura dos romenos era celebrada intensamente nas arquibancadas.

No duelo tático, a Inglaterra mantinha o 4-4-2, que a consagrara quatro anos antes. Já a Romênia saiu em um 4-3-3, com a bola que se transformava em um 4-4-2 sem a pelota. Com uma formação mais dinâmica, os romenos tinham mais a posse de bola. Porém, a primeira oportunidade foi inglesa. Aos 32 minutos, Cooper avançou pela esquerda e cruzou. O centro não saiu muito forte e a bola quicou no meio da área. Lupescu tentou cortar, mas acabou falhando, ao ajeitar a bola para Lee, que bateu forte. Para desespero da Rainha, o tiro foi de encontro ao travessão e saiu pela linha de fundo. Na realidade, essa foi a única oportunidade de gol em um etapa quase sem emoções.

Logo aos seis minutos do segundo tempo, Alf Ramnsey teve que fazer uma substituição. O lateral direito Newton contundiu-se e deu lugar a Wright. Talvez satisfeita com o resultado, a Romênia passou a se fechar mais no seu campo, abdicando do ataque e deixando que os ingleses utilizassem a sua melhor e mais temível arma, o chuveirinho para Hurst. Mesmo assim, aos 17, Dumitrache arriscou de longe e quase surpreendeu Banks, que teve trabalho para espalmar a bola à corner.

Aos 19, não teve jeito. Saiu o gol da Inglaterra. E da maneira mais previsível. Wright cruzou. A zaga desviou e a sobra ficou com o artilheiro Hurst, que matou, deu o corte no zagueiro e bateu rasteiro. A bola passou por baixo do corpo do goleiro Adamache. Mesmo sem jogar bem, os campeões do mundo saíam na frente.

Aos 28, alteração na Romênia. Saiu Tataru entrou Neagu. No lance seguinte, Dembrowschi arriscou de longe e obrigou Banks a realizar mais uma difícil intervenção. Sentindo que seria pressionado se não se cuidasse, Alf Ramsey colocou Osgood na vaga de Lee, aos 32 minutos.

Só houve emoção de novo a três minutos do fim da partida quando Bobby Charlton cruzou da direita e Hurts se antecipou ao zagueiro e cabeceou a esquerda da trave de Adamache. A Inglaterra estreava com vitória, mas com uma atuação muito abaixo das expectativas. E assim terminava o segundo dia de Copa do México. O terceiro dia marcava os seguintes confrontos: Bélgica x El Salvador, Alemanha Ocidental x Marrocos, Itália x Suécia e Brasil x Tchecoslováquia. Até lá.

Ficha do jogo

Inglaterra 1x0 Romênia

Data: 03/06/1970 Local: Estádio Jalisco, em Guadalajara Público: 50.560 Árbitro: Vitral Lourax (França)

Gol: Hurst, aos 19 do 2 tempo

Inglaterra: Banks, Newton (Wright, 6 do 2 tempo), Labone, Bobby Moore e Cooper, Mullery, Ball e Bobby Charlton, Lee (Osgood, 30 do 2 tempo), Hurst e Peters. Técnico: Alf Ramsey

Romênia: Adamache, Satmareanu, Lupescu, Dinu e Mocanu, Dumitru, Tataru (Neagu, 28 do 2 tempo) e Nunweiller, Dembrowschi, Dumitrache e Lusescu. Técnico: Angelo Niculescu


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Os Arquivos da Copa do Mundo-1970-Jogo 3- Uruguai 2x0 Israel



A terceira partida da Copa de 70 reuniria dois extremos. De um lado, um dos favoritos a conquistar o título, o bicampeão mundial, Uruguai, que havia sido eliminado nas quartas de final, quatro anos antes. Do outro, um estreante em Copas, a desconhecida seleção de Israel.

A Celeste, para chegar ao México, usou e abusou de seu ponto forte, a defesa quase que intransponível. Estreou derrotando o Equador, em Guaiaquil, por 2 a 0. Depois, empatou sem gols com o Chile, em Santiago. Nos jogos de volta, fez 1 a 0 no Equador e garantiu a vaga ao bater o Chile, por 2 a 0. Como se vê, em quatro partidas disputadas, a seleção uruguaia não foi vazada uma vez sequer.

Israel, por sua vez, contou com a desistência da Coreia do Norte, o que abriu caminho para que a vaga para a fase final fosse decidida em apenas duas partidas, contra a Nova Zelândia. Na primeira, uma goleada de 4x0. Na volta, nova vitória, desta vez, por 2 a 0. Na fase decisiva, Israel enfrentou a seleção da Austrália. Jogando em casa a partida de ida, Israel tratou de vencer, por 1 a 0, garantindo assim a vantagem do empate. Na volta, em Sydney, empate em 1 a 1 e vaga assegurada pela primeira vez para os israelenses. As bolsas de apostas, no entanto, não acreditavam que a equipe poderia ir longe na Copa. Afinal, o time era quase que exclusivamente formado por amadores. Sendo assim, a expectativa em Puebla era que a Celeste não tivesse problemas para aplicar uma sonora goleada nos debutantes em mundiais.

Surpreendentemente, a primeira oportunidade foi de Israel. Depois de um chutão do goleiro Visoker, o atacante Rom, avançou e conseguiu o remate. Mazurkiewicz, um dos melhores goleiros do mundo, defendeu com segurança. A Celeste sofreria outro baque, quando Pedro Rocha, o craque do time, senti uma contusão logo aos oito minutos. Para desespero uruguaio, a lesão era grave e ele não voltaria mais a atuar na Copa. Em seu lugar, entrou Cortez.

Aos 12, foi a vez do Uruguai chegar perto de abrir o marcador. Espárrago recebeu de Mujica na meia esquerda, derivou para o meio e soltou uma bomba rasteira. Visoker teve dificuldades para espalmar para o lado. O fato é que a Celeste era muito superior, tecnicamente falando. Mas não conseguia traduzir essa superioridade em oportunidades ou em gols. Taticamente, os sul-americanos atuavam no 4-1-2-3, com a bola e no 4-4-2 sem. Já Israel, sabendo de sua inferioridade, jogava no 4-4-2, de posse da pelota e no 4-5-1, sem, procurando sempre jogar atrás da linha da bola e marcar os adversários.

Aos 22, saiu o gol do Uruguai. Montero Castillo, que como único volante não tinha muito com o que se preocupar, foi a frente e abriu boa bola para o lateral esquerdo Mujica. Ele fez o cruzamento, a zaga falhou e Maneiro, que fechava na segunda trave, escorou de cabeça para abrir o marcador.

Somente aos 37, a Celeste voltou a ameaçar. E novamente, foi através de seu volante de contenção, Montero Castillo, que avançou e arriscou de longe, assustando o goleiro Visoker. A realidade é que os primeiros 45 minutos de jogo foram decepcionantes para o público.

Israel voltou do intervalo com uma alteração. O ponta esquerda Talbi deixouo o campo e Bar entrou em seu lugar. E a Celeste voltou querendo matar logo o jogo. Aos quatro minutos, Mujica fez boa jogada pela esquerda e chutou forte. O remate saiu tirando tinta da trave direita de Israel. No minuto seguinte, saiu o segundo gol. Ubinas fez o cruzamento da direita, a zaga afastou mal, Maniero pegou a sobra e finalizou forte. Visoker fez grande defesa, espalmando a bola. Para azar do goleiro israelense, o rebote sobrou para Mujica, que bateu de primeira e marcou o segundo tento uruguaio.

Aos 12, o técnico de Israel fez a sua segunda modificação, colocando em campo Vallach e tirando Rom. Os laterais eram os grandes destaques do Uruguai. Aos 13, Mujica cobrou uma falta com extrema violência. Mais uma vez, o remate passou raspando a trave direita de Visoker. Assim como acontecera na etapa inicial, a equipe sul-americana tirou o pé do acelerador, sabendo que não correria riscos e que a próxima partida, dali a quatro dias, seria contra a poderosa Itália.

Mesmo assim, o Uruguai quase ampliou, aos 28. Mujica fez o chuveirinho na área. Espárrago desviou de cabeça e Cubilla, na linha da pequena área, encheu o pé. Para seu azar, a bola explodiu no travessão. A vitória da Celeste foi mais do que justa. O time não concedeu nenhuma chance para o adversário e mostrou o poder de sua defesa. Fica a dúvida se, contra adversários mais fortes, o volante Montero Castillo e os laterais Ubinas e Mujica irão ter tanta liberdade para apoiar o ataque. Também é necessário checar o quanto será sentida a ausência de Pedro Rocha.

Ficha Técnica

Uruguai 2x0 Israel

Data: 02/06/1970 Local: Estádio Cuauhtemoc, em Puebla Público: 20.564 Árbitro: Robert Davidson (Escócia)

Gols: Maniero, aos 22 do 1 tempo e Mujica, aos 5 do 2 tempo

Uruguai: Mazurkiewicz, Ubinas, Ancheta, Matosas e Mujica, Montero Castillo, Maneiro e Pedro Rocha (Cortez, 12 do 1 tempo), Cubilla, Espárrago e Losada. Técnico: Juan Hohberg

Israel: Visoker,Schwager, Rosen, Rosenthal e Primo, Spiegel, Spiegler e Shum, Faygenbaum, Rom (Vallach, 12 do 2 tempo) e Talbi (Bar, no intervalo). Técnico: Emanuel Schaffer



Os arquivos da Copa do Mundo- Copa1970-Jogo 2- Peru 3x2 Bulgária



O segundo jogo da Copa do México aconteceu em León. Peru e Bulgária sabiam que a vitória seria fundamental, na luta pela classificação as quartas de finais. Afinal, ninguém esperava que a favorita, Alemanha Ocidental pudesse ser derrotada por elas. A equipe sul-americana, treinada pelo brasileiro Didi, havia surpreendido nas eliminatórias. Na estreia, bateu a Argentina por 1 a 0. Na sequência, foi a La Paz e acabou derrotado pela Bolívia (2 a 1). O troco veio em Lima, quando os peruanos fizeram 3 a 0 nos bolivianos. Bastava um empate, na última rodada, para o Peru se classificar para a Copa. O problema é que a partida seria contra a Argentina, em La Bombonera. A Albiceleste precisava de um triunfo, para que o houvesse um tríplice empate na primeira colocação. Heroicamente, os comandados de Didi seguraram o 2 a 2 e carimbaram o passaporte para o México. Era um prêmio merecido para a geração de Cubillas, Gallardo, De La Torre, Chumpitaz e León, a melhor da história do futebol peruano.

O Caminho da Bulgária também não foi nada fácil. Estreou derrotando a Holanda, em Sófia, por 2 a 0. Depois, novamente em casa, passou apertado por Luxemburgo (2 a 1). Ainda em Sófia, os búlgaros golearam a Polônia, por 4 a 1. No returno, sempre atuando fora de seus domínios, empatou com a Holanda (1 a 1), perdeu por 3 a 0 para os poloneses e garantiu a classificação ao fazer 3 a 1 em Luxemburgo.

Antes do embarque para o México, a seleção peruana sofreu um grande abalo. Um terremoto matou mais de 45.000 pessoas e abalou a equipe, que chegou a cogitar nem embarcar para a Copa. A FIFA pressionou e a Federação Peruana confirmou não só a ida ao México, como exigiu dos jogadores que dessem o seu melhor, pelas vítimas.

O Peru entrou completo para a partida. A Bulgária tinha o desfalque de seu principal jogador, Asparukhov, que machucado, ficaria no banco de reservas. Antes do começo do confronto, houve um minuto de silêncio, em homenagem aos mortos no terremoto. Ambas as seleções atuavam no 4-3-3, com a bola. Sem a pelota, o Peru defendia no 4-4-2, enquanto a Bulgária se recompunha no 4-5-1, com o recuo dos dois ponteiros. A diferença era a maior qualidade técnica dos sul-americanos. Em 1970, Peru e Bulgária haviam se enfrentado em dois amistosos, ambos jogados em Lima. No primeiro, vitória dos europeus, por 3 a 1. No segundo, deu Peru, 5 a 3.

Aos sete minutos, Gallardo recebeu de Funtes pela meia esquerda, passou como quis por Davidov e bateu forte, por sobre a meta de Simeonov. Como era de se esperar, os comandados de Didi tomavam a iniciativa do jogo, e os búlgaros apostavam nos rápidos contra ataques. A tática dos europeus deu certo. Aos 12, uma linda jogada ensaiada. Yakimov rolou para Bonev, que, de primeira, deixou Dermendjiev, que correra pelo lado da barreira (que ficou apenas assistindo), na cara do gol. O atacante só teve o trabalho de desviar de Rubinos, que saía desesperado da sua meta. Esse foi o primeiro gol marcado na Copa de 1970.

A técnica dos Peruanos era admirável. Entretanto, faltava objetividade aos toques de calcanhar e tabelinhas. Além disso, o time praticamente só atacava pelo lado esquerdo, usando o bom ponta Gallardo. Percebendo isso, o treinador Stefan Bochkov reforçou a marcação por aquele setor.

Aos 27, o lateral direito Campos cometeu falta em Dermendjiev e acabou levando a pior, se machucando. Em seu lugar, entrou J.González. Aos 30, contra ataque rápido da Bulgária. Bonev abriu para Dermendjiev na esquerda. Esse tocou para Jekov, que, de calcanhar, ajeitou para Yakimov soltar uma bomba rasteira. Rubinos chegou a desviar a pelota, mas o árbitro italiano Antônio Sbardella assinalou apenas tiro de meta. Na sequência. Gallardo aproveitou uma bobeira de Penev, roubou-lhe a bola, avançou e chutou forte. A bola passou raspando a trave esquerda de Simeonov.

O primeiro tempo chegou ao fim com apenas quatro chances criadas, duas para cada lado. Mas no marcador, estava escrito. Bulgária 1x0 Peru.

A etapa complementar começou da mesma forma que a inicial. O Peru tocando mais a bola, procurando o ataque. Porém, novamente, foi a Bulgária quem marcou. Logo aos quatro minutos, Bonev cobrou falta da entrada da área. O tiro foi no centro do gol, em cima de Rubinos. O goleiro tomou um senhor frango, ao deixar a bola escapar por entre suas mãos. Bulgária 2 a 0.

Em seguida ao gol, Didi fez a sua segunda alteração. Baylón deixou o gramado para entrada de Sotil. A resposta foi quase imediata. Aos seis, León tocou para Gallardo , na ponta esquerda. O atacante driblou Chalamaov e bateu forte, de pé direito. A bola bateu no travessão e entrou.

A partida passou a ser disputada em ritmo alucinante, apesar do forte calor. Aos 10, Sotil passou por dois marcadores e foi derrubado quase na linha da grande área. Chumpitaz, cobrou forte, (mesmo escorregando na hora do tiro) rasteiro, no canto direito de Simeonov, que pulou, mas não conseguiu evitar o gol de empate.

Aos 14, a Bulgária, que já parecia sentir demais o calor, fez a sua primeira alteração. Popov, o ponta direito deixou o gramado e Maraschilev o substituiu. Só dava Peru. Seis minutos depois de empatar a partida, Chumpitaz deu um chutão para a frente, Chalamanov falhou e Gallardo ganhou a jogada e, da entrada da área, finalizou com perigo para a meta búlgara.

Aos 27, a virada peruana. Cubillas recebeu na intermediária ofensiva, tabelou com Miflin, driblou dois adversários e bateu firme, no canto esquerdo baixo de Simeneov. Peru 3 a 2!. Antes mesmo que a bola voltasse a rolar, Stefan Bochkov realizou sua segunda e última ateração. Saiu Bonev e entrou o craque do time, Asparoukhov. Na base da vontade e do bom futebol de seu principal jogador, a seleção europeia até que passou a atacar mais. Entretanto, a essa altura, o time de Didi já estava bem fechado atrás. Invertiam-se os papéis do início do jogo.

No fim das contas, a virada peruana foi merecida. Não só porque foi o time com a proposta mais ofensiva, mas também porque criou o dobro de chances do que seu adversário (6 a 3). Para ir mais longe na competição, o time treinado por Didi, tinha que acertar a defesa e atacar um pouco mais pelo lado direito, completamente esquecido nessa partida. O triunfo foi histórico para os sul-americanos. Afinal, em sua segunda participação em Copas do Mundo, eles obtiveram a primeira vitória.

Ficha do jogo

Peru 3x2 Bulgária

Data: 02/06/1970 Local: Estádio Guanajuato, em León Público: 13.675 Árbitro: Anotnio Sbardella (Itália)

Gols: Dermendjiev, aos 12 do 1 tempo. Bonev, aos 4, Gallardo, aos 6, Chumpitaz, aos 10 e Cubillas, aos 27 do 2 tempo

Peru: Rubinos, Campos (J.González, 27 do 1 tempo), De La Torre, Chumpitaz e Fuentes, Miflin, Bayon (Sotil, 5 do 2 tempo) e Cubillas, Challe, León e Gallardo. Técnico: Didi

Bulgária: Simeonov, Chalamanov, Dimitrov, Davidov e Aladjov, Penev, Bonev (Asparoukhov, 28 do 2 tempo) e Yakimov, Popov (Maraschilev, 14 do 2 tempo), Jekov e Dermendjiev. Técnico: Stefan Bochkov

terça-feira, 21 de maio de 2013

Os arquivos da Copa do Mundo- 1970 Jogo 1 México 0x0 Urss



Dia 31 de Maio de 1970. Depois de longos quatro anos, a bola voltaria a rolar em uma Copa do Mundo. O estádio Azetca, construído para os Jogos Olímpicos de 1968, encontrava-se completamente lotado. O povo mexicano abraçou a competição. Antes o começo da partida de abertura, houve uma bela cerimônia de abertura. Como o jogo estava marcado para o meio dia (hora local), a fim de agradar as redes de tv da Europa, o calor era intenso. Temendo um desgaste ainda maior para seu atletas, o técnico soviético, Paramoev Kachalin mandou para o desfile das delegações o seu time reserva

Essa seria a primeira Copa da "Era moderna". As equipes poderiam pela primeira vez realizar duas substituições. Também estreavam os cartões amarelo e vermelho, a transmissão a cores e os replays instantâneos. Era muita modernidade!

Como país sede, o México não precisou disputar as eliminatórias. Ao invés disso, fez uma série de amistosos e contava com o forte calor, com a inflamada torcida e com os 2.240 metros da Cidade do México para, pela primeira vez passar pela fase inicial. Já a Urss, foi a líder de um grupo que contava com Turquia e Irlanda do Norte. O time acabou invicto (0x0 com a Irlanda do Norte, em Belfast, 3x0 na Turquia, em Kiev, 2x0 na Irlanda do Norte em Moscou e 3x1 na Turquia, em Istambul), com três vitórias e um empate. Oito gols a favor e apenas um contra. Depois do quarto lugar na Copa da Inglaterra, era difícil imaginar que os soviéticos pudessem repetir a campanha, ainda mais sem contar com a lenda Yashin e com um ataque totalmente modificado.

O barulho que a torcida mexicana fazia era ensurdecedor. Apesar disso, foi a Urss quem começou melhor a partida, com mas posse de bola, atacando especialmente pela esquerda explorando o ponteiro Evriuzhikan. Taticamente, as duas seleções atuavam no 4-3-3, quando de posse da bola, com um volante a frente da zaga e dois pontas abertos pelos lados do campo. Na recomposição defensiva, as seleções postavam-se num 4-4-2, com o recuo de um dos ponteiros.

A primeira emoção aconteceu aos 19 minutos, quando Pulido levantou uma bola despretensiosa na área soviética. O lateral direito Kaplichni falhou, ao ficar só olhando e Lopez, na pequena área cabeceou para boa defesa de Kavashvili. Aos 24, novamente Lopez perdeu boa chance de marcar o primeiro gol da Copa. Depois de um escanteio mal rebatido pela defesa russa, a bola sobrou para Valdivia, que cruzou forte, rasteiro. Lopez pegou de primeira, mas mandou a bola por sobre a meta. A esta altura, os donos da casa mandavam na partida, aproveitando-se do intenso calor.

Se o gol não acontecia, aos 27, saiu o primeiro cartão amarelo da história dos mundiais. O árbitro alemão Kurt Tschenscher, aplicou a punição ao jogador Lovchev, que cometera falta violenta em Velarde. Três minutos mais tarde, foi a vez de Asatiani receber o seu cartão. A partida ficou violenta. Aos 34, foi a vez de Logofet dar uma entrada por trás em Valdivia (sempre ele) e ser premiado com seu amarelo. A primeira etapa chegou ao fim com o México melhor e com os soviéticos parecendo senti demais o calor. Em termo de chances, foram duas para os donos da casa e nenhuma para os europeus.

A Urss voltou do intervalo com uma alteração (também a primeira na história das Copas). Saiu Serebrianikov, machucado, para a entrada de Puzach. E a mexida e o descanso no intervalo pareceram acordar os europeus. Logo no primeiro minuto da etapa final, Asatiani cobrou falta da entrada da área. O remate desviou na barreira e passou raspando a trave direita de Calderón.

De fato, a Urss voltou melhor e dominou a partida, em seu recomeço. Tanto que, aos 14 minuts, Pena foi amarelado, depois de cometer falta em Byshoets. Aos 21, Khmelninitsky entrou no lugar de Nodya. No minuto seguinte, o treinador mexicano, Raúl Cardenas fez a sua primeira. Sacou Velarde e colocou em campo Munguia.

Aos 23, nova chance soviética. Asatiani cobrou falta do lado esquerdo e cruzou na cabeça de Byshovets, que, desmarcado, dentro da pequena área, perdeu ótima oportunidade. Sentindo-se acuado, os anfitriões tentaram acelerar o jogo, tentando aproveitar-se de um desgaste russo. A estratégia não surtiu efeito.

Nada de mais importante aconteceu na partida. O fato é que cada equipe dominou um tempo e criou apenas duas oportunidades durante essa predominância. O empate, sem gols foi mais do que justo, em um jogo muito mais marcado e truncado do que jogado. A melhor Copa de todos os tempos não começou de maneira promissora.


Ficha da partida

México 0x0 Urss

Data:31/05/1970 Local: Estádio Azteca, Cidade do México Público: 107.160 Árbitro: Kurt Tschenscher (Alemnha Ocidental)

Cartões amarelos: Lovchev, Nodya, Asatiani, Pena e Logofet

México: Calderón, Vantrolra, Pena, Guzmán e Pérez, Hernandez, Pulido e Velarde (Munguia, 22 do 2 tempo), Valdivia, Fragoso e Lopez. Técnico: Raúl Cardenas

Urss: Kavashvili, Kaplichni, Shesterniev, Lovchev e Logofet, Asatiani, Muntian e Serebrianikov (Puzach, no intervalo), Nodya (Khmelnitsky,21 do 2 tempo), Byshovets e Evriuzhikan.
Técnico: Paramonev Kachalin





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