Acervo

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Jogos Históricos- Guarani 1x0 Palmeiras- final jogo 2 Campeonato Braseileiro 1978


Porque é histórico
Simplesmente foi o primeiro e único título brasileiro, conquistado por um clube do interior de qualquer estado. Além disso, a equipe bugrina tinha grandes jogadores em seu elenco, como Zenon, Careca,Renato e o veterano Zé Carlos.
As Campanhas até então O Guarani chegava a decisão com 30 jogos, 18 vitórias, 8 empates e 4 derrotas, somando assim 50 pontos ganhos, havia marcado 55 gols e sofrido 22, com saldo positivo de 33.
Já o Palmeiras, havia disputado 30 jogos, com 13 vitórias, 13 empates e 4 derrotas, somando 44 pontos. Seu ataque havia marcado 42 vezes e a sua defesa sofrido 17, com saldo positivo de 25.
O primeiro jogo da final Foi jogado no dia 10 de Agosto, no Morumbi tomado por mais de 95.000 pessoas, em sua maioria Palmeirenses. Leão acabou dando uma cotovelelada no jovem Careca. O árbitro Arnaldo César Coelho, marcou o penalti e expulsou o goleiro. Como o verdão já havia feito suas duas substituições, Escurinho foi para o gol. Zenon cobrou e deu uma vantagem ainda maior para o Guarani, na partida de volta.
A ficha do jogo
Guarani 1x0 Palmeiras
Data 13-08-78 Local Brinco de Ouro Público 27.766 Renda CR$ 1.706,280,00
Árbitro José Roberto Wright Cartões Amarelos Toninho Vanusa, Ivo, Bozó, Mauro e Alfredo Mostarda. Gol Careca 36 do 1 tempo
Guarani Neneca, Mauro, Édson, Gomes e Miranda, Zé Carlos, Manguinha e Renato, Capitão, Careca e Bozó Técnico Carlos Alberto Silva
Palmeiras Gilmar, Rosemiro, Beto Fuscão(Jair Gonçalves), Alfredo Mostarda e Pedrinho, Ivo, Toninho Vanusa e Jorge Mendonça, Sílvio, Nei e Escruinho Técnico Jorge Vieira
A partida, Lance a Lance
-Começa a partida. A saída foi dada pelo Palmeiras, que ataca para a esquerda das cabines de rádio.
-1 minuto. Toninho Vanusa cobra falta de longe, a bola quica na frente de Neneca, que, quase engole um frango ao tentar encaixa-lá, mas a bola se perde em escanteio.
-1 minuto. Na cobrança do escanteio, Jorge Mendonça desvia a bola que iria sobrar limpa para Nei, mas Escurinho se antecipa ao próprio companheiro e perde boa chance. O verdão começava a partida em cima..
-10 minutos. Manguinha dá grande passe para Renato, que tenta deviar de Gilmar, mas o goleiro do Verdão consegue grabde defesa com os pés.
-Duas descidas perigosas do Bugre pelo lado esquerdo do ataque, aproveitando os espaços deixados pelo lateral Rosemiro e a má cobertura de Beto Fuscão.
-29 minutos. Melhor chance do Palmeiras. Rosemiro faz grande jogada, vai a linha de fundo e cruza rasteiro, para trás, Jorge Mendonça ainda tem tempo de ajeitar o corpo antes de bater de primeira, de perna esquerda. A bola sai rente ao gol de Neneca.
-Apesar do Palmeiras ter criado as melhores chances, o Bugre se mostrava mais sólido, mais organizado.
-36 minutos. GOL! Neneca dá um chutão pra frente, a bola sobra para Beto Fuscão que bobeia e Careca toma lhe a bola entreando a Bozó. O ponteiro chuta, Gilmar salva com os pés e na sobra Careca bate firme, rasteiro, para abrir o placar. 1x0 Guarani.
-40 minutos. Jorge Mendonça recebe a bola na intermediária, avança, limpa a jogada e bate de perna esquerda para boa defesa de Neneca.
-41 minutos. Após o escanteio, Escurinho desvia a bola que bate no peito de Alfredo Mostarda e encobre a meta bugrina. A pressão era palmeirense...
-45 minutos. fim do primeiro tempo.
Análise do primeiro tempo Apesar de estar mais bem postado dentro de campo, a equipe do Guarani, acabou jogando de forma muito retraída, o que acabou proporcionando as melhores oportunidades para um Palmeiras desesperado, que necessitava vencer por pelo menos dois gols de diferença. Grande atuação de Zé Carlos deu o equilíbrio necessário ao time campineiro. Enquanto o time da capital se ressentia de uma participação mais ativa de Jorge Mendonça. Portanto, apesar de cinco oportunidades de gol para o Palmeiras, contra apenas duas do Guarani, não há como afirmar que o resultado seria injusto...
Segundo Tempo
-Começa o segundo tempo, com a saída sendo dada pela equipe do Guarani. O Palmeiras volta com Jair Gonçalves no lugar do contundido Beto Fuscão.
-O Verdão tenta apertar, mas o Bugre é mais perigoso nos contra-ataques. Em um deles, Capitão faz grande jogada e Alfredo Mostarda corta o cruzamento, antes que a bola chegasse a Careca.
-15 minutos. Grande passe de Zé Carlos para Careca, que entra sozinho na área, dribla o goleiro Gilmar, mas perde o controle da bola, que acaba ficando atrás dele. O jovem centroavante não se faz de rogado e tenta o gol de calcanhar. Rosemiro salva a bola em cima da linha e coloca a escanteio.
-Todo ataque bugrino é um desespero para a zaga palmeirense. Alfredo Mostarda derruba Careca a centímetros da área, mesmo sendo o último homem, não é expulso(eram outros tempos....). Na cobrançda da falta, Zé Carlos obriga Gilmar a voar no seu canto direito alto para espalmar a bola a córner e fazer grande defesa.
-30 minutos. A torcida do Guarani começa a cantar "está chegando a hora".
-32 minutos. Mauro bate falta de muito longe e Gilmar faz outra grande defesa, salvando o Palmeiras de novo.
-46 minutos. Fim de jogo! Guarani Campeão Brasileiro de 1978!!!!
Análise do segundo tempo
Acho que não é preciso dizer muito a respeito do domínio do Guarani na segunda etapa. Basta ver que foram 4 chances para o time campineiro contra nenhuma do Verdão. Ao final do jogo, foram 6 chances contra 5, a favor do Guarani. Vitória e título mais do que justos.

-Em breve voltaremos com a partida Flamengo 5x1 Atlético-mg, amistoso de 1979, quando Pelé vestiu a camisa 10 do Rubro-Negro. Abraços a todos e até lá...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

História das Copas do Mundo- 1950- Brasil


Pré-Copa
Assim que a Segunda Guerra Mundial acabou, os dirigentes da FIFA trataram logo de marcar um congresso para retomar a disputa da Copa do Mundo. Em 1946, em Luxemburgo, o Brasil apresentou-se como candidato único, e foi escolhido para sediar a Copa.
A princípio, o mundial estava marcado para 1949. Porém, com as dificuldades num mundo pós-guerra, acabou-se chegando a um acordo de deisputá-lo um ano depois, em 1950.
Neste mesmo congresso, a Taça passa a se chamar Jules Rimet. E fica estabelecido, que a primeira seleção que conseguisse conquistá-la por 3 vezes, teria sua posse definitiva.
Os países britanicos voltaram a integrar a FIFA, assim como a URSS, que teve sua filiação aceita(mas como o projeto dos soviéticos era a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1952, eles não se inscreveram nas eliminatórias).
Em 1948,em novo Congresso, dessa vez realizado em Londres, o Brasil consegue alterar oregulamento de disuta da Copa. Pela primeira e única vez, o campeão seria apontado depois de um quadrangular, onde todos jogariam contra todos.
O Brasil prometeu a cosntrução do maior estádio do mundo. O Maracanã. E prometia também, uma seleção muito forte.
Apesar de tudo, teríamos ausencias importantes. A Alemanha Ocidental(os alemães também estavam suspensos pela FIFA, mas foram anistiados e se recusaram a jogar), por razões óbvias, não poderia jogar o Mundial. Assim como Áustria e Tchecoslováquia. Bélgica, Bulgária, Romenia e Hungria também não. O Japão estava suspenso pela FIFA. E foi assim, com várias desistencias teriam início as eliminatórias. Peru e Equador também desistem. Colombia, com a sua liga pirata, não tem uma seleção e pior, ao contratar os craques argentinos, faz com que os hermanos desistam de participar.
As Eliminatórias
Grupo 1. Este foi o grupo do torneio britanico. Inglaterra e Escócia ficaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente, e se classificaram, eliminando País de Gales e Irlanda.
Grupo 2. A Turquia goleou a Síria, por 7x0 e se qualificou.
Grupo 3. Iuguslávia venceu Israel e França e se classificou.
Grupo 4. Suiça derrota Luxemburgo e vem ao Brasil.
Grupo 5. Suécia se garante, ao vencer Irlanda do Norte e Finlandia
Grupo 6. Espanha vence Portugal e se garante no Mundial.
Grupo 7. Com a desistencia da Argentina, Chile e Bolívia estão na Copa
Grupo 8. Uruguai e Paraguai vem ao Brasil, depois da desistencia de Peru e Equador.
Grupo 9. México e Eua eliminam Cuba e carimbam o passaporte.
Grupo 10. Índia se classifica com a suspensão do Japão e as desistencias de Filipinas e Birmania.
Preparativos Finais
Mesmo depois de definidos os 16 classificados, as desistencias continuavam. A Índia, não quis comparecer, pois sua equipe joagava descalça e a FIFA obrigava a jogar o Mundial calçados. A Escócia alegou que não tinha chance e também não veio. A Turquia seguiu o mesmo caminho.
Começava a faltar times. A FIFA convidou Portugal, que agradeceu mas não veio. A França até se propos a vir, mas quando ficou sabendo que jogaria um jogo em Porto Alegre e outro em Recife desistiu, esquecendo-se do quanto fizera o Brasil viajar 12 anos antes.
Somente 13 seleções viriam ao Brasil. E até entre elas havia problemas. A Itália, atual bicampeã, sofreu com um acidente aéreo que matou todo o fantástico time do Torino, base da seleção. Veio enfraquecida.
Os organizadores brasileiros também deram sua pitada para "avacalhar" a Copa. Ao invés de, como na Copa de 30, que também só tinha 13 seleções, sortear-se um grupo com 4 equipes, e 3 com 3, eles preferiram manter o sorteio original, com dois grupos de 4, um de 3 e, incrível, um com apenas 2 equipes.
Enquanto isso, o Brasil ia se concentrando e treinando. O time ficou reunido por quatro meses, a maior parte desse tempo em Araxá, Minas Gerais. O técnico Flávio Costa usou como base o time do Vasco, que era conhecido como "Expresso da Vitória". E sofria duras críticas por isso(a imprensa o achava carioca demais). Os paulistas, reclamavam a ausencia do ponta do Corinthians, Cláudio, que foi substituído pelo vascaíno Alfredo II.
Flávio também gostava de zagueiros duros, que não fossem ao ataque e jogassem sério. Por isso, Nílton Santos, então já o melhor zagueiro pela esquerda do Brasil, ficou no banco de reservas, cedendo seu lugar a Bigode.
Apesar de todos os problemas, a seleção era forte. Tinha Zizinho, Jair, Ademir, Friaça, Barbosa. E tinha o gigante do Maracanã, inaugurado pouco antes da Copa, tinha tudo para intimidar os adversários da seleção. A festa enfim, ia começar.
A Copa
Finalmente, no dia 24 de Junho, começava a quarta Copa do Mundo. Em um Maracanã ainda em obras, o Brasil passeou diante do México, que estreava em seu gol o lendário Carbajal. 4x0 foi pouco. Ademir fez dois, Jair e Baltazar completaram a goleada. A seleção começava bem.
No dia seguinte, o complemento da rodada. Pelo Grupo 1, em Belo Horizonte, a Iuguslávia passou tranquilamente pela Suiça. O primeiro gol, porém, só surgiu aos 15 minutos do segundo tempo. Toamsevic bateu forte, rasteiro, de pé esquerdo. Aos 25, Tomasevic fez um gol que mais paraceia o replay do primeiro. E, aos 30, Mitic(o melhor jogador Iuguslavo) deu brilhante passe para Ognjanov tocar na saída de Stuber.
Pelo Grupo 2, em Curitiba, logo no começo do jogo entre Espanha e Eua, um lance polemico. Basora foi a linha de fundo e cruzou para trás. Igoa chutou, a bola passou no meio das pernas do arqueiro Borghi e entrou. Mas o árbitro brasileiro Mário Vianna não deu o gol. A zebra deu o ar da sua graça aos 17 minutos do primeiro tempo. Aproveitando falha de Inaki, Souza abre o placar para os norte-americanos. Apesar de toda a pressão, a Espanha só consegue chegar ao empate aos 30 minutos da segunda etapa, através de Basora. O goleiro Borghi vai fazendo milagres, mas aos 33, em cruzamento no segundo poste, Basora pega de primeira, sem deixara bola cair e marca. Aos 40, após lançamento longo, Zarra faz o terceiro. A dificuldade encontrada pela Espanha, porém era o prenúncio de que os EUA poderiam aprontar na Copa..
Completando o Grupo, no Maracanã, os ingleses finalmente estreavam em mundiais. Mas quem ataca primeiro é o Chile. Robredo perde duas chances claras de gol. Na base do chuveirinho, Mullen cruza e Mortensen de cabeça, faz 1x0, aos 27 da primeira etapa.No segundo tempo,Mortensen dribla dois e rola para Mannion chutar rasteiro, no canto direito do goleiro. Placar final Inglaterra 2x0 Chile.
Completando os jogos do dia, no Pacaembu, jogaram Suécia e Itália. Svensson já tinha feito grande defesa em finalização de Capello, quando, aos 7, Cappelese abre o placar. Ainda no primeiro tempo, porém a virada sueca. Jepsson entra sozinho pela esquerda e bate cruzado para empatar. Depois, em bola mal rebatida pela defesa italiana, Andersson vira.
Aos 23 do segundo tempo, após bela jogada de Skoglund, novamente Jepsson faz 3x1. A Azzurra ainda desconta com Muccinelli, mas fica nisso, 3x2 Suécia.
No dia 28, o início da segunda rodada. No Pacaembu, jogavam Brasil e Suiça. Para esta partida, Flávio Costa fez quatro alterações. Entraram Bauer, Rui, Noronha e Alfredo. Os tres primeiros jogavam no São Paulo e foram escalados como forma de apaziguar um pouco as críticas de que a seleção era "extremamente carioca".
O fato é que o Brasil jogou muito mal. Logo aos 3 minutos, Friaça dribla o zagueiro e vai a linha de fundo, mas a bola saí. Mesmo assim ,ele cruza, Ademir fura e Alfredo completa para abrir o marcador. Todos no estádio viram que a bola havia saído. Menos o árbitro espanhol Azon. Aos 17, Bickel cruza a bola, Barbosa e Rui ficam assistindo ela passear pela área e Fatton empata. Ainda no primeiro tempo, aos 32, Baltazar faz de cabeça, Brasil 2x1.
No segundo tempo, a seleção joga um futebol sem a menor inspiração e é castigada quando aos 43, Bickel lança Fatton nas costas de Bauer, ele chuta cruzado e empata o jogo. O Brasil deixa o campo sob vaias.
No dia 29, em Porto Alegre, a Iguslávia goleou o México, por 4x1 com gols de Bobek, Cajkovski(2) e Tomasevic contra um de penalti, marcado por Ortiz. Com este resultado, a Iuguslávia jogaria pelo empate, na última rodada, contra o Brasil. O medo de uma eliminação logo na primeira fase, fez com que a seleção fosse ainda mais criticada.
No Maracanã, a Espanha derrota o Chile por 2x0, gols de Basora e Zarra. Mas a partida não foi tão fácil quanto parece. O grande nome do jogo foi o goleiro espanhol Ramallets, que travou e venceu o duelo particular contra o atacante Robledo.
Em Belo Horizonte, no estádio Independencia, acontecia o que é considerado até hoje a maior zabra da história das Copas. O English Team pressionou com seu tradicional chuveirinho, perdeu gols, chutou bolas na trave, enfim, tudo fez menos o gol. Gol esse que a equipe amadora dos EUA conseguiu fazer aos 38 minutos do primeiro tempo, com o descendente de Haitianos Gaetjens, de cabeça. O goleiro Borghi continuou segurando tudo na segunda etapa. E, os presunçosos inventores do futebol caíam de seu cavalo. Perdiam por 1x0.
Dois fatos curiosos marcaram os "bastidores" desta zebra. O autor do gol, lavava pratos nos EUA, e dois anos depois da Copa resolveu voltar ao Haiti. Como ele era fugitivo crminoso, foi assassinado pelo ditador Papa Doc. E o outro, foi que os jornais britanicos, ao receberem a notícia do resultado do jogo, acreditaram ser um erro. E, divulgaram para todo mundo que o placar havia sido Inglaterra 10x 0 EUA e não 1x0 para os norte-americanos. Depois tiveram que consertar a notícia...
Completando a segunda rodada, os atuais campeões olimpícos, os suecos, se classificaram no Grupo 3, ao empatar em 2x2 com o Paraguai, com gols de Sundquist e Palmer contra dois de López.
No dia 1 de Julho, havia apreensão no ar. Um simples empate eliminava o Brasil da Copa. E o adversário era forte. A Iuguslávia era vice-campeã olimpíca. Zizinho, mesmo ainda com dores no joelho, estava de volta. E comandou uma belíssima apresentação da seleção.
Logo aos 4 minutos, Maneco acha Ademir que fuzila o goleiro Mrkusic e abre o placar. Vale ressaltar que o time iuguslavo jogou, por praticamente 20 minutos, com 10 jogadores, pois o craque do time, Mitic, abriu a cabeça ao bater numa lampada a caminho do campo. Ainda no primeiro tempo, Zizinho tem um gol mal anulado pelo árbitro gales, Griffiths.
Aos 24 mintuos da segunda etapa, Zizinho bate cruzado e garantiu a classificação brasileira. O alívio era geral. a seleção havia jogado bem.
No dia 2, apenas para cumprir tabela, a Suiça venceu o México por 2x1, com gols de Bader, Tamini e Casarin descontando.
Em Recife, o Chile goleava os EUA, por 5x2. Robledo e Riera fizeram 2x0, mas Wallace descontou ainda no primeiro tempo. Maca empatou o jogo, logo aos 3 minutos da etapa derradeira, mas depois só deu a equipe sul-americana. Prieto e Cremaschi(2) completaram o marcador.
Enquanto isso, no Maracanã, a Fúria Espanhola despachava de vez a Inglaterra, com um gol marcado por Zarra. Os inventores do futebol estavam eliminados e humilhados...
No Pacaembu, a Itália se despediu honrosamente ao derrotar o Paraguai, por 2x0. Com gols de Capellese e Pandoltini.
E, finalmente, entrava em campo, o Grupo 4. Formado por apenas duas seleções. Teve apenas essa partida. Na verdade, não houve jogo, foi um massacre. O Uruguai detonou a Bolívia por sonoros 8x0. O primeiro tempo acabou 4x0, com gols de Miguez(2), Vidal e Schiaffino. Há um ditado que diz que se qutro vira, oito termina. E foi assim mesmo que aconteceu. De novo Schiaffino, Perez, Gigghia e mais um de Miguez deram números finais ao massacre.
A Fase Final
Pela primeira e única vez na história dos Mundiais, os quatro classificados disputariam um turno final, com todos jogando contra todos.
A primeira rodada aconteceu dia 9 de Junho. No Pacaembu, Gigghia abriu o placar para a Celeste Olimpíca, diante da Espanha. Mas Basora, marcou duas vezes e virou o placar ainda no primeiro tempo. Apenas a 15 minutos do fim da partida, Obdúlio Varela conseguiu o tento de empate.
No Maracanã, diante de mais de 150.000 pessoas, o Brasil deu um show. Após intensa pressão, aos 17 minutos, Jair serve Ademir, que chuta e faz 1x0. Aos 36, novamente Ademir toca na saída do goleiro 2x0. Aos 39, Chico dá um corte seco no zagueiro e faz 3x0
O show continuou depois do intervalo. Logo aos 7, Ademir bateu forte e fez 4x0. Aos 13, O mesmo Ademir passou pelos zagueiros e fez 5x0. Andersson , de penalti, desconta para uma atonita Suécia, aos 22. Aos 40, Maneca aproveita cruzamento na segunda trave e marca o sexto. E, para terminar o chocolate, Chico faz mais um, aos 43. Final, Brasil 7x1 Suécia. A confiança na seleção era total...
No dia 13 de Julho, a segunda rodada foi disputada. No Pacaembu, a zaga uruguaia falha e Palmer domina para chutar alto, sem defesa para Máspoli, logo aos 5 minutos. Jepsson acerta o travessão da Celeste. Os suecos era melhores na partida. Aos 39, porém, um golaço. Gigghia corta para o meio e acerta uma bomba no angulo de Svensson. 1x1. Os uruguaios não tiveram nem tempo para comemorar. Na saída de bola, nova falha da zaga e Sudqvist faz 2x1.
Na segunda etapa, o Uruguai vem com tudo para cima. Svensson vai salvando o bombardeio até onde pode. Mas, aos 32, Miguez empata a partida. Aos 40, Svensson sai mal num cruzamento, a bola para Júlio Perez que cruza para Miguez marcar o gol da vitória. 3x2.
No Maracanã, mais um show brasileiro. Logo aos 2 minutos, Chico perde boa oportunidade. A Espanha responde com Zarra, que sozinho, chuta para fora. Aos 15, Ademir deriva da esquerda para o meio e chuta, a bola bate em Parra e entra. Aos 21, Jair começa a jogada no meio de campo e vai carregando a bola, sem ser importunado. Na entrada da área, ele bate e faz o segundo. Aos 31, Chico passa por dois marcadores e chuta prensado. A bola sobra para Ademir, que também é travado na hora da finalização. A pelota, entretanto, volta a se oferecer a Chico que marca 3x0. Na comemoração, Chico é atingido por um foguete lançado pela torcida brasileira e fica fora de campo, sendo atendido por quase 10minutos.
No segundo tempo, mais do mesmo. Aos 10, Ademir ganha do zagueiro e só rola para Chico fazer 4x0. Dois minutos depois, Ademir marca o quinto gol. Então, as mais de 160.000 pessoas no estádio começam a acenar para os espanhóis com lenços brancos, entoando a famosa marchinha "Touradas de Madrid". Um espetáculo arrepiante, que se ouve ao fundo da narração da Rádio Nacional. Aos 22, Zizinho aproveita bola mal rebatida pela zaga e marca o sexto. Aos 25, Bigode escorrega e Basora quase marca. Seria um prenúncio do que estava por vir...Aos 26, bela jogada de Basora pela direita e, Igoa, em impedimento(o offisde fica claro ao se ver as imagens do especial Espana en Brasil) faz lindo de gol de voleio.
No restante da partida, o Brasil apenas tocou a bola. Foi uma atuação soberba e que credenciava a seleção a jogar apenas pelo empate contra o Uruguai, para se sagrar campeão Mundial de futebol.
A terceira rodada foi disputada no dia 16 de Junho, no Pacaembu, a Suécia venceu a Espanha, por 3x1. Com gols de Sundqvist, Melberg e Palmer com Telmo descontando e termina a Copa na terceira colocação.
Brasil x Uruguai-Antes do Jogo
Para atender aos mais diversos interesses políticos(afinal era ano de eleição e todos queriam se beneficiar da conquista da seleção), foi decidido que a equipe deixaria a tranquilidade da concentração na Estrada do Joá(calma e praticamente inacessível para pessoas de fora)para São Januário. A justificativa era ficar mais perto do calor do jogo.
Só que ao invés de ficarem concentrados na partida, os jogadores tinham que assistir inúmeros discursos de políticos. Com isso, seus horários de refeição, descanso a até mesmo de treino foram alterados e o foco não ficou na partida decisiva. Vale lembrar que um mes antes da Copa, o Brasil havia enfrentado o Uruguai, pela Copa Rio Branco, e haviam sido duas partidas duríssimas, vencidas pelos brasileiros por 3x2(Ademir, Juán González contra e Chico, com Vilamide e Nílton Santos contra descontando) e 1x0(Ademir). Portanto, todos sabiam que a partida seria difícil.
Além dos políticos, a torcida e a imprensa já faziam o clima de oba-oba total. Para eles, o Brasil já era o campeão do mundo, sendo a partida contra os uruguaios, uma mera formalidade.
Pelo lado da Celeste, na manhã da partida, seu capitão, Obdúlio Varela, foi andar por Copacabana quando se deparou com um jornal que colocava como manchete da primeira página a foto dos jogadores brasileiros com os seguintes dizeres "Estes são os novos campeões do Mundo de futebol".
Varela comprou todos os exemplares das bancas pelas quais passou. Voltou ao hotel, espalhou o jornal pelo chão do banheiro(naquela época o banheiro era coletivo, um por andar e não individual), chamou seus companheiros e, aos berros, bradou,-"Para eles, já estamos derrotados. Vamos mostra que não estamos mortos. Agora mijem neles!". Foi com esse espírito que eles chegaram ao Maracanã.
Brasil x Uruguai- A partida
A partida começa equielibrada. As mais de 200.000 pessoas presentes ao Maracanã esperam uma nova goleada e show brasileiro. Mas não é isso que acontece.
O Brasil parece nervoso. Erra mais passes do que o habitual. O Uruguai consegue travar a seleção e leva perigo, quase sempre pela direita, onde Gigghia leva vantagem sobre Bigode e a falta de cobertura de Juvenal.
Ademir chuta duas vezes para defesas de Máspoli. Aos 16, Gigghia toca para Schaiffino que perde boa oportunidade. Aos 21, novamente Ademir, desta vez de cabeça, obriga o goleiro uruguaio a mais uma defesa. Aos 35, Miguez chuta de longe e a bola explode na trave de Barbosa. Aos 42, Ademir perde mais uma chance. O primeiro tempo chega ao fim, equilibrado.
Logo no recomeço da partida, Friaça abre o marcador para o Brasil. Obdúlio Varela reclama com o árbitro(nem ele sabia o que estava reclamando, confessou depois, o que ele realmente queria era esfriar o time e a torcida). O Uruguai cresce. Chico e Gambeta se desentendem. Aos 12, Schiaffino perde boa chance. A torcida começa a se calar. A goleada e o show, não vem.
Aos 20, Júlio Perez lança Gigghia que ganha de Bigode e cruza para Schiaffino empatar a partida. A torcida se cala de vez. Ouvem-se então os gritos cada vez mais altos de Obdúlio Varela. E consegue-se "ouvir" o silencio dos assustados jogadores brasileiros.
Aos 34, novamente a jogada se repete, Júlio Perez lança Gigghia, que vence Bigode na corrida. Juvenal não chega para a cobertura e o ponta-direita vai avançando. Barbosa pensa que ele irá repetir a jogada do primeiro gol e dá um passo a frente, para cortar o cruzamento. Ledo engano, Gigghia bate rasteiro, forte, entre a trave e o arqueiro brasileiro. Era o gol da virada uruguaia.
A partir daí, o Brasil se lança ao ataque, mas cede mais espaços para o contra-ataque da Celeste. Aos 41, Ademir perde um gol da marca do penalti.
O jogo chega ao fim. O Uruguai era bicampeão mundial de futebol. Os jogadores brasileiros choram e, até erram o vestiário pelo qual deveriam descer. Jules Rimet, que abandonara as tribunas de honra ainda com a partida empatada, chega ao gramado, certo que iria entregar a Taça para o capitão brasileiro. Leva um susto, e até sente-se constrangido em entregá-la para Obdúlio Varela, que, a esta altura, já não berra mais. Já estava sem voz, exausto, mas satiseito por ter liderado seu time a um triunfo que parecia impossível.
Para a seleção brasileira, ficaria mais uma lição, que só seria aprendida de verdade, oito anos depois. Foi esta também, a última partida do Brasil com a camisa branca, aposentada depois do Maracanazzo, sobre alegação que dava azar. A camisa amarela, a "canarinho" seria a nova vestimenta de uma seleção marcada pela infeliz derrota, na tarde de 16 de Junho de 1950...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Exercício de imaginação- Hungria 54 x Holanda 74

Caros amigos, hoje começa uma nova série, inspirada em sugestão de André Rocha(http://blogs.abril.com.br/futebolearte) e vou, em um ato da mais puro devaneio, imaginar como seriam partidas que não aconteceram, em Copas do Mundo, Campeonatos de clubes ou até mesmo, como é o caso de hoje, entre equipes de épocas distintas.

Eis que a máquina do tempo, inventada por Doc Brown, na trilogia De Volta para o futuro, cai nas mãos de um fanático por futebol, como este que vos escreve. Penso, qual seria uma partida que adoraria ver, mas nunca aconteceu.
Flamengo de 81 contra o Santos de Pelé(esta fica pra depois), Brasil de 82 contra o Brasil de 70, enfim, as opções eram tantas que quase acabei desistindo da idéia. Mas aí, ao ler o novo livro de Mauro Beting, As melhores seleções estrangeiras de todos os tempos, tive a vontade de assistir in loco, a Hungria de 1954 enfrentar a Holanda de 1974.
Entrei no DeLorean e fui para a Alemanha Ocidental, em 1974. Chego 2 dias antes da final, e me encaminho para o hotel onde os holandeses estvam concentrados. Encontro Cruyiff, fumando seu cigarro e exponho a ele minha idéia. Amante do bom futebol, ele me pede 10 minutos para reunir o time. Embarcamos todos de volta a 1954, um pouco antes da Copa.

Convencer o time húngaro não foi difícil. Bastou mostrar a eles o que os "laranjas" sabiam fazer com a bola. E a partida foi marcada para o dia seguinte, em Wembley, numa nova versão do "jogo do Século".

Os times perfilados. Puskas e Cruyiff se olhavam com admiração. Os times estavam completos. A Hungria com Grocsis, Buzansky, Lorant, Zakarias, Lantos, Boszik, Puskas, Budai, Kocsis, Hidegkuti e Czibor.

Os holandeses vinham de Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol, Jansen, Nesekens e Van Hanegem, Rep, Cruiyff e Resembrink.

A partida começa e, como de hábito os húngaros saem para o ataque. Boszik manda no meio de campo e Puskas está endiabrado. É dele o passe para Budai passar por Van Hanegen(que estava na Lateral esquerda) e cruzar. Kocsis, ao seu estilo, de cabeça faz 1x0, logo aos 7 minutos.

A partida é maravilhosamente disputada. Neskens e Cruiyff trocam de posição e lançam Rep, o ponta(ou seria centroavante) perde boa oportunidade, pois Grocsis deixou a grande área para cortar o lance.

Mesmo sofrendo marcação individual de Jansen, Puskas joga demais. Aos 20 minutos, Hidegkuti vai armar como meia e dá lindo passe para Puskas, que passa por seu marcador e pelo goleiro Jongbloed e faz 2x0.

Rinus Michels está atonito. Ele grita para seus jogadores. -"Não vim do futuro perder, vamos jogar bola". A bronca parece que dá resultado. Cruiyff(sempre ele) sai com a bola dominada do seu campo de defesa e lança Rep na ponta esquerda, se aproveitando da subida de Lantos. Rep avança e é derrubado na área. Penalti que Nesekens cobra e diminui.

Porém, logo na saída de bola, uma linda trama como só a Hungria sabia fazer. Bola de pé em pé até que Hidegkuti desse o toque final.

Final do primeiro tempo, Hungria 3x1 Holanda. Uma cena porém chama a minha atenção. A tranquilidade demonstrada por Michels. O mago holandes deve ter algum trunfo para a segunda etapa.

A partida recomeça e logo na saída de bola, Boszik é cercado por seis holandeses. É o pressing do futebol total que ainda não havia sido utilizado e que deixou todos de boca aberta. A bola foi retomada e, ao melhor estilo carrossel, quem fez o gol foi o zagueiro Haan. 3x2.

A Hungria está atordoada. O melhor preparo físico da laranja começa a falar mais alto. Michels ri no banco de reservas quando Resembrink empata a partida. Sua tática estava dando certo.

Porém, a Holanda atacou com quase todo mundo, e Jansen perdeu a bola. Boszik imediatamente lançou Hidegkuti, este passou para Puskas usar sua canhota e fazer 4x3. Eram 38 minutos do segundo tempo.

Acontece que futebol romantico é isso aí. Agora, quem parte para o ataque sem se preocupar em garantir o resultado, é a Hungria. Michels grita algo, mas não é ouvido. Cruiyff, porém, craque como sempre, entende seu treinador. É hora de um último pressing.

Novamente os holandeses recuperam a bola e lançam para Rep. Este aproveita o corredor a sua frente e atraí o goleiro Grocsis, que abandonara a meta. Inteligente, Rep apenas rola para o lado, onde o número 14 acompanhava a jogada. Gol da Holanda. Gol de Cruiyff! 4x4! Uma partida como estas não merecia mesmo ter um perdedor. E, como disse Mauro Beting, se houvesse uma prorrogação, a Alemanha(que venceu as duas na vida real)venceria a partida....

O árbitro ingles Mr. Ellis aponta o final da partida. Puskas e Cruiyff se cumprimentam e trocam de camisa. Então volto com so holandeses para o ano de 74. Até hoje, me pergunto se eles me culpam por terem cansado, ao jogar esta "partida dos sonhos" antes da final. Não sei a resposta, mas, com certeza, eu faria tudo de novo.

Espero que tenham gostado deste exercício de imaginação. Em breve voltaremos com mais jogos incríveis e improváveis

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Jogos históricos- Flamengo 1x0 Vasco- Jogo decisivo do Campeonato Carioca de 1978


-Hoje vamos falar do jogo que decidiu o segundo turno do campeonato carioca de 1978, entre Flamengo x Vasco.
Porque é histórico Simplesmente porque marcou o início da série avassaladora de títulos conquistados pelo Flamengo, entre os anos de 78-83, que até hoje é conhecido como "A Era Zico". Situação da partida O Flamengo já havia sido campeão do primeiro turno, a Taça Guanabara, o que já lhe garantia um lugar na final do campeonato, contra o eventual vencedor do segundo turno. No segundo turno, por uma coincidencia da tabela, Flamengo e Vasco se enfrentaram na última rodada, o que acabou conferindo a partida o ar de decisão do segundo turno. O clube de São Januário liderava a competição com 20 pontos, 10 jogos e incríveis 10 vitórias, com 33 gols a favor e 5 contra. Já o rubro-negro, somava 19 pontos, com nove vitórias e um empate(2x2 Contra o Madureira. Havia marcado 30 gols e sorfido 5. Como se ve, o Vasco jogava pelo empate para ser campeão do segundo turno e decidir o campeonato contra o próprio Flamengo, que, por sua vez, necessitava da vitória para vecer também o turno, e, sagrar-se campeão carioca direto, sem necessidade da final.
Ficha da Partida Flamengo 1x0 Vasco Local Maracanã Data 3-12-1978 Árbitro José Roberto Wright Público 120.433 Gol Rondinelli 42 do segundo tempo. Cartão vermelhos Guina e Zico Flamengo Cantarelli, Toninho, Manguito, Rondinelli e Júnior, Carpeggiani, Adílio e Zico, Marcinho, Cléber(Eli Carlos) e Tita(Alberto). Técnico Cláudio Coutinho Vasco Leão, Orlando, Abel, Gaúcho e Marco Antonio, Helinho, Guina e Paulo Roberto, Wilsinho(Paulo César), Roberto e Ramon(Paulinho). Técnico Orlando Fantoni
O jogo, Lance a lance
Primeiro Tempo
-Começa a partida, o Vasco dá a saída e ataca para a esquerda das cabines de rádio.
-2 minutos. Escanteio cobrado por Marcinho para firme cabeçada de Zico. Leão faz boa defesa e não dá rebote.
-9 minutos. Tita pega Helinho por trás. O que hoje seria cartão vermelho, não foi nem amarelo...
-14 minutos. Zico recebe passe na intermediária e, mesmo escorregando, ganha a jogada de Gaúcho. Depois passa por mais dois e, da entrada da área, bate de perna esquerda, para mais uma boa defesa de Leão.
-24 minutos. Tita tenta dar o drible da vaca em Marco Antonio, mas este se antecipa e toma a bola. Só que o lateral do Vasco bobeia e Tita recupera a bola e cruza forte a meia altura, Gaúcho tenta cortar, pega na "orelha" da bola e ela vai para trás, obrigando Leão a fazer uma grande defesa, espalmando a córner.
-29 minutos. Bandeirinha dá um impedimento equivocado de Cléber, que sairia na cara do gol.
-46 minutos. Primeira chance do Vasco. Roberto passa fácil por Manguito, se livra de Rondinelli, mas chuta fraco de esquerda e Cantarelli pega sem problemas.
-47 minutos. José Roberto Wright apita o final do primeiro tempo.
Análise do primeiro tempo Foi um primeiro tempo que não correspondeu as expectativas da partida. O Vasco entrou recuado, pois o empate já lhe servia. Já o Flamengo, jogando em um 4-2-2-2 com Carpeggiani e Adílio vindos de trás, Zico e Tita como meias e Marcinho e Cléber(devido a ausencia de Cláudio Adão) mais a frente, se resentiu muito de jogadas pelas pontas, embolou demais o jogo pelo meio e não atacou como quem necessitava da vitória para se sagrar campeão. Ao final da primeira etapa, foram apenas 3 chances de gol para o rubr-negro, contra uma, já nos acréscimos para o time de São Januário.

Segundo Tempo
-Fla dá a saída e começa a segunda etapa. Vasco volta com Paulinho em lugar de Ramon.
-3 minutos. Wilsinho avança pela ponta direita e cruza. Paulinhi se antecipa a Rondinelli e finaliza para fora.
-14 minutos. O mesmo Bandeirinha que havia assinalado impedimento inexistente no primeiro tempo, volta a errar, desta vez prejudicando o Vasco. Paulinho coloca a bola na frente, onde estava Roberto(este sim em posição irregualar),mas o centroavante não participa da jogada e Paulinho segue sozinho na jogada, ficando cara a cara com Cantarelli. Inexplicavelmente, o auxiliar assinala o impedimento inesistente.
-Algumas alterações táticas do segundo tempo no time rubro-negro. Zico foi jogar de centroavante. Tita passou a ponta esquerda e Marcinho abriu na direita.
-21 minutos. Vendo que Zico estava isolado na frente, Coutinho tira Cléber e coloca Eli Carlos, para fazer comapania ao galinho.
-25 minutos. Zico toca a Adílio que devolve a Carpegianni, este toca de primeira para Zico, que domina e chuta a queima roupa. Leão faz outra brilhante defesa e evita o gol rubro-negro.
29 minutos. Toninho lança Marcinho que ajeita de cabeça para Zico. O Galinho chuta prensado e a bola sobra para Marcinho chutar de primeira, Orlando desvia a bola e salva o gol, pois Leão já estava batido.
-31 minutos. Fantoni sente a melhora do Flamengo e tira o ponteiro Wilsinho para colocar o volante Paulo César. Tenta com isso fechar o meio de campo e garantir o empate.
-38 minutos. Guina lança Roberto que passa por Rondinelli(que no segundo tempo era quem marcava individualmente o avante vascaíno) e cruza. Paulinho,frente a frente com Cantarelli, chuta de tornozelo e manda para fora a melhor chance do Vasco vencer o segundo turno.
-41 minutos. GOL! Júnior tenta o cruzamento e Marco Antonio, sozinho coloca a bola para escanteio. Zico cobra o córner alto, Rondinelli, o "Deus da Raça" vem correndo desde a entrada área e cabeçeia nas costas de Abel, sem dar a menor oportunidade de defesa a Leão. Flamengo 1x0 Vasco.
-44 minutos. Alberto entra em lugar de Tita. Substituição apenas para ganhar tempo.
-46 minutos. Zico faz uma falta em Helinho e Guina o agride. O camisa 10 do Mengo revida e e os dois são expulsos porJosé Roberto Wright. A partida fica parada por mais de cinco minutos.
-54 minutos. Fim de jogo. Flamengo vence o Vasco e se sagra campeão carioca de 78. Análise do Segundo Tempo
A segunda etapa foi bem mais qquilibrada que a primeira. O Vasco saiu um pouco mais para o jogo e equilibrou a partida. Foram 3 chances de gol para o Mengo contra duas para o Vasco. No final, a vitória acabou sendo merecida, pois o time que mais buscou o ataque, venceu.
-Total de chances nos dois tempos. 6 para o Flamengo, 3 para o Vasco.
Notas dos Jogadores
Flamengo
Cantarelli. Quase não foi exigido, pois o Vascom pouco atacou, e, quando o fez, chutava para fora... Nota 6,0
Toninho. Não apoiou como costume mas esteve bem. Nota 7,0
Rondinelli. O herói da partida e do título. Alguém vai se lembrar que ele teve dificuldades no combate direto aos atacantes...Nota 9,0
Manguito. Razoável. Apesar da pouca técnica, não comprometeu. Nota 6,0
Júnior. Outro que não apoiou como de costume. Nota 6,0
Carpegianni. Todas as jogadas passavam pelos seus pés. Nota 7,0
Adílio. Jogando mais recuado do que de costume, não rendeu tanto. Nota 6,0
Zico. Sacrificado pela ausencia de Cláudio Adão, teve que jogar mais a frente, e não foi o jogador que conhecemos. Mesmo assim foi o mais perigoso do time. Expulso após trocar agressoes com Guina. Nota 7,5
Marcinho. Não ajudou o ataque. Nota 5,0
Cléber. Outro que ficou perdido, sem saber o que fazer. Nota 5.5
Tita. Não levou vantagem sobre seus marcadores. Jogou na Ponta direita no primeiro tempo e na esquerda no segundo. Atuação apagada. Nota 5,5
Alberto. Entrou no fim e nada fez. Sem nota
Eli Carlos. Pelo menos se aproximou mais de Zico. Bom toque de bola. Nota 6,0
Cláudio Coutinho. O time não foi brilhante, mas venceu. Nota 6,0
Vasco
Leão. Fez pelo menos 3 defesas sensacionais. Se não fosse por ele, o placar teria sido maior. Nota 8,0
Orlando. Ficou mais preso a defesa e não acertou nem seus chutes de longe. Nota 6,0 Abel. Vinha bem até falhar no gol do Flamengo. Nota 6,0
Gaúcho. Abaixo do companheiro de zaga. Falhou muito durante o jogo e quase marcou um golaço contra. Nota 5,0
Marco Antonio. Como todo o time, jogou recuado demais. Cedeu o escanteio que originou o gol, de forma desnecessária. Nota 5,5
Helinho. Apenas marcou, não jogou. Bateu demais. Nota 6,0
Guina. Muito abaixo do seu potencial, não organizou o time. Foi expulso após agredir Zico. Nota 5,0
Paulo Roberto. Apagado. Não conseguiu jogar. Nota 5,0
Wilsinho. Com os laterais do Flamengo jogando mais recuados, não teve espaço e não conseguiu levar vantagem.Nota 6,0
Roberto. O mais perigoso do Vasco. Buscou sempre o jogo. Só pecou nas finalizaçõs. Nota 6,5
Ramon. Outro que nada fez. Nota 5,0
Paulo César. Entrou para fechar o meio, mas como todo o time, pouco fez. Nota 5,5 Paulinho. Até se movimentou bem. Mas perdeu um gol feito, que poderia ter decidido a partida. Nota 6,0
Orlando Fantoni. Pecou por fazer o time jogar atrás, tentando segurar o empate. Acabou sendo castigado. Nota 6,0

-Bom é isso por hoje, espero que tenham gostado e já aproveito para avisar que a próxima partida histórica será a final do Campeonato Brasileiro de 1978, Guarani 1x0 Palmeiras. Até lá.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

História das Copas- 1938- França


Antes da Copa
Depois do sucesso da edição anterior,a Copa do Mundo passou a ser um objeto de cobiça para todos. Logo após o encerramento dos Jogos Olimpícos de 1936, a FIFA realizou seu congresso, no qual dois países pleiteavam ser a sede da próxima edição.
A Argentina se dizia no direito de ser a escolhida, dentro do rodízio natural dos continentes. E a França, de Jules Rimet. Na realidade, é possível até afirmar que não era exatamente a França que queria sediar o Mundial, e sim, Rimet.
Depois do país europeu ser confirmado como sede,Rimet prometeu a construção e a reforma de vários estádios, para receber a competição. Também ficou acertado que a Copa de 1942 seria na Alemanha Ocidental e a de 1946 no Brasil(a guerra, entretanto, não deixaria esses mundiais acontecerem)
A escolha da França revoltou os argentinos, que imediatamente, se retiraram da competição. Não satisfeitos em somente não participar, os hermanos foram atrás de adesões para um boicote ao mundial. Conseguiram as adesões de Colombia, Costa Rica, Bolívia, Eua, México, El Salvador e Guiana Holandesa.
O Uruguai foi um caso a parte, ainda mergulhado em sua crise técnica e financeira, os argentinos nem precisaram insistir muito para que eles aderissem ao boicote.
O mundo porém, já respirava a guerra. A Espanha estava mergulhada em sua guerra civil. O Japão guerreava contra a China. O Egito tinha problemas políticos internos graves. E, na Europa, a tensão com a Alemanha de Hitler era grande.
As Eliminatórias
Mesmo com esse clima de tensão e guerra, 25 países se inscreveram para disputar as eliminatórias. A novidade ficava por conta da classificação automática do país sede e do último campeão.
No Grupo 1, Suécia e Alemanha Ocidental se classificaram ao derrotar a Estonia e a Finlandia.
No Grupo 2, Noruega e Polonia venceram Irlanda e Iuguslávia, respectivamente.
No Grupo 3, a desistencia do Egito resultou na classificação direta da Romenia.
No Grupo 4, a Suiça venceu Portugal, em jogo único e garantiu a vaga.
No Grupo 5, a Hungria venceu a Palestina e a Grécia e carimbou o passaporte.
No Grupo 6, a Tchecoslováquia, atual vice-campeã mundial, venceu a Bulgária.
No Grupo 7, a seleção austríaca, que viria a passar por um drama(que será relatado mais a frente)garantiu sua vaga contra a Letonia e Lituania.
No Grupo 8, Bélgica e Holanda deixaram Luxemburgo de fora.
No Grupo 9, que era o grupo das Américas, devido ao boicote imposto pela Argentina, Brasil e Cuba se classificaram automaticamente.
E, finalmente, no Grupo 10, as Índias Holandesas conquistaram a vaga com a desistencia do Japão.
Ao lado de França(país-sede) e Itália(atual campeã) chegavamos as 16 seleções que iriam disputar a terceira Copa do Mundo de Futebol.
O drama da Áustria
Menos de 3 meses antes do início da Copa, as tropas de Hitler invadiram a Áustria e anexaram o seu território. O Furher não deixou a seleção austríaca disputar o mundial. E fez pior, autorizou o novo técnico da seleção, Sepp Herberger, a convocar os jogadores austríacos que ele desejasse.
Herberger aproveitou e convocou Hahnemann, Raftl, Mock, Schamaus, Neumer, Skoumal e Stroh. Não pode, porém, contar com o melhor jogador da Áustria, o "homem de papel", Matias Sindelar, que passava por um drama familiar. Sua esposa estava muito doente. Quando ela faleceu, no início de 1939, Sindelar se suicidou.
Sem poder contar com a Áustria, a FIFA poderia ter convidado a Letonia, que acabara em segundo lugar no grupo das eliminatórias. Mas a entidade máxima do futebol preferiu mandar um recado a Hitler. Como reprovava a anexação, não convidaria ninguém e a Copa seria disputada por 15 seleções.
A preparação do Brasil
Pela primeira vez livre de brigas internas, o Brasil pode levar o que tinha de melhor para a França. Depois da convocação dos 22 melhores atletas, houve um perído de treinos de um mes em Caxambú.
O técnico Ademar Pimenta, se deu ao luxo de levar um time para "campo leve", com jogadores mais habilidosos e um time para "campo pesado" para quando fosse necessário jogar sobre chuva ou condições adversas.
O governo federal, também pela primeira vez, ajudou financeiramente, a seleção, promovendo venda de selos, que tinha o seguinte slogan "auxiliar o scratch brasileiro é dever de todo brasileiro".
A seleção embarcou para a Europa no dia 30 de Abril, a bordo do Transatlantico Arlanza. A concentração ficou em Niederbromn, perto de Estrasburgo. Pimenta, preocupado com a espionagem de 4 anos atrás, fez treinos secretos, avisando a imprensa o horário errado das atividades.
As oitavas-de-final
A grande beneficiada com o sorteio foi a Suécia, que enfrentaria a Áustria. Com a ausencia da adversária, os suecos venceram por W.O e avançaram a próxima fase.
A abertura da Copa aconteceu em 4 de Junho, no Parque dos Princípes, em Paris, e reuniu as seleções da Alemanha Ocidental(reforçada pelos austríacos) e pela Suiça.
Em tese, os alemães seriam barbada para esse jogo. Gauchel abriu o placar para os germanicos, aos 29 minutos. Mas Abelgglen empatou a partida aos 43. Tanto no segundo tempo, como na prorrogação, os suiços foram melhores, mas o empate persistiu e nova partida foi marcada.
Todas as outras partidas, a exceção da Suécia, que foi sorteada para enfrentar a Áustria e estava automaticamente classificada para as quartas-de-final, foram disputadas no dia 5 de Junho.
Em Toulouse, a estreiante Cuba surpreendeu o mundo, com um time leve e hábil, embora fraco fisicamente. Kovacs, aos 38 minutos, abriu o marcador para a Romenia. Socorro empatou ainda no primeiro tempo.
Aos 14 minutos do 2 tempo, Baratki marcou e parecia mandar a zebra embora, mas Máquina, de forma inacreditável, empatou a partida, aos 43.
Na prorrogação, logo aos 8 minutos, Dobay voltou a colocar os romenos em vantagem, mas 3 minutos depois Máquina novamente empatou e deu números finais a partida.
Em Le Havre, depois de um empate em 0x0 no tempo normal, a Tchecoslováquia marcou 3 vezes na prorrogação(gols de Kostalek, Nejedly e Zeman) e venceu a Holanda.
Quem não pode reclamar do sorteio foi a Hungria, que enfrentou as Índias Holandesas e goleou por 6x0, com gols de Kohut, Toldi(2), Sarosi e Zsengeller(2).
Em Paris, os donos da casa estreiaram bem e venceram os vizinhos belgas, por 3x1. Mas mesmo assim, a partida não foi fácil. No primeiro tempo, Veinante e Nicolas colocaram os anfitriões na frente, mas na segunda etapa, o domínio foi todo belga. Isemborghs descontou, mas em um contra-ataque, Nicolas definiu o placar.
A atual campeã etreiou em Marselha, enfrentando a Noruega, adversário que havia eliminado a Azzurra das Olimpíadas de 36.
Logo aos 2 minutos, Ferraris abriu o placar. Mas a Noruega partiu para pressão. Aos 38 minutos do 2 tempo, Brustad empatou o jogo. Um minuto depois, os vikings voltaram a marcar, mas o árbitro anulou, alegando impedimento.
Pozzo estava assustado. Mas na prorrogação, Piola se aproveitou de uma bola mal rebatida pelo goleiro noruegues e fez o gol da sofrida classificação italiana para as quartas-de-finais. O treinador italiano podia respirar aliviado, não seria eliminado pela mesma seleção em duas competições consecutivas...
Finalmente, em Estrasburgo, O Brasil de novo tinha um adversário forte numa estréia. A Polonia tinha ótimos jogadores, especialmente no ataque. Como fazia muito sol, o treinador brasileiro optou por escalar a "equipe leve". E o primeiro tempo da seleção foi um primor. Leonidas abriu o placar aos 18 minutos. Aos 23, porém, Domingos da Guia agarrou o atacante polones na área. Penalti que Willimowski converteu. Aos 25, Romeu, de perna esquerda fez 2x1, e aos 44, após cruzamento de Lopes, Perácio, de cabeça, fez 3x1.
Na volta do intervalo, a surpresa. Chovia torrencialmente e o campo ficou muito pesado, muito mais propício aos jogadores poloneses do que aos leves brasileiros. Willimowski marcou 2 vezes, uma 8 e outra aos 12. Era o empate.
A seleção não desanimou e, num chute de longe, Perácio recolocou o Brasil na frente, aos 26 minutos. Quando tudo parecia decidido, Willimowski marcou seu quarto gol e empatou novamente a partida.
Na prorrogação, logo aos 3 minutos, Leonidas se aproveitou de belo passe de Romeu e fez 5x4. Aos 14, aconteceria um lance que entraria para a história do futebol. Em uma dividida, Leonidas perde sua chuteira, mas continua jogando. O árbitro nada percebe, pois o pé do avante brasileiro está coberto de barro. O goleiro polones, ao tentar chutar a bola para a frente, escorrega e Leonidas marca, descalço.
A emoção ainda continuaria presente, pois Scheferke marcou para os poloneses, faltando apenas dois minutos para o fim, em falha de Batatis. Fim de jogo, Brasil 6x5 Polonia. Brasil classificado para as quartas-de-finais.
Os quatro gols marcados por Willimowski, permanecem até hoje como o recorde de gols marcados por um jogador, em uma única partida contra a seleção brasileira.
Em 9 de Junho tivemos as duas partidas desempate. Primeiro uma Alemanha sem "alma" se rendia a maior gana dos suiços. No primeiro tempo, Hahnemann aos 8 e Lorscher, em um gol contra, fizeram 2x0 para os germanicos.
Na segunda etapa porém, tudo mudou. Walascher fez o primeiro. E Abegglen marcou os outros dois da vitória histórica e heróica. O mundo se sentia vingado...
Na outra partida, Cuba, agora muito mais confiante, não se abalou quando Dobay abriu o marcador para os romenos, logo aos 9 minutos. Tunas aos 20 e Sosa aos 35 deram a virada e a vitória aos cubanos.
A grande curiosidade dessa partida, foi que Cuba trocou o goleiro da primeira partida(Carvajales, que havia sido o grande destaque do jogo)por Ayra. A razão da troca vinha de Havana. Entusiasmada com o desempenho da seleção na primeira partida, resolveu-se transmitir o segundo jogo, via rádio. E quem melhor para comentar o jogo, do que o destaque da primeira partida...Para sorte cubana Ayra se mostrou tão bom quanto Carvajales...
As quartas-de-finais
Todas as partidas foram disputadas no dia 12 de Junho. Em Antibes, mais uma vez a sorte sorriu para o suecos. Desa vez eles enfrentaram uma equipe que já se dava por satisfeita por ter chegado até ali.
O resultado foi uma das maiores goleadas da história das Copas. Suécia 8x0 Cuba. O ponta Wettertron foi o grande destaque, ao marcar 4 gols. Os outros foram de feitos por Nyberg(2)e H. Andersson(2)
Em Paris, jogaram Hungria e Suiça. Com gols de Sarosi e Zsengeller, os húngaros venceram com tranquilidade e chegavam as semifinais.
Também em Paris, os donos da casa receberam a Itália. Logo aos 9 minutos, Colaussi abriu o marcador para os campeões do mundo.Um minuto depois, Heisserex empatou a partida.
Mas na segunda etapa, extenuados, os franceses não foram páreo para a Azzurra. Com dois gols de Piola e grandes defesas do goleiro frances Di Lorto, os italianos estavam nas semifinais.
E, em Bordeaux, na inauguração do estádio, o Brasil enfrentava os vice-campeões da última Copa.A partida foi extremamente violenta. Com 9 minutos, Zezé Procópio quebrou o pé de Nejedly e foi expulso. Mesmo com um a menos, Leonidas roubou a bola do zagueiro e chutou para marcar. Aos 44, Machado e Riha saíram no braço e também levaram o cartão vermelho.
Com um a menos, o Brasil recuou Afonsinho para a zaga e Romeu para o meio-de-campo. A Tchecoslováquia pressionou apenas por 10 minutos. Foi quando Domingos da Guia tocou com a mão na bola e o árbitro assinalou penalti. Nejedly, mesmo com o pé quebrado, bateu bem e empatou a partida.
Na prorrogação, mais violencia e contusões. Leonidas e Perácio não tinham mais condições de jogo e o goleiro tcheco Planicka deslocou a clávicula e jogou o resto da partida com o braço "amarrado". O Brasil foi melhor, mas o empate levava a realização de um jogo extra.
No dia 14, a partida desempate. Pimenta mudou o meio-de-campo e escalou Leonidas, mesmo sem as condições ideais. Aos 30 do primeiro tempo, Kopecky, num chute de longe, fez 1x0 para os tchecos.
Mas era a melhor atuação do Brasil na Copa. Leonidas empatou, aos 11 do segundo tempo. E Roberto, depois de uma bicicleta furada de Leonidas, fez o gol da vitória. Pela primeira vez, a seleção estava entre as 4 melhores do mundo.
As Semifinais
No dia 16 de Junho, foram jogadas as partidas semifinais. Em Paris, a Hungria goleou a Suécia, apesar da presença do Rei Gustavo V nas tribunas, por 5x1. E ainda foi de virada, pois Nyberg fez o primeiro. Mas Zsengeller(2), Titkos, Sarossi e um gol contra de Eriksson deram números finais a partida.
Na outra semifinal, o confronto que todos chamaram de "final antecipada". De um lado, os atuais campeões do mundo. Do outro, os brasileiros, os "artistas da bola".
A seleção estava tão confiante na vitória que chegou a marcar a viagem de avião de Marselha para Paris. Mas haviam problemas. Leonidas não pode jogar. Até hoje não se sabe se Pimenta foi confiante ao extremo e resolveu poupá-lo para uma eventual decisão ou se realmente sua contusão era grave e ele não tinha condições de jogo.
Além disso, Niginho, o eventual substituto de Leonidas, não tinha condições legais de ser escalado. Ele era jogador da Lazio da Itália e abandonou o time em 1937. Se o Brasil tentasse escalá-lo, os italianos iriam pedir a impugnação da partida.
O primeiro tempo terminou 0x0, mas a Azzurra foi sempre superior. O goleiro Válter ia fechando o gol e Domingos ia anulando o atacante Piola.
Aos 10 minutos do segundo tempo, depois de um cruzamento que passou por toda a defesa, Colaussi bateu de primeira e fez 1x0.
Aos 15, o lance mais polemico da Copa. Com a bola do outro lado, Domingos deu um soco em Piola, que desabou. Para azar do jogador brasileiro, o árbitro viu a agressão e marcou o penalti que Meazza bateu e converteu.
Aos 35, Patesko passou a Romeu que diminuiu para a seleção brasileira. Depois disso, o Brasil passou a pressionar, mas a Itália, bem armada, apenas segurou a bola e deixou o tempo correr.
Ao fim do jogo, os dirigentes brasileiros(já naquela época despreparados) tentaram apela a FIFA, alegando que o penalti havia sido mal marcado. Chegou a se comemorar a alunação da partida no Brasil. Mas nada aconteceu. A seleção teria mesmo que disputar o terceiro lugar...
Disputa do terceiro lugar
No dia 19 de Junho, o Brasil voltava a campo, desta vez para decidir o terceiro lugar da Copa, contra os suecos. Leonidas estava de volta a equipe.
A seleção dominava a partida, mas num erro de passe de Brandão, Jonasson deu o passe para H.Andersson fazer 1x0, aos 18 minutos. Aos 38, em nova falha da defesa, Nydberg driblou Machado e fez 2x0 para a Suécia. Aos 43, Romeu, com uma bomba, descontou.
No segundo tempo, o Brasil mandou na partida. Patesko perdeu um penalti. Aos 18 minutos, Leonidas empatou a partida. Aos 28, novamente Leonidas fez seu oitavo gol na Copa, o que lhe deu a artilharia. E ainda houve tempo para Perácio, aos 35, marcar o quarto gol.
O Brasil ficava em terceiro lugar. Mas o mundo já sabia que a América do Sul não se limitava a Uruguai e Argentina...
A Final
Também no dia 19 de Junho, em Paris, Itália e Hungria se enfrentavam pela decisão. Com 5 minutos, Colaussi já fazia 1x0 para a Azzurra. A Hungria respirou aos 7, quando o ponta Titkos empatou. A alegria húngara durou pouco. Aos 16, Piola fez 2x1 e aos 35 novamente Colaussi fez 3x1.
No segundo tempo, a Itália apenas administrou a partida. Sarosi ainda dimnuiu aos 25, mas aos 37 Piola deu números finais a decisão.Para alegria de Mussolini e Vitório Pozzo, a Azzurra se sagrava bicampeã Mundial de futebol.
Infelizmente, as guerras interromperam as Copas e elas não foram disputadas em 1942 e 1946. O mundo da bola só voltaria a se reunir em 1950, no Brasil.

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