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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Os Arquivos da Copa do Mundo-1970-Jogo 6- Itália 1x0 Suécia



A sexta partida do mundial de 70 seria um clássico europeu. Itália e Suécia iriam duelar em Toluca. A Azurra, que havia feito vexame em 1966, ao ser eliminada na primeira fase (perdendo para a Coreia do Norte), tinha dado a volta por cima, conquistando a Eurocopa de 68, ao vencer a Iugoslávia na decisão (2 a 0). Para chegar ao México, a equipe passou por País de Gales, em Cardiff (1 a 0), empatou com a Alemanha Oriental, em Berlin (2 a 2), goleou Gales, em Roma (4 a 1) e passou bem pelos alemães orientais, em Nápoles (3 a 0). Tudo isso, comandados pelo talento de Gianni Rivera.

Ausentes desde vice campeonato de 58, quando jogou em casa, a Suécia estreou nas eliminatórias goleando a Noruega, em Estocolmo, po 5 a 0. Na sequência, viajou até Oslo, onde mais uma vez derrotou os noruegueses, dessa vez, por 5 a 2. Beneficiados pelo tropeço da França, que em Estrasburgo perdeu para a Noruega (1 a 0), os suecos precisavam de apenas uma vitória nos dois confrontos contra o bleus. Em Estocolmo, no dia 15 de outubro de 1969, a vaga foi assegurada com um convincente triunfo, por 2 a 0. Pouco importou a derrota de 3 a 0, que aconteceria em Paris. Depois de 12 anos, a Suécia voltava a Copa do Mundo.

Como a partida inaugural do grupo já havia sido realizada (Uruguai 2x0 Israel), ambas as equipes sabiam da importância de conseguir os dois pontos. Os escandinavos contavam com o futebol do meia Grahn e do atacante Kindvall, os dois em grande fase. Porém, o forte calor do México preocupava a seleção. Já os italianos vinham cheios de moral, depois do título europeu. Para variar, o ponto forte do time era a defesa. Na frente, as esperanças eram Luigi Riva e Gianni Rivera, este último barrado do time, pelo treinador Ferrrucio Valcareggi, por motivos disciplinares (na verdade, essa foi a razão alegada por Valcareggi. As publicações da época, dizem que ele não queria escalar Mazzola e Rivera, seus mais talentosos jogadores, juntos, o que poderia comprometer seu sistema defensivo). O craque do Milan chegou a ameaçar abandonar a delegação e voltar para seu país.

De qualquer forma, a Azurra começou o jogo de maneira alucinante. Com trinta segundos, Domenghini já finalizava com perigo. Espertamente, a campeã europeia recuava e atraia os suecos até seu campo. Depois, usavam o que tinham de melhor. Roubavam a bola com sua sólida marcação e saíam em rápidos contra ataques. Aos sete, Mazzola passou por três marcadores e cruzou. Bosnisegna ajeitou de cabeça e Riva, mesmo marcado por dois zagueiros, conseguiu mandar a bola na trave esquerda de Hellstrom. Aos 10, saiu o gol italiano. Fachetti recebeu um escanteio cobrado curto e tocou na meia esquerda para Domenghini, que cortou para o meio e bateu. O chute saiu rasteiro, mas fraco. Hellstrom pulou atrasado e deixou que a pelota passasse por debaixo do seu corpo. Era o primeiro gol da partida e também o primeiro frango do mundial.

Taticamente, a então bicampeã do mundo jogava em um 1-4-3-2, com Burgnich atuando como líbero, enquanto a Suécia atuava no 4-3-3. Aos 15, Riva fez grande jogada, passando como quis por três marcadores, antes de ter sua finalização prensada por Grip. A partida diminuiu de intensidade. A Itália só voltou a ameaçar aos 26, quando Riva aproveitou bom centro de Bertini e, de cabeça, obrigou Hellstrom a praticar boa defesa. Faltando oito minutos para o fim do primeiro tempo, Niccolai sentiu uma lesão e foi substituído por Rosato. Aos 43, De Sisti deixou Riva sozinho, em condições de aumentar a vantagem italiana. Infelizmente, o chute do ponta esquerda foi forte, mas também muito alto. No minuto seguinte, Bonisegna deu bom passe para Riva. O craque ganhou duas dividas, antes de finalizar com perigo, a direita de Hellstrom.

Esperava-se uma Suécia muito mais ofensiva na etapa final. Entretanto, um misto de abalo pelo gol sofrido, pouco costume de jogar debaixo de um calor tão grande e a boa marcação italiana dificultaram as coisas para os escandinavos. Aos 10, Cronqvist deu uma entrada forte em Domenghini e recebeu do árbitro inglês, John Taylor, o cartão amarelo. No minuto seguinte, o técnico Orvar Bergark fez a sua primeira alteração. Saiu Ericksson e entrou Ejderstedt. A realidade é que a partida estava chata. A Itália se fechava atrás e só saia em bolas longas para Riva. E os suecos nada conseguiam criar. Aos 23, Kindvall reclamou de ter sido empurrado dentro da área por Rosato. Penalidade ignorada por John Taylor. Na sequência do lance, Mazzola recebeu na intermediária ofensiva, carregou e soltou uma bomba que Hellstrom teve dificuldades para encaixar. Aos 29, Domenghini arriscou de longe e levou perigo a meta sueca

Faltando 12 minutos para o fim da partida, a Suécia fez sua última substituição. Nicklasson entrou, na vaga de Bo Larsson. Aos 38, Kidvall driblou o goleiro Albertosi e empatou a partida. Para seu desespero, o tento foi invalidado, pois ele estava impedido. Incrivelmente, valendo ou não, essa foi a primeira e única oportunidade da Suécia, em toda a partida. Aos 42, Mazzola deu ótimo passe para Riva, nas costas da defesa. Riva avançou e bateu forte. O remate saiu a direita de Hellstrm. No computo geral, a vitória acabou sendo mais do que justa para a azurra. Até Alemanha Ocidental 2x1 Marrocos!

Ficha técnica do jogo

Itália 1x0 Suécia

Data: 03/06/1970 Local: Estádio Luis Dosal, em Toluca Público: 13.433 Árbitro: John Taylor (Inglaterra)

Gol: Domenghini, aos 10 do 1 tempo.

Itália: Albertosi, Burgnich, Cera, Niccolai (Rosato, 37 do 1) e Fachetti. Bertini, De Sisti e Mazzola, Domenghini, Bonisegna e Riva. Técnico: Ferrugio Valcareggi

Suécia: Hellstrom, Nordqvist, Grip, Svensson e Axelsson, Bo Larsson (Nicklasson, 33 do 2), Grahn e Eriksson (Ejderstedt, 11 do 2), Kindvall, Cronqvist e Olsson. Técnico: Orvar Bergmark




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