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terça-feira, 23 de agosto de 2016

A Era de Ouro do Flamengo Parte 26- O início do Segundo Turno do Carioca e o fim da Primeira Fase da Libertadores


O início do segundo turno do carioca e o fim da primeira fase da Libertadores

Não deu nem tempo de comemorar o tetra da Taça Guanabara. Dois dias depois, o Flamengo voltava a campo, em partida válida pela Libertadores. No Maracanã, a equipe jogou bem e goleou o Cerro Porteno, por cinco a dois, com dois gols de Zico, dois de Nunes e um de Baroninho.

Preocupado com o desgaste apresentado pelos atletas, Dino Sani resolveu dar dois dias de folga ao elenco antes da estreia no segundo turno do Campeonato Estadual. A medida foi importante, especialmente para recuperar alguns jogadores. Era o caso de Chiquinho. Ele foi confirmado no onze titular, assim como Adílio. Assim, Tita foi para o banco de reservas.

Diante do Serrano, vitória de dois a zero. Zico e Renato, contra marcaram. Contudo, um fato inusitado aconteceu neste jogo e que pode ter mudado a história do clube. Mozer deixou o campo aos prantos ao ser substituído aos 17 minutos do segundo tempo, acusado por Sani de estar brincando demais dentro da área.De fato, os jornais da época dizem que o zagueiro saiu driblando quem aparecesse na sua frente em duas oportunidades. Com isso, Rondinelli volta a ganhar status de titular do time.

Os jogadores saíram em defesa de Mozer e a crise foi instalada na Gávea. Para amenizar o clima, os atletas prometeram ganhar do Olimpia, chegar aos cinco pontos e evitar passar sufoco nos jogos no Paraguai.

Pressionado, Sani perdoa Mozer. Porém, o gesto não foi suficiente para convencer a Diretoria rubro-negra que ele deveria permanecer no comando, especialmente pela forma como conduziu o ocorrido. Sem alternativas, o treinador foi demitido. Carpegianni, que já estava trabalhando como auxiliar técnico assumiu interinamente o cargo. Enquanto isso, os cartolas tentavam fechar com Nelsinho Rosa, ex Fluminense.

Carpegianni já contava com o apoio dos jogadores, afinal, havia sido um deles até pouco tempo atrás. Mesmo assim, para ganhar de vez o grupo, o novo treinador confirmou Mozer no time titular contra o Olimpia, que fora campeão da Libertadores em 79 e era base da Seleção Paraguaia.

Apesar de tudo, o Flamengo não esteve bem. Acabou empatando em um a um (gol de Adílio). Revoltados, os torcedores rasgaram a camisa de Tita e pediram em coro a volta de Dino Sani. Era mais uma prova da falta de paciência da torcida....

Apesar do tropeço, o fla permanecia na liderança junto com o Atlético-mg, ambos com quatro pontos. As notícias ruins não paravam. Marinho fraturou um dedo do pé e fica afastado por pelo menos 45 dias. E Nelsinho, sonho de consumo da Diretoria aceita proposta do Catar. Carpegianni é efetivado no cargo. Os atletas comemoram a decisão e dizem que darão o sangue pelo treinador. Tita, em baixa, tem proposta da Portuguesa de 40 milhões e diz que quer sair. Para completar, Nunes machuca o joelho e vira dúvida para os próximos compromissos.

De volta ao Carioca, a equipe viaja até Volta Redonda e tropeça mais uma vez, empatando em um a um, gol de Zico. Pior, o galinho deixa o campo mancando e também é dúvida para a “decisão” frente ao Atlético-mg.

Com tantos problemas, a Diretoria exige que Tita cumpra seu contrato e permaneça até 1982. O jogador conversa com Carpegianni e, mesmo insatisfeito, pede desculpas a torcida e aos companheiros. Mas deixa bem claro que ao fim do contrato deixará o clube.
O clima no Maracanã era de final de campeonato. Apesar de ter tudo a favor, mais uma vez a equipe se complicou. O empate em dois a dois (Tita e Nunes) obriga o time a conseguir os quatro pontos que irá disputar em Assunção para avançar a fase semifinal. Se conquistar três desses quatro pontos, acontecerá um jogo extra com o Atlético-mg, em campo neutro. Qualquer coisa abaixo disso e o galo mineiro avança. Nos vestiários, o clima era de derrota. Carpegianni diz que time desperdiçou a oportunidade de praticamente garantir a vaga e que agora a situação estava difícil.

Quem foi ao aeroporto acompanhar o embarque da delegação para Assunção pode comprovar o desânimo que tomou conta de todos. Zico era o único a dar esperanças a torcida. “Vamos com calma. Se vencermos o Cerro, precisaremos ao menos de um empate diante do Olimpia para dependermos só das nossas forças. A torcida pode ter certeza que faremos de tudo para voltarmos do Paraguai ou classificados ou em igualdade de condições com o Atlético”, disse.

Cerro Porteno 2x4 Flamengo

De branco, o Flamengo partiu para a “primeira decisão” enfrentando o gramado irregular e a iluminação ruim do estádio Defensores Del Chaco. A equipe escolhida por Carpegianni foi Raul, Leandro, Rodinelli, Mozer e Júnior, Vítor, Adílio e Zico, Tita, Nunes e Baroninho. Logo aos 20 segundos, o rubro negro mostrou que ia com tudo para o ataque. Zico finalizou de longe e Fernandez defendeu. Aos três, Vítor recebeu de Adílio e bateu de perna esquerda. Mais uma vez o goleiro paraguaio fez boa defesa e evitou a abertura da contagem.

Aos sete, não teve jeito. Zico passou como quis pelo seu marcador e enfiou ótimo passe para Baroninho. O ponta chutou forte e fez um a zero, aliviando a torcida do fla.

Mesmo em vantagem, o time carioca seguia pressionando. Aos 18, Nunes foi lançado por Zico. O atacante esperou que algum companheiro aparecesse sem ser incomodado. Quando Tita passou pela sua direita, o atacante cortou para o meio e finalizou com violência. A bola explodiu na trave direita e se perdeu pela linha de fundo.

Aos 20, Leandro fez grande jogada individual pela direita, foi a linha de fundo e cruzou para trás. A bola bateu no peito do zagueiro Sandoval e foi na trave de Fernandez.

Estava muito fácil. Aos 26, Adílio entrou sozinho pela ponta direita e rolou para Zico, que vinha sozinho pelo meio. Da marca do pênalti, o galinho chutou. A bola explodiu na zaga e voltou para o camisa 10, que finalizou novamente. Mais uma vez, a pelota resvalou em um monte de defensores e não entrou. Incrível!

Aos poucos, o Flamengo diminuiu seu ritmo. Aos 36, Florentin chutou de longe e quase pegou Raul adiantado. O goleiro teve que se esforçar muito para mandar a finalização para corner. Aos 41, Rivas cobrou escanteio pela direita. Sandoval ganhou no alto e cabeceou como manda o figurino. De cima para baixo. Raul fez excelente defesa e evitou o empate. Aos 43, Ignácio Martinez entrou nas costas de Júnior e bateu cruzado, levando perigo ao goleiro carioca.

Aproveitando-se do embalo, o time paraguaio começou a etapa final tentando se impor, atacando o Flamengo. Em compensação, dava todos os espaços que o clube da Gávea podia querer. Zico, jogando completamente livre, comandou o show.

Aos sete, Júnior escapou em diagonal e lançou Baroninho. O ponteiro entrou sozinho e só desviou do goleiro Fernandez. Entretanto, o árbitro uruguaio Roque Cerullo anulou, assinalando impedimento. Mas a jogada era um aviso do que viria por aí.
Aos 10, Rondinelli levou a pior em uma dividida com Florentin e acabou tendo que deixar a partida, Figueiredo entrou em seu lugar. Três minutos depois, um chutão do goleiro Raul pegou Tita completamente sozinho na ponta direita. Ele avançou e rolou para Nunes. O atacante dominou mal a bola, que acabou sobrando para Zico. O galinho então invadiu a área e chutou com categoria, marcando o segundo gol rubro negro.

Impressionava a facilidade com que o mengo jogava. O Cerro se lançava todo a frente e não voltava para marcar! Aos 20, Baroninho cobrou escanteio pela direita rolando para Tita. O camisa 12 deu um drible seco em seu marcador e cruzou a meia altura. Zico, emendou de primeira, de sem pulo e marcou um golaço. Flamengo três a zero.

Com o resultado garantido, o time tirou o pé do acelerador. Aos 23, Jimenez foi a linha de fundo pela esquerda e cruzou fechado. Raul não cortou e Acosta, livre, na segunda trave só escorou para diminuir o prejuízo paraguaio.

Não deu nem tempo de se preocupar. Aos 25, Zico ganhou uma dividia no meio de campo. A sobra ficou com Adílio, que avançou sem ser incomodado. Quando a marcação chegou, o neguinho bom de bola rolou para Zico, que ajeitou e tocou sem chance para Fernandez, coroando uma atuação espetacular com um hat trick. Quatro a um.

Aos 28, Carpegianni sacou Baroninho e colocou Chiquinho em seu lugar. Um minuto depois, Nunes perdeu ótima oportunidade ao chutar em cima de Fernandez. Aos 31, Nunes cruzou e Adílio, sozinho, cabeceou para fora. O Cerro estava completamente entregue.
Aos 37, o time paraguaio se aproveitou que o Flamengo parou no jogo e dimnuiu. Florentin fez boa jogada pela direita e cruzou. Mozer e Figueiredo falharam e Jimenez, de cabeça, marcou. Quatro a dois. Um grande jogo da equipe carioca!

A primeira parte da missão havia sido cumprida. Três dias depois, diante do Olimpia, no mesmo Defensores Del Chaco, o Flamengo jogaria sua vida na Libertadores. Se vencer, estará classificado a fase semifinal. Se empatar, terá que disputar um jogo extra, em campo neutro, com o Atlético-mg. Se for derrotado, a vaga será do galo mineiro.

Encantada, a imprensa paraguaia diz que o Flamengo vence. Empolgado, Zico avisa. “Não posso prometer a vitória. E sim muita luta. No mínimo, vamos disputar a vaga com o Atlético, no Brasil”.

Carpegianni confirmou Figueiredo na zaga no lugar do lesionado Rondinelli. Além disso, na véspera da partida, Baroninho sofreu uma torção no tornozelo e virou dúvida. Se ele não puder jogar, Chiquinho entra na ponta direita e Tita passa para a esquerda.

Olimpia 0x0 Flamengo

Não houve necessidade de mexer na equipe. Carpegianni mandou a campo Raul, Leandro, Mozer, Figueiredo e Júnior, Vítor, Adílio e Zico, Tita, Nunes e Baroninho. Com dez segundos, Zico fez boa jogada na ponta esquerda e cruzou. A zaga afastou e cedeu escanteio. Ficou a impressão que o Flamengo vinha com tudo para cima.

E o início realmente pareceu promissor. Aos seis, Baroninho centrou. Zico dominou e só rolou para Leandro, que vinha na corrida. O lateral bateu de primeira, rasteiro, cruzado. A bola passou raspando a trave direita paraguaia.

Só que o Olimpia, além de mais qualificado tecnicamente, assistiu o passeio rubro negro diante do Cerro e tratou de não cometer os mesmos erros. Fechou-se na defesa e marcou mais atrás, evitando assim que o fla tivesse os espaços para seu toque de bola. Aoas 12, Ortiz obrigou Raul a fazer duas boas defesas, assustando os cariocas pela primeira vez.

A partida transcorreu sem grandes emoções depois desse lance. O Flamengo não jogava bem e não encontrava as mesmas facilidades da terça feira. Portanto, passou também a não se arriscar muito na frente, afinal o empate ainda mantinha a equipe na disputa pela vaga.

Só aos 41, em um tiro longo de Baroninho, o time carioca voltou a ameaçar a meta de Almeida. O goleiro, no entanto, fez uma boa defesa e salvou o Olimpia de levar o primeiro gol.

Carpegianni voltou do intervalo com uma alteração. Saiu Leandro e entrou Carlos Alberto. Aos seis minutos, Zico achou Nunes dentro da área. O atacante bateu forte, de perna esquerda. O remate passou a direita da meta de Almeida.

Aos 16, o treinador mexeu novamente na equipe. Sacou Baroninho e pôs Chiquinho em campo. Não adiantou quase nada. Satisfeito com o empate, o Flamengo pouco se arriscava a frente. O time preferia tocar a bola e fazer o tempo passar.

Aos 42, Tita, deslocado pela esquerda, mandou uma bomba. Almeida bateu roupa e Chiquinho, sem ângulo, tentou a finalização, desperdiçando a chance de dar a classificação antecipada ao rubro negro.

Com a igualdade, Flamengo e Atlético se enfrentariam em Goiânia, no estádio Serra Dourada pela vaga na fase semifinal. Raul, sem contrato, diz que não pretende renovar. As falhas de Cantarele voltam a atormentar a torcida, ainda mais as vésperas de um jogo tão decisivo.

Na volta ao Brasil, Zico tratou de acalmar a torcida. “Fiquem tranquilos. O Atlético é um velho freguês. Claro que seria muito melhor já ter voltado do Paraguai classificados. Mas temos tudo para vencer o time mineiro”.
A guerra entre os dois rivais começou na escolha do local para a partida extra. O Flamengo queria jogar no Serra Dourada. Já o Atlético preferia o Morumbi. A Comebol realizou uma reunião no Rio de Janeiro e decidiu que o mengo ganharia esse round. Goiânia sediaria o jogo.

Dentro das quatro linhas Carpeggianni tinha problemas. Leandro e Figueiredo eram dúvidas. A coisa ficou ainda pior quando Vítor estourou o músculo da coxa e foi imediatamente vetado. Sem muitas opções, o treinador confirmou que escalaria Leandro e Figueiredo mesmo que eles não estivessem cem por cento recuperados.

O Galo também tinha seus percalços. Luisinho estava fora da partida. E Cerezo dizia que caso não renovasse o contrato, não atuaria. A Diretoria mineira agiu rapidamente e entregou ao jogador um ofício obrigando que ele jogasse, já que em 79 ele havia sido suspenso por dois jogos. Incrivelmente, a lei dizia que ele deveria “pagar” essas duas partidas, prorrogando automaticamente o seu vínculo. Sem ter o que fazer, o atleta calou-se e colocou-se a disposição.

Outro que voltava era o volante Chicão. Ele havia brigado com os cartolas e havia sido afastado. Mas foi reintegrado para o clássico. Isso levantou suspeitas que ele entraria em campo apenas para tirar Zico do jogo. Apesar de dizer que não acreditava nessa hipótese, Carpegianni mandou seu craque ficar esperto.

De qualquer forma, o Flamengo possuía uma vantagem dada pelo regulamento. Como teve um saldo de gols melhor, poderia empatar no tempo normal e na prorrogação para ficar com a vaga. Só faltava esse grupo ser definido. O Nacional do Uruguai, atual campeão, estava esperando, junto com Deportivo Cali, Jorge Wilstermann, Penarol e Cobreloa o sorteio das duas chaves semifinais.

Carpegianni confirmou o time sem mistérios. Raul, Carlos Alberto, Mozer, Figueiredo e Júnior. Leandro, Adílio e Zico. Tita, Nunes e Baroninho. O vôo para Goiânia foi tumultuada. Na escala em Belo Horizonte os jogadores do Atlético embarcaram. Os rivais viajaram o trecho final lado a lado. A guerra começava ali. E só terminaria no gramado do Serra Dourada.

Flamengo 0x0 Atlético-mg

Se o primeiro tiro ao gol foi do galo, a primeira boa jogada foi rubro-negra. Carlos Alberto tomou a bola de Jorge Valença, avançou, foi a linha de fundo e cruzou rasteiro. João Leite conseguiu interceptar e evitar que Nunes abrisse o marcador.

Aos seis minutos, Leandro arrancou e foi seguro por Cerezo. José Roberto Wright não teve dúvidas e amarelou o volante mineiro. A partida era bem truncada. Era nítida a preocupação do árbitro em apitar todas as faltas e segurar o jogo.

Aos poucos, o Flamengo foi tomando conta do jogo. Foram três boas chegadas até os 18 minutos. Por outro lado, o Atlético só ameaçava nas bolas longas para Reinaldo e nos chutes de Éder.

Aos 19, Palhinha que já havia levado uma bronca de Wright, fez falta por trás em Leandro e levou o amarelo. Dois minutos depois, Vaguinho deixou a sola em Júnior e também foi amarelado. Aos 27, Éder reclamou e recebeu o seu cartão. O festival de cartões continuou. No minuto seguinte Mozer empurrou Vaguinho e adivinhem? Amarelo para o zagueiro carioca. Na sequência, Wright chamou os dois capitães e avisou que a próxima entrada forte seria rua.

Aos 33, mudou a cor do cartão e começou a confusão. Reinaldo deu uma entrada forte, por trás em Zico. Wright expulsou o atacante mineiro. Dois minutos depois, Éder deu uma trombada no árbitro, falou qualquer besteira e também foi expulso. Depois disso, foi o caos. Os dirigentes mineiros invadiram o campo e pediram para que o time deixasse o campo.

Sem conseguir o objetivo, Chicão forçou a sua expulsão. Palhinha fez o mesmo. Na transmissão da TV Globo, Luciano do Valle dizia que “era um desrespeito a quem foi ao estádio”. Convidado como comentarista, Telê Santana, técnico da Seleção Brasileira foi veemente. “Wright estragou o espetáculo”.

Não restou outra alternativa ao Atlético a não ser pedir para que João Leite rolasse no gramado e alegasse não ter mais condições de jogo. Com seis jogadores apenas, não houve mais bola rolando. Teve dirigente do Atlético pedindo para que o Presidente João Figueiredo moralizasse o futebol nacional e que tomasse providências contra o golpe baixo dado pelo árbitro e pelo Flamengo.

O fato é que a vaga seria decidida nos tribunais da Comebol. A torcida rubro-negra teria que esperar cerca de uma semana para saber se estava na fase semifinal da Libertadores ou não.

Como esperado, os dias após o jogo foram bastante agitados. O Atlético contratou o advogado Valed Perry, tentando anular a partida alegando erro de direito. O Flamengo estava tranqüilo. Os Dirigentes tinham certeza que não fora o rubro-negro o causador dos problemas. Era certo, então, que o resultado de campo fosse mantido e a vaga assegurada. A grande preocupação dos cariocas era não cair no grupo dos uruguaios (Nacional e Penarol, que pelo regulamento teriam que estar na mesma chave na fase semifinal). A única unanimidade(endossada pela revista Placar em sua edição de de 28 de Agosto de 81) era a seguinte: Jose Roberto Wright era o responsável por ter atrapalhado o grande jogo.

Mas não havia tempo para chorumelas. Menos de 48 horas depois de enfrentar o Atlético, o Flamengo entraria em campo mais uma vez, desta vez pelo estadual, enfrentando o América. Para variar, Carpegianni tinha problemas. Figueiredo levou uma pancada em Goiânia e foi vetado. Leandro foi deslocado para a zaga e Andrade entrou na cabeça da área. Na meta, Raul deu lugar a Cantarele. O restante do time era o mesmo do Serra Dourada.

Flamengo 3x1 América

O América prometia se fechar na defesa no primeiro tempo e só se soltar na etapa complementar, explorando assim o cansaço rubro-negro. A primeira chance foi do Flamengo, em um contra ataque. Adílio lançou Nunes no costado da zaga, pela esquerda. O atacante carregou e tinha a opção de servir a Zico, que acompanhava a jogada pelo meio. Entretanto, Nunes preferiu finalizar de perna esquerda. Ernani segurou firme e não deu rebote. O América respondeu aos 18. Júnior deu bobeira e perdeu a bola na entrada da área para Manoel. Este tocou para Luisinho, que driblou Mozer e bateu forte, rasteiro. Cantarele se esticou todo e conseguiu uma excepcional defesa, desviando para escanteio.

A partida transcorria exatamente como a equipe rubro planejara. O fla só foi ameaçar novamente aos 36 minutos, novamente em uma bola roubada no campo de ataque, desta vez por Zico. O galinho tocou para Tita que viu Nunes nas costas de Heraldo e fez o passe. O João Danado passou pelo goleiro, mas adiantou demais a pelota, perdendo o ângulo. Mesmo assim, preferiu tentar a sorte. Pires tirou onda e saiu com a bola dominada.

Só que a qualidade técnica do Flamengo acabou aparecendo. Aos 42, Zico balançou na frente do marcador e foi derrubado dentro da área. Pênalti assinalado pelo árbitro Wilson Carlos dos Santos. O camisa 10 foi para a cobrança, mas surpreendentemente, pegou mal na bola. Ernani conseguiu a defesa. Porém, O árbitro mandou voltar a cobrança, alegando que o arqueiro havia se mexido. Aos 44, Zico cobrou forte, no canto direito baixo e fez. Flamengo um a zero. Mesmo sem atuar bem!

A etapa complementar começou de maneira lenta. O rubro negro mostrava-se satisfeito com a vantagem obtida e o América, mesmo tentando ser mais ofensivo, não levava perigo e pouco criava.

Aos 22, saiu o segundo gol do Flamengo. Zico recebeu na intermediária e deu ótimo passe para Júnior, deslocado pela meia direita. O capacete passou pelo goleiro Ernani e só tocou para as redes vazias.

Três minutos depois, Jurandir cruzou e Porto Real desviou com o pé direito. Para azar do América a bola bateu na trave esquerda e voltou direto para as mãos de Cantarele.

Aos 35, um golaço de Tita. Ele recebeu na meia direita, deu uma gaúcha no seu marcador e tocou pelo alto, na saída de Ernani. Flamengo três a zero.

Ainda haveria tempo para o América descontar. Aos 42, Porto Real passou por Tita e Zico até ser derrubado por Andrade dentro da grande área. Pênalti que Luisinho cobrou com perfeição e deu números finais ao confronto. Três a um.

No próximo texto: O fim do segundo turno do estadual e a fase semifinal da Libertadores. Até lá!





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