Acervo

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Atlético-mg 0x0 São Paulo-Final do Brasileiro 1977


-Porque é histórico. Foi após esse campeonato,que os cronistas esportivas passaram a defender uma competição por pontos corridos, justamente para evitar que injustiças, como as que aconteceram com o galo mineiro, dono da melhor campanha do campeonato, invicto e com 10 pontos a mais do que o São Paulo, acabasse como vice-campeão.
-As campanhas.Até a grande decisão, o tricolor tinha 20 jogos, com 13 vitórias, 3 empates e 4 derrotas. Tinha marcado 40 gols s sofrido 15, com saldo positivo de 25 gols. Já o galo tinha os mesmos 2o jogos, com 17 vitórias, 3 empates e nenhuma derrota. Havia marcado 55 gols s sofrido 16, com saldo positivo de 29.
-Curiosidade. Os artilheiros das 2 equipes, não puderam estar em campo na grande final. Reinaldo, que havia marcado 28 gols pelo galo e Serginho autor de 18 pelo tricolor, estavam suspensos, e por isso fora do jogo.
-Ficha da decisão Atlético-mg 0x0 São Paulo Data 05-03-1978 Local Mineirão Público 102.974 Renda cr$6.857.080.00 Árbitro Arnaldo César Coelho Cartões amarelos Tecão, Angelo, Serginho, Bezerra, Peres e Neca Atlético-mg João Leite, Alves, Márcio, Vantuir e Valdenir, Toninho Cerezo, Angelo e Serginho, Caio(Joãozinho Paulista), Marcelo(Paulo Isidoro) e Ziza Técnico Barbatana São Paulo Waldir Peres, Getúlio, Tecão, Bezerra e Antenor, Chicão, Teodoro(Peres) e Darío Pereyra, Zé Sérgio, Mirandinha e Viana(Neco) Técnico Rubens Minelli
-A partida, lance a lance
-Começa a decisão, o tricolor dá a saída e ataca para a esquerda das cabines de rádio.
-O jogo começa muito amarrado no seu meio de campo. O São Paulo bloqueia o setor com até 5 jogadores(com o recuo dos pontas)e enerva o jovem time mineiro.
-16 minutos. Bezerra cobra falta da meia-direita, a bola passa por sobre a barreira e João Leite faz a defesa no seu canto esquerdo baixo. É o primeiro lance de emoção do jogo.
-17 minutos. Mirandinha chuta a bola bate na defesa mineira e sobra para bom chute de Teodoro. A bola passa perto da trave direita.
-21 minutos. Chicão lança Zé Sérgio na ponta direita, mas o passe sai longo. Mesmo assim, Zé ganha a dividida com Vantuir e cruza para Viana, que cabeçeia para excepcional defesa de João Leite. A bola sai a escanteio. O tricolor paulista era muito mais perigoso.
-Darío Pereyra marcava Toninho Cerezo, quando o atleticano tinha a bola. E isso, deixava o galo uma saída de bola rápida e qualificada.
-44 minutos. Finalmente, o Atlético tem uma chance. Falta na entrada da área pelo lado esquerdo, que Alves cobra e a bola passa raspando o angulo de Waldir Peres.
-45 minutos. Arnaldo apita o fim do 1 tempo.
-Análise do 1 tempo. Com uma postura mais ofensiva,e com uma marcação muito acertada, o tricolor dominou a partida e merecia ter saído com a vitória
-Placar Moral do 1 tempo. Atlético-mg 0x1 São Paulo -Começa a segunda etapa com a saída sendo dada pela equipe mineira
-3 minutos, Getúlio cobra falta,a zaga atleticana afasta mal e a bola sobra para Chicão, que chuta de primeira, a bola bate no zagueiro Márcio praticamente em cima da linha.
-15 minutos. Viana tabela com Mirandinha e chuta para bela defesa(mais uma) de João Leite, a bola ainda explode na trave, antes de sair para escanteio.
-20 minutos, Joãozinho Paulista dá grande passe para Paulo Isidoro, que entrava em diagonal, este bate forte, de primeira e o goleiro trioclor faz grande defesa e evita o gol atleticano. Foi a primeira grande chance do time mineiro em toda a partida.
-34 minutos, Toninho Cerezo arrisca de longe e Waldir Peres,espalma a bola para córner.
-43 minutos, Zé Sérgio arranca em jogada individual e bate de fora da área, rasteiro. João Leite é obrigado a espalmar para escanteio.
-44 minutos na cobrança do escanteio, Tecão cabeceia, e o goleiro atleticano defende com os pés.
-Final de tempo regulamentar, com o São Paulo bem melhor que o galo mineiro. Vamos agora a prorrogação.
-O Tempo Extra
-O Tricolor dá a saída para a prorrogação, mas quem assusta primeiro é o galo, através de Angelo, que chuta de longe para boa defesa de Waldir.
-O primeiro tempo do tempo extra é disputado de maneira lenta e com muita marcação. Parece que as duas equipes já se contentam de levar a decisão do título para a disputa de penaltis...
-15 minutos, Ziza faz bela jogada pela esquerda e cruza, Waldir Peres corta o cruzamento, mas a bola cai nos pés de Paulo Isidoro, que chuta para mais uma brilhante defesa do goleiro sãopaulino.
-Começa o segundo tempo da prorrogação, com a saída do Atlético.
-Nada acontece na prorrogação e a partida vai para os penaltis.
-A disputa de penaltis
-Primeira cobrança é do São Paulo. Getúlio cobra para defesa de João Leite, no canto esquerdo.
-Toninho Cerezo cobra para o galo, mas bate muito mal e a bola voa por cima da meta.
-Chicão cobra o segundo, escorrega na hora da batida e João Leite defende, sem dar rebote.
-Ziza cobra bem e finalmente abre o placar. 1x0 galo, depois de duas cobranças para cada equipe.
-Peres bate com categoria e empata para o tricolor. O goleiro atleticano quase defende.
-Alves cobra forte, no meio do gol e coloca o time mineiro em vantagem, 2x1 após 3 cobranças.
-Antenor, também solta uma bomba no canto direito e empata a disputa. Tudo empatado 2x2 -Joãosinho Paulista manda a bola nas nuvens e após 4 cobranças, segue 2x2.
-Bezerra cobra bem, no canto esquerdo e faz 3x2 São Paulo.
-Márcio cobra alto, longe da meta e o tricolor paulista é campeão brasileiro de 1977.
-Era o primeiro título do tricolor paulista, em campeonatos brasileiros. Foi o tricampeonato de Rubens Minelli. E foi injusto, se considerarmos toda a a campanha, na qual o galo foi bem melhor e mais regular do que o São Paulo. Mas se considerarmos somente a decisão, mesmo a partida sendo realizada no Mineirão, o tricolor paulista foi sempre superior e esteve muito mais próximo da vitória.
-Quem se interessar pelo jogo completo, é só entrar em contato com gugaroman@hotmail.com, para ter acesso a esse e outros 5700 jogos do meu acervo.
-Espero que tenham gostado, e já adianto que a próxima partida histórica que será relatada aqui no blog, vai ser o jogo do título carioca de 78, Flamengo 1x0 Vasco, no famoso gol do Rondinelli. Até lá!
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

História das Copas-1934-Itália


Antes da Copa Começar
Desde 1928, a Itália queria sediar a Copa do Mundo. O sonho não pode ser realizado em 1930, mas o ditador fascista, Benito Mussolini, não iria admitir uma segunda derrota. Ele queria que seu país fosse a sede da segunda edição da Copa.

Foram precisos 8 Congressos da FIFA, além pressões e até mesmo alguns casos(não comprovados, mas plenamente plausíveis)de subrono. Em 8 de Outubro de 1932, em Estocolmo, o Duce pode finalmente realizar seu sonho. Com a desistencia da Suécia, a Copa do Mundo seria realizada na Itália. E ele poderia mostrar ao mundo que seu regime era o que de havia de melhor.

O próximo passo seria reformar todos os estádios que sediariam jogos da Copa. Muito dinheiro foi gasto, mesmo para os que apenas iriam sediar uma única partida. Era mais uma demonstração de força do Duce. Foram criadas várias loterias para cobrir os enormes gastos. Pelo menos por 1 ano, não faltou emprego para ninguém.

O terceiro e mais importante passo do plano do ditador era o de fazer de tudo para garantir que a Azzurra fosse a campeã. Para isso, foi escolhido o jornalista Vitorio Pozzo, para ser o treinador. Ele era muito competente, fazia anotações e estudava os seus adversários. Meio pai, meio ditador, ele era muito respeitado por seus comandados.

Montou-se também, uma rede de olheiros pelo mundo, para que os melhores Oriundi(jogadores que já poderiam até ter atuado por outras seleções, mas se tivessem avós italianos, poderiam ser integrados a Itália). O primeiro alvo foi o argentino Monti, vice-campeão de 30. Outros 3 compatriotas se juntaram a ele, Guaita, De Maria e Orsi. O último alvo foi um brasileiro. Filó, que na época jogava na Lazio.

A Itália começou a treinar em fevereiro de 34, 3 vezes por semana. Em abril, o trabalho passou a ser em período integral. Pozzo passou um longo tempo na Inglaterra, estudando o Arsenal, treinado por Herbert Chapman, que jogava no esquema WM. A Inglaterra, se recusava a disputar a Copa mas era, sem sombra de dúvidas o que havia de melhor em termos de esquemas táticos. O treinador italiano também mandou observadores para a América do Sul, a fim de observar Brasil e Argentina. Enfim, nada escaparia da organização de Pozzo.

AS Eliminatórias
A Copa do Mundo, rejeitada pelos europeus 4 anos antes, passou a ser objeto de cobiça para todos. 32 seleções se inscreveram, obrigando a FIFA, a criar as eliminatórias pela primeira vez. Como curiosidade, o país-sede foi obrigado a jogar as eliminatórias pela primeira e única vez.

No grupo 1, os EUA derrotaram o México, já em solo italiano e garantiram a vaga. No grupo 2, O Brasil se classificou automaticamente com a desistencia do Peru, assim como a Argentina no grupo 3, com a desistencia do Chile. Vale lembrar que o Uruguai, atual campeão, se recusou a ir a Copa, parte em represália contra os europeus, que não compareceream a competição organizada por eles 4 anos antes, parte para mascarar uma queda de qualidade técnica e uma crise financeira.

No grupo 4, o Egito se tornou o primeiro país africano a se classificar para uma Copa. No 5, a Suécia, no 6, a Espanha, no 7, a Itália derrotou a Grécia por 4x0, jogo realizado no San Siro, em Milão, com gols de Orsi, Filó e dois de Meazza. No 8, Áustria e Hungria, no 9, a Tchecoslováquia, no 10 a Suiça e a Romenia, no 11, Holanda e Bélgica e no 12, Alemanha Ocidental e França.

Definidos os 16 participantes da Copa, começaram a se especular sobre os favoritos. A Itália, logicamente, era apontada como a maior favorita, mas a Espanha, que havia vencido a Inglaterra e tinha no gol o grande Zamora. Hungria e Tchecoslováquia, também impressionaram ao vencer os ingleses, em um torneio realizado em Budapeste, ambos por 2x1. Mas a maior ameaça a Itália era sem sombra de dúvidas a Áustria. Dirigida por Hugo Meisl, que tinha enorme conhecimento tático. Sua equipe era chamada de Wunderteam ou time maravilhoso, e tinha como maior expoente, seu centroavante Mathias Sindelar, conhecido como homem de papel, pois parecia deslizar em campo. A vida, definitivamente, não seria fácil para a Azzurra.

A preparação do Brasil
No Brasil, a confusão de sempre permanecia. Desta vez o problema era entre a CBD(representante dos jogadores do Brasil junto a FIFA, e que não aceitava profissionais)e a Federação Brasileira de Futebol. No Rio de Janeiro, todos os times, com exceção do Botafogo, haviam aderido ao profissionalismo. Não causou estranheza, portanto, quando o alvinegro teve a base da seleção que disputou a Copa.

A CBD sabia que só mandar os “amadores” não seria o suficiente para uma boa participação na Itália. E logo ela, que sempre combateu o profissionalismo, passou a “contratar” jogadores. De São Paulo vieram 4 jogadores. Valdemar de Brito, Luizinho, Armandinho e Silvio Hoffman. Também se juntaram ao escrete, Leonidas da Silva e Tinoco. Tentou-se Fausto e Domingos da Guia, mas estes 2 últimos não aceitaram.

A confusão chegou a ser tanta, que os dirigentes do Palestra Itália, chegaram esconder vários jogadores do clube numa fazenda, no interior de São Paulo, para que a CBD não os achasse.

E foi nesse clima, sem a sua melhor seleção, que o Brasil seguiu para a Europa. No dia 14 de Maio, a seleção embarcou no navio Biancamano. Sem poder realizar treinamentos, o técnico Luis Vinhais só comandava exercícios de ginástica. Treinos com bola, só quando a embarcação parava em algum porto.

A delegação chegou a Itália no dia 24. A estréia seria no dia 27. O adversário fora definido por sorteio. Seria a Espanha, que por coincidencia, na parada do navio em Barcelona, embarcou junto com a seleção. Zamora, o grande ídolo espanhol, sabia que tinha que respeitar o Brasil. E quando ele foi visto assistindo o último treino do Brasil, na véspera da partida, deixou os brasileiros confiantes em uma bela vitória.

A Copa
Oitavas de Finais
Todas as partidas das oitavas de final, foram realizadas no mesmo dia, em 27 de Maio. Em Florença, jogaram Alemanha Ocidental e Bélgica. Kobierski fez o primeiro dos alemães, mas ainda no primeiro tempo. Voorhoof(que só jogou a Copa pois teve sua punição reduzida pela Federação Belga) virou a partida, causando surpresa nos espectadores. O gás belga porém acabou no segundo tempo. Kobierski fez mais um e Conen marcou tres vezes.

A Áustria, uma das maiores favoritas, estreiou em Turim, contra a França. Mas o Wunderteam estava nervoso e aos 19 minutos, Nicolas, o centroavante que apenas fazia número, pois havia se machucado minutos antes, abriu o placar para os franceses. No final da primeira etapa, Sindelar empatou. Mesmo com praticamente um a menos em campo, a França dominou o segundo tempo, e perdeu muitas oportunidades. A partida terminou empatada e foi para a prorrogação. Schall, marcou logo no começo(num impedimento escandaloso não assinalado). Bican ampliou para os austríacos. A França ainda diminuiu, através de Verriest. Mas Pozzo comemorava o fato do time maravilhoso não ser tão maravilhoso assim.

Em Nápoles, a Hungria goleou o Egito, por 4x2. O detalhe é que os egípcios haviam eliminado os hungaros, nos Jogos Olímpicos de 1924.

Em Bolonha, a Argentina, mesmo com uma seleção formada por amadores(a Federação não quis mandar os jogadores profissionais e correr o risco de perde-los para as grandes equipes européias após o mundial), não facilitou a vida da Suécia. Os hermanos chegaram a estar na frente do marcador por 2 vezes, mas a 15 minutos do fim, os suecos viraram a partida. Destaques para Jonasson, autor de 2 gols e de Devicenzi, que foi contratado pela Ambrosiana, forte equipe italiana da época.

Em Milão, jogaram Suiça e Holanda. Os suiços eram mais técnicos. E acabarm vencendo a partida por 3x2.

Em Trieste, a hábil equipe da Tchecoslováquia teve sérios problemas para vencer a Romenia. Os tchecos se fizeram valer da sua experiencia(média de 28 anos) e da grande atuação do goleiro Planicka, que viria a ser o melhor do mundial. A Romenia abriu o placar aos 10 minutos, através de Dobay. Mas na segunda etapa, Puc e Nejedly viraram a partida.

Em Roma, com a presença de Mussolini e várias outras autoridades importantes, os donos da casa estreiaram contra os EUA. O estádio estava lotado. Pozzo aproveitou a fragilidade americana para fazer observações. Ele sabia que o único jogador que representava real perigo a sua equipe era o atacante Donelli, oriundi de Nápoles. Ele acabou realmente marcando o gol dos EUA, mas ficou nisso. Com 3 gols de Schiavio, 2 de Orsi, 1 de Ferrara e outro de Meazza, a Itália goleou por 7x1. Essa foi a única partida do brasileiro Filó no Mundial.

E finalmente, em Genova, tivemos a estréia do Brasil contra a Espanha. E o início até que não foi tão ruim para a nossa seleção. Logo aos 10 minutos, Lánagara chutou forte e Pedrosa defendeu. O Brasil saiu para o contra-ataque e Valdemar desperdiçou boa chance, cara a cara com Zamora. Leonidas venceu Zamora, mas Quincones salvou em cima da linha. Aos 18, Martim meteu a mão na bola. Penalti contra o Brasil que Iraragorri converteu. Aos 27, Lángarra aumentou. Aos 36, Pedrosa saiu para cortar um cruzamento fácil, escorregou, caiu e a bola se ofereceu para Lángarra, novamente fazer 3x0.

No segundo tempo, a seleção partiu para o ataque, e aos 11 minutos, Zamora deu reobte num chute de Patesko e Leonidas diminuiu. Aos 15, Luizinho marcou um gol erradamente anulado. A última esperança veio num penalti cometido em cima de Leonidas. Valdemar foi para a cobrança, mas Zamora havia assistido ao último treinamento da seleção e sabia onde ele ele costuamava bater. Resultado, o goleiro espanhol defendeu a cobrança. A partir daí, o Brasil perdeu as forças. Mais uma vez, a seleção era eliminada cedo de uma Copa, enquanto a Espanha seguia em frente.

Quartas de Finais
Depois de ter passado um tremendo susto contra a França, a Áustria entrou em campo disposta a mostrar todo sua força contra a Hungria. Venceu por apenas 2x1, com gols de Horvath e Zischek, com Sarosi descontando para os húngaros. Mas apesar do placar apertado, o Wunderteam foi sempre superior e desperdiçou inúmeras chances de gol. Porém, nem tudo foram flores, a partida foi muito violenta. E a curiosidade ficou pelo duelo entre os dois melhores atacantes da Europa. Sindelar e Sarosi.

Em Milão, A Alemanha Ocidental fez 2x1 na Suéciae voltou a mostrar sua força. Os alemães fizeram 2x0, através de Hohmaan e passaram apenas a tocar a bola, sem correr grandes riscos. O gol sueco marcado aos 40 minutos do segundo tempo(feito por Dunker)não surtiu nenhum tipo de ameaça a vitória germanica.

Em um jogo empolgante, a Tchecoslováquia enfrentou a Suiça. Kielholz abriu o marcador para os suiços. Svoboda virou para os tchecos. Abegglen III empatou, mas aos 38 do segundo tempo, Nejedly fez o gol da classificação tcheca.

Em Florença, aconteceu um dos maiores jogos da história das Copas. Itália e Espanha se degladiaram por uma vaga na semifinal. O primeiro tempo foi todo espanhol, que conseguiu impor seu ritmo e marcou através de Rigueiro, aos 29 minutos.Aos 44, Ferraris IV marcou um gol irregular, pois Meazza e Orsi fizeram falta em Zamora. O goleiro espanhol, aliás, foi o grande nome da segunda etapa, realizando pelo menos 5 grandes defesas. O empate forçou a prorrogação que terminou em 0x0. Ao final da batalha, Pizziolo, Schiavio e Ferrari, pela Azurra e Ciriaco, Fede, Lafuente, Iraragorri, Lángara, Gorostiza e Zamora, pela fúria, não teriam condições de jogar a partida desempate(conforme previa o regulamento)24 horas depois. A violencia, principalmente de Monti, havia aniquilado a Espanha.

Na partida extra, novamente, a violencia deu o tom, com entradas desleais de parte a parte, mas a Azuura conseguiu um gol logo aos 11 minutos do primeiro tempo, através de Meazza e passou o restante da partida se defendendo. O Duce podia respirar aliviado, a Itália seguia na Copa.

As semifinais
Em Roma, a Tchecoslováquia jogou sua melhor partida na competição e derrotaram a Alemanha(para alívio de Mussolini, que não queria enfrentar os alemães de seu amigo Hitler na decisão). Nejedly abriu o placar, mas Novack empatou o jogo. Nejedly, porém, estava demais e marcou mais duas vezes para garantir as vaga tcheca na decisção.

Em Milão, a Itália contou com a ajuda divina para vencer os fortes austríacos. Caiu um temporal antes e durante a partida. O leve time da Áustria não conseguia se achar em campo. Mais forte fisicamente, os italianos marcaram seu gol logo aos 10 minutos do primeiro tempo, com Guaita. E depois usaram e abusaram da violencia e do jogo viril para parar Sindelar e compania. A Azzurra estava na decisão.

Disputa do terceiro lugar
Pela primeiva vez foi disputada uma partida de disputa do terceiro lugar. Com 2 gols de Lehner e 1 de Conen, contra 1 de Horvath e outro de Sesta, os alemães derrotaram os austríacos por 3x2 e ficaram com a terceira posição da Copa.

A Final
O clima era de tensão naquele 10 de Junho. Mussolini estava nervoso, havia convidado os jogadores da Azzurra e Pozzo para uma parada militar em Roma. O treinador não quis saber de distrações para os jogadores e argumentou com o ditador que no esporte, nem sempre o melhor ganha. O Duce não queria saber de desculpas. Aceitou as ponderações com relação ao desfile, mas mandou um bilhete a delegação, onde deixava claro o que queria naquela decisção, “ Vençam ou aguentem as consequencias”.

Pozzo mudou a tática de sua equipe após assistir um treino dos tchecos. Ao invés de cruzamentos na área, pediu bolas rasteiras e a entrada em diagonal de Orsi e Guaita. Monti, recuperado de contusão, comandava o meio de campo italiano. Mas apesar do domínio, o primeiro tempo terminou em 0x0.

Aos 25 minutos da segunda etapa, Puc marcou para os tchecos. Silencio no estádio. O Duce estava impaciente e nervoso. Aos 34, Svoboda poderia ter matado o jogo para o tchecos, mas seu chute explodiu na trave de Combi. O ditado de quem não faz leva provou mais uma vez ser verdadeiro. Aos 35, Orsi empatou a partida, levando todos ao delírio. Pozzo, não entrou na euforia da torcida e pediu para sua equipe tocar a bola e esperar a prorrogação.

Logo aos 5 minutos da prorrogação, Meazza lançou Guaita, que, pela direita, prendeu a bola e esperou a entrada de algum companheiro na diagonal. Schiavio entrou e tocou na saída de Planicka. A Azuura estava na frente, 2x1. Os últimos 25 minutos foram um sofrimento só para Pozzo e o Duce. A Tchecoslváquia pressionou, mas a Itália resistiu bravamente, graças a raça e disposição de seus jogadores.

Fim de jogo, a Itália era campeã mundial de futebol pela primeira vez. Das tribunas Benito Mussolini acenava para todos. Ele não resistiu e acabou descendo para o campo, a fim de entregar pessoalmente a Taça para o capitão Combi. E ainda viu todos os jogadores perfilados no lugar mais alto do pódio, com o sinal do regime fascista. Mussolini era, sem sombra de dúvidas, o grande vencedor da Copa Do Mundo.

História das Copas-1930-Uruguai


Os países do continente americano estariam em peso no Uruguai para a primeira grande festa do futebol mundial. Rimet, fez questão de garantir a presença da França na Copa. Renomado advogado que era, ele próprio negociou a liberação do trabalho de alguns jogadores, que assim puderam se ausentar por dois meses. Ele só falhou ao não conseguir a liberação do grande ídolo do Racing de Paris, clube que ele mesmo ajudara a fundar, Manuel Anatol . A Bélgica chegou a pensar em desistir mas foi decisiva a intervenção de Rodolphe William Seeldrayers, Vice-Presidente da FIFA e futuro sucessor de Rimet. Mas assim como seu colega frances, ele não teve exito em conseguir a liberação do maior astro do seu país, Raymond Braine, que preferiu jogar profissionalmente, mudando-se para a Tchecoslováquia. Na Romenia, foi o próprio Rei Carol quem se encarregou de escalar a equipe nacional. E sabendo da participação romena, a Iuguslávia, então grande rival esportiva da Romenia, não poderia ficar de fora da festa. Com quatro Europeus e 13 seleções ao todo, a festa no Uruguai estava finalmente pronta para começar.
Em janeiro de 1930, Rimet foi a um pouco conhecido escultor frances,chamado Abel Lafleur, para encomendar o troféu que seria entregue ao primeiro campeão do mundo de futebol. Por cinquenta francos suiços, uma verdadeira fortuna na época, Lafleur fez uma estatueta de 30 cm de altura,com 4 quilos de peso, sendo 1,8 de puro ouro, com base de mármore, simbolizava a vitória. E mais tarde seria conhecida como Taça Jules Rimet.
Com a partida de abertura da Copa marcada para o dia 13 de Julho, as seleções européias começaram a embarcar rumo a América do Sul. No dia 20 de junho, seguiram viagem as delegações da Bélgica, Romenia e França, além do próprio Rimet com a Taça do Mundo. Todos eles estavam a bordo do transatlantico Conte Verde. No dia 25, no transatlantico Flórida, embarcava a Iuguslávia, que preferiu não ir no mesmo navio que seus rivais romenos.
A seleção brasileira foi uma das primeiras a confirmar a participação no mundial. O Presidente da CBD, Renato Pacheco, formou a comissão técnica da seleção apenas com cariocas, o que causou uma imensa revolta nos dirigentes paulistas. Teve início então uma enorme briga que iria enfraquecer o Brasil na Copa. No dia 3 de junho, Pacheco enviou telegrama a APEA(que correspondia a Federação Paulista da época), requisitando a convocação de 11 atletas(vale ressaltar que mesmo com futebol brasileiro praticamente resumido a Rio e São Paulo, por uma incrível “coincidencia” haviam 11 atletas paulistas e 11 cariocas na convocação). Os atletas paulistas chamados eram os seguintes. Amicar, Athie, Del Debbio, Grané, Araken, Heitor, Petronilho de Brito(irmão de Waldemar, o descobridor de Pelé), Filó, Feitiço, De Maria e o maior jogador brasileiro da época, Arthur Friedenreich.
São Paulo, porém, não tendo sido atendido em seu pedido de cargos na comissão técnica, não cedeu os jogadores e boicotou a seleção.A CBD então tratou de convocar novos jogadores, cariocas é claro, para completar o escrete. O paulista Araken, rompeu com o Santos e resolveu se apresentar para disputar a Copa. O Brasil, portanto, ia para seu primeiro mundial, com uma seleção carioca, reforçada com um único paulista e sem seu maior jogador.
No dia 2 de julho, após apenas dois treinos, a delegação brasileira(carioca) embarva no Conte Verde rumo ao Uruguai. E já havia um excesso de cartolas viajando com a delegação(prática até os dias de hoje comum). Além de todos os problemas, faltou a seleção um mínimo de organização, nem Técnico a seleção possuia. Quem respondia pelo cargo era ora Píndaro de Carvalho, ora Vinelli Moraus ou até mesmo o árbitro brasileiro do mundial Gilbeto de Almeida Rego.
A viagem foi uma verdadeira tortura para os brasileiros, que sem espaço no navio, não coneguiam se exercitar. A maioria só fazia algumas leves movimentações no convés e algumas horas de natação. Quando o navio parava em algum porto, a delegação descia e tentava realizar algum treinamento com bola. O resultado disso tudo foi que os jogadores acabaram engordando muito durante a viagem e chegaram a Montividéu completamente fora de forma.
No dia 5 de julho, o Conte verde aportou no Uruguai, A delegação do Brasil seguiu para o hotel Colón, primeira concentração brasileira em uma Copa do Mundo. A temperatura era muito baixa. E a seleção tremia e não conseguia treinar direito.
11 de julho foi a data do sorteio dos grupos. Os cabeças de chave ficaram assim definidos. Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Os grupos da Copa ficaram assim definidos. Grupo A Argentina, França,México e Chile, Grupo B Brasil, Iuguslávia e Bolívia, Grupo C Uruguai, Romenia e Peru, Grupo D Paraguai, Bélgica e EUA.
A França queria estreiar no dia 14 de julho, dia em que comemora a queda da Bastilha. Para compensar a impossibilidade de atender ao seu pedido, a FIFA definiu que o jogo de abertura da Copa seria disputado entre França e México no dia 13 de julho.
GRUPO A

No dia 13 de julho, no Estádio de Pocitos, que pertencia ao Penarol(o Centenário estava com as obras atrasadas e só seria entregue para a estréia do Uruguai, no dia 18), entravam em campo França e México, para a abertura oficial da primeira Copa do Mundo de futebol da FIFA.
E, aos 19 minutos do primeiro tempo, Lucien Laurent, um modesto meia esquerda do Sochaux e que fazia apenas a sua terceira partida pela seleção francesa, deu um chute seco, da entrada da área, e abriu o marcador para os franceses. Mais do que isso, marcou o primeiro gol da história dos mundiais.
Mesmo jogando com um jogador a menos durante boa parte do tempo, pois o goleiro Thepot teve que sair machucado, e não se permitiam substituições, A França goleou o mal preparado México, por 4x1.
O segundo jogo do grupo, foi disputado no dia 15, entre Aregntina e França. O jogo foi uma batalha campal. O centro-médio argentino, Luisito Monti bateu em quem quis e contou com a ajuda do árbitro brasileiro Gilberto de Almeida Rego. Aos 36 minutos do segundo tempo, o próprio Monti marcou o gol da vitória argentina. O mais lance mais polemico, porém aconteceu aos 39 minutos, quando o ponteiro frances Langiller passou por dois marcadores e entregou a bola para Maschiot, que encontrava-se cara a cara com o goleiro e tinha grandes chances de empatar a partida..Ouve-se entretanto, um apito, dando a partida por terminada. Depois do público(que naturalmente torcia para a França devido a rivalidade com os hermanos)invadir o campo e muito protesto por parte dos jogadores, Almeida Rego resolveu admitir seu erro e fez a partida recomeçar, porém dessa vez sem perigo para os argentinos.
Nas demais partidas do grupo, o Chile estreiou vencendo o México, por 3x0, e depois bateu a combalida França, por 1x0. Como a Argentina também venceu o México, por 6x3, em partida que o fabuloso atacante Stábile marcou 3 gols, a vaga a semifinal seria decidida entre argentinos e chilenos.
A Argentina tinha muito mais time e confirmou a vitória por 3x1, garantindo assim a vaga na semifinal da Copa. Stábile marcou mais dois gols e salvou o valentão do time Monti de uma grande humilhação. O centro-médio argentino fizera uma falta desleal no pequenino chileno Subiabre, que se revoltou e ao levantar-se desferiu vários socos e pontapés no grandalhão argentino. Atonito, Monti não reagia, até que Stábile deu uns safanões em Subiabre, que teve que deixar a partida por causa das contusões. Incrivelmente, o árbitro belga Langenus, não expulslou ninguém.
GRUPO B
A data de 14 de julho entrou para a história do futebol brasileiro, pois foi o dia da primeira partida da seleção em um Copa do Mundo. Fazia muito frio, perto dos zero graus.O goleiro Joel não conseguia jogar de luvas e o massagista deixou um saco de água quente para que ele, de vez em quando, aquecesse suas mãos(providencia essa que não surtiu muito efeito, pois a água logo congelava). O certo é que os brasileiros foram envolvidos pelos iuguslavos. Araken ainda teve uma chance quando a partida ainda estava 0x0, mas por excesso de preciosimo, acabou perdendo. Aos 21 minutos, Tirnanic abriu o marcador. Aos 30 Beck ampliou e a vantagem iuguslava só não foi maior porque eles se pouparam.
Veio a segunda etapa e o Brasil melhorou. Fausto, que nessa copa ficou conhecido como “maravilha negra” empurrava o time para a frente. E apesar do frio e do medo de alguns jogadores, Preguinho fez de cabeça, aos 17 minutos o primeiro gol brasileiro em uma Copa do Mundo.
A classificação a semifinal estava praticamente impossível, pois para que isso acontecesse seria preciso a frágil seleção da Bolívia vencer os iuguslavos. E, obviamente não foi isso que aconteceu. Iuguslávia, classificada para a semifinal da Copa 4x0 Bolívia.
Restava a seleção se despedir com honra. Píndaro de Carvalho e seus outros “técnicos” fizeram 9 alterações. E o Brasil goleou a Bolívia. Moderato marcou o primeiro aos 37 minutos do primeiro tempo. Preguinho fez o segundo aos 6 minutos do segundo tempo. Moderato voltou a marcar aos 28 e Preguinho fechou o placar aos 30. Essa vitória só serviu para ser a primeira do Brasil em Copas do Mundo.
E o mais lamentável de tudo é que com sua seleção completa, o Brasil conseguiu resultados expressivos contra Argentina e Uruguai, o que levava a crer, que se não houvesse a briga entre paulistas e cariocas, a seleção poderia ter ido mais longe, e quem saber até ter sido campeã...
GRUPO C
O primeiro jogo deste gurpo aconteceu no dia 14 de junho com a viória romena por 3x1 sobre o Peru. Nesta partida ocorreu a primeira expulsão da história das Copas, quando o peruano Galindo simplesmente quebrou a perna do romeno Steiner.
No dia 18, o Estádio Centenário, ainda com cheiro de tinta e cimentos frescos, foi finalmente inaugurado. O jogo envolveria os donos da casa contra a frágil seleção peruana. O Uruguai vinha de uma pequena crise, pois já treinava a alguns meses para a Copa. O goleiro titular Andrés Lazzali, não suportou o ritmo intensivo dos treinamentos e deu uma “escapadinha” de madrugada. Quando voltou, o técnico Alberto Suppici estava o esperando e anunciou seu corte. Para o seu lugar, incrivelmente, foi convocado “Manco” Castro, um atacante que não possuía o antebraço esquerdo.
O povo uruguaio esperava uma goleada, porém os mais de 81.000 espectadores, tiveram que se conformar com uma magra vitória por 1x0, com gol de Castro, aos 15 minutos do segundo tempo.
Com o pouco expressivo resultado obtido na estréia, os uruguaios precisavam vencer a Romenia, já que o empate favoreceria os romenos por ter um melhor saldo de gols. Chegou-se a temer pelo pior, mas dessa vez o time jogou bem. Com gols de Dorado, Scarone, Anselmo e Cea garantiram vaga nas semifinais.
GRUPO D
O pior grupo da Copa teve início no dia 17 de junho, quando os EUA surpreenderam e venceram a Bélgica por 3x0, com gols de MCGhee, Florie e Paternaude.
E os norteamericanos seguiram com suas façanhas, ao vencer o Cabeça-de-chave do grupo, o Paraguai, também por 3x0. Com estes resultados, a Seleção dos EUA estava entre as quatro melhores seleções do planeta.
No útlimo jogo, já sem nenhuma importancia, o Paraguai derrotou a Bélgica, por 1x0, com gol de Pena.
SEMIFINAIS
Os confrontos das semifinais foram determinados através de sorteio(especula-se que tenha sido um sorteio dirigido para que não houvesse um confronto entre uruguais e argentinos na semi). Coube a Argentina e EUA fazerem a primeira semifinal, no dia 26 de junho.
E foi um verdaeiro massacre portenho. Stábile marcou 2 vezes, Peucelle mais duas, Monti e Scopelli marcaram os 6 gols. O EUA fez o seu de honra faltando apenas dois minutos para o término da partida, através de Brown.
No dia seguinte era a vez da Celeste confirmar seu favoritismo e avançar a decisão. E eles não deixaram por menos. Venceram pelos mesmos 6x1 que os argentinos, com a diferença que acabaram levando o primeiro gol(Vujadinovic), mas depois veio o massacre. Cea marcou 3 vezes, Anselomo duas e Iriarte fechou o marcador.
Não havia disputa do terceiro lugar na Copa de 30 e a final que todos esperavam, iria realmente acontecer. Uruguai x Argentina, numa revanche da final dos jogos olímpicos de 1928, vencida pelos uruguaios.
A FINAL
A grande final estava marcada para o dia 30 de junho, uma quarta-feira. Devido a grande rivalidade e as já conhecidas brigas, a polícia tratou de montar um esquema especial de segurança e de dimnuir a capacidade do Centenário para 70.000 pessoas.
Os argentinos tiveram direito a 20.000 ingressos e embarvam cruzando o Rio da Prata. Os que não conseguiam ir exigiam a vitória ou a morte. O clima nas concentrações era de muita tensão. Amenizada apenas pela visita de Carlos Gardel as duas concentrações.
Para a sorte dos policiais, muitos barcos que saíram da Argentina não conseguiram chegar a Montevidéo devido ao mal tempo. Com isso, o numero de torcedores argentinos foi bem menor do que o esperado.
Os problemas continuavam, principalmente na Argentina o sempre valente e temperamental Monti, estava acuado, quieto. Horas antes da decisão ele foi flagrado chorando. O que ninguém sabia é que Monti sofria com as ameaças de morte a sua mãe e esposa.
A primeira “guerra” da decisão foi vencida pelos argentinos. Cada seleção queria jogar com a sua bola. O árbitro belga Langenus(que iria deixar Montividéo logo após a partida)propos que se fizesse um sorteio. E nele, venceu a Argentina que pode jogar com a sua pelota.
A partida começou tensa, como era de se esperar, mas aos 12 minutos Dorado abriu o marcador, em passe de “Manco” Castro, que voltava ao time titular, para o time da casa. A alegria da torcida porém não iria durar muito. Aos 20, Peucelle empatou e aos 37, o artilheiro da Copa, Stábile marcou seu oitavo gol e virou a partida para os argentinos.
A torcida ficou apreensiva. O Uruguai tinha apenas 45 minutos para virar a partida. O segundo tempo começou e nada de gol de empate. Aos 12, Cea marcou para a Celeste. A torcida veio abaixo. O barulho era ensurdecedor. E os Argentinos sentiram o golpe. Aos 23, Iriarte fez o gol que colocou os donos da casa em vantagem. O título se aproximava. Mas faltava o surgimento do herói. E aos 44 minutos, o pequenino Manco Castro subiu mais que o zagueiro Della Torre e marcou o tento da vitória.
Jules Rimet entregou a Taça ao capitão da Celeste Nasazzi. O Uruguai confirmava que possuia o melhor futebol do mundo daquela época. E “Manco Castro! Pode ser considerado o primeiro herói de uma Copa do Mundo.

Jogos Históricos- Corinthians 1x0 Ponte Preta- Final do Paulista de 1977


-Abrindo os nossos jogos históricos nesse blog inteiramente dedicado a isso, um presente para a Fiel torcida corinthiana, a quebra do jejum de títulos, que já durava 23 anos.


-Porque é histórico. Simplesmente porque foi quando o timão quebrou o jejum de 23 anos sem títulos.
-História do campeonato. O primeiro turno foi conquistado pelo surpreedente Botafogo-sp, que contava com o jovem Sócrates, em cima do São Paulo. No segundo turno, o Corinthians foi o campeão ao derrotar o Palmeiras. No terceiro turno, Timão e Ponte Preta venceram seus grupos, e se garantiram na decisão.
-A decisão. Na primeira partida, vitória corinthiana por 1x0(gol de Palhinha). No segundo jogo vitória da macaca, de virada, por 2x1(gols de Vaguinho, Dicá e Rui Rei). Com isso, foi necessário um terceiro jogo(vale ressaltar que a Ponte foi prejudicada, pois foi obrigada a disputar as 3 partidas no Morumbi)
-A ficha da finalíssima
Local Morumbi Data 13-10-77 Público 86.777 Renda cr$3.325.470,00 Árbitro Dulcídio Wanderley Boschillia Cartões amarelos Angelo e Basílio Cartão Vermelho Rui Rei, Oscar e Geraldão Gol Basílio aos 36 minutos do 2 tempo
Corinthians Tobias, Zé Maria, Moisés, Ademir e Wladimir, Russo, Luciano e Basílio, Vaguinho, Geraldão e Romeu. Técnico Osvaldo Brandão
Ponte Preta Carlos, Jair, Oscar, Polozzi e Angelo, Vanderlei, Marco Aurélio e Dicá, Lúcio, Rui Rei e Tuta(Parraga). Técnico Zé Duarte
-O jogo, lance a lance
-Começa a partida. Ponte da asaída e ataca para esquerda das cabines de tv.
-3 Minutos. Luciano recebe de Wladimir e avança, quase da intermediária, ele solta uma bomba, que Carlos não consegue desviar. A bola explode na trave esquerda do goleiro. A bola sobra para Geraldão que chuta e Oscar desvia a córner. Na sequencia do lance, na cobrança de escanteio, o centroavante corinthiano cabeçeia para fora.
-8 minutos, após um chutão do goleiro Tobias, Geraldão ganha a bola na ponta direita e cruza para a área, a bola sobra para Vaguinho que só ajeita para Basílio chutar rasteiro para boa defesa de Carlos, que espalma a escanetio. O timão era melhor no começo da partida...
-A macaca parecia que queria fazer passar o tempo, e apostar num nervosimo do timão. Além da lentidão, a Ponte pecava também em sair praticamente só na ligação direta, apesar de ter ótimos jogadores em seu meio de campo, como Dicá e Marco Aurélio.
-16 minutos. Rui Rei leva a bola com a mão, simula uma falta, reclama e xinga o juiz e é expulso pelo árbitro. Até hoje existem suspeitas(não comprovadas) de que ele teria sido subornado, já que logo após a decisão, ele foi anunciado como reforço corinthiano...
-A Ponte recuou ainda mais, e a partida ficou muito truncada, nada mais acontecia de perigoso já que nenhuma das equipes conseguia criar nada.
-39 minutos, finalmente uma chance de gol. E para variar, do timão. Numa das pouquissimas vezes que fez jogada pela ponta direita, Vaguinho cruzou e Geraldão quase marca um golaço, de bicicleta. Mais uma vez Carlos salva o time campineiro e espalma a bola.
-50 minutos. Dulcídio apita o fim do primeiro tempo.
-Análise do 1 tempo. O timão foi muito mais perigoso, mas pecou por jogar demais pelo meio, não usando as pontas(sim amigos, naquela época ainda haviam pontas no nosso futebol), afunilando o jogo e facilitando a marcação. Mesmo assim, perdeu pelo menos 3 boas oportunidades de abrir o marcador.O mais curioso é que após ficar com um homem a mais, o timão praticamente não criou mais nada...
-Placar moral do 1 tempo Corinthians 2x0 Ponte Preta
-Começa a segunda etapa, com a saída dada pelo time da capital.
-A partida recomeça com o Corinthians forçando mais as jogadas pelas pontas, com Vaguinho pela direita e Romeu pela esquerda. Porém, nenhum deles consegue superar a marcação campineira e nada de perigoso acontece.
-16 minutos. Russo enfia bola para Zé Maria, que divide com Carlos, a bola espirra e sobra para Vaguinho que cruza, Romeu tenta de cabeça, a bola bate na defesa e volta para o próprio Romeu, que chuta, seu arremate iria para o gol, mas a bate em seu companheiro de equipe Luciano e a Ponte se salva mais uma vez.
-O nervosismo já tomava conta da Fiel, afinal o time tinha um jogador a mais e não conseguia marcar o gol que iria acabar com o jejum de 23 anos sem título. Méritos da marcação da Ponte e da brilhante atuação da sua defesa, especialmente de Oscar e Carlos.
-36 minutos.GOL!!! Falta na ponta direita que Zé Maria cobra, Geraldão desvia a bola, Romeu chuta no travessão, na sobra, Wladimir cabeçeia no corpo do zagueiro da Ponte e finalmente a pelota sobra para Basílio que chuta para marcar o gol do alívio da fiel. Era o gol do campeonato.
-40 minutos. Oscar e Geraldão são expulsos e começa uma confusão, com os jogadores campineiros tentando agredir o avante corinthiano.
-50 minutos.FIM DE JOGO. Fim de jejum. Corinthians campeão depois de 23 anos de fila.
-Análise do 2 tempo. Mais uma vez o domínio foi do timão. Teve mais a posse de bola, apesar de na maioria das vezes, de forma improdutiva de qualquer forma foi o time que mais procurou a vitória e mereceu o triunfo.
-Placar moral do 2 tempo. Corinthians 1x0 Ponte Preta
-Placar moral da partida. Corinthians 3x0 Ponte Preta
-Notas dos jogadores
-Tobias- Foi um mero espectador da partida, não fez uma defesa sequer. Nota 6,0
Zé Maria- Como não tinha que se preocupar com a marcação, tentou apoiar o tempo todo. Foi dele a cobrança de falta que resultou no gol.Nota 7,0
Moisés- Também só assistiu o jogo. Nota 6,0
Ademir- A mesma coisa do seu companheiro de zaga. Nota 6,0
Wladimir- Apoiou menos do que Zé Maria, mas teve o mérito de também participar do laçe do gol. Nota 7,0
-Russo- Ficou meio perdido, sem ter a quem marcar. Nota 6,0
-Luciano- Se movimentou bem e arriscou chutes de longe, mas afunilou demais o jogo. Nota 6,5
-Basílio- Foi o herói do título. Precisa mais... Nota 10,0
-Vaguinho. Melhorou no 2 tempo, quando jogou mais aberto. Mas não fez uma boa partida. Nota 6,0
-Geraldão- Apesar de enrolado, brigou sempre e foi o jogador mais perigoso do Corinthians, até ser expulso. Nota 6,5
-Romeu- Também embolou muito pelo meio. Nota 6,0
Ponte Preta
-Carlos. Pelo menos 4 grandes defesas, evitando assim uma derrota maior. Nota 8,0
-Jair. Burocrático, não apoiou e não marcou. Nota 5,5
-Oscar. Outro destaque do time, ganhou praticamente todas as jogadas. Foi expulso no final do jogo. Nota 7,5
-Polozzi- Um pouco menos eficiente do que seu companheiro de zaga, mas também foi bem. Nota 7,0
-Vanderlei. Mais reclamou da arbitragem do que jogou. Nota 5,5
-Angelo- Nada fez de útil. Nota 5,0
-Marco Aurélio. Correu, tentou, mas não estava num bom dia. Nota 6,0
-Dicá. Apesar de ser muito bom jogador, se omitiu e não buscou participar da partida. Nota 6,0
-Lúcio. Do ataque, foi o único que tentou alguma coisa, mas sozinho, nada conseguiu. Nota 6,5
-Rui Rei. Foi expulso com 16 minutos e comprometeu a equipe. Nota 0,0
-Tuta. Outro que ficou perdido e pouco fez. Nota 5,0 foi substituído por
-Parraga. Que também nada acrescentou ao time. Nota 5,5
-Espero que tenham gostado do post e em breve voltaremos com mais uma partida do meu acervo...
-Este é apenas um dos mais de 5700 jogos que eu possuo no meu acervo(são jogos desde 1950). Quem se interessar é só entrar em contato, através do e-mail gugaroman@hotmail.com

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Novo Blog!

Caros amigos, com o meu sempre crescente acervo de jogos históricos de futebol, senti necessidade de criar um novo blog.

Como voçes irão ver esse novo blog tratará exclusivamente dos jogos do meu acervo, e contará com muitas postagens, vídeos e história do nosso apaixonante esporte bretão.

Isso, porém, não quer dizer que eu tenha abandonado o outro blog(www.futebolpitacos.blogspot.com), lá continuarei com os pitacos e postagens mais atuais, análises das partidas, enfim, tudo o que voçes já se acostumaram a encontrar por lá.

Espero que gostem desse novo espaço e principalmente dessa minha iniciativa de preservar a história do futebol não só brasileiro, como mundial. Abraços a todos, e, em breve teremos nossa primeira postagem de um jogo histórico aqui....

Rádio Futbolleiros