segunda-feira, 6 de abril de 2015
A Era de Ouro do Flamengo- Carioca de 80, Segundo Turno
Carioca 80- Segundo Turno
Com o fracasso no turno inicial, Coutinho tratou de mexer no time. Luis Pereira, que estava jogando como quarto zagueiro, passou a zaga central. Vitor foi efetivado na cabeça da área e Júlio César recuperou seu lugar na ponta esquerda.
Mas a maré de azar continuava. Nunes sofreu distensão na coxa e não sabe quando poderá retornar a equipe. Além disso, os Dirigentes reclamaram muito da tabela do segundo turno. O Flamengo teria as três primeiras partidas disputadas fora de casa. Coutinho diz “que estão tentando prejudicar o Flamengo”.
Para a vaga de Nunes, o treinador confirma a escalação de Ronaldo. E contra as retrancas, o “capitão” acreditava em Júlio César. “Os dribles e arrancadas dele serão nossa principal arma contra esses times que nos enfrentam fechados na defesa, pensando apenas no empate”.
Antes da estréia, surge na imprensa uma notícia bombástica. A Diretoria está negociando e espera a contra proposta de Cruyiff, craque holandês que estava jogando nos Eua. A negociação contudo, não foi adiante já que o jogador pediu quatro milhões por mês de salários.
No acanhado estádio de Ítalo Del Cima, vitória rubro-negra por três a um sobre o Campo Grande. Zico, Ronaldo e Anselmo marcaram.
Em busca do acerto do time, Coutinho comandou mais um coletivo, mesmo sem Zico, Tita e Júnior, que estavam servindo a Seleção. Os titulares vencem, por dois (Luis Pereira e Ronaldo) a um (Fumanchu).
No amistoso da Equipe Nacional, Zico (2) e Tita marcam na goleada por seis a zero sobre os paraguaios. Enquanto isso, na Gávea, uma pequena crise se fazia presente. Barrado do time titular, Rondinelli se recusa a ficar no banco.
Sem poder contar com os atletas que estavam na Seleção, o clube consegue adiar o jogo com o Volta Redonda, pela segunda rodada. Nos treinamentos, Coutinho barra Carlos Alberto e confirma Leandro como novo titular da lateral direita.
Contra o Fluminense, empate em dois a dois. Gols de Tita e Carpegianni. O novo titular Leandro foi eleito o melhor jogador em campo.
Insatisfeito com o desempenho do ataque, Coutinho ameaça barrar Nunes e Júlio César e colocar os ex juvenis Ronaldo e Édson. Os “veteranos”terão diante do Bangu a derradeira chance.
No coletivo, atuação ruim da equipe e empate de um a um com os reservas, gols de Zico e Rondinelli.
No Maracanã, o time conseguiu bater o Bangu por dois a um. Júnior e Nunes fizeram os tentos. Mais uma vez, Luis Pereira joga mal e Coutinho anuncia que ele está barrado. Marinho e Rondinelli formam a nova zaga da equipe.
Paralelamente, Tita renova seu vínculo com o clube por mais 15 meses. Ele passará a receber 350.000 cruzeiros por mês.
Na quinta rodada, mais uma oportunidade desperdiçada. Um a um com o América. Gol de Zico. Não importa quantas e quais alterações Coutinho fizesse. A equipe parecia que não se encontrava de maneira alguma.
O próprio treinador parecia perdido. Depois dessa partida, mais três mudanças foram anunciadas. Nunes, Carpegianni e Júlio César foram barrados. Adílio, Anselmo e Édson estavam escalados.
Surpreendentemente, dessa vez as mudanças parecem que foram acertadas. No coletivo, goleada dos titulares por quatro a zero (Tita, Zico, Anselmo e Édson).
Em Campos, diante do Americano, mais uma excelente vitória. Quatro a um, gols de Zico, Adílio, Tita e Anselmo. A equipe parecia retomar o fôlego e a confiança.
O compromisso seguinte era decisivo. O clássico com o Vasco. E a vitória de dois a zero (Júnior e Adílio) não só recolocou o mengo na liderança do turno (ao lado do próprio Vasco) com 10 pontos, como deixou a torcida em êxtase, acreditando cada vez mais no tetra. Faltavam três vitórias para a vaga na final.
Novamente confiantes os jogadores e os Dirigentes convocam a nação a invadir Petrópolis, para o jogo contra o Serrano. No dia da peleja, entretanto, choveu muito na cidade. O campo já era acanhado e ruim. Com a chuva, tornou-se enlameado. A serração junto com a iluminação fraca também era um problema. O Presidente Márcio Braga foi até os vestiários e perguntou se o time queria jogar mesmo naquelas condições. Segundo ele, a partida poderia ser adiada para o dia seguinte a tarde, quando a chuva deveria ter cessado e a iluminação seria melhor. Talvez confiante demais no bom momento de seus comandados, Coutinho mandou a equipe a campo.
Sem poder tocar a bola, o Flamengo se perdeu no início. Melhor adaptado a cancha e jogando fechadinho na defesa e explorando os contra ataques, o Serrano saiu na frente, com um gol de Anapolina. Depois disso, o rubro-negro passou a tentar os chuveirinhos para a área. Até conseguiu algumas finalizações, mas a noite era do goleiro Acácio, mais tarde contratado pelo Vasco. No fim das contas, derrota por um a zero e o sonho do tetra acabou ficando mais distante.
Para piorar ainda mais as coisas, Zico sofreu nova distensão e não joga mais em 80, podendo até mesmo desfalcar a Seleção Brasileira no Mundialito do Uruguai.
Para a vaga do galinho, Coutinho fica em dúvida se escala Lico ou Tita, passando Fumanchu para a ponta direita neste último caso. Depois dos treinamentos, o técnico resolve escalar Rondinelli na zaga e Fumanchu na direita.
As esperanças do Flamengo voltaram a ficar vivas depois da boa vitória de três a um sobre o Botafogo. Tita, Júnior, de pênalti e Nunes foram os autores dos tentos. No dia seguinte, os rubro-negros secaram o Vasco, que só empatou com o Fluminense. O resultado não era suficiente. A liderança seguia sendo do time de São Januário, com 13 pontos. O Flamengo vinha atrás, com 12. Agora, o fla precisava derrotar o Volta Redonda, fora de casa e torcer por um tropeço do Vasco, em casa, diante do Americano.
Em São Januário, o Americano segurou o um a um com o Vasco até o fim da partida. Aos 44, no entanto, os cruzmaltinos marcaram o segundo gol e garantiram a conquista do segundo turno e a vaga na decisão do campeonato contra o Fluminense.
Com o sonho do tetracampeonato tendo ido por água abaixo, restava acabar com dignidade a competição. Sem Zico e Tita, o Flamengo foi a Volta Redonda e venceu o time da casa por quatro a três, com gols de Nunes (2), Júnior e Leandro.
Na grande final, o Fluminense bateu o Vasco, por um a zero, gol de Edinho e conquistou o Campeonato Carioca encerrando o domínio rubro-negro no Rio de Janeiro.
No próximo texto: Os últimos jogosde 80, as férias e a pré temporada de 81. Até lá!
Marcadores:
Campeonato Carioca,
Era de ouro do Flamengo,
Flamengo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
que loucura! não vale gastar um tempo contando a transição dos uniformes? foi nessa época que engrossaram as listras e tentaram enfiar short preto e meia branca, se não me engano nesse primeiro turno perdido, nnao?
ResponderExcluirVocê está correto, amigo. abs
Excluire tambem a camisa branca tradicional foi trocada pelo modelo eternizado no mundial de 81 (contando que esse comentario vai ser lido em 2057 e o mengão já terá conquistado diversos mundiais. ou terá acabado? estarei eu vivo? plante uma árvore! faça um blogue como este
ResponderExcluirkkkkk, As respostas para suas indagações, eu não sei. Mas a camisa branca estreou na Taça Guanabara. O jogo do título, contra o Vasco, foi o primeiro dela. Abs
Excluir