segunda-feira, 5 de abril de 2010
História das Copas do Mundo-1954 Suiça
Pré-Copa
Desde o Congresso de Luxemburgo, realizado em 1946, ficou decidido que o Brasil seria a sede da Copa de 50 e a Suiça da de 54. As inscrições para as Elimnatórias ocorreram até 31 de Janeiro de 1953. Foram 45 países inscritos, um recorde até então, aliás apenas um dos recordes que essa Copa quebraria...
Porém , apenas 38 inscrições foram aceitas. Paraguai, Costa Rica, Índia, Vietnã, Bolívia, Cuba e Islãndia não conseguiram cumprir o prazo.O Paraguai conseguiu provar que o problema não havia sido desleixo e sim de estrutura dos Correios do país e foi aceito. Peru, Polonia e China acabaram desistindo de disputar as Eliminatórias. A grande ausencia, foi mais uma vez a Argentina que boicotou o Mundial.
As Eliminatórias
Grupo 1. Integrantes. Noruega, Samoa e Alemanha Ocidental. Classificada Alemanha Ocidental
Grupo 2. Integrantes. Finlandia, Bélgica e Suécia. Classificada Bélgica
Grupo 3. Integrantes. Irlanda do Norte, Escócia, País de Gales e Inglaterra. Classificadas Inglaterra e Escócia
Grupo 4. Integrantes. Irlanda, França e Luxemburgo. Classificada França
Grupo 5. Integrantes. Áustria e Portugal. Classificado Áustria
Grupo 6. Integrantes Espanha e Turquia. Classificada Turquia. Aqui vale a pena perder algumas linhas para uma história curiosa. As duas seleções se enfrentaram primeiro na Espanha(4x1 para a Fúria) e depois na Turquia(1x0 para os donos da casa). Como não havia o critério do saldo de gols para definir o classificado, eles foram obrigados a jogar uma partida desempate, marcada para Roma. Nesta partida, empate por 2x2. A vaga não foi disputada nos penaltis ou em novo jogo. Um garoto, de nome Franco Gemma foi convidado ao meio do campo, onde ele sorteou o bolinha que continha o nome da Turquia. A Espanha estava fora da Copa, perdendo no sorteio a vaga. E, Franco, foi convidado pelos turcos para ser o mascote oficial da Delegação na Suiça...
Grupo 7. Integrantes Hungria e Polonia. Com a desistencia Polonesa a Hungria classificou-se automaticamente
Grupo 8. Integrantes Tchecoslváquia, Romenia e Bulgária. Classificada Tchecoslováquia
Grupo 9. Integrantes Itália e Egito. Classificado Itália
Grupo 10. Integrantes Israel, Iuguslávia e Grécia. Classificada Iuguslávia
Grupo 11. Integrantes México, Haiti e Eua. Classificado México
Grupo 12. Integrantes Brasil, Paraguai e Chile. Classificado Brasil
Grupo 13. Integrantes Japão e Coréia do Sul. Classificada Coréia do Sul.
O Brasil nas Eliminatórias
O Grupo 12 tinha além do Brasil, o Chile e o Paraguai(que havia vencido o Brasil no Sul-Americano de 53, alguns meses antes das Elimnatórias.
E os Paraguaios trataram logo de mostra sua força. Na primeira partida do Grupo, venceram o Chile, por 4x0, em Assunção. Na segunda rodada, foram a Santiago e novamente bateram os chilenos, desta vez por 3x1. Já somavam 4 pontos em 2 partidas e botavam pressão sobre o Brasil.
A Seleção estreava o uniforme amarelo e azul, logo apelidado de "Canarinho". Viajamos para Santiago, para enfrentar um Chile desesperado, pois uma derrota os eliminava. Eles atacaram com tudo, mas o Brasil, bem postado em campo e paciente. Aos 37 do primeiro tempo. Baltazar fez o gol. E, o mesmo Baltazar compeltaria o marcador, aos 18 minutos do segundo tempo, de cabeça, aproveitando escanteio cobrado por Julinho. Começavamos bem.
O jogo seguinte seria contra o Paraguai em Assunção. O clima era de confiança entre os Paraguaios. E realmente, eles partiram com tudo para cima, mas mais uma vez a defesa brasileira estava muito bem postada. Sem conseguir se impor na bola, eles logo passaram a apelar para a violencia. Romerito acertou Julinho. Parodi pegou Baltazar. Nada disso adiantou, aos 7 minutos do segundo tempo, Baltazar recebeu grande passe de Humberto e faz o gol da vitória. A classificação estava próxima.
A partida contra o Chile seria a primeira da Seleção em território nacional desde a final da Copa de 50. E foi, um massacre. Foram 5 bolas chutadas nas traves do goleiro Livingstone. Ele, só foi vencido uma vez, novamente por Baltazar, aos 34 minutos do primeiro tempo. Bastava um empate contra os Paraguaios em casa para carimbarmos o passaporte rumo a Suiça.
195.514 pagantes estavam no Maracanã para assistir a partida decisiva. O jogo era amarrado, tenso. A primeira etapa terminou 0x0. Aos 14 minutos do segundo tempo, Julinho abriu o marcador. 3 minutos depois, foi a vez de Baltazar marcar. Aos 30, Martínez diminuiu para os Paraguaios. Porém, Julinho e Maurinho completaram a goleada e colocaram o Brasil na Copa.
A preparação do Brasil
Mais uma vez, a seleção foi prejudicada por dirigentes amadores e equívocos no planjeamento. Esposas, secretárias, políticos, chefes de estado, todos faziam parte do grupo que embarcou para a Europa. Nos discursos pré-embarque, chegaram a lembrar aos jogadores os mortos em Pisóia, durante a Guerra...Continuava faltando estrutura e organização...
O sorteio e o regulamento confuso
A FIFA inovou de vez e criou um regulamento absurdo e que não seria mais repetido eom Copa alguma. As 16 seleções classificadas seriam divididas em quatro grupos. Seriam designados dois cabeças de chave por grupo, e, eles não se enfratariam. Além disso, toda partida que terminasse empatada, teria uma prorrogação. Um regulamento de fazer inveja a qualquer cartola brasileiro.
Os grupos ficaram assim dividos
Grupo 1. Cabeças de chave Brasil e França. Completavam o grupo México e Iuguslávia
Grupo 2. Cabeças de chave Hungria e Turquia. Completavam o grupo Alemanha Ocidental e Coréia do Sul
Grupo 3. Cabeças de chave Áustria e Uruguai. Completavam o grupo Escócia e Tchecoslováquia
Grupo 4. Cabeças de chave Inglaterra e Itália. Completavam o grupo Suiça e Bélgica
Estava tudo pronto para a bola rolar...
A Copa
Grupo A
A primeira rodada foi disputada no dia 16 de Junho. Em Laussane, A Iuguslávia jogou muito melhor do que a França e a vitória por apenas 1x0 acabou ficando até de bom tamanho para os Bleus. O gol da vitória foi marcado aos 15 minutos do primeiro tempo, por Milutinovic(irmão de Bora, que mais tarde seria treinador de várias seleções em Copas), em brilhante assistencia do craque Mitic.
No mesmo dia, em Genebra, estreava a Seleção Brasileira, contra o México. Aos 22 minutos, Baltazar recebeu passe de Pinga e chutou no angulo, 1x0. Aos 29, Didi, de falta, marcou o segundo. Aos 38, Pinga fez o terceiro. Aos 42, novamente Pinga recebeu passe de Didi e fez o quarto. Na segunda etapa, o Brasil tirou o pé do acelerador, mas mesmo assim, aos 23 minutos, Julinho fez uma obra-prima. Ele recebeu a bola de Didi e parou-a sob a chuteira. O zagueiro tentou tirá-la e foi driblado. Veio outro e mais um drible, a cobertura tentou, mas também foi batida. O chute de trivela foi perfeito. Golaço. Placar final, Brasil 5x0 México.
A segunda rodada foi disputada dia 19. Em Genebra, com os dois times precisando da vitória para tentar a classificação. França e México fizeram uma partida movimentada e confusa. Os Franceses abriram 2x0 com gols de Vincent e Cárdenas(contra). Quando o jogo parecia resolvido, os Mexicanos reagiram e empataram a partida, com gols de Lamadrid e Balcazar. Aos 43 minutos do segundo tempo, o árbitro Espanhol Manuel Asensi, deu penalti a favor da França, em lance muito polemico. O magistral Kopa bateu bem e deu números finais a partida. A França ainda tinha esperanças de classificar-se.
Em Laussane, desde o início da partida notava-se o time Iuguslavo, conhecedor do regulamento, tentava explicar aos jogadores do Brasil que o empate classificaria as duas equipes. Os Brasileiros, porém, desconhecendo as regras da Copa, não entenderam o recado e jogavam para valer.
Só que logo aos 10 minutos de jogo, Rodrigues recebeu uma forte pancada no calcanhar e ficou apenas fazendo número na ponta esquerda. O primeiro tempo terminou 0x0. Logo no recomeço da partida, aos 4 minutos, Mitic deu grande passe para Zebec, que abriu o marcador. O Brasil passou a atacar com valentia e contar com as defesas milagrosas de Castilho, em contra-ataques Iuguslavos. Aos 16, Didi empatou o jogo. A partir daí, era nítido o desespero dos jogadores do Brasil, acreditando que com o resultado, estariam eliminados.
Na prorrogação, por mais que os Iuguslavos tentassem avisar que o empate era bom para ambos, os Brasileiros seguiam atacando desesperadamente. E, cansados de não serem entendidos, a Iuguslávia passou a atacar também. Castilho salvou o Brasil em pelo menos 3 oportunidades. Final de jogo, enquanto os Brasileiros choravam a "eliminação", os Iuguslavos comemoravam. E, o pior de tudo, é que nçao havia sequer um dirigente que conhecesse o regulamento da Copa. Trapalhadas a parte, estavamos classificados para as Quartas de Final do Mundial.
Grupo B
A primeira rodada foi disputada no dia 17 de Junho. Em Berna, Suat abriu o marcador para os Turcos, logo aos dois minutos de jogo. Aos 14, Schafer igualou para os Alemães. Na segunda etapa, prevaleceu o melhor preparo físico dos Germanicos. Klodt, Otmar Walter e Morlock completaram a virada.
Em Zurique, o grande favorito da Copa estreava. O Time de Ouro da Hungria, dos craques Puskas, Bozsik, Hidegkuti e Czibor. Da revolução tática do 4-2-4, do centroavante recuado(Hidegkuti)abrindo espaços para os meias(Puskas e Boszik). E foi um massacre, pobres Sul-Coreanos, nem viram a cor da bola...
Mesmo com os reservas Szojka e Palotas nos lugares dos titulares Zakarias e Hidegkuti o primeiro tempo terminou 4x0, com gols de Lantos, de falta e 3 de Kocsis. O massacre continou na segunda etapa, com mais 5 gols(outro de Kocsis, Czibor, Puskas e dois de Palotas). Placar final, 9x0.
Abrindo a segunda rodada, em Genebra, a Turquia, com gols de Suat(2), Lefter, Erol e Burhan(3), goleava os frágeis Sul-Coreanos por 7x0.
Enquanto isso, em Zurique, o treinador Alemão Sepp Herberger, perdia a noite pensando como parar o fabuloso time Húngaro. Chegou a conclusão que seria melhor descansar o time, estudar seu adversário, que jogaria completo e, principalmente, "caçar" Puskas.
Logo aos dois minutos, Kocsis abriu o marcador. A Alemanha jogava com apenas 6 titulares. Aos 16, Puskas, de pé direito, fez o segundo. Aos 20, novamente Kocsis fez 3x0. Aos 24, Pfaff diminuiu para os Germanicos, aproveitando uma das falhas da desprotegida zaga Hungara.
No segundo tempo, logo aos 4 minutos, Hidegkuti aproveitou belo passe de Kocsis e fez o quarto. Aos 9, Hidegkuti marcou mais uma vez. Aos 13, um lance crucial, não só na partida, mas na Copa. O zagueiro Alemão Liebrich entrou forte, por trás, no tornozelo esquerdo de Puskas. O local inchou imediatamente, e, ele nem voltou a campo.
Mesmo com 10 jogadores, os gols continuavam a acontecer. Aos 21, Kocsis. Aos 27, Toth, sem angulo fez 7x1. Aos 32 o ótimo ponta-direita Alemão Rahn diminiu o vexame. Um minuto depois, novamente Kocsis fez mais um. E, aos 37, Herrmann marcou e finalizou o placar. Hungria 8x3. O mais curioso, é que, ao fim da partida, os dois treinadores saíram satisfeitos do gramado. Sebes, por ter mais uma vez goleado um adversário e Herrbeger, por ter achado um meio de conseguir o que para muitos parecia impossível...
No dia 23, em Zurique, Alemanha e Turquia voltavam a se enfrentar, em uma partida desempate, para saber quem iria avançar para as quartas de final da Copa. Os Alemães estavam de novo com seu time titular.
Otmar Walter abriu o marcador aos 7. Schaefer ampliou aos 12. Erton descontou aos 21, mas Morlock fez 3x1 ainda aos 30. No segundo tempo, Morlock aos 15, Fritz Walter aos 17, de novo Morlock aos 32, Schaefer aos 34 e Lefter aos 37 marcaram. A Alemanha vencia por 7x2 e estava classificada para a próxima fase.
Grupo C
Abrindo a primeira rodada, no dia 16, em Zurique, debaixo de forte chuva, a Áustria derrotava a Escócia, por 1x0, com gol de Probst, aos 33 minutos do primeiro tempo.]
Ao mesmo tempo, em Berna, os atuais campeões estreavam bem na Copa. Com gols de Miguez e do fantástico Schiaffino, o Uruguai vençeu a Tchecoslováquia, por 2x0.
Na segunda rodada, no dia 19, em Zurique, a Áustria garantia a classificação com uma goleada por 5x0, sobre a Tchecoslováquia. Os gols foram marcados por Probst(3) e Stojaspal(2).
Melhor fizeram os Uruguaios. Simplesmente arrasaram a Escócia, por sonoros 7x0. Os gols foram de Miguez(2), Abadie(2) e Borges(3). A vergonha foi tamanha, que o treinador Escoces, Andy Beattie, pediu demissão lá mesmo na Suíça(fato inédito), ele alegou falta de condições de trabalho, pois só pode levar 13 jogadores para a Copa, por razões de economia e superstição...
Grupo D
A primeira rodada do grupo foi disputada dia 17. Na Basiléia, jogaram Inglaterra e Bélgica. E foi um show do velinho Stanley Mathews. A partida terminou empatada em 4x4com Broadis(2) e Lofthouse(2) marcando para o English Team e Anoul(2), Coppens e Dickinson(contra) para os Belgas.
Em Laussane, a Suiça derrotou a Itália, por 2x1, com gols de Ballaman e Hugi para os donos da casa e Boniperti descontando para a Azzurra. O fato curioso desta partida foi a terrível atuação do árbitro Brasileiro Mário Vianna. Ele expulsou ou Italiano Lorenz, mas sofreu forte pressão do astro da Itália, Boniperti. Acabou voltando atrás e permitiu que Lorenzi continuasse na partida. Depois disso, os Italianos mandaram na partida, mas mesmo assim, foram derrotados. Vianna não apitou mais na Copa...
Na segunda rodada, dia 20, em Lugano, a Itália, com gols de Pandolfini, de penalti, Galli, Frignani e Lorenzi goleou a Bélgica por 4x1(Anoul descontou) e manteve vivas as chances de passar para a próxima fase.
Ao mesmo tempo, em Berna, a Inglaterra jogou bem e bateu os Suiços, por 2x0, com os tentos sendo marcados por Mullen e Wilshaw. Os Ingleses estavam classificados.
A disputa da outra vaga, em uma partida desempate, foi marcada para a Basiléia, no dia 23. A Itália, confiante de que derrotaria a Suiça, resolveu poupar jogadores. Ledo engano...
Hugi abriu o placar para os Suiços, aos 14 minutos do primeiro tempo. Logo aos 3 do segundo tempo, Ballaman fez 2x0. A Azzurra foi para o tudo ou nada e diminuiu com Nesti, aos 22. Mas justamente quando a pressão Italiana era mais forte, a Suiça aproveitou dois contra-ataques e matou a partida. Hugi aos 40 e Fatton aos 45, deram números finais a partida. Pela segunda Copa consecutiva, a Itália era eliminada logo na primeira fase...
As Quartas de Finais
Os confrontos desta fase foram decididos em um sorteio. Áustria x Suiça, Uruguai x Inglaterra, Alemanha Ocidental x Iuguslávia e Hungria x Brasil(para desespero de todos os Brasileiros, que não queriam enfrentar os Hungaros)
No dia 26, duas partidas abriram as Quartas de Finais. Em Laussane, uma chuva de gols(até hoje, os 12 gols marcados nesta partida continuam sendo o recorde absoluto de tentos em uma só partida). Os donos da casa abriram 3x0. A Áustria reagiu e fez 5x3. Os Suiços descontaram para 5x4. E o placar do primeiro tempo sõ não foi maior porque os Austríacos desperdiçaram um penalti. Na segunda etapa, mais dois gols da Áustria contra um dos Suiços e o incrível placar de 7x5....
Na Basiléia, um jogaço. Borges abriu o marcador para os atuais campeões. Lofthouse empatou aos 16. O grande capitão Obdulio Varela fez 2x1, aos 39. Logo no primeiro minuto da segunda etapa, Schiaffino fez 3x1. Finney diminuiu e encheu de esperança os Ingleses. Mas, aos 33, Ambrosis decretou o placar final. Uruguai 4x2 Inglaterra.
Mais duas partidas ocorreram no dia 27. Em Genebra, a Alemanha Ocidental passou com tranquilidade pela favorita Iuguslávia, por 2x0, com gols de Horvath contra e Rahn.
E, em Berna, jogavam Hungria e Brasil. Os Hungaros desfalcados de Puskas, ainda sentindo a entrada de Liebrich. Com isso, Czibor jogou como meia pela esquerda. Os irmãos Toth atuavam nas pontas. Como Zezé Moreira sabia que o treinador Hungaro conhecia o time Brasileiro, resolveu mudar o time. Mas exagerou. Humberto Tozzi entrava em lugar de Pinga. Índio substituiu Baltazar, que havia marcado 6 gols em 6 jogos. E Maurinho substituiu o lesionado Rodrigues.
Nos vestiários, enquanto a Hungria fazia o aquecimento, os jogadores do Brasil ouviam inflamados discursos de dirigentes, pedindo a vitória a qualquer custo para honrar os mortos na segunda Guerra. Chegaram a ter que beijar a bandeira.
Com este clima, não foi surpresa que logo aos 3 minutos, Pinheiro, em dia infeliz, tentar sair driblando dentro da área. Perdeu a bola. Czibor e Kocsis chutaram, Castilho fez o que pode, mas Hidegkuti abriu o marcador. Aos 6, Toth cruzou, a zaga parou para pedir impedimento e, Kocsis, subiu livre, as costas de Djalma Santos e fazer o segundo. Aos 17, Buzansky cometeu penalti em Índio. Djalma Santos bateu bem e diminuiu(até hoje Djalma reclama que não era ele quem deveria cobrar a penalidade, mas Didi e Julinho não quiseram bater).
Depois do gol, o Brasil melhorou muito. O jogo ficou mais equilibrado. M.Toth passou a recuar, para ajudar Lantos na marcação ao endiabrado Julinho. E assim, terminou o primeiro tempo.
O panorama da partida não se alterou até que, aos 14, Pinheiro colocou a mão na bola depois de escorregar dentro da área. Penalti que Lantos converteu. Aos 19, Julinho marcou outro golaço. O Brasil crescia. Mas, aos 26, Boszik e Nílton Santos foram expulsos após trocarem agressões. Depois disso, Didi teve uma chance. Humberto mandou uma bola na trave de Grocsis. Julinho reclama até hoje de um penalti não marcado sobre ele...
O fato é que , num contra-ataque, aos 43, Czibor cruzou e Kocsis fez 4x2. Humberto ainda acertou um chute, mas em Lorant, e foi expulso. Jogo terminado, começou a briga nos vestiários que valeram o apelido a partida da "Batalha de Berna". Só não brigaram Castilho, Hidegkuti e Kocsis. Até Puskas deu uma garrafada em Pinheiro. E a FIFA não puniu ninguém. Mais uma vez, o Brasil seguia sem vencer a Copa...
As Semifinais
As duas partidas que decidiram os finalistas da Copa foram jogadas no dia 30. Na Basiléia, a Áustria só equilibrou a partida até sofrer o primeiro gol, aos 31 minutos(Morlock). Depois disso, só deu Alemanha. Morlock marcou mais dois, Fritz Walter(2) e Otmar Walter marcaram para os Alemães. Probst descontou para a Áustria. Final 6x1 para os Germanicos, igualando a maior margem da história das Copas, em uma semifinal(as dus semifinais de 1930, também terminaram em 6x1).
Em Laussane, uma semifinasl épica, digna de entrar na história. Pelo lado Hungaro, Budai voltava a ponta direita, em lugar do lesionado J.Toth. Palotas foi ser o centroavante recuado, para que Hidegkuti pudesse jogar como meia, no lugar do ainda machucado Puskas. No lado Uruguaio, um dia a mais de descanso, um jogo anterior menos complicado, mas uma ausencia seria sentida, o capitão Obdulio Varela estava fora da partida.
Chuvia muito e o campo estava pesado. Aos 13 minutos, Czibor, de voleio fez 1x0 para a Hungria. Não houveram mais jogadas perigosas no primeiro tempo. As duas equipes se respeitavam demais.
Logo no primeiro minuto do segundo tempo, Budai foi a linha de fundo e cruzou para o peixinho de Hidegkuti. 2x0. A fatura parecia liquidada. Mas do outro lado havia a tão famosa garra Uruguaia. Aos 29, Schiaffino descobriu Hohberg livre. 1x2. Aos 41, de novo Hohberg decretou o empate. A partida iria para a prorrogação.
Logo no primeiro lance do tempo extra, Schiaffino bateu cruzado, mas a bola explodiu na trave de Grosics. No rebote, Miguez chutou para fora. Aos 3 minutos do segundo tempo, Kocsis, de cabeça, fez 3x2. Aos 10, Budai cruzou e novamente Kocsis, marcou o quarto. Apesar da raça, o Uruguai sofria sua primeira derrota na história dos Mundiais. E a Hungria se qualificava para a grande decisão.
A Disputa do Terceiro Lugar
No dia 3 de Julho, em Zurique, Stojaspal abriu o marcador aos 16 minutos. Hohberg empatou aos 22. Mas no segundo tempo, acabou o gás da Celeste. Aos 14, Cruz fez contra e recolocou a Áustria na frente. Aos 34, Ocwirk fez 3x1. E o Uruguai amargava o quarto lugar, enquanto os Austríacos celebravam o terceiro...
A Final
Para a grande decisão, Puskas estava de volta. Mesmo sem estar 100%, o treinador queria "homenagear" o jogador e deixa-lo participar. Chovia e a cancha estava pesada. A Alemanha tinha o time mais inteiro.
Mas, para variar, foram os Hungaros que começaram voando. Logo aos 6 minutos, Puskas abriu o placar. Dois minutos depois, Czibor fez o segundo(dentre as inúmeras inovações que a Hungria touxe ao futebol, destaca-se o aquecimento, que no mínimo, fazia a equipe entrar mais "ligada" na partida, o que pode explicar a quantidade de gols marcados no começo).Aos 11, Rahn chutou uma bola vadia, Zackarias errou o carrinho e Morlock, em outro carrinho diminuiu.
A Hungria, pela primeira vez, parecia sentir o golpe. Aos 17, depois da cobrança de um escanteio, Schaffer subiu com Grosics(em lance claro de falta) e a bola sobrou para Rahn empatar a partida. Logo em seguida, Hidegkuti acertou a trava de Turek. A Hungria voltava a ter o controle da partida. Até o fim do primeiro tempo foram pelo menos 5 grandes chances perdidas.
A chuva apertou na segunda etapa, assim como o time Hungaro. Em uma mesma jogada, a bola bateu na trave, nas pernas do zagueiro e foi chutada para fora, já sem goleiro... Rahn teve duas chances para os Alemães, mas Czibor perdeu gol feito, salvo por Turek. Hidegkuti e Kocsis ainda mandaram bolas nas traves. A Alemanha continuava resistindo...
Aos 38, uma bola mal afastada pela zaga Hungara caiu nos pés de Rahn. Ele cortou Lorant e chutou entre Lantos e Zackarias. Grosics deslizou mas não conseguiu evitar o gol da virada. O improvável acontecia..
Aos 42, Puskas ainda fez um gol(que pelas imagens parece ter sido legal), mas o árbitor anulou, alegando impedimento. Czibor obrigou Turek a grande defesa, aos 44. E a zebra se confirmou, pela segunda Copa seguida o favorito era derrotado na grande decisão. Mesmo depois de 36 partidas invictas, 25 finalizações na final contra apenas 8 dos Alemães. O "Time de Ouro" perdeu justamente quando não podia...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário